Bola viajando do escanteio para a cabeça de Saimon que não aparece, mas vem de trás. Crédito: Ilair Tumelero/Agência Giramundos/Ypiranga F.C. |
O Ypiranga trocou sua
comissão técnica para 2020 porque desejava mudar seu foco: jogar pela vitória
postando-se em campo com este objetivo. E ao bater o São Luiz na estreia do
Gauchão/2020, na surpreendente noite de vento frio no Colosso da Lagoa,
quarta-feira – 22/1; o time dirigido por Paulo Henrique Marques levou a campo
um modelo do jogo que visava, primeiro ganhar a partida. Depois - não perder. O contrário do que sempre se ouve dos técnicos. Mas atenção: apesar da postura visivelmente vocacionada ao ataque - o Ypiranga não criou muitas oportunidades para marcar.
Até os 30 minutos do primeiro
tempo, junto com o vento frio que castigava os torcedores, circulou pelo gramado
e arquibancadas do Colosso da Lagoa, um ar de preocupação. O jogo estava igual. O São Luiz não se
intimidava e ameaçava. Muito por que o meia Clayton não encontrava seu lugar e
parecia meio perdido entre Fidélis e Zotti. Mas aos poucos isso foi sendo
corrigido e o time assumiu o controle. Tanto que conseguiu uma penalidade. O
número 9, Neto bateu forte, no canto, mas à meia altura. O goleiro Reynaldo saltou
e fez grande defesa. Logo em seguida o atacante Michel fez uma belíssima jogada
pessoal e por muito pouco não abriu o marcador, depois de encobrir um zagueiro
e na saída do goleiro Deivity, cutucou para fora. Antes disso, ainda, uma bola entre a zaga do Ypiranga, obrigou o goleiro Deivity, a abandonar a meta e dividir com Michel quase na risca da grande área. O goleiro foi mais rápido e segurou o que poderia ser o gol do São Luiz. Até ali o jogo era igual: técnica e fisicamente. No intervalo havia uma convicção entre torcedores: dá para
ganhar. Mas se não cuidar – também pode perder. O jogo não tinha cara de
empate.
Na etapa complementar a
partida recomeçou num ritmo mais lento, mas, de novo - comandado principalmente por Zotti no meio
campo, com o prestativo auxílio dos laterais Muriel e Ávila, o Canarinho foi
aumentando a pressão. A essa altura – os dois médios -, Fidélis e Clayton já se
entendiam bem. O miolo da zaga com Saimon e Diogo Silva revelava seriedade e
firmeza e, tudo isso, dava mais consistência ao time que se vestiu de confiança
e partiu em busca da vitória, embora sem criar muitas chances claras de gol. As estocadas dos homens da lado - Jean Silva e Leilson -, apareciam como uma válvula de escape e sempre uma oportunidade de criação.
E foi na tentativa mais
improvável, o jogo pelo alto, porque a defensiva do São Luiz sob esse quesito
era soberana na partida, é que saiu o belo gol de Saimon. Aos 27 minutos, Ávila
bateu com precisão um escanteio, em curva, tirando do goleiro Reynaldo. Saimon
veio de trás, e de frente para a bola, saltou mais que o grupo de defensivos do São Luiz. Com o goleiro no meio do caminho, o zagueiro ypiranguista cabeceou forte,
alto para o fundo das redes.
Com o 1 a 0 e o São Luiz sentindo bastante o campo e, aparentemente cansado, o Ypiranga não se via mais ameaçado. A superioridade do Canarinho se fez em campo. Ao final a vitória foi justa para quem, mesmo correndo riscos na primeira etapa, nunca deixou de buscar o gol, embora é bom observar, sem criar muitas oportunidades como poderia se esperar por conta do volume de jogo superior e controle da partida. E em uma competição tão curta onde é quase proibido tropeçar em casa, o Ypiranga começou bem confirmando seus primeiros três pontos em seu estádio.
Seguro na defesa e oportuno ataque, Saimon decidiu a partida e correu para os abraços/Ilair Tumelero/Agência Giramundos/Ypiranga F.C. |
Com o 1 a 0 e o São Luiz sentindo bastante o campo e, aparentemente cansado, o Ypiranga não se via mais ameaçado. A superioridade do Canarinho se fez em campo. Ao final a vitória foi justa para quem, mesmo correndo riscos na primeira etapa, nunca deixou de buscar o gol, embora é bom observar, sem criar muitas oportunidades como poderia se esperar por conta do volume de jogo superior e controle da partida. E em uma competição tão curta onde é quase proibido tropeçar em casa, o Ypiranga começou bem confirmando seus primeiros três pontos em seu estádio.
