quinta-feira, 19 de maio de 2022

 

                                       URI – 30 anos        

A Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI, completa neste dia 19 seus 30 anos. Abro espaço para um artigo assinado pelo professor Cleo Joaquim Ortigara, que foi o primeiro reitor da instituição. Ocupou lugar de destaque ao lado de outras pessoas de diferentes cidades, acreditando na criação de um novo modelo de Universidade – a Universidade Comunitária e multicampi. O artigo leva o singelo título (19/05/1992) que remete à data de seu reconhecimento oficial. Vejamos o artigo.  


19/05/1992

                                                                                        


                                              Cleo J. Ortigara

       Nesta data, a URI está completando trinta anos do seu reconhecimento como universidade. Naquele dia, o então ministro da educação, Goldenberg, na mesa ovalada da antessala do gabinete, empunhando a caneta, proferiu: - “Espero nunca me decepcionar em assinar o reconhecimento desta universidade, que faço com profunda confiança, ciente de que ela será grande, pois certamente, imenso foi o desafio em construí-la”. O júbilo tomou conta do ambiente. Assistimos com os olhos marejados,testemunhados por prefeitos dos municípios sede dos campi, deputados, imprensa e presidente da mantenedora, ao ato tão aguardado.

       Fruto da obstinação de um punhado de “persistentes e tresloucados” professores, após intensa e magistral articulação técnica e política, foi possível, à luz da legislação restritiva da época, construir uma inovadora universidade, diferente das até então existentes, dado seu modelo multicampi. Articulação técnica, pois foi demonstrada a possibilidade da construção de uma universidade, conjugando esforços, abnegando pequenas vaidades locais, comungando interesses comuns e colocando o pequeno particular em benefício do bem maior. Articulação política, pois demonstrados os “ganhos” locais, prefeitos, vereadores, igrejas,organizações sociais, entidades de classe, professores e alunos perceberam o quanto “lucrariam” com a existência de uma universidade no modelo proposto. E assim aconteceu.

       Celebrar trinta anos, hoje, mesmo de longe, é dizer que a “filha” gerada com muito afeto, continua benquista. Significa enaltecer o esforço e a tenacidade de alguns visionários, empenhados em legar à região do Médio Alto Uruguai e Missões uma obra imortal. Significa louvar tantos professores que, pelos seus méritos, ajudaram a formar milhares de profissionais que labutam para o seu ganha pão e contribuem para a grandeza da pátria amada. Celebrar trinta anos é ter a oportunidade de agradecer a tantos líderes, empresários, políticos, organizações, igrejas, entidades diversas que sempre estimularam a que a universidade produzisse os frutos esperados. Atrevidamente, dizer aos dirigentes, diante da atual realidade, que talvez seja necessário redimensionar a estrutura da universidade, rever custos, cortar na própria carne, se necessário, para que as tempestades não afundem ou balancem em demasia o bem maior.

       Se necessário, como dizem os pedagogos, “revisitar” os fundamentos que embasam a Universidade: de um lado, o legado da saga missioneira, da liberdade, da democracia, da autodeterminação e, de outro, a herança deixada pelos migrantes de diferentes etnias, que, pela força do trabalho nos deixaram exemplos de honradez, empreendedorismo, solidariedade e produtividade, possa auxiliar na superação de possíveis gargalos hoje existentes.

       Talvez, a retomada do diálogo produtivo com a comunidade regional possa contribuir para a redefinição de políticas internas, bem como maximizar a capacidade produtiva dos professores e alunos.

       Nos trinta anos, desejar que a URI prossiga em seus propósitos fundamentais, pois a formação das novas gerações é a garantia do avanço científico e tecnológico tão indispensável a esta imensa região do amado Rio Grande.

 

domingo, 15 de maio de 2022

Quando os filhos renovam nossos sonhos

 

Dr. Alfredo Canali, presidente da SBU e Dr. Renan Cabral

Chega um determinado momento na vida de cada um de nós, onde os nossos sonhos, anseios e objetivos vão arrefecendo. Dá a impressão que envelhecem conosco. Não se criam mais dentro de nós porque, aparentemente, reconhecem que o que foi feito foi feito e agora é hora de desacelerar, desapegar-se da pressa ou na necessidade como obsessão. Isto porém, não significa o nosso fim. Acontece que no horizonte do que ainda nos resta de vida nasce uma nova claridade que ao levantar-se, coloca-se à altura do que ontem era a nossa determinação, a nossa motivação, a nossa correria e, uma vez alcançados, faziam a nossa felicidade.

Nesta altura da vida o que nos mantém com os olhos no horizonte é a vida dos filhos, seus sonhos, seus objetivos, suas metas, suas conquistas. E é exatamente por isto, que um amigo especial que guardo há anos quando nos aproximamos e estreitamos laços de amizade trabalhando na reitoria da URI, pode dizer que vive seu novo tempo de pai e avô em júbilo, com as recentes conquistas de seus dois filhos.


