quarta-feira, 28 de maio de 2014


‘Minhas saudações secretário.
Não o conheci, pois quando vossa excelência deixava as fraldas para virar animador de manifestações fechando ruas, avenidas, BRs e bancos em Erechim, obrigando quem precisava deixar os filhos na escola e ir trabalhar, naqueles tempos (o que houve com aquelas ações táticas?), eu que tinha tirado uns dias de férias, fui chamado – contra minha vontade -, a residir no céu, no bairro Erechim, onde só encontrei amigos. Aqui, todos os dias chegam conterrâneos, até de madrugada, batendo à nossa porta!

De outra sorte ou azar o senhor, se ouviu falar em mim, não estranharia se fosse apanhado em pleno sono conjugando minhas posturas como conservadoras. Aliás, eis outra coisa da qual olhando Aqui De Cima, cada vez me arrependo menos, observando o panorama que se instala no nosso país desde 2003. Veja o Lula em Portugal! Qualquer dúvida dê uma Pasadena na história que vem sendo escrita e, talvez cheguemos a conclusões parecidas se ambos nos desvestirmos de interesses que o Brizola ainda denuncia.

Secretário - temos algo em comum: fui secretário de administração e tive a honra de ser prefeito. Segundo alguns, mandei tanto quanto o Eloi (Zanella), do qual seria mentor político na alvorada de 1972. Hoje, vossa excelência tem responsabilidades. Exerça-as, porque quando voltares à planície dos que não tem poder, as sombras dos seus feitos, dos seus não feitos e, de eventual malfeito, lhe perseguirão noite e dia.

E, como é certo que um dia tudo será passado – veja o meu caso, o do Jango e o Kruel, seu compadre e, que o deixou na mão de 1964... Agora a bola está com o senhor. Se o prefeito ou a vice-prefeita não falam sobre asfalto que vem sendo usado para tapar buracos, faça-o o senhor!

No começo dos anos 1980 fui eleito prefeito. Mostrando todo meu conservadorismo ajudei a asfaltar os 10 km de Erechim a Barão de Cotegipe. Depois, por mérito ao distrito de Três Arroios mandei asfaltar da BR 153 até a porta do Hospital São Leonardo. Não tínhamos o alinhamento que o governo de vossa excelência tem hoje, por isso fizemos com recursos próprios.


Morri em carne – mas tenho olhos, secretário e, vejo as obras do prefeito e da vice-prefeita. Reconheço-as. Alinhamento, emendas e Orçamento Participativo, respeito. Sou conservador secretário e talvez não me compreenda. Nem os seus. Venho de um período onde os eleitos sabiam que o foram não para servir rúcula com cebola em mesas cheias de votos, mas para servir ao povo oferecendo serviços de qualidade. Eleito por uns, representante de todos e, que assim fosse ‘duela a quem duela’. Falando no autor do epitáfio político, com quem tem andado o considerado em Palácios D ’Estrela!?

Meu caro secretário de Obras!
Noves fora o compadrio de sacerdotes canhotos que 2014 anos depois ainda traem a verdadeira obra de Cristo quando por aí esteve, vendo com os próprios olhos e sentindo na carne o que se pregava e se fazia nas sinagogas do seu tempo – pois, noves fora essa corrente à qual vossa excelência se associou a pastorais oportunistas em meio à gente de boa fé, porém desinformada e pior que isso, mal informada, vossa excelência alçou-se pregador de uma boa-nova à qual viraram as costas assim que botaram a mão no poder; pois – secretário, voltando, leve o assunto ao senhor prefeito Paulo Alfredo Polis e à excelentíssima senhora vice-prefeita, Ana Lúcia de Oliveira, para o discuti-lo com o fito de corrigir o que está errado – certamente não por má fé, mas por... sabe-se lá por quê!

Não tenho a fórmula do asfalto da BR 153 até Três Arroios. Se não engano quem mexeu naquela massa foi o querido dr. Julio (Zanella),. No mínimo ele saberia informar quem foi o autor. Naquela obra explodimos rochas e mais rochas até a entrada do hospital. Imagino o que a competente assessoria de imprensa do ‘alcaide’ não escreveria se presenciasse a obra que eu, modestamente, liderei. O meu nome estava em jogo. Eu era mesmo um conservador, não lhe parece!? Tínhamos no conceito de história – um valor. O dr. Firmino (Girardello), outro do qual talvez vossa excelência nunca ouviu falar, foi um dos líderes de uma obrinha, a ERS 135, a mesma onde hoje em dia, governos populares não conseguem nem implantar um mísero trevo... Mas, enfim, talvez seja só uma questão de conceito!

