sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020
Espinosa, Renato e eu
É claro que o título é uma exagero.
Primeiro, o Renato (personagem do futebol brasileiro nos últimos 40 anos) nem me conhece.
Segundo - o Valdir Espinosa, nunca me viu.
Mas em 1978/1979, trabalhando na Companhia Jornalística Caldas Júnior, no esporte do interior, eu falava por telefone, no mínimo duas vezes por semana com o Espinosa.
Ele era técnico do Esportivo de Bento Gonçalves, que naquela época, montava bons times.
E foi pelo correspondente da empresa em Bento, (não lembro mais o nome) é que soube que no time reserva do Esportivo, treinava um guri que um dia seria um grande jogador.
Estava nas mãos de Espinosa sendo lapidado.
No início dos anos 1980, Espinosa foi para o Grêmio e levou, ou indicou, o guri: o ponteiro direito Renato que impressionava nos treinos contra os titulares.
Em 1983 Renato fez os dois gols do título do Grêmio no mundial em Tóquio e, Valdir Espinosa, era o técnico do time.
O tempo foi passando e ambos consagraram-se personagens vencedores no futebol.
Guardo sobre Valdir Espinosa, falecido ontem (27/2) aos 72 anos de idade, e que será sepultado hoje no Rio de Janeiro, a imagem de um profissional muito capacitado e um cidadão exemplar: muito atencioso (quando ligava, a secretária o chamava no treino. Espinosa passava o apito para o auxiliar e vinha atender).
Era educado, tranquilo, de fala clara - respondia a todas as perguntas -, sério, trabalhador, comedido, simples, cortês e inteligente.
Foi um dos primeiros profissionais importantes que tive a oportunidade de entrevistar na minha vida jornalística.
Agradeço sempre que lembro, e é o caso de novo agora, das oportunidades que Espinosa me deu de entrevistá-lo, e da forma como me tratava.
Perde o futebol brasileiro, com o falecimento de Valdir Espinosa, um homem de grande caráter, e um profissional, como disse, vitorioso, que cresceu por suas virtudes de qualificação profissional e postura pessoal.
Diria mais: um exemplo que devia ser seguido, na conduta geral, por outros profissionais do ramo.
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