Ypiranga! Ypiranga! Em louvor!
Quer na paz, quer na luta, bem vindas,
As vitórias da força e do amor!".
A história do Ypiranga Futebol Clube, doravante
denominado Ypiranga F.C.,
remonta ao ano de 1924. O surgimento do clube
está ligado,
diretamente, a outro que, como já referido, havia
na época nesta terra:
o Ítalo-Brasileiro – semente da mesma famíliaque
daria origem ao Atlântico Foot Ball Club
em 3 de fevereiro de 1937 e,
em 1940,
ao C.E.R. Atlântico.
Foi de uma partida de futebol realizada pelo
Ítalo--Brasileiro
com o Clube Douradense, (segundo um ypiranguista
foi contra o S.C. Rio Branco de Dourado) onde hoje
se localiza a
Praça Júlio de Castilhos, em Erechim, que
surgiria a semente da origem do Ypiranga.
Acontece que um grupo de recém-chegados
a Boa Vista do Erechim
decidiu torcer pelo rival do “dono
da casa” – o Douradense –
naquele domingo de
1924. O Ítalo-Brasileiro
venceu e, no final, segundo
narrativa de José Maria de
Amorim, aconteceu
uma grande briga envolvendo
torcedores do Ítalo e
os recém-chegados que
ousaram torcer nem tanto
para o Douradense, mas
contra o Ítalo-Brasileiro,
futuro Atlântico. A semente da rivalidade
teria desdobramentos
e floresceria com incrível rapidez.
A oposição ao
Ítalo-Brasileiro era iminente. No hotel
de Lourenço Antunes de
Oliveira, na atual Avenida
Maurício Cardoso, em 18 de
agosto de 1924,
nascia um novo Clube: o Ypiranga F.C. Seus objetivos:
praticar futebol de campo e, implicitamente,opor-se
ao Ítalo-Brasileiro.
Arthur Incerti, Favorino
Pinto, Ercilia Di Francesco
Amorim, Fioravante Tagliari,
Florêncio Antunes
de Oliveira, Francisco de
Oliveira Dias, Heraclides
Franco, Jacinto Godoy, João
Antonio Sírtoli, João
Magnabosco, João Reis Solon,
João Vitorino dos
Reis, Reis, José Maria de Amorim, Lizandro Araújo,
Nilo Amorim,
Otto Feldmann, Paulo Damasceno Ferreira, Sigismundo Pllak,
Sebastião César, Silvestre Péricles Monteiro
– mais tarde autor da letra
do hino do clube com música de Ricartdo Kreische –
,Simão Vasconcelos de Souza, Themistocles Ochoa,
Theodoro Tedesco,
Vitório Alovizi, e muitos outros,estão entre
os fundadores do
clube das cores nacionais.
O próximo passo foi espalhar a notícia de
sua fundação em Boa Vista do Erechim e buscar
pessoas que aderissem à causa. Os jovens eram os
mais visados. Não demorou e o clube tinha até sua
primeira torcida organizada. E era feminina – “As
Legionárias”. No dia 20 de setembro, um mês após
sua fundação, o Ypiranga enfrentou a fonte que lhe
motivou o surgimento e bateu o Ítalo-Brasileiro por
1 a 0. Um feito extraordinário e surpreendente.
O futebol do Ypiranga começou em um campo na
antiga Montanha ainda em 1924. Em 1930 houve
replantio de grama pelos próprios atletas nos fi ns
de semana, segundo Nelito Noal, goleiro da época.
O estádio (pavilhão ainda não estava bem pronto),
mas o Ypiranga nunca saiu da Montanha até 2 de
setembro de 1970 - inauguração do Colosso da Lagoa.
Sempre mantendo o futebol como farol do clube, o
Ypiranga perdeu sua sede social para as chamas em 1960;
viu-se obrigado a fazer pelo menos duas paradas com seu futebol
(1954/55 e 1977), mas jamais renegou suas raízes profundamente
agarradas em solo
que pode ser chamado de campo de futebol.
Em 1970 – 46 anos depois de surgir para o futebol
–, o Ypiranga F.C. inaugurava sua majestosa praça
de esportes, o Estádio Colosso da Lagoa, na época
o maior estádio do interior do Rio Grande do Sul, sua casa,
onde continua registrando a própria história nascida
no interior de um hotel há 100 anos.
Porém, antes dos Atlangas ocorridos no Colosso da Lagoa,
importante
registrar que foi realizado um
festival de inauguração com a presença de Santos
e Grêmio, Cruzeiro e Independiente (ARG), Inter e
Botafogo e Ypiranga e Esportivo. O primeiro gol no
majestoso estádio do Ypiranga foi obra do “rei do
futebol” ao final do 1º tempo. Na 2ª etapa o Santos
sacramentou a vitória fazendo 2 a 0. Neste festival
passaram pelo estádio do Ypiranga oito tricampeões
em junho no México, o que para a história da cidade
e do Ypiranga F.C. é uma honra: Carlos Alberto
e Pelé (Santos), Everaldo (Grêmio); Brito, Fontana,
Wilson Piazza e Tostão (Cruzeiro)
e Jairzinho (Botafogo).
No dia 20 de setembro, 18 dias após a inauguração
do Colosso ocorreu o primeiro Atlanga no novo estádio.
O Ypiranga impôs uma goleada de 4 a 1 ao seu mais tradicional
adversário em 40 anos. Antes do início do clássico, houve
homenagens ao velho estádio da Montanha – Presidente Getúlio Vargas,
com juvenis do Ypiranga conduzindo uma chama simbólica
da Montanha ao Colosso da Lagoa, numa iniciativa
entre outros de Nilton Campagnolo. . Também foram hasteados
os pavilhões dos três tradicionais clubes de Erechim. Pelo Ypiranga,
o Patrono Hermes Campagnolo; pelo Atlântico, Eolo Arioli e,
pelo 14 de Julho, o Presidente, Rolfe Domingues.
Entre Atlangas e outras competições, o Ypiranga subiu cinco vezes
da Divisão de Acesso à elite do futebol gaúcho (com cinco títulos),
e acumula passagens pela Copa do Brasil, Séries “D” e “C”.,
onde se encontra atualmente
no cenário do futebol nacional.
Nesta caminhada secular o Ypiranga enfrentou inúmeros desafios desde seu período de amadorismo, semi-profissionalismo até chegar ao degrau mais alto de um clube - que é o profissionalismo do seu futebol.
Nessa trajetória encontrou aquele que seria o seu rival por pelo menos 40 anos anos.
Nesses embates não eram apenas duas equipes, dois clubes, duas camisas, duas bandeiras que se opunham.
Era a cidade que se dividia.
Famílias.
Amigos
Tudo em lados opostos - por uma paixão chamada futebol, amor a um clube.
No total foram disputados 175 Atlangas, sendo que o Ypiranga venceu 57 clássicos. Apresento aqui a ficha técnica destes 57 Atlangas disputados desde 1937 até fins de 1976. Registro ainda dentro deste levantamento dois clássicos disputados em 1981, porém, ambos os clubes com equipes amadoras ou semi-amadoras.
Foi um esforço das direções dos dois clubes atendendo convite para disputa do Campeonato Regional Cinquentenário de Carazinho. Os dois clássicos acabaram empatados: 0 a 0 no Colosso da Lagoa e 1 a 1 na Baixada Rubra.