Senhor secretário!
Apelo em nome dos que aqui fazem coro, pela singela razão de que nunca antes na história desta cidade, nem nos tempos das mulas soltas no Mato da Comissão, falou-se tanto em ruas e avenidas tão esburacadas, tão ardilosas, tão maltratadas como se dá depois das tais operações tapa-buracos.

Sei que não pensam assim e a prova da boa-aceitação está na lavada eleitoral. Mas, até eleições que levam ao poder, têm nuances que até os infernos mais aquecidos desconhecem, porquanto acobertam, não raras vezes, assuntos de qualidade. A única coisa que posso assegurar é que as pessoas de senso sabem que as veias e as artérias da nossa cidade, hoje, são uma piada não fossem uma tragédia autorizada pela caneta em uso.

Senhor secretário – aja!
Faça de conta que seus patrões conduzem o ‘rebanho’ para frente dos bancos, imobilizando o trânsito (Meu Deus que ironia – e vossa excelência agora em cargo para dar mobilidade ao trânsito... não seria uma doce vingança!?), pois, excelência, faça de conta que estão de volta aqueles dias de gaita e violão, de gritos e berros contra quem em governo e, agora, com o poder – governe. Isso – governe!

No mais, diga ao senhor prefeito e a senhora vice-prefeita que a despeito das nossas diferenças políticas aí, que no fundo sei nem são tão grandes assim - estamos torcendo pelo melhor, até por que aqui somos todos do mesmo partido: do Frizzo ao Matté, do Jocelito ao Pinguinho, da Carlinda à Maria de Lourdes, do Grasel ao Chitollina, do Frey ao Gollin, do Helly ao padre Tarcísio que chegou esses dias, do Nicolini ao Maccagninni.

Uma última coisa. Da próxima vez em que vossa excelência estiver presente em um evento oficial, como nos 95 anos da Accie, quando tocar o Hino Rio-Grandense, por favor, fique como quiser, menos com as duas onde as colocaste. Tire-as do bolso antes que alguém mais o flagre, porque do contrário, nossas façanhas se envergonharão, porquanto, sentir-se-ão desmerecidas em servir de modelo. Dom Balduíno (seu ídolo da Pastoral da Terra que aportou esses dias), ficou vermelho quando viu a cena. No mais, não se enerve. De mim também diziam maledicências. Até o nosso interlocutor cometeu suas gafes – aquele Odyyy duma... Pelo que sei parece que vem mudando! Eu nem liguei e me concentrei na missão. Portanto - não se esqueça do miolo desta missiva: o asfalto secretário. O asfalto que fecha hoje e abre amanhã. Ele corta pneus, entorta rodas, quebra molas e, n’alguns casos, até pode trincar carreiras políticas. Cuidado - pois!

Um dia, quando fores convocado para residir entre nós, nos veremos pessoalmente. Traga o violão. Também gostamos de cantar e descontrair. Verdade que não temos bancos pra fechar e nem trânsito pra infernizar – mas que diabos, isto jamais iria acontecer mesmo, afinal, vossa excelência não é o homem da mobilidade urbana!?
Um abraço ao Arlindo (Madalozzo).

Saudações eternas,
Jayme Luiz Lago’.   



PS – Chega-nos a notícia que o interlocutor esteve com o prefeito e que sua excelência garantiu que não vale a pena fazer dívida de R$ 20 milhões para o asfalto. Melhor ir aos poucos e como eu fiz: com recursos próprios. Diga-lhe que concordamos PT – Saudações! 

terça-feira, 20 de maio de 2014

Os guaramirins do Bosque




* Homenagem à direção do Atlântico FC que tem na presidência Éder Schievenin com votos de uma feliz gestão em 2014. O Galo da nº 5 vai priorizar a formação das categorias de base e, agora filiado a FGF quer voltar em três a quatro anos. O tempo dirá. Em 1992, numa manhã de sábado que se estendeu até o fim da tarde quase, no ‘Bosque do Galo’, povoado de Guaramirins e Canelerias, atlantistas estenderam uma faixa onde se lia: ‘O Galo de volta para o futuro’. O reencontro de ex-atletas, dirigentes e torcedores, renovou as esperanças de quem gostava do verde-rubro com onze, mas desde aquela luz no túnel lá se vão 23 anos e, hoje o FC é uma entidade divorciada do CER – mesmo que alguns queiram minimizar a realidade. Os nomes são os mesmos, a semente e a raiz também. As histórias se confundem, assim como as cores e o símbolo e, até, pessoas. O hino!? Mas – os caminhos e os destinos se distanciam cada vez mais. Que ambos sejam felizes e se os deuses do esporte, que a tudo assistem, um dia quiserem que se reencontrem – a reconciliação poderá ser mais fácil do que se imagina, porquanto, não são estranhos entre si. Já foram um só. Quem acha que são parentes – sabe que o mais novo é costela do outro, precipitando o centenário. Mas – voltemos àquele sábado de 1992 no Bosque do Galo.    