Dr. Renan Cabral em São Paulo
Recentemente o filho, Dr. Renan Cabral, coordenou em São Paulo Comitê Nacional de Certificação em Cirurgia Robótica da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e passou a integrar o Departamento de Laparoscopia de Robótica da SBU/RS. O convite foi feito pela diretoria da SBU Nacional.

O Dr. Renan é médico urologista e tem sua base de trabalho em Porto Alegre, mas como se observa, sua competência e talento ultrapassaram o Mampituba e ganharam reconhecimento no centro do país. O currículo do Dr. Renan se agiganta – mas não só pelas deferências reconhecidas -, mas também porque em todos os eventos e troca de experiências; se transferimos conhecimentos, também oportuniza-se agregar novos conhecimentos. Além disso nos deparamos com “sarrafos” que permitem melhor nos localizar a que altura estamos em termos de qualificação ou onde podemos chegar. E pelo que se depreende, por uma questão racional e de lógica, considerando os recentes movimentos do Dr. Renan Cabral, pode-se chegar a uma dedução ou conclusão que não basta estudar e formar-se, mas continuar “treinando” para marchar ao lado dos avanços mais modernos da ciência médica.


Não bastasse esta alegria experimentada pelo amigo Glenio e sua esposa Tânia Cabral,  o outro filho do casal, Dr. Cassiano, delegado de polícia em Porto Alegre – recebeu há poucos dias a Comenda Metropolitana, pelos relevantes serviços prestados à Brigada Militar e ao Comando do Policiamento Metropolitano (CPM). A honraria foi assinada pelo Comandante do CPM, Leandro Oliveira da Luz e, destaca ao delegado homenageado que a mesma se dá por “suas atuações profissionais e sociais, em prol, da comunidade Riograndense.

São estes novos raios da alegria e júbilo, que quando nascem nos confins de um novo horizonte na vida de quem é pai ou mãe, que sopram para baixo dos ombros, o pó do tempo que aos poucos vai deixando na saudade nossos próprios sonhos pessoais – independente de ter ou não ter filhos e netos. A conquista destes ou deles; transforma-se em orgulho, quem sabe, ainda maior se fosse uma conquista nossa, pessoal, lá no passado. E a razão é simples: ali, no conjunto familiar, batem corações que se irrigam do mesmo sangue, do nosso sangue e da nossa determinação em ser decente, gente do bem, e que, através dos seus feitos – desejam sim progressos pessoais -, mas que em um olhar mais amplo e desapegado, mostram a dimensão de propugnar por um mundo melhor, com mais qualidade de vida, com maior identificação de seres humanos que todos somos ou deveríamos ser.

Parabéns Renan, parabéns Cassiano, parabéns Gustavo (se me permitem no texto informal omitir o termo Doutor). Parabéns Glenio e Tânia. Seus objetivos, suas metas, seus sonhos antigos podem ter sido engolidos pelo tempo, mas novos tempos – lhes presenteiam com conquistas, que por certo, sem medo de errar lhes marejam os olhos de alegria, mais do que se fossem avanços apenas particulares.


Delegados Renan Cabral e Gustavo Ceccon em 2010

E para finalizar, não posso deixar de passar em branco a conquista do Delegado Gustavo Villasboas Ceccon, que, por absoluto mérito de seu trabalho, foi conduzido à Delegado Regional de Polícia em Erechim. Tive o prazer de publicar em outubro de 2010 a conquista de ambos (Cassiano e Gustavo) - como novos delegados de polícia. Assim como os méritos do Delegado Cassiano foram reconhecidos pelo Comando do Policiamento Metropolitano, a qualificação do Delegado Gustavo Ceccon e sua consequente designação ao comando da 11ª DRP,  leva o reconhecimento da comunidade erechinense.

É evidente que nem tudo sempre são flores. Os desafios são diários, com seus contratempos e circunstâncias, que também apressam o branco tomando conta dos cabelos que nos restam. Não obstante, quando a intenção visa o bem, quando a vontade se transforma em ações que conduzem ao aprimoramento humano – no balanço geral, fica comprovado que, a aparente evaporação dos nossos sonhos, apenas troca de identidade e pode se materializar na vida dos nossos filhos e netos. E para quem sabe o valor destes feitos, isto significa muito, porquanto reconhece nas conquistas da extensão da prole, algo muito próximo, se não além, dos nossos  próprios sonhos de outrora. 