Ademais registro também que no dia 12 de outubro de 1993, numa iniciativa da Associação Erechinense de Profissionais da Imprensa (AEPI) à qual eu presidia nesse período, foi realizado um Atlanga no Colosso da Lagoa. As duas equipes foram formadas às pressas e por veteranos. O Ypiranga venceu por 1 a 0. O prefeito Antônio Dexheimer entregou um troféu ao presidente do Ypiranga, Osmar Tonin. O evento em homenagem ao “Dia da Criança” arrecadou alimentos não perecíveis que representavam o ingresso. Todos os alimentos foram distribuídos entre entidades de serviço social da cidade.
Em homenagem aos 100 anos do Ypiranga FC seguem então, as fichas técnicas de suas 57 vitórias em clássicos Atlanga.
Carlinhos, ponteiro direito que jogou de 1950 a 1952 no Ypiranga fez 11 gols em sete clássicos. Média 1,57 gol por jogo. 0,7 gol a mais que a média de Lauro o maior atilheiro do “Canarinho”.
Ambos, estão na seleção Atlangas de todos os tempos, escalada por Fábio André Koff que dirigiu os dois times.
Omito as escalações do Atlântico, para não expor desnecessariamente, nomes que neste trabalho apareceriam apenas como derrotados. E o objetivo é destacar a caminhada do “Canarinho de Erechim” como vem se tornando conhecido em todo o Brasil graças às suas crescentes performances nas competições gauchas e nacionais – figurando há sete anos consecutivos na “Série ‘C’ do Brasileirão”.
Vista aérea do Estádio da Montanha nos seus primórdios |
Ypiranga 3 a 0
Data: 25/04/1937
Local: Km 10
Árbitro: Antonio Fontanelli
Síntese: A seguir, na íntegra, texto original da
época publicado em A Voz da Serra. (A ortografia
foi atualizada para facilitar a leitura)
“Futebol - TORNEIO
Teve lugar, como fora anunciado, no dia 25, o
Torneio Municipal de Futebol promovido pela
Juventude S.C. do Quilômetro 10, da estrada
para Getúlio Vargas, sendo o seguinte o
resultado:
1º Jogo - Atlântico x Ypiranga; resultado:
3 x 0 a favor do último.
2º Jogo - 14 de Julho x Garibaldi;
1 x 0 a favor do primeiro.
3º Jogo - Capoerense x Juventude;
vencedor o segundo por 1 x 0.
4º Jogo - Ypiranga x 14 de Julho;
vencedor Ypiranga por 4 x 0;
5º Jogo - Ypiranga x Juventude;
vencedor Ypiranga por 5 x 0.
Campeão do torneio: Ypiranga F.C.
Vice-campeão: Juventude do Km 10.”
Era o primeiro Atlanga.
Vitória do Ypiranga por 3 a 0.
Ypiranga 2 a 1
Data: 08/05/1938
Local: 14 de Julho
Árbitro: Alberto Gross
Síntese: Vitória do Ypiranga por 2 a 1 em clássico
realizado no estádio Waterloo, o estádio do 14
de Julho, (ao lado do atual conjunto habitacional
conhecido na cidade como Três Torres). Vejamos a
seguir o relato fiel da nota sobre a partida.
“NOTAS ESPORTIVAS
Como decorreram os jogos de ontem:
Conforme estava sendo ansiosamente esperado,
teve início ontem o torneio inicial promovido
pela Liga Erechinense de Futebol, tomando parte
os três clubes locais, Sporte Clube 14 de Julho,
Atlântico e Ypiranga.
Acorreu ao campo numerosa assistência, tendo
o caminhão ‘A Voz da Serra’ feito o serviço de
transporte, do centro da cidade para o campo do
14 de Julho, no qual tiveram lugar as partidas.
Esteve presente o Sr. Aldo Arioli, prefeito do
município em exercício, que comunicou haver a
municipalidade oferecido um prêmio ‘Prefeitura
municipal’ ao vencedor do campeonato no corrente
ano. Na segunda partida, entre o Ypiranga
e o Atlântico, venceu o Ypiranga, pelo score de 2
x 1.
Ypiranga: Zanela; Julio e Alan; Eugenio, Henrique
e Morganti; Eduardo,
Zil, DKV, Pilar e Nelito.
3º
Ypiranga 2 a 1
Data: 10/07/1938
Local: Sem registro
Árbitro: Dante Martelli
Ypiranga: Zanella; Alan e Nunhoffer, Morganti,
Henrique e Eugênio; Eduardo, Zil, Sauleto,
Sargento
e Noal.
Gols: Sauleto, Incerti e Noal.
Síntese: outro texto original de A Voz da Serra.
“Não colocaram em execução, os quadros, os
ensinamentos do moderno futebol. A combinação.
O futebol deve seguir a lealdade e a ordem.
Depois a técnica. Na segunda etapa a partida
é interrompida. Está descosturando a bola.
Lamentável descuido do guarda-sport. Escoam-
se 15 minutos. Reinicia-se o jogo. Sauleto
procura centrar no que é obstado por Incert, que
corta a Calliari, este passa a Roberto, que perde
a Eugenio...”
Assim foi descrita a partida.
4º
Ypiranga 2 a 1
Data: 14/05/1939
Local: Sem registro.
Árbitro: Silvio Doninelli
Ypiranga: Zanella; Morganti e Grazziottin; Eugênio,
Zica e Rey; Toddy (Guimarães), Tico, Sauleto,
Gojo e Eduardo.
Gols: Eduardo, Zica e Michelin.
Síntese: Jamais se manifestara tanto entusiasmo
por um clássico na cidade. Já se percebia na
imprensa, no caso A Voz da Serra, o aspecto da
rivalidade que estava pavimentando sua história
no futebol local. O quadro auriverde (Ypiranga)
mostrou melhor futebol e ganhou com méritos.0
5º
Ypiranga 3 a 2
Data: 15/06/1941
Local: Baixada
Árbitro: Sílvio Doninelli
Ypiranga: Ciro, Camboim, Frainer, Alan, Jesuíno,
Jandir, Castilhos, Saul, Cid e Ninin. (Escalação só
encontrou 10 atletas).
Gols: Balvedi e Sgarabotto (Atlântico), Castilhos
(2) e Jandir (Ypiranga).
Síntese: O Atlântico era tetracampeão municipal
e, no campeonato de 1941, era líder isolado com
8 pontos na tabela. Depois do Hino Nacional,
o Ypiranga sai chutando contra o “barranco”.
O Atlântico faz 2 a 0 no primeiro tempo, mas é
dominado na etapa complementar. O juiz Sílvio
Doninelli anulou dois gols do Atlântico, alegando
impedimento no primeiro e que a bola, que
passou pelo meio das pernas do goleiro Ciro, não
entrou. Quase que tudo termina em pancadaria.
Ypiranga de 1942 - Uma das poucas fotos (prejudicada) localizadas |
6º
Ypiranga 3 a 2
Data: 05/04/1942
Local: Montanha
Árbitro: Celio Barbosa
Ypiranga: Ervino; Frainer e Souza; Chispa, De
Marchi (Tagliari) e Antelmo; Vasconcelos, Gojo,
Sauleto, Ardy e Cechetti.
Gols: Pedro Bertagnolli e Luiz Gervasoni (Atlântico),
Sauleto, Tagliari e Gojo (Ypiranga).
