Foto Arquivo CER Atlântico/Divulgação |
Técnico Paulinho Sananduva/Foto: Edson Castro |
O técnico Paulinho Sananduva foi sem dúvida o
condutor. Sempre do alto da sua experiência como ex-atleta da prateleira
superior; na condição de técnico foi acumulando experiência que lhe rendeu títulos ao longo da carreira e agora, comanda o Atlântico pela terceira vez na concretização do
seu maior sonho dos últimos anos.
Tático experimentado,
conhecedor do potencial físico, técnico e, especialmente emocional, de seus
comandados, Paulinho Sananduva sempre teve o grupo na mão dentro do vestiário e
dentro da quadra. Respeitado pelos seus adversários, pelas arbitragens e pela
crônica, não se destaca por arroubos inócuos de voz ou gesticulações, que
geralmente inflamam o público (e o enganam), mas de pouca praticidade positiva junto
ao atleta dentro de quadra que compreende a partida. A meu juízo é só olhar nos olhos do Paulinho e você percebe que está diante de uma pessoa simples e humilde, que sabe ouvir, que conhece seu ofício e, sobretudo, que guarda respeito e sem egocentrismo, mantém-se elevado porquanto respeitado se faz.
Sempre tive
uma convicção – e com ela ninguém precisa concordar -, que Paulinho Sananduva e
o Atlântico tem uma certa química, uma identificação, uma espécie de relação
amorosa fazendo transparecer que se não nasceram um para o outro – sempre se
conheceram, porquanto ambos tem a mesma alma, a mesma dedicação profissional e a
mesma vocação meio amadorística/profissional, ou seja: a entrega vai até o último
segundo (mesmo nas derrotas), sem jamais se dar por vencido como acontece nas “peladas” amadoras entre amigos, somada àquele profissional que quer continuar vencendo a despeito dos títulos, taças e
faixas no peito. E a conquista de mais uma taça o faz vibrar – mas logo coloca com os pés no chão, vira a página e inicia tudo
como todo trabalhador comum o faz todas as segundas-feiras, sem deixar o sucesso subir à cabeça - independente do fim de semana que teve. E convenhamos, a história ensina: esta é uma virtude indelével que acompanha os grandes. Só os grandes.
Supervisor Elton Dalla Vecchia/Foto: Edson Castro |
Impressiona
a agudeza que o Elton tem sobre as potencialidades de atletas no mundo do
futsal. E este olhar estende-se pelo Brasil, por países latinos, alcançando além
Oceano Atlântico, países onde este esporte é praticado com as exigências e
a excelência como é jogado no nosso país.
Não fecha
ano onde o Atlântico perde atletas pelas mais variadas causas, mas não inicia ano onde o Atlântico já sabe onde está quem ele deseja para continuar no
topo do futsal nacional como uma equipe minimamente competitiva. A conquista,
os títulos são outra coisa – mais além. Mas montar times competitivos, disto o
Atlântico - de dirigentes a torcedores ninguém jamais pode duvidar.
Em síntese,
o Elton é um profissional com a cara e a história do Atlântico. Aparentemente tranquilo
por fora, mas interiormente um vulcão pelo melhor, pela organização, pela entrega, pela
competitividade e garra, e por fim – pela vitória. Este é, se não o único, o
maior profissional da equipe que o clube conta e do qual não deve e nem pode se
desfazer ou perder.
Enfim – para
não perder o fio condutor da história que levou o Atlântico à conquista do “Brasileirão
do Futsal”, é longa e cheia de colaboradores. Destaco Aljocir Berticelli (o
Pato) “in memorian”, e tantos outros ainda ativos, com lugar especial para sua
fanática a crescente torcida que herdou a paixão dos tempos em que o Atlântico
jogava em gramados.
O Atlântico é hoje no futsal um clube reconhecido nacionalmente pela imprensa, clubes deste esporte e pelo público em geral. Na cidade, o reconhecimento é sobretudo, e diria, unânime, por sua organização, por seu planejamento, por saber o lugar onde está e onde pode chegar – além de conhecer o caminho das pedras.
Para 2024 Paulinho Sananduva e Elton Dalla Vecchia continuarão a comandar o CER Atlântico Futsal - fora das quatro linhas.
Fico a me
perguntar: será que Jandir Cantele imaginava isso lá por 1991 ou algo do
gênero, quando entre uma e outra gôndula de filmes em vídeo cassete que ele e a
esposa estavam consultando no início de uma tarde de sábado na Panorama Vídeo,
me falou baixinho – “vou te dar uma de 'chocheira' - uma em primeira mão. O Atlântico está ingressando no
futsal. Espera pra ver. Vamos começar por baixo – mas tu conhece o Atlântico!”,
e abriu seu sorriso seguido de uma risadinha - a mesma que ele cansou de dar quando o Índio decidia um Atlanga.