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Histórias do Benjamin (8)

 

Benjamin no barbeiro

19ª –O Benjamin no barbeiro ao lado do prédio onde reside na Carlos Kehlers. O barbeiro (um jovem) corta daqui, corta dali e, de repente, quebra o silêncio e pergunta ao Marcelo, pai do Benjamin, que está ao lado assistindo e esperando: 

“E daí, como estão as coisas?”. 

Quando o Marcelo vai responder, o Benjamin, envolto num avental e com a cabeça baixa na cadeira se antecipa: “tudo bem – não fosse a chuvinha de ontem!”. 

O barbeiro: “o que é isso!? 

Mas bah; mas é ligado esse piazinho, hein! Nossa....!”.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Historias do Benjamin (7)

 

17º – Musiquinha que o Benjamin cantava enquanto andava de balanço – incentivado pela vovó Sonia: “na casa da vovó tem cipó; na casa do vovô tem um cocô; na casa da vizinha tem uma galinha; na casa do papai tem tênis; na casa da mamãe tem um coração e na casa do Benjamin tem – fu-te-bolllll!’. Penso que o... “na casa do vovô tem um cocô, referia-se aos dejetos dois cachorrinhos que temos – Kenzo e Napoleão” que o Benjamin via eu recolher toda hora.


18ª – Em setembro de 2020 fomos buscar a Sonia na fisioterapia ali no Centro Clínico do HC. 
E Sonia atrasou e não vinha. E nós já meio impacientes até que eu disse: “essa vovó...”. 
E ele "é mesmo; essa vovó me mata!".



sexta-feira, 6 de maio de 2022

Historias do Benjamin (6)

 

Imagem Nossa Senhora de Fátima/Assessoria 

16ª – O Benjamin tinha em torno de dois anos. Estávamos na frente da imagem de Nossa Senhora de Fátima e comecei a rezar, pedindo que ele repetisse. 

Eu: "... Ave Maria... 

Ele: Ave Maria...

Eu: Cheia de graça...

Ele: Cheia de Graça...

E assim avançamos... 

até...

Eu: Santa Maria Mãe de Deus...

Ele: Santa Maria Mãe de Deus...

Eu: Rogai por nós pecadores...

Ele: Rogai por nós pecadores....

Eu: Agora e na hora... 

E o Benjamin: Agora e na hora... de nós ir embora".

Eu: Quase me rindo todo. "Que é isso Benjamin!". 


quarta-feira, 4 de maio de 2022

Histórias do Benjmain (5)

 

Krakatoa

12ª – Uma vez mostrei no celular um vulcão em erupção. Era o Krakatoa. Dali em diante ele começou a pedir para ver o vulcão "o krakatoa vovô Ody!”.


13ª – Quando o Benjamin tinha dois anos, o Marcelo, pai dele me contou. “Estava com o Benjamin ontem de noite e de repente ele jogou alguma coisa no chão (não lembro o que era...) E segue o Marcelo: “O que é isso Benjamin! Você pode jogar isso no chão!?” E o Ben: “Certamente que sim – papai!”. (2018)

 

14ª – Quando fez 3 anos o Benjamin foi na bisavó Melita Ody (falecida em março último/2022) buscar seu presente. Ganhou uma nota de R$100. Ele jogou a nota no chão. “Isso não é presente. Eu não quero um bilhete. Eu quero um presente de abrir”. (abril/2019).

 

15ª – Quando a bisavó Melita fez 88 anos, o Benjamin com sua acompanhante das manhãs, foi levar um presente a ela. Era um cartão e não lembro mais o quê. Alguém perguntou: “Benjamin, quantos anos a bisa está fazendo?”. E ele pensando: “... ahmmm, não sei... é velha!”.

 


 

terça-feira, 3 de maio de 2022

Histórias do Benjamin (4)

 

9ª – Retornando do São José, passando pela Casa das Carnes, na Henrique Schwering, cedo – o Benjamin aprendeu o que era um porquinho, um cavalo, um boi, uma ovelha. Tem na frente umas reproduções. E antes mesmo de dobrar a esquina ele já avisava: “Estamos chegando ...”.  “Estamos chegando aonde Ben?”; “nos bichinhos!”. (2018).

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10ª – Ainda na volta do São José a Sonia contava uma historinha de uma cachorrinha que teria se perdido no Mato da Comissão. Muito cedo (na vida dele) – quando o Benjamin via o mato ele já pedia: “Conta a história da cachorrinha vovó!”. (2018)

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11ª – Ainda no Natal de 2019. O Benjamin ganhou um microfone com pedestal do Papai Noel. Pois, bem mais tarde depois do Papai Noel sair, o BeN resolveu pegar o microfone e cantou uma parte da música de Luan Santana “Era uma vez”. E ele... “É que a gente quer crescer/E quando cresce quer voltar do início/
Porque um joelho ralado dói bem menos/
Que um coração partido”...

Ficamos nos olhando.

(Natal de 2019).


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