Síntese: Foi o primeiro amistoso em 5 anos. “O
Atlântico perdeu com glória”, frisava o jornal. O
Ypiranga ganhou nos últimos 12 minutos, depois
de estar perdendo por 2 a 1. Renda 2:262$000.
Para uma virada deste porte, um texto econômico
demais.
020
7º
Ypiranga – 1 a 0
Data: 28/06/1942
Local: Baixada
Árbitro: Libano Alves de Oliveira
Ypiranga: Guimarães; Frainer e Coccaro; Antelmo,
Chispa e Jesuíno; Hardy, Souza, Gojo, Sauleto
e
Nininho.
Gol: Nininho.
Síntese: “O Atlântico teve mais
oportunidades. O
goleiro Estivaletti, embora tenha
feito ótima partida,
soube receber seu frango. O árbitro
anulou
dois tentos do Atlântico marcando
impedimento.
Era mais uma observação crítica de
quem fazia a
crônica do futebol”.
8º
Ypiranga – 4 a 1
Data: 02/08/1942
Árbitro: João Mac Genity (Passo Fundo).
Ypiranga: Erwino; Frainer e Souza; Antelmo,
Tagliari e Jesuino; Hardy, Sauleto, Gojo, Teotil
e
Nininho.
Gols: Borges (Atlântico), Nininho (2), Teotil e Sauleto
(Ypiranga).
Síntese: Vitória que diz bem da superioridade
auriverde ou verde-amarelinos. Os rubros receberam
o resultado com nobreza. O simpático
goleiro argentino Estivaletti, do Atlântico, sofreu
grave lesão, mas permaneceu em campo
até o final.
9º
Ypiranga 2 a 1
Data: 13/09/1942
Local: Baixada
Árbitro: Alfredo Behreer (Silvio Doninelli)
Ypiranga: Sem registro.
Gol: Cid.
Síntese: Partida com duração de 50 minutos.
Vinte e cinco de cada lado. Não há registros da
escalação e gols do Ypiranga.
10º
Ypiranga – 5 a 3
Data: 15/07/1945
Local: Sem registro.
Árbitro: Haracyldes de Holleben
Ypiranga: Erwino; Frainer e Litwin; Amélio, Alcides
e De Marchi; Seabra, Ronchetti, Parenti, Marimba
e Lauro.
Gols: Lauro, Parenti, Ronchetti (2) e Alderico (contra)
(Ypiranga), Dal Zot (2) e Barbieri (Atlântico).
Síntese: O Ypiranga deu um show no primeiro
tempo e fez 5 a 0. Depois administrou e sofreu a
pressão natural. Levou três tentos. Renda de Cr$
3.224,00. Foi uma partida de duas fases distintas,
mas que o Atlântico não conseguiu desmanchar
o marcador pelo espetacular primeiro tempo ypiranguista.
Ypiranga - 1945 |
11º
Ypiranga - 2 a 1
Data: 05/08/1945
Local: Baixada
Árbitro: Adelino Aleixo
Renda: Cr$ 1.135,00
Ypiranga: Erwino; Frainer e Litwin; Rubens, Hoffmann e Amélio; Sgaraboto, Ronchetti,
Seabra,
Marimba e Lauro.
Gols: Lauro (2) (Ypiranga) e Frainer contra
(Atlântico).
Síntese: Abel e Marimba foram “retirados” de
campo por determinação do árbitro. Bosio substitui
Abel no arco do Atlântico. Atlanga válido pelo
“dia do futebol”. Ypiranga campeão.
12º
Ypiranga - 5 a 4
Data: 12/08/1945
Local: 14 de Julho
Árbitro: Haracyldes de Holleben
Ypiranga: Ervino Ritter, Frainer, Litwin, Rubens,
Hoffmann e Amélio; Sgaraboto, Ronchetti,
Seabra,
Marimba e Lauro.
Gols: Lauro (3), Ronchetti (2) (Ypiranga). Barbieri
(2), Borges, Dal Zot (Atlântico).
Síntese: Ypiranga consegue confirmar o campeonato municipal com a grande vitória. Foi o melhor clássico de 1945. Marcado por disciplina e disputa “palmo a palmo”. Ao final, vitória merecida do Ypiranga em um clássico de nove gols. O único com este placar na história dos Atlangas.
Ypiranga – 3 a 2
Data: 15/08/1946
Local: Baixada
Árbitro: Felipe Gomes de Oliveira
Ypiranga: Leão; Leguisamo e Busnello; Nardo,
Amelio e Guido; Wilson, Marimba, Helly
Parenti,
lrio (Ruben) e Lauro.
Gols: Tifilli, Chitollina (Atlântico), Lauro (2) e
Wilson (Ypiranga).
Síntese: “Ypiranga virou resultado histórico.
Depois de estar perdendo por 2 a 0. No 2º tempo
conseguiu virar para 3 a 2. Lauro começou a
reação ypiranguista com um golaço de bicicleta.
Gol da vitória veio aos 42 da etapa complementar.
Título do ‘Dia do Futebol’ fica com o
Canarinho. O extraordinário goleiro Waldemar foi
responsabilizado diretamente pela derrota no
Atlântico”, segundo a crônica na imprensa. Foi
uma das maiores vitórias do Ypiranga em todos
os anos de disputa do Atlanga. Simplesmente
memorável. Perdia de 2 a 0. Faz três no 2º tempo,
sendo um de bicicleta e a partida era no estádio
do Atlântico.
Ypiranga 3 a 2
Data: 06/02/1949
Local: Baixada
Árbitro: João Carlos Félix
Ypiranga: Miguel; Frainer e Litwin; Bino, Áureo e
Porto Alegre; Wilson, Chinês, Plinio, Marimba e
Lauro.
Gols: Wilson, Chinês e Marimba (Ypiranga), Borges
e Zeca (Atlântico).
Síntese: Grande apresentação do Ypiranga com
destaque para Miguel, Frainer, Áureo, Marimba
e Lauro. Aos 36 minutos do primeiro tempo, o
árbitro João Carlos Félix foi substituído, pois sua
arbitragem era considerada um desastre (diz crônica
da época). Foi escolhido Sílvio Doninelli para
apitar o restante do clássico. Wilson e Gradim
foram expulsos. Renda de Cr$ 10.081,00.
15º
Ypiranga 1 a 0
Data: 13/02/1949
Local: Montanha
Árbitro: Sílvio Doninelli
Ypiranga: Sem registro.
Gol: Lauro
Síntese: Clássico empanado por algumas indisciplinas.
Cada
time teve um gol anulado. Grande
jogada de Chinês proporcionou o gol de Lauro.
Atuação da equipe verde-amarela foi das mais
brilhantes. Nota da redação de A Voz da Serra pedia
escusas pela reportagem, pois o redator “está
ausente uma vez que se encontra enfermo”. Por
isso não constavam as escalações das equipes.
16º
Ypiranga 2 a 0
Data: 17/04/1949
Local: Montanha
Árbitro: Dirceu Bezerra
Ypiranga: Miguel; Litwin e Frainer; Porto Alegre,
Bino e Áureo; Wilson, (Jerônimo), Plinio, Danilo,
Marimba e Lauro.
Gols: Wilson (2).
Síntese: “Pela terceira vez em 1949,
vitória dos veteranos (Ypiranga)
sobre o bicampeão da cidade.