A curiosidade agora é saber
como o time se comportará fora de Erechim. E mais que isso - se pressionado. Com dois atacantes de lado, velozes, Jean Silva e Leilson, mas com um meio campo que pode, ou devia ser mais
consistente (a muito boa técnica de Zotti não faz dele exatamente um marcador), talvez o
técnico Paulo Henrique Marques reforce o setor para proteger mais a zaga, que diante do São Luiz contou com os dois laterais avançando bastante. Se
pensar em reforçar a marcação no meio campo – Paulo Henrique pode surpreender e
manter os dois rápidos “ponteiros”, e fazendo de Zotti um “falso nove”. Sobre Zotti já se pode afirmar: a referência técnica da equipe. Se não
tiver um homem com características de marcação no meio campo - e talvez o técnico nem queira isso -, por que não; deslocar
Ávila para o meio campo, fazendo entrar Newton na lateral esquerda. O setor estaria mais preenchido e ainda assim a jogada de contra-ataque preservada. Mas isto já
é tarefa para o técnico Paulo Henrique Marques, que confirmou no gramado, na partida de estreia - o que
dissera no dia da sua apresentação: jogar em busca do gol. Quando o seguro Jean
Pierre apitou o final, o torcedor estava aliviado por dois motivos:
vitória em casa. E um time que prioriza a busca pelo gol. E como já se percebe mesmo à distância, um Gauchão marcado pelo equilíbrio entre as equipes, cada
vitória deve ser comemorada como um passo decisivo às pretensões de
classificação. O público, como de hábito, foi muito pequeno.
* Observação: desde a invenção do instituto da penalidade máxima no futebol, errar faz parte. Nem todos as cobranças são convertidas. Neto, atacante do Ypiranga, bateu contra o São Luiz. Pelo que vi, bateu forte e no canto. Só que à meia altura. E o goleiro fez grande defesa. Não foi um pênalti batido com displicência. Longe disso. O goleiro é que foi bem. Pois bem! O que chamou a atenção foi a fala do técnico Paulo Henrique Marques (PHM) no intervalo - sobre o lance. Questionado sobre quem devia bater, o técnico disse que os jogadores é que decidiam dentro de campo e na hora. Ou ainda... haveria uma escala com Fidélis, Neto, Zotti... Aquela história... quem estiver com mais confiança... Sou de um tempo em que se dizia que o pênalti é tão importante que devia ser batido pelo presidente do clube. Não é assim, mas o Ypiranga em 2019 ganhou duas decisões nos pênaltis e em ambas, o capitão Fidélis bateu e converteu. Fidélis pode bater hoje e errar, mas não vejo equipes definidas sobre várias questões - sem um cobrador oficial de pênalti. Penso que o técnico PHM devia revisar isso. Não porque com este ou aquele vai sair o gol, mas por uma questão de definição de incumbências que os times mais tranquilos e acertados levam para dentro de campo.
* Observação: desde a invenção do instituto da penalidade máxima no futebol, errar faz parte. Nem todos as cobranças são convertidas. Neto, atacante do Ypiranga, bateu contra o São Luiz. Pelo que vi, bateu forte e no canto. Só que à meia altura. E o goleiro fez grande defesa. Não foi um pênalti batido com displicência. Longe disso. O goleiro é que foi bem. Pois bem! O que chamou a atenção foi a fala do técnico Paulo Henrique Marques (PHM) no intervalo - sobre o lance. Questionado sobre quem devia bater, o técnico disse que os jogadores é que decidiam dentro de campo e na hora. Ou ainda... haveria uma escala com Fidélis, Neto, Zotti... Aquela história... quem estiver com mais confiança... Sou de um tempo em que se dizia que o pênalti é tão importante que devia ser batido pelo presidente do clube. Não é assim, mas o Ypiranga em 2019 ganhou duas decisões nos pênaltis e em ambas, o capitão Fidélis bateu e converteu. Fidélis pode bater hoje e errar, mas não vejo equipes definidas sobre várias questões - sem um cobrador oficial de pênalti. Penso que o técnico PHM devia revisar isso. Não porque com este ou aquele vai sair o gol, mas por uma questão de definição de incumbências que os times mais tranquilos e acertados levam para dentro de campo.