‘ - Ali ó, mais à esquerda, na lateral do campo, fizemos um churrasco em 1992. Tem até foto na entrada do estádio (?). Se não me engano naquele churrasco – o primeiro do Bosque do Galo (pra mim – Baixada Rubra) para quem vê o local como a casa do futebol de campo do Atlântico FC e Bosque do Galo para quem vê o local como mais um retiro de lazer, pois, isso mesmo, foi ali – lá, ao lado do Distrito Industrial, o Pedrollo, como é que é mesmo o nome dele, Vinícius; - isso, falou para uns 60 ou 70 atlantistas que recomeçaram com o futebol. Ou ao menos – ensaiaram um recomeço. Fazendo as contas na ponta do lápis, esse recomeço dá quase o dobro do tempo em que fecharam com o futebol na legítima Baixada Rubra e implodiram o estádio. Para quem tem dificuldades com as datas lá vai: fechou em 1977 e implodiram tudo em 1991: 14 anos. O churrascão de retomada do futebol de campo no ‘Bosque do Galo’ foi em 1992 e estamos em 2014: 22 anos. Isto é o que se chama decisão de fazer voltar o futebol – com o apoio decisivo, (a redundância é reconhecida) claro, dos que terminaram com o futebol de campo no centro da cidade.

Mas, voltemos ao churrascão de 1992: Nossa Senhora de Fátima, lembro até hoje.
Era sábado, 5 de dezembro.

Saí da Difusão depois de apresentar o programa do Hospital de Caridade, faltando 15 pro meio dia. Quando passei pelo Distrito Industrial levantou uma poeira na saída do asfalto. Passei ‘voando’ pelo motel Beko’s e logo vi uns 50 carros estacionados na entrada principal do ‘Bosque do Galo’, como anunciaram naquela época – nome que pegou, graças, graças, graças a mais lazer sob as árvores - e menos futebol.

O Vinícius estava de camiseta vermelha, presidente do Atlântico e falava no rádio do carro da Erechim, dentro da unidade móvel dando uma entrevista ao eterno Euclides Tramontini. Estacionei meu Gol 1983 ali perto da goleira da entrada. Gol 83 – e isto que passei ‘voando’ pelo motel!? Meu consolo, hoje, olhando para trás é que o automóvel mais moderno era um 1992 – hoje já com 22 anos, ou seja, mesmo tempo que o Atlântico tem se arrastado na sua caminhada de Moisés quando tirou os hebreus do Egito para conduzi-los à Terra Santa. Foi tanto tempo que Moisés morreu antes de entrar na Terra Santa – missão confiada a Josué. Será mesmo? Em tempo: s hebreus chegaram – já o FC profissional...!

Embaixo das sociais (que sociais?– onde hoje é a secretaria e tem um salão de festas em cima!?) corria uma água limpa que mais tarde vim a saber do Marcos, o Marcão, colega de jornal e amigo de vida, ser um legítimo - ‘ó Ody – isto aqui é um legítimo veio d’água’.

Logo quis comprar uma camiseta que vendiam a CR$ 100 mil. CR$ 100 mil? Estava disposto a dar um cheque, duvidoso de fundos é claro; mas não demorou e, logo, ganhei uma verde-rubra de presente. Coisas que a imprensa reserva à sua gente. Até hoje tenho para mim favores para contrabalançar desdéns que a profissão também nos reserva, principalmente quando se quer guardar fidelidade em honra à profissão, etecetera e tal.




Eram Pedrollos, Santolins, Zanardos, Pianas, Pagliosas, Canteles, Bordins, Mocellins, Caldarts, Mullers, Donidas, Caldarts, Vieros, Fasolos, Ariolis, Tosettos, Dal’Zotts, Balvedis, Massignans, Castros, Carraros, Mattés, Carons, Bertos, Malinowskis, Menegattis, Girardellos, e outros, por entre guaramirins e caneleiras. Todo mundo contando histórias de atlangas e jogos que marcaram o Altântico durante sua vida. Até o bispo Dom Girônimo Zanandréa andou por lá naquele sábado de manhã.