Miguel, a melhor figura na cancha. Miguel, um
espetáculo. Soberba atuação do Ypiranga. Renda
de Cr$ 12.103.00 – considerada ótima”.
17º
Ypiranga 1 a 0
Data: 05/06/1949
Local: Baixada
Árbitro: Homero Carvalho
Ypiranga: Miguel; Frainer e Litwin; Porto Alegre
(Nazareno), Bino e Áureo; Wilson, Chinês, Parenti,
Marimba e Lauro.
Gol: Wilson.
Síntese: Torneio “Initium” – diz o texto original
– foi levantado pelo clube das cores nacionais.
O gol que deu o título ao Ypiranga saiu aos 8 minutos.
Foi o
quarto revés consecutivo do Atlântico
contra seu tradicional adversário no ano de 1949.
Torcedor sinalizando quatro com os dedos
18º
Ypiranga 4 a 1
Data: 26/06/1949
Local: Montanha
Árbitro: Álvaro Silveira
Ypiranga: Miguel; Frainer e Litwin; Porto Alegre,
Bino e Áureo; Wilson, Chinês, Plinio, Marimba e
Lauro. (Para muitos o maior Ypiranga
da história até hoje).
Gols: Lauro (2), Plinio, Marimba e Zeca.
Dr. fernando Silveira, Porto Alegre, Bino, Áureo, Miguel, Frainer, Litvin e Nazareno; Wilson, Chico, Plinio Parenti, Marimba, Lauro e Helly Parenti/1949. Este time ganhou tudo que disputou |
Síntese: Primeiro clássico oficial do ano. Ypiranga
fez valer sua maior classe. No primeiro tempo, o
Ypiranga já vencia por 3 a 0. A tarde foi mesmo
do Ypiranga que, na preliminar, fez 2 a 0. A renda
do Clássico somou Cr$ 15.308,00. Todo o time do
Ypiranga esteve num nível elevado.
19º
Ypiranga 3 a 1
Data: 17/07/1949
Local: Montanha
Árbitro: Pinheiro Borges
Ypiranga: Miguel; Litwin e Frainer; Porto Alegre,
Bino e Áureo; Wilson, Chinês, Plinio, Marimba
(Helly) e Lauro.
Gols: Lauro (3) e Ronchetti.
Síntese: Pela primeira vez aparece nos registros
do Clássico uma avaliação de jogador por jogador.
Frainer, Bino, Áureo e Lauro ganharam nota 10.
Sexta vitória consecutiva do Ypiranga em clássicos
no
ano de 1949.
20º
Ypiranga 2 a 1
Data: 24/07/1949
Local: Baixada
Árbitro: Paulo Howardt
Ypiranga: Miguel; Frainer e Litwin; Porto Alegre,
Bino e Áureo; Wilson, Chinês, Parenti, Marimba e
Lauro.
Marimba do Ypiranga para o Grêmio |
Gols: Marimba e Wilson (Ypiranga) e Barbieri II
(Atlântico).
Síntese: O árbitro foi destaque. Expulsou um de cada lado.
Coibiu o jogo violento. O clássico foi
saudado na imprensa como o encontro dos “dois big” da cidade. “No momento em que escrevemos
estas linhas é simplesmente fantástico o
espoucar de foguetes com os quais os torcedores
do clube das cores nacionais festejam a conquista”,
dizia o texto, cuja edição circulava na mesma
noite de domingo. Renda de Cr$ 10.030,00. E surge
o termo sobre o futebol praticado na “capital
do trigo”. Era o último clássico de 1949, todos os
sete
vencido pelos Ypiranga. Impressionante.
21º
Ypiranga 1 a 0
Data: 19/03/1950
Local: Montanha
Árbitro: Carlos Berto
Ypiranga: Miguel; Frainer e Áureo; Vinicius,
Bino e Porto Alegre; Carlinhos, Marimba, Plínio
Parenti, Chinês e Leônidas.
Gol: Carlinhos
Síntese: Com a vitória do Ypiranga, impõe-
-se um terceiro clássico. Goleiro Lucien, do
Atlântico, o melhor em campo. Taça ofertada
por médicos. Pontapé inicial foi dado pelo Dr.
Raymundo Fiorello Zanin.
Ypiranga faz valer seu mando de campo.
Ypiranga 3 a 1
Data: 02/04/1950
Local: Baixada
Árbitro: Paulo Howardt
Ypiranga: Miguel; Frainer e Áureo; Ribeiro, Bino
e Porto Alegre; Carlinhos, Marimba, Parenti,
Chinês e Leônidas.
Gols: Vagalume (Atlântico) Carlinhos (3)
(Ypiranga).
Síntese: O Ypiranga vencia por 2 a 1, quando a
torcida do canarinho invade o gramado tendo
à frente o popular “Fogão”. A polícia impede a
agressão ao árbitro. Era pênalti para o Atlântico.
Dago é destacado para cobrar a penalidade.
Bate forte e rasteiro, mas a bola sai, para longe.
Festa no estádio. Os atlantinos desanimam
e levam o terceiro no clássico de número 67.
Bino e Pimentel acabariam expulsos. O Ypiranga
leva o troféu dos médicos e passagens da
Savag
para Porto Alegre, além das medalhas.
23º
Ypiranga 3 a 2
Data: 25/06/1950
Local: Baixada
Árbitro: Célio Barbosa
Ypiranga: Miguel; Frainer e Ribeiro; Bino, Lauro
e Peruca; Plinio, Chinês, Marimba, Carlinhos e
Leônidas.
Ivo e Milton Ronchetti; Toni, Miguel e Plínio Ronchetti |
Lauro e Marimba (Ypiranga).
Síntese: “O Ypiranga conseguiu virar o clássico a partir dos 36 do segundo tempo.
Perdia por 2 a 1, quando Lauro empatou aos 36.
No apagar das luzes, Rico comete falta. Os atlantinos formam a tradicional ‘barreira humana’, mas Marimba, com maestria, desfere potente
petardo burlando o grande Waldemar, praticamente
eliminando o Atlântico do campeonato
de 50. A Baixada teve superlotação. Pelas
bilheterias, passaram Cr$ 11.415,00 – afora os
associados”. Mais um clássico inesquecível
para
o clube das cores nacionais.
24º
Ypiranga 2 a 0
Data: 09/07/1950
Local: Montanha
Árbitro: Walter Schenatto e Schmidt (2º Tempo)
Ypiranga: Miguel; Frainer e Peruca; Ribeiro, Nazareno e Bino; Carlinhos, Chinês; Plínio Parenti,
Marimba e Leônidas.
Gols: Carlinhos (2).
Síntese: Clássico válido pelo “Dia do Futebol”.
Carlinhos aos 13 e aos 24 liquidou o Atlântico.
O goleiro Waldemar impediu uma goleada. Carlinhos
fez também o gol da vitória contra o 14
de Julho. Segundo muitos, Carlinhos, Marimba
e Lauro foram atletas que marcaram época na
história do clube das cores nacionais. Jogadores
de
primeira grandeza.
Porto Alegre, Ribeiro, Bino, Marimba e Sabiá. |
Ypiranga 2 a 0
Data: 08/07/1951
Local: Montanha
Árbitro: Alberto Castellan
Ypiranga: Miguel; Frainer e Peruca; Ronchetti,
Ribeiro e Bino; Carlinhos, Cirinho,
Quinzinho,
Marimba e Chinês.
