Nem sempre os planejamentos dão certo.
Mas quase sempre dá errado tudo que não planejado é.
Se não é mãe biológica, o equívoco, o erro, o insucesso, a
derrota... tem no improviso, na pressa ou na invencionice de última hora - madrasta.
Todos os anos me pergunto qual o segredo do CER Atlântico em
quase tudo que coloca em
prática. Um exemplo – o Futsal.
Sem os vultosos investimentos de agremiações não raras vezes,
de conquistas passageiras para logo ali na outra esquina do tempo cair no
esquecimento, o Galo pavimenta uma trajetória amparada e espelhada ao interno e
ao externo na segurança - sem a certeza do resultado -, porém, com a convicção
de quem pensou se uma ou outra curvinha de seu mascote está de acordo ou poderia ser mais enxuta. Detalhe irrelevante – mas se é da fonte dos detalhes de onde
brota tudo, que nada fique para o amanhã e, muito menos em segundo plano.
Não sou administrador, mas observa-se quando se deseja
constatar, que nos empreendimentos empresariais, sejam eles econômicos,
políticos, sociais ou esportivos, que ali não há espaço sequer para discussão,
ou cogitação, de absolutamente nada que denote o improviso, o empirismo, o
achismo. Como em uma corrida de 800 metros há um plano para a largada, um
método para o desenvolvimento da corrida e uma estratégia de chegada, esta sim,
podendo sofrer variável considerando as circunstâncias.
O fato concreto é único: mais uma vez o Atlântico na
apresentação do seu projeto de Futsal/2018 deu uma aula de como é possível
fazer alguma coisa com planejamento onde a organização é a prioridade
hierárquica, e a descentralização de funções e o comprometimento individual e
coletivo – vigas-mestras que conduzem com possibilidades mais viáveis ao altar da
vitória.
Para amparar na base e num olhar 360 graus, o que o clube
apresentou na noite do dia 19, foi isso - na presença maciça de elementos que
fazem parte do projeto/espetáculo, não obstante, a maioria não botar o pé na bola.
E aí entram os apoiadores de todas as escalas – todos com
seus lugares no palco CER Atlântico/2018 -, entidades públicas e privadas,
empresas, pessoas e imprensa.
Apresentou ainda em seu discurso, o presidente do clube,
Julio Cezar Brondani, uma contribuição do verde-rubro aos 100 anos de Erechim,
sediando em junho a 45ª edição da Taça Brasil de Futsal. Mas enfim, em um salão
tomado de convidados do clube, afora a largada oficial do Futsal/2018 com
apresentação dos setores da área, inclusive de atletas e dos uniformes para o
ano, o que viu mais uma vez foi a capacidade de se mostrar organizado para os
desafios – que de resto configuram uma marca do CER Atlântico, e, por que não,
quase um DNA obsessivo de seu presidente – um discípulo do pensar antes, e mais,
para não errar depois, ou, se o equívoco der as caras, que seja o menos
perceptível e prejudicial possível dentro do que devida, cuidadosa e
meticulosamente planejado foi para que não pinte na área.
Como o próprio presidente destacou: “É preciso dizer que a
vida, e suas vicissitudes, nos ensinam que a força não vem apenas das vitórias.
São nossos esforços que desenvolvem nossas forças. Quando enfrentamos os
obstáculos e nos decidimos a vencer, isso é força. Força, fé e coragem”.
Porém, como tudo na vida nem sempre acontece como se
projeta, e até às vezes, raras é verdade – somos apanhados pelo Imponderável
FC, também forçoso se faz enfatizar e considerar outra observação do presidente
Julio Brondani: “palavras são palavras, explicações são explicações, mas o que
conta para o torcedor e os públicos a que estamos ligados, são a transparência
dos objetivos traçados e os resultados conquistados”. E aí mostrou duas folhas com sua fala e, virando-as, mostrou-as límpidas, linhas que registrarão a história do verde-rubro este ano.
Agora – que os acidentes ocorrem menos quando o céu está
limpo, isto é de uma segurança associada às lógicas que tem um histórico que
beira aos céus. Em contraponto, assim também é com a visita engenhosa do
imponderável ao nos "brindar" com o bilhete sorteado que ninguém deseja,
constituindo-se em um evento também possível, porém mais raro – e que vai
para depósito na prateleira das escassas surpresas – quase dos
milagres.
Dito isto, a bola já rolou para o Galo. E na Copa Verão de
Futsal Cidade Capão da Canoa, nem o milagre do desastre – nem o objetivo
mais alto. Mas, mantendo-se fiel à sua trajetória de segurança e
confiabilidade, um vice-campeonato. O que, convenhamos, está bem de acordo, e dentro do que uma instituição organizada pode alcançar no alvorecer de um dia de 365 auroras, sem a ilusão de uma
largada que pode conduzir a enganos, nem a decepção de quem, açodadamente,
rasga não uma – mas duas folhas, bem como o presidente mostrou no dia da
apresentação e que a estas alturas do 2018 estão para serem preenchidas.
“Avante/
Vamos para a luta..!”