Aliás, depois dos discursos, quando o Vinícius quase chorou com saudades de ofender um árbitro, foi o que ele disse enquanto discursava, outros também se fecharam com um nó na garganta, provavelmente, todo mundo sentindo a mesma saudade – mas, como dizia, depois dos discursos o bispo acomodou sua estola no pescoço e arremessou água benta sobre as cabeças atlantistas, a maioria, é claro, pra lá de pecadoras. Há quem garanta que a Antártica desceu melhor depois que a água benta do bispo voou pelos ares puros dos guaramirins. Estávamos – abençoados e liberados. E, ademais, pasmem – Dom Girônimo, talvez sem querer fazer média, apareceu vestido de vermelho quando leu São Paulo e falou de Coríntios.

Um barril de chopp e quarenta garrafas depois – havia quem jurasse que o bispo tinha mencionado São Paulo e Corinthians.

Confesso que a paixão sempre foi um tema que fascinou. Nada como uma paixão para expor a verdade da pessoa e, depois, desnudar suas contradições. A gente vira gente quanto fala sem reservas, enfim, com o coração.
Naquela manhã a paixão não pediu licença.
Rolou abusivamente.
Ouvi em mais de seis rodinhas contarem o famoso 2 a 1 do Atlântico no Ypiranga, todas as seis de modo diferente.
Numa delas o Índio aparou um cruzamento do Tomasi e desempatou o jogo aos 42 do 2º tempo. Em outra o Índio empatou aos 38 e desempatou aos 44.

- Nunca esqueço.
O ypiranga estava ganhando por 1 a 0. E nóis lá. Os amarelo (ypiranguistas) começaram a gozá e já gritavam olé, má lá pelos 40 do 2º tempo o Pinhão (Índio) driblou trêis ô quatro e empatô. E pior – o empate não servia. Quarenta e cinco e o juiz ia apitá o fim do jogo, e aí o Índio, de novo, saiu driblando do meio do campo e fez o 2º gol. Credo. ‘Pelo Amor de Deus – vamos acalmar’ gritava o Tramontini. O pavilhão balançava só de um lado. O vermêio. O nosso. Do ôtro lado, nas arquibancadas cás tábua tudutorta pela chuva e sol, e meia soltas, nóis pulava (ignorando o perigo de despencar). Nunca me esqueço’. 
- Dá mais duas, gritou o Santolin – para festejar a recontada do clássico 126 pela, pela... enésima vez.

A verdade dos fatos é que foi um Atlanga em 1961 na Montanha (antigo estádio do Ypiranga antes de inaugurar o majestoso – Colosso da Lagoa). Tomasi (atacante atlantino) foi expulso e Noronha (quarto-zagueiro, craque de bola) sofreu uma lesão e ficou em campo só para fazer número. Mal podia caminhar. Eram 11 contra 9. E o Ypiranga tinha um timaço. O Atlântico perdia de 1 a 0 e o empate era do Ypiranga. Aos 36, Índio (o Homem Atlanga) dribla Gaieski, Zapata e Danúbio e empata o jogo. Aos 42, endiabrado – Índio livra-se novamente de Gaieski, dribla Schneider e encobre o goleiro Osvaldo que saía da meta apavorado. Era o 2 a 1. Índio desmaia em campo. Quando Lindedorfe Xavier apita o fim da partida, a torcida atlantina pula o alambrado e invade o gramado. Um dia – aqui no blog conto a história completinha do jogo e do que cercou a decisão. Para a maioria dos atlantistas – a maior vitória de todos os tempos nos clássicos.

Bueno - voltemos a 1992.
No Bosque do Galo lá pelas três da tarde desmancharam as mesas, colocaram as tábuas num caminhão e levaram de volta para a Intecnial com a promessa do Jaca (Jandir Cantele) de que as emprestaria de novo, mas desde que alguém se comprometesse em recolhê-las. Aliás, de lá em diante, perto das sociais, dizem que fizeram dezenas de churrascos e contaram outras dezenas de vezes os dois gols do Índio – fora o inesquecível Atlântico 6 x 5 Lajeadense, este, um escândalo – mas a ‘nosso’ favor.
Um dia também ainda conto.