Gols: Carlinhos (2).
Síntese: Ypiranga teve mais presença e ganhou
com justiça. Placar construído no 1º tempo.
Árbitro Alberto Castellan chegou de Getúlio
Vargas às 15h50min. Aos 16 minutos do 1º
tempo, Carlinhos fulminava pela segunda vez
o goleiro Waldemar. Delírio com invasão de
campo
ao fi nal. Era o trimunicipal do Ypiranga.
26º
Ypiranga 3 a 2
Data: 05/10/1952
Local: Baixada
Árbitro: Celio Barbosa
Ypiranga: Sem registro
Gols: Quinzinho, Payé (2) (Ypiranga), Alexandre
e Barbieri (Atlântico).
Síntese: Clássico equilibrado, Borges acertou
o travessão quando poderia ter empatado o
Atlanga em 3 gols. Aurélio e Quinzinho acabaram
expulsos. Destaques: Payé, Quinzinho,
Miguel, Bino, João Ribeiro e Frainer (Ypiranga)
e Borges e Alexandre e, ainda, Rico (Atlântico).
O autor do texto em A Voz da Serra – professor
Aldemiro Arpini – classificou Borges de “sem
adjetivos” por sua grande atuação e Quinzinho
de
extraordinário.
27º
Ypiranga 3 a 1
Data: 01/11/1952
Local: Montanha
Árbitro: Julio Petersen
Ypiranga: Miguel; Frainer e Celso; João Ribeiro,
Bino e Porto Alegre; Francisco, Quinzinho,
Carlinhos, Ronchetti e Payé.
Gols: Ronchetti e Carlinhos (2) (Ypiranga) e
Binha (Atlântico).
Síntese: Ypiranga alcança o tetracampeonato.
Tarde quente de forte mormaço. Prenunciava
chuva. Já no primeiro tempo veio a chuva de
verão. Na etapa complementar o campo estava
escorregadio, embora não mais havia precipitação.
O escore “foi mais de uma orientação
do capitão atlantino do que a supremacia
ypiranguista”,
diz o texto original.
Ypiranga de 1953 - Grande time
Ypiranga 5 a 1
Data: 23/08/1953
Local: Baixada
Árbitro: Ney Barbosa
Ypiranga: Miguel, Frainer e Celso; Ribeiro, Plinio
Parenti e Rochetti; Sabiá, Quinzinho, Milton,
Marimba e Tuta.
Gols: Milton, Tuta (3), Sabiá (Ypiranga) e Alexandre
(Atlântico).
Síntese: O Ypiranga aplica espetacular goleada
no Atlântico, na Baixada Rubra, e conquista o
Pentacampeonato Citadino. A renda alcançou
Cr$ 15.000,00. No Atlântico, o mais esforçado
foi o centro-médio Koff . A linha de frente do
Ypiranga foi o grande destaque. Goleada histórica
e
no campo do rival.
29º
Ypiranga 4 a 0
Data: 14/10/1956
Local: Baixada
Árbitro: Rolfe Domingues
Ypiranga: Elmo; Antonio, Ivo e Rodo; Milton
(Marimba) e Pianna; Trentin, Marimba (Milton
Ronchetti), Sabiá, Quinzinho e Nini.
Síntese: Desfecho sensacional do clássico com
maiúscula vitória do Ypiranga.
Esquadrão esquematizado
e entrosado foi sempre superior ao seu adversário. Sabiá, com três gols, foi o nome da partida. Fernandes é expulso. Marcador
foi construído com tranquilidade. Ypiranga
dava o troco com uma goleada na sequência de
resultados
negativos que vinha tendo.
Ypiranga 1956 - 1957
Ypiranga/1958: Sadi, Cafuncho, Chico, Rodo, Bruno e Padrilha. Agachados: Martins, Bonela, Dirceu, Trentin e Nini |
Rosetto; Piana, Cabeça, Gaieski, Pilenghi e Fávio; Bonela, João dos Santos, Ieié, Moacir e Dirceu/1959 |
Estádio da Montanha |
30º
Ypiranga 3 a 0
Data: 26/06/1960
Local: 14 de Julho
Árbitro: Idylio Segundo Badalotti
Ypiranga: Osvaldo; Bino, Rossetto, Gaieski e
Galileu; Maneco e Flávio; Djalma, Ieié, Moacyr
e Maneca.
Gols: Moacyr, Maneca e Ieié.
Síntese: Renda de Cr$ 24.000,00. Ypiranga
demonstrou perfeito entendimento e, em
poucos minutos, dominou o jogo marcando os
três
tentos na primeira fase.
Ypiranga 1960: Osvaldo, Bino, Isarael, Gaieski, Maneco, Zapata e Paiê (preparador físico de bombacha). Agachados: Nico, Moacyr, Sauel, Flávio e Maneca.
31º
Ypiranga 1 a 0
Data: 23/10/1960
Local: Montanha
Árbitro: Wilson Pilenghi
Ypiranga: Waldo; Rossetto, Bino, Israel e
Sapata; Maneca e Flávio; Ieié, Moacyr, Nico e
Maneco.
Gol: Moacyr
Síntese: Fábio Koff ainda era o técnico do
Atlântico. Jogo válido pelo “Dia do Futebol”.
Atlântico não teve Índio e lançou alguns reservas.
Ypiranga aproveitou-se disso e ganhou o
jogo, demonstrando mais conjunto e experiência.
Resultado
justo.
João Dal Prá, Maneco, Nico, Atilio Belin (enfermeiro) e Manequinha |
32º
Ypiranga 4 a 0
Data: 23/07/1961
Local: Baixada
Árbitro: Wilson Pilenghi
Ypiranga: Osvaldo, Schneider, Gaieski, Danúbio
e Hermógenes, Breno e Hermes; Ênio, Dirceu,
Julinho (Bonella) e Celso.
Gols: Ênio (2), Julinho e Dirceu.
Síntese: “O Atlântico, sem alguns titulares e
com problemas de contusão em jogadores como
Enessi e Tomasi, associados ao fraco desempenho
de outros, foi massacrado
pelo Ypiranga. Osvaldo e Gaieski estiveram
“soberbos” e o fato de Ênio marcar o gol de
abertura da goleada, logo no primeiro minuto,
desorganizou o time verde-rubro. Julinho,
aos 8 minutos do segundo tempo, ampliou o
marcador para o Ypiranga, Dirceu, aos 9 e Ênio,
novamente, aos 18 minutos, fecharam a goleada.
O fato negativo foi o ponta-pé de Garcia
em Julinho que resultou na expulsão de Ayrton
Samuel e Dirceu. Fraca atuação do juiz”, dizia
a
crônica da partida.
33º
Ypiranga 2 a 0
Data: 17/09/1961
Local: Baixada
Árbitro: Sem registro
Ypiranga: Osvaldo; Schneider, Gaieski, Danúbio
e Bira; Breno, Simão e Celso Bonela; Ênio,
Maneca e Dirceu.
Dirceu - O "Canhão da Montanha" |
Gols: Dirceu e Ênio.
Síntese: Tomasi e Osvaldo foram considerados
os melhores do clássico. Atlântico perdeu
muitos gols. Ataque do Ypiranga também perturbou
a defesa atlantina. Waldo não estava
em uma tarde feliz. Ypiranga construiu a vitória
com um tento em cada tempo.
34º
Ypiranga 1 a 0
Data: 08/10/1961
Local: Montanha
Árbitro: Rolfe Domingues
Ypiranga: Antoninho; Bira (Schneider), Gaieski,
Danúbio e Sapata; Breno e Celso, Bonela;
Maneca, Dirceu e Rato.
Gol: Breno
Síntese: Com a vitória, o Ypiranga venceu o
Torneio Dia do Futebol. Breno comandou os
“nacionais” e os “rubros”, sem preparo físico,
foram presa fácil. Nem a inclusão de Maneco
e Índio, que não jogaram a primeira partida
do torneio, serviu para melhorar o time do
Atlântico.
35º
Ypiranga 2 a 0
Data: 22/07/1962
Local: Montanha
Árbitro: José Pinheiro Borges
Ypiranga: Osvaldo; Gaieski, Winittu e Bira;
Breno, Simão e Celso; Assis, Bolívar, Dirceu e
Manequinha.
Gols: Manequinha (2).
Síntese: Jogo válido pelo “Dia do Futebol”.
Contra o 14 de Julho obteve um empate. 14 de
Julho ficou com o vice e o Atlântico com a Lanterna.
No Atlanga, o Ypiranga teve o domínio
do meio-campo e se impôs com naturalidade,
confirmando o título ao liquidar o Atlântico no
primeiro
tempo de jogo.
Pedra fundamental e local antes da construção do Colosso da Lagoa
36º
Ypiranga 3 a 0
Data: 19/08/1962
Local: Baixada
Árbitro: Sem registro
Ypiranga: Osvaldo; Bira, Gaieski, Winittu e
Celso; Breno Simão (Assis) e Hermes; Assis,
Bolivar, Ênio e Maneca.
Gols: Maneca (2) e Ênio.
Síntese: Mesmo perdendo Breno Simão logo no
começo do jogo, expulso, o Ypiranga venceu
bem o Atlântico. Maneco deslocado para a
lateral não deu resultado. A meia-cancha do
Ypiranga se impôs. No 2º tempo Maneco e
Hermes também foram expulsos. Os três gols
surgiram na primeira fase. A renda somou Cr$
200.000,00. Foi uma partida na qual o Ypiranga,
mesmo com dez, foi amplamente superior
ao
rival.
37º
Ypiranga 2 a 1
Data: 19/07/1964
Local: Waterloo
Árbitro: Wilson Pilenghi
Ypiranga: Edgar, Ênio, Garcia, Mário e Bira,
Picassinho e Chemin, Butiaco, Ney, Mário II e
Manequinha.
Gols: Manequinha e Butiaco (Ypiranga), Noronha (Atlântico).
Síntese: Nesse dia, o Ypiranga sagrou-se
campeão do “Torneio Dia do Futebol”, realizado
no Estádio Waterloo do 14 de Julho. Picassinho
e Chemin mandaram no jogo e a defesa do Atlântico foi envolvida totalmente por Mário e Manequinha.
38º
Ypiranga 3 a 2
Data: 15/11/1964
Local: Baixada
Árbitro: Wilson Cagliari
Ypiranga: Cavalheiro; Ênio, Mário I, Winittu e
Bira; Celso e Barbosinha; Picassinho (Butiaco),
Pedruca, Remo (Mário II) e Manequinha.
Gols: Tomasi e Dinarte (Atlântico), Celso,
Butiaco, Remo (Ypiranga).
Erechim, Mário I foi colocado na zaga e fez
grande partida, dominando o ataque atlantino.
Pedruca foi expulso por supostas ofensas ao
árbitro. A renda chegou a Cr$ 270.000,00. Um
minuto de silêncio para Achylles Caleffi”.
39º
Ypiranga 1 a 0
Data: 05/06/1965
Local: 14 de Julho
Árbitro: Wilson Cagliari
Ypiranga: Badê; Luis Carlos, Garcia, Bastos,
Manoelzinho (Evilásio), Pedruca, Charuto
(Marcos), Mariano, Valdir, Paulista (Marchetti)
e Lindomar.
Gols: Marchetti
Síntese: “O Ypiranga voltou a jogar com acerto
no Torneio Início. Mostrava muita disposição e
vontade de vencer sob o comando de Haroldo.
O esquadrão rubro, mais uma vez, não mostrou
um futebol objetivo, carecendo seus avantes
de uma maior mobilidade em campo. Excesso
de individualismo no quadro atlantino prejudicou
o
time”.
Paulinho, Pedruca, Maoelzinho (Evilásio), Garcia, Badê e Bastos Lindomar, Marchetti, Marcos, Valdir e Charuto/1965 |
40º
Ypiranga 3 a 0
Data: 12/12/1965
Local: Baixada
Árbitro: Abilio Machado
.
Ypiranga: Luiz Carlos II, (Alcino); Paulinho,
Mário (Garcia), Miguel e Luiz Carlos; Barbosinha
e Pedruca; Assis (Lambreta), Alteu, Meia Noite
e Picassinho.
Gols: Alteu e Barbosinha (2).
Síntese: O Ypiranga passeou pela Baixada. Um
banho de futebol no seu tradicional adversário.
O Atlântico chegou a apresentar alguma reação
no início, mas foi envolvido totalmente, com
destaques para Barbosinha, Pedruca e Meia
Noite. Os gols foram feitos por Alteu aos 13;
Barbosinha aos 42 e aos 8 do 2º tempo, cobrando
penalidade máxima. Goleada do clube
das cores nacionais em pleno reduto do rival.
Não
há “jogo em casa” nos Atlangas.
Juniores do Ypiranga com Borjão e Paulo César Carpegini/1965/1966 |
41º
Ypiranga 2 a 0
Data: 10/07/1966
Local: Baixada
Árbitro: Jefferson de Freitas
Ypiranga: Badê; Bastos, Garcia, Paulinho e
Manoel; Pedruca e Charuto; Valdir, Marcos,
Marchetti e Lindomar.
Gols: Frizzo (contra) e Marchetti.
Síntese: Outra vitória do Ypiranga em plena
Baixada. Pedruca foi o melhor jogador do
clássico. O Ypiranga dominou a partida desde o
começo. Jogo foi marcado por três expulsões.
A renda subiu a Cr$ 3 milhões. O árbitro foi
auxiliado por Saul Mendes e Álvaro Rodrigues,
da
FGRF.
Dr. Gladstone Mársico, Eduardo Pinto, Hermes Campagnolo, governador Ildo Meneghetti e presidente Oscar Abal |
42º
Ypiranga 4 a 1
Data: 09/10/1966
Local: Montanha
Árbitro: Paulo Cavalheiro
Ypiranga: Badê; Bastos, Garcia, Paulinho e
Luiz
Carlos; Pedruca e Lindomar; Marcos, Valdir,
Alteu e Manequinha.
Gols: Manequinha, Paulinho e Valdir (2) (Ypiranga),
Da Silva (Atlântico).
Síntese: Ypiranga fez 2 a 0 no primeiro tempo.
Da Silva descontou no começo do 2º tempo,
mas Valdir marcou duas vezes, fechando a goleada.
O árbitro terminou o 1º tempo antes dos
45 e fez os dois times retornarem ao gramado
depois de alertado sobre o erro. O Ypiranga foi
senhor
das ações.