O Delcy, o Nadir, o Amilton, o Testinha, o Marcão, o Tramontini (Meu Deus – então já tinha imprensa antes...!) e eu saímos pelas 4 da tarde. Queria ver São Paulo e Palmeiras – mas paramos num bar da Sete. Gastamos o resto da tarde ‘mastigando’ nossa paixão maior ‘a imprensa’ e derrubando mais algumas geladas.

Naquele sábado, na edição de “A Voz da Serra’ tinha escrito que quem quisesse virar retrato de parede que fosse ao Bosque do Galo. Hoje, quando me deparo com uma daquelas fotos, fico de boca aberta: como passa o tempo!

Uma coisa não me sai da cabeça.
Lá no Bosque do Galo, enquanto bebiam e falavam sobre o passado e, os planos de futuro, saí um pouco do arvoredo. Não sei se brotou do imaginário, mas logo tive a convicção de que entre guaramirins, mamicas de cadela e caneleiras ouvi: ‘esse lugar é sagrado pra quem é atlantista. Cuide bem dele. Um dia não serão 60 ou 70 – mas quem sabe - milhares que estarão por aqui, gritando e agitando bandeiras por uma mesma causa. Multiplicando um sentimento individual’.
Por enquanto – a coisa ficou mesmo no imaginário.

Mas este será sempre o Galo Verdadeiro – o Galo do Jango, do Vinícius, do Charuto, do Koff, do Tomasi, do Arizinho, do Doracy, do Osmarino, do César, do Alemão Preto, do Lewis, do Véio Graví, do Altair Santolin, do Índio, do... – o meu! Dos dirigentes desses últimos 23 ou 37 anos que ainda ‘teimam’ em bradar: ‘Avante,
Vamos à luta...!’.




E para que esta geração que ainda mantém desfraldada a bandeira verde-rubra do futebol de campo, deito aqui o último clássico Atlanga, dos meus registros completos. Depois haveria mais dois – mas não tenho os times. Ambos em 1981: zero a zero no Colosso da Lagoa e um 1 a 1 na Baixada Rubra.

Mas, antes, como disse, o meu ‘último’ completo foi em 25 de novembro de 1976. Atlântico 3 a 1 no Colosso da Lagoa. Ferreira de Almeida foi o árbitro. Gols de Zeca, Paulo Taborda e Darci (A) e Paulo Roberto (Y).
Este jogo contrariou uma tese histórica do futebol: quem domina o meio campo controla a partida e geralmente ganha. Mas não foi assim. O Ypiranga dominou o setor, mas o Atlântico, fechado – saía em contra-golpes usando a velocidade dos seus homens de frente. Nos primeiros 45 ficou no 1 a 1. Mas em duas escapadas o Galo confirmou a vitória no 2º tempo.

O Ypiranga teve: Jurandir; Jonas, Moacir, Joubert e Cito; Éderson, Lambari e Paulo Roberto; Zezinho, Vilson e Rosalino.
O Atlântico venceu o último clássico da sua história – a menos que um dia volte -, jogando com: Luis Carlos; Cosme, Carlos Alberto, Virgílio e Adão; Zé Carlos, Zeca e Fernando; Jaime, Darci e Paulo Taborda.

Ah – os guaramirins...!’.




segunda-feira, 19 de maio de 2014

URI completa 22 anos

  Universidade cobre mais de 100 cidades


Pró-reitor de Administração, Clóvis Quadros Hempel, Pró-reitora de Ensino, Rosane Vontobel Rodrigues, Reitor - Luiz Mario Silveira Spinelli e Giovani Palma Bastos, Pró-reitor de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação

A Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) completa segunda-feira, 19, 22 anos de atividades e reconhecimento oficial pelo MEC. A universidade que se caracteriza por ser multicampi, regional e, principalmente, comunitária, possui seis unidades localizadas nas cidades de Erechim, Santo Ângelo, Frederico Westphalen, Santiago, São Luiz Gonzaga e Cerro Largo. Conta atualmente com 43 cursos de graduação, 30 de pós-graduação, sete mestrados e um doutorado. No total são 12.500 alunos de graduação, 1,3 mil de pós-graduação e mais de dois mil alunos nas suas seis escolas de educação básica. A URI possui 85 grupos de pesquisa e desenvolveu no ano passado, 397 projetos de pesquisa. Também atendeu 74 mil pessoas nas diferentes áreas do conhecimento prestando serviços de extensão com destaque para as áreas de saúde e jurídica através de parcerias com órgãos públicos. A universidade conta ainda com 1.867 professores e funcionários, tem um acervo bibliográfico de 491 mil obras e possui 380 laboratórios. Conta também com museus e corais em suas unidades. Dispõe de quatro Pólos de Modernização Tecnológica. Através da oferta de bolsas do ProUni e programas próprios, em 2013 a URI beneficiou 3.347 alunos totalizando um investimento de ensino gratuito superior a R$ 23,6 milhões. A URI recebe alunos de mais de 100 municípios no Alto Uruguai, Médio Alto Uruguai, Missões, Fronteira Oeste e, cidades de Santa Catarina. Mantém ainda convênios com diversas instituições nacionais e internacionais. Para o reitor Luiz Mario Silveira Spinelli, a URI “através de sua atividade comunitária, coletiva, democrática, responsável e cidadã, transformou as nossas regiões, oportunizando à população a busca de uma formação em uma instituição de qualidade”. A URI integra o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) e a Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc). Neste ano a URI tem um orçamento de R$ 173 milhões. Sua reitoria está localizada em Erechim e a Fundação, mantenedora da universidade tem sede em Santo Ângelo.-



segunda-feira, 12 de maio de 2014

TORDILHO NEGRO de Teixeirinha tem 12 versos. Nenhum se repete.




Publicado no Jornal Boa Vista dia 24 de abril
  
NA EDIÇÃO ANTERIOR abordei alguma coisa sobre caminhos que levam ou não a uma eleição. Por oportuno, e contribuições de terceiro, volta ao tema.

TORDILHO NEGRO de Teixeirinha tem 12 versos. Nenhum se repete. Não é fácil guardar a letra e cantar sem errar. Mas, um ilustre candidato a deputado federal da região, elegeu-se cantando ‘Tordilho Negro’ aonde ia pelos confins das regiões do chapéu do Rio Grande. Pelo menos este é o entendimento de um parlamentar dos nossos tempos que conviveu com o eleito da época.


MAS NÃO FOI SÓ DE VIOLÃO E GOGÓ que o candidato conseguiu espetacular votação. Outras estratégias lhe foram de imensa valia para o crédito da votação – emenda o parlamentar dos nossos tempos e que testemunhou aqueles. Mas eis aí um exemplo de, por onde, um candidato – não importa sua qualificação – pode virar parlamentar.


OS CAMINHOS QUE LEVAM a conquistar a confiança do eleitor, na maioria das vezes, não têm nada, absolutamente nada a ver com as necessidades do cristão que espera séculos pelo Messias e quando O tem – entrega-O aos ‘sacerdotes’ por inveja. Ou seja – troca-se por 30 moedas ou algo do gênero que o excite naquela hora.

QUANDO O ELEITOR PRECISAR do que de fato precisa para viver num torrão mais desenvolvido, aí ele nem se lembra, sequer, em quem votou.

PARA QUEM NÃO SABE O QUE DIZER, pegar um violão e decorar um clássico de rincão pode ser uma boa. Pode render mais votos que queimar pestana com projetos para desenvolver o torrão.
‘Correu notícias que um gaúcho
Lá da estância do paredão
Tinha um cavalo tordilho negro
Foi mal domado ficou redomão...’

CACO POR CACO vote no Polaco foi em determinada eleição o bordão usado pelo deputado estadual Iradir Pietroski, hoje, ilustre conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

FOI DIRETO À MENTE E AO CORAÇÃO do eleitor. Poucos, talvez ninguém, na política ‘made in Alto Uruguai’ tenha identificado com tanta precisão, e sucesso, o que de fato a nossa gente espera de um deputado, ao dar seu voto, quanto Iradir Pietroski.

E ISTO DEVE SER RESPEITADO, afinal, não é comprado, não é obrigado, apenas, quem se identifica e aceita – dá. Dá o seu voto pelo motivo que quer.

E FOI COM REPETINDO, ‘CACO POR CACO – vote no Polaco’, que o polonês, Iradir Pietroski cansou de ser deputado, foi presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e hoje é um dos membros do Tribunal de Contas do Estado.

IRADIR PIETROSKI podia dar umas aulas a muita gente sobre como se ganha uma eleição, como se conquista uma cadeira na Assembleia. Podia dar aulas para muitos candidatos, especialmente, aos de oposição e, em especialíssimo, aos ‘entendidos’ de grandes projetos que a cultura tupiniquim ainda não alcança.