1ª Rainha da Frinape, Juracema Valandro, no Colosso da Lagoa em 1966 |
43º
Ypiranga 2 a 0
Data: 02/04/1967
Local: Montanha
Árbitro: Estemir Vilhena da Silva
Ypiranga: Alcino, Paulinho, Cavalheiro, Plinio,
e Bira, Pedruca e Lindomar, Ney, Alteu, Olavo e
Marino.
Gols: Sem registro.
Síntese: O Ypiranga vinha de uma humilhante
derrota por quatro a zero no segundo Atlanga
do torneio de classificação para a Taça Aneron
Corrêa de Oliveira. Precisava vencer para não
ser eliminado. Cavalheiro entrou no setor defensivo
e deu consistência, enquanto Pedruca
e
Lindomar acabaram com o jogo.
44º
Ypiranga 1 a 0
Data: 09/04/1967
Local: Montanha
Árbitro: Estemir Vilhena da Silva
Ypiranga: Alcino; Paulinho, Cavalheiro, Plínio
e Bira; Pedruca e Lindomar (Zangão); Ney (Da
Silva), Alteu, Olavo e Marino.
Pedruca, meia e atacante. O "Leão da Montanha" |
Gol: Pedruca
Síntese: Transcorriam 38 minutos. O domínio
do Ypiranga era comprovado. Marino bate
escanteio. Olavo cabeceia no travessão. No rebote,
Pedruca entra como um "tanque” e empurra para as redes.
Vitória justa de quem sempre foi
mais equipe. Ypiranga representará a região noTorneio Aneron Corrêa de Oliveira.
45º
Ypiranga 2 a 0
Data: 02/07/1967
Local: Montanha
Árbitro: Wilson Cagliari
Ypiranga: Alcino; Paulinho, Cavalheiro, Plinio
e Bira; Pedruca e Lindomar; Da Silva, (Ney),
Olavo, Alteu e Marino.
Gols: Lindomar e Olavo.
Síntese: Ypiranga confi rma superioridade.
Marcador poderia ser mais dilatado. Atlântico
só apareceu nos instantes iniciais. Defensiva
amarela não tomou conhecimento do ataque
rubro. Renda de NCr$ 1.500,00. Miss Erechim,
Marilene Grazziottin, deu pontapé inicial. Lindomar,
aos
15 e Olavo construíram o placar.
46º
Ypiranga 3 a 1
Data: 08/10/67
Local: Baixada
Árbitro: Djalma Moura
Ypiranga: Alcino; Paulinho; Cavalheiro, Plinio
e Bira; Zé Carlos e Lindomar; Da Silva, Olavo,
Pedruca e Alteu (Marino).
Gols: Olavo, Da Silva e Pedruca (Ypiranga),
Índio (Atlântico).
Síntese: Ypiranga sagra-se bicampeão da
cidade, sendo o dono absoluto do gramado nos
90 minutos. Olavo, aos 20, coloca o Ypiranga
na frente, Índio empata aos 30. Na fase fi nal,
Pedruca, aos 20, e Da Silva (ex-Atlântico) aos
43, construíram a história do jogo. Direção técnica
do Atlântico foi responsabilizada. Vitória
tática do técnico Altino Nascimento sobre o
atlantino
Bino. Renda: NCr$ 800,00.
47º
Ypiranga 2 a 0
Data: 11/11/1967
Local: Baixada
Árbitro: Estemir Vilhena da Silva
Ypiranga: Alcino (Rômulo); Paulinho, Cavalheiro,
Plínio e Bira; Zé Carlos e Lindomar; Marino,
Alteu (Ney), Pedruca e Da Silva.
Gols: Da Silva e Pedruca.
Síntese: Ypiranga confirma sua superioridade
ampla em 1967. A condução técnica de Altino
Nascimento e a presidência de Oscar Abal.
Marcador poderia ter sido maior. Da Silva, aos
31, e Pedruca aos 25 da etapa fi nal, confi rmam
a vitória do Canarinho. O Atlanga marcou o
famoso “show” dado pelo goleiro Alcino que foi
expulso ao agredir Waldemar. O goleiro desafi
ou a torcida a pular para dentro do gramado.
O massagista Odir e o zagueiro Cavalheiro, do
próprio Ypiranga, que tentavam conter o colega
de equipe, quase foram agredidos pelo goleiro
que estava incontrolável. Sem camiseta,
desafi ava os torcedores. Foi na Baixada e uma
partida
noturna.
Alcino, Mugica, Cavalheiro, Plinio, Zé Carlos e eloi Téio, Olavo, (?), Lindomar e Iaúca. (Ypiranga - 1968) |
48º
Ypiranga 2 a 1
Data: 08/03/1969
Local: Baixada
Árbitro: José Carlos Ferrari
Ypiranga: Alcino, Glênio, Mujica (Cadunga),
Plínio e Bira; Arli e Lindomar; (Zim), Téio, Olavo,
Ademir (Da Silva) e Ademir Galo.
Gols: Olavo (2) (Ypiranga) e Fernando (Atlântico).
Síntese: O Ypiranga aproveitou melhor
as oportunidades e
venceu um clássico em que não
se apresentou bem. O goleiro Alcino segurou
todas e Olavo foi o goleador aos 21 minutos do
1º tempo e aos 47 do segundo, para o Ypiranga.
O árbitro José Carlos Ferrari anulou um gol legal
do Atlântico no primeiro tempo e deixou de
dar um pênalti contra o Ypiranga no 2º tempo,
segundo
a crônica de A Voz da Serra.
Ypiranga 4 a 1
Data: 20/09/1970
Local: Colosso da Lagoa
Árbitro: Elio Nepomuceno
Ypiranga: Valdir, Osmar, Mujica, Plínio e Cláudio;
Arli e Ariovaldo, Téio, Borjão, Cafuringa, (Tonho),
Ademir Galo (Rui).
Gols: Ademir Galo, Téio, Borjão (2) (Ypiranga), Ciro
(Atlântico).
Síntese: Foi o primeiro Atlanga do Estádio Olímpico
do Ypiranga – Colosso da Lagoa. O técnico
Ivo Barbieri, do Ypiranga, acertou o time e venceu
fácil um Atlântico formado boa parte por jogadores
amadores. Os gols foram marcados por
Ademir Galo, aos 14 minutos e Téio aos 20 do 1º
tempo. Borjão, aos 15 e 45 minutos do segundo
tempo para o Ypiranga. Ciro descontou para o
Atlântico aos 27 do segundo tempo recebendo
passe de Tomasi. Antes do início do jogo foram
prestadas homenagens ao velho estádio da
Montanha – Presidente Getúlio Vargas, com os
juvenis do Ypiranga conduzindo chama simbólica.
Foram hasteados os pavilhões dos três tradicionais
clubes de Erechim. Pelo Ypiranga, o Patrono
Hermes Campagnollo; Atlântico, Eolo Arioli e,
pelo
14
de Julho, o Presidente, Rolfe Domingues.
50º
Ypiranga 3 a 1
Data: 06/12/1970
Local: Baixada
Árbitro: Juarez de Oliveira
.
Ypiranga: Alcino; Osmar, Mujica, Alvim e
Cláudio, Arli e Ariovaldo; Rui, Téio, Cafuringa e
Ademir Galo.