NESTES 12 ANOS DE BOA VISTA devemos, por obrigação, agradecer a todos os que acreditaram na ideia e na iniciativa. Também a todos os que se dispuseram a dar entrevistas e informações. Um veículo de comunicação não é um fim em si mesmo. É uma caixa de ressonância dos que fazem a história da comunidade e um farol que deve sempre iluminar os caminhos do livre pensamento, da livre manifestação e da livre iniciativa.

OS DEUSES DO FUTEBOL’ máxima muito usada pelo veterano amigo e colega Milton Ferretti Jung (apresentador oficial e insuperável do antigo Correspondente Renner da Guaíba) – anteciparam-se em Erechim.

O ATLÂNTICO fará 100 anos em 2015. Mas, os ‘Deus do Futebol’ decidiram intervir e dar o presente à nação verde-rubra um ano antes. Não era esse o ‘combinado’, mas deram à comissão diretiva, técnica, atletas e torcida, a Taça Libertadores da América, agora.



NÃO TERÁ SIDO UM TRIBUTO que não podia esperar por tudo que o presidente Julio Brondani tem feito por esse clube – desde a segunda metade dos anos 1970!?

FALANDO EM TRIBUTO - Enquanto o ICMS por bandas verde-amarelas varia entre 12% e 17% - no Canadá as autoridades cometem a insanidade de cobrar até 0,5%. E pasmem: isenção total em alguns produtos de primeira necessidade. É por isso que eles não podem patrocinar uma Copa e estão numa miséria de dar dó!

NOS 95 ANOS DA ACCIE foi possível observar o quanto a aristocracia ‘made in Campo Pequeno’ preza por sua posição social. Quanto ela é fiel – acreditada. Aplaudiu e abraçou-se, sem constrangimentos, a seus novos ídolos do momento – ironicamente os que sempre combateu, pelas costas, é claro. Mas o Egídio Lazzarotto resumiu a curiosidade: ‘é a força da caneta!’, concluiu.

MAIS CONFIÁVEL ERA O VELHO PT e seus movimentos sociais. Ao menos não tinham vergonha de assumir suas posições e não se misturavam com quem combatiam abertamente por ideologias, teses ou ações – ou seriam em verdade - só interesses.

UM DIA, quando a governadora Yeda Crusius esteve no Polo de Cultura – o vereador e, se me engano – ainda presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação, Anacleto Zanella, montou uma barraquinha na entrada do Polo e, isoladamente mostrou de que lado estava.

COMO OS DINHEIROS DE CUBA são injustiçados, quando ‘aristocratas do interesse próprio’ descobrem que as cifras vão, eventualmente, mais para a ilha do que para seus negócios!


sábado, 3 de maio de 2014

Coluna publicada no Jornal Boa Vista em 10 de abril de 2014

* TERMÔMETRO ELEITORAL é o que pode representar a eleição ao governo do estado deste ano para Erechim. Afinal, PT e PMDB terão candidatos em potencial – a travarão a meu juízo uma disputa bem diferente da que tivemos em 2010, quando enquanto o PT tinha um Tarso Genro, o PMDB quase não era sentido com José Fogaça.
* BANHO de votos foi o que o PT deu no PMDB. Aqui, Tarso Genro recebeu 30.142 votos. José Fogaça – 8.408.
* OUTRA conversa é o que imagino para 2014. Tarso Genro traz consigo a força da máquina, mas também carrega o fardo do desgaste natural. No Rio Grande não há notícias de quem alguém tenha sido reeleito. Mas a questão não é essa. A questão chama-se José Ivo Sartori.
* NÃO SEI se o PMDB de Erechim sabe o candidato que tem para outubro. Talvez fosse interessante correr atrás e buscar informações. Seria mais que oportuno, inadmissível, que o PMDB local não desse a sua devida colaboração enquanto habitante de uma cidade-pólo de quase 100 mil almas.
* E SE José Ivo chegasse lá!?
E se assoprassem que o seu partido, na maior cidade do chapéu do Rio Grande, não correu como os outros 10... em campo!?
* OPORTUNIDADE é isto que o PMDB de Erechim tem com José Ivo Sartori – de se reencontrar consigo mesmo.

* AS CAJADADAS seriam duas com uma eventual superação de José Ivo sobre Tarso: o PMDB estaria re-habilitado no estado e, abreviaria a discussão doméstica a respeito de 2016, se é que alguém ainda anda de touca com uma vela à mão acreditando que Papai Noel é que bate à porta no meio da noite em agosto, anunciando que o PT será vice do PMDB.
* SE JOSÉ IVO mostrar-se superior, o PMDB local pode também dormir tranqüilo quanto à sucessão municipal pela singela razão de que, sozinho, o PT, também sabe que suas chances despencarão como as ações da Petrobras.
* A SORTE estará lançada se PT confirmar Tarso e PMDB, Jose Ivo: em Campo Pequeno será melhor que cada partido faça o seu papel, a sua parte, para não ter que se explicar depois. Digo isto por entender que um deles estará em um 2º turno contra outro nome e que não está coligado com a dobradinha que se encastela em Campo Pequeno.
* NA LÓGICA inversa dos casais bem sucedidos – largam-se as mãos em salão e cada um é dono da sua vida em público; para mais tarde, na alcova do castelo/lar, brindar e gargalhar do que representaram.
* E NESTE BAILE de interesses políticos e outros quetais – há que observar, a bem da verdade e da justa justiça, que outros ‘casais’ também assim poderão proceder. Com a ressalva que os empobrece sobremaneira, de que, seja qual for o resultado do seu nome ao Piratini – não será em castelo que dormirão.
* CHEGA A SER COMOVENTE o artigo assinado pela senhora Ondina Piaia e que saiu no BV na última quinta-feira na página 4 sob o título Anjos e Demônios. Conhecendo a história construída pela professora, cidadã e militante política da mais fina cepa do saudoso PT liderado por gente como a gente – consigo imaginar o que passa pela cabeça de uma mulher como Ondina.
* DE CHAPELÃO de palha correndo a cidade inteira, de casa em casa e, pregando uma ‘boa nova’ que viria através de gente como gente (até que enfim), e agora, tendo que conviver com tudo que ela mesma lista – afora o que ficou de fora -; pois é de se imaginar como uma coisa destas deve ser decepcionante. Tanto que a considerada pulou fora quando viu que aos poucos podia perceber-se como personagem – das menos expressivas, e que emolduram a obra de George Orwell - ‘A revolução dos bichos’.
* O MESMO não posso dizer do mestre Ernesto Cassol. Entrevistado esses dias na TV, o professor ainda mantém o seu discurso anti-imperialismo/americano, desconhecendo que o partido fez onda e surfa em outra.
* ALIÁS, NO DIZER DE UM NEOPT sobre o próprio mestre Cassol, a quem diz manter respeito por sua história no partido; afirma ele que há muitos anos o professor perdeu o fio da meada do PT. Ou seja: o professor e fundador estaria marchando de passo trocado com o PT dos novos tempos. Teria perdido o trem da história do PT. E olha, não deixa de ser verdade. O que não está claro é quem tem razão: se o neoPT que já acumula nomes com larga ficha ou o mestre que continua com seus sonhos de ver uma sociedade mais justa e igualitária, dando aulas aos 70, andando a pé sob sol, chuva ou frio e, não carrega celular.
* PENSANDO BEM não é só Ondina que se espanta ao refletir sobre Anjos e Demônios: de que costela saíram PSOL, PSTU, Solidariedade...
* MAS ESTA AVALIAÇÃO não é exclusiva do PT. Alguém saberia explicar as linhas ideológicas de um PDS a um DEM passando por um PFL? Ou a diferença entre um PTB e um neoPMDB?
* RECORDAR PARA NÃO ESQUECER é o que deviam todos fazer sobre o atual momento de (in) segurança pública que a cidade vive. Em 2008 o candidato Paulo Polis pregava na campanha que a cidade estava com um grau de violência fora de controle e que era preciso dar um basta nisso. Para tanto criou a Secretaria da Segurança e de Proteção Social.
* CLARO QUE A PASTA ganhou outro caráter, outro papel. Ou seja, sua excelência, uma vez eleito e sabedor ser impossível ao município cumprir o prometido; simplesmente reconhece o equívoco deliberado (?) e volta ao mundo real.
* NO DIA 26 DE JANEIRO postei um texto no meu blog - ‘Blog do Ody’ - com o seguinte título: Ypiranga - melhor, mas será o suficiente?
Escrevo, obviamente, antes de ontem à noite quando o canarinho teve o direito de disputar a final para saber se já sobe à Série A agora, ou se terá que esperar mais. Era a prova que tinha melhorado e, muito. A campanha confirmou o que todos viram no primeiro amistoso, apesar da derrota para o 3 de Febrero, que deu origem ao texto.
Agora - foi o suficiente?!