Gols: Osmar, Téio e Rui (Ypiranga) e Parizon
(Atlântico).
Síntese: Os dois times jogaram um grande
clássico na Baixada. O jogo foi à noite e teve
um grande público. O Ypiranga, com a goleada,
conquistou o título de Campeão Citadino de
1970. O Atlântico iniciou jogando retrancado
e isso facilitou a experiente equipe de Ivo
Barbieri, que venceu o 1º tempo por 1 x 0. No 2º
tempo, o jogo ganhou em movimentação, mas
os “canarinhos” foram superiores e chegaram
fácil aos 3 a 1. Parizon perdeu um gol feito,
depois
de Alcino soltar a bola dentro da área.
51º
Ypiranga 2 a 0
Data: 30/05/1971
Local: Presidente Médici (dizia a
crônica) referindo-se ao Colosso da Lagoa.Árbitro: Zeno Escobar Barbosa
Ypiranga: Ricardo; Washington, Mujica, Cuca e
Bira (Cláudio); Borjão e Ruben; Téio, Pedruca,
Cafuringa e Rodrigues (Laci).
Gols: Téio (2).
Síntese: “O Atlântico iniciou melhor o clássico,
mas foi penalizado pela falta de sorte nos
arremates a gol. Poderia ter aberto o marcador
com Luiz Carlos. No Ypiranga, Cafuringa
desmontou a defesa do Atlântico, enquanto o
grande goleador Téio se encarregou de fazer os
gols aos 24 e 29 minutos do primeiro tempo.
Dias também foi destaque no Atlântico
quando, no segundo tempo, o time procurou
descontar a diferença no placar. Mas o técnico
Manoel Barbosa ‘escalou mal o meio-campo
do verde-rubro’, e o ataque ficou sem a bola
trabalhada para concluir. A arbitragem contou
com os auxiliares, Laor Ferreira e Juarez Gonçalves.
Ypiranga 2 a 1
Data: 19/09/1971
Local: Colosso da Lagoa
Árbitro: João Carlos Von Mendel
Ypiranga: Alcino, Bira, Mujica, Cuca e Cláudio;
Plinio (Zico) e Ruben; Téio, Taco (Pedruca),
Borges e Ariovaldo.
Gols: Taco e Téio (Ypiranga) e Luiz Carlos
(Atlântico).
Síntese: Foi mais um jogo pela Taça Governador
no Estádio Presidente Médici. O Ypiranga
foi nitidamente superior aos comandados do
professor Daniel Cieslak. O Atlântico estava
tentando montar um time formado por
amadores, mas não conseguia ter sucesso.
Estavam longe os tempos em que dominava
o principal clássico do norte do Rio Grande do
Sul. O Atlanga estava mais para os amarelos e
os bons tempos do Galo fi caram no passado.
Os gols foram marcados por Taco e Téio para o
Ypiranga no primeiro tempo. Luiz Carlos fez o
gol do Atlântico. Histporica narração dos
gols por Euclides Antônio Tramontini, depois de
tabelinhas levando à narração fiel: “Bola com
Taco/Téio, Téio/Taco, Taco/Téio...” até o gol.
Cláudio, Zico, Baiano, Cuca, Mugica e Valdir Juarez, Ismael, Pedruca, Paulo Ferro e Maurinho/1971 |
Ypiranga 1 a 0
Data: 19/09/1974
Local: Colosso
Árbitro: Wilson Bagatini
Ypiranga: Valdir; Manoel, Mujica, Vilmar e
Cuca; Paulo Ferro e Pio; Dirceu, Helenilton,
Tonho e Paulinho.
Gol: Paulo Ferro.
Síntese: Com uma renda de Cr$ 16.200,00, o
clássico foi jogado numa quinta-feira à noite.
O Ypiranga dominou na primeira etapa e o
Atlântico teve melhor desempenho nos 45 minutos
finais. O gol veio por meio de uma jogada
de Tonho pela direita. Venceu Deda e recebeu
penalidade máxima muito bem assinalada.
Paulo Ferro bateu com categoria. Houve uma
contagem de cupons para ver quem tinha
maior torcida e o Atlântico largou na frente
com 588 a 580.
Cinqenternário do Ypiranga - 24/08/1974 - Maior público do Colosso da Lagoa. Cerca de 25 mil pagantes. Ypiranga 0 x 2 Internacional |
54º
Ypiranga 1 a 0
Data: 13/11/1974
Local: Colosso
Árbitro: Sem registro
Ypiranga: Cavalheiro (Valdir); Manoel, Mujica,
Cuca e Cláudio; Paulo Ferro, Zico e
Helenilton;
Luizinho, Pedruca (Ismael) e Tonho.
Gol: Ismael.
Síntese: Partida válida pelo campeonato da
cidade. O tento surgiu aos 35 da etapa final.
Pedruca teve oportunidade aos 5 do 1º tempo,
mas não aproveitou. O Atlântico respondeu
com Mano aos 8, que arrematou contra o
poste. Na etapa final, Jaime foi aplaudido de
pé por grande jogada. O goleiro Cavalheiro se
lesiona e foi substituído por Valdir. Aos 12 minutos
da etapa complementar, o bandeirinha
Cesar de Oliveira foi atingido por uma pedrada
que vindo das arquibancadas. Antes do jogo, houve
uma apresentação automobilística. A renda
somou Cr$ 16.166,00.
55º
Ypiranga 2 a 0
Data: 20/04/1975
Local: Colosso da Lagoa
Árbitro: Sem registro
Ypiranga: Remi; Cláudio, Mujica, Cuca e Cito;
Paulo Ferro, Pedruca e Clóvis; Tonho, Enio
Fontana e Zé Luiz.
Síntese: O Atlanga não apresenta maiores registros
jornalísticos, aparecendo tão somente
o resultado da partida e remetendo o texto já
para as próximas partidas da dupla. Contudo,
enfatizava a supremacia do Ypiranga na era
dos clássicos no Colosso da Lagoa.
56º
Ypiranga 1 a 0
Data: 05/10/1975
Local: Colosso da Lagoa
Árbitro: Luiz Moura Guaranha
Ypiranga: Jurandir; Joubert, Mujica, Cuca e
Cito; Ederson, Zé Carlos (Ivonir); Lambari,
Tonho, Zezinho e Rosalino (Bugre).
Gol: Zezinho.
Síntese: O favoritismo do Atlântico desapareceu
assim que começou o jogo. Zezinho
lançado às costas de Nitota decretou o 1 a 0.
O Atlântico tinha uma folha de pagamento que
era assunto na época e, por isso, esperava-se
mais do time. Na etapa final, o técnico Edgar
do Ypiranga, reforçou seu sistema de defesa, exercendo
uma marcação “homem a homem”. A renda
não agradou: Cr$ 25 mil. O Atlântico perdeu o
clássico, mas ainda liderava a chave 6. Luiz
Moura Guaranha foi auxiliado por Rubens Delgado
e Viana da Silva.
57º
Ypiranga 2 a 0
Data: 23/11/1975
Local: Baixada
Árbitro: Marco Graco
Ypiranga: Jurandir; Joubert, Mujica, Cuca e
Cito; Ederson, Evonir e Vavá (Zé Carlos); Tonho
(Zezinho), Lambari e Rosalino.
Gols: Sem registro.
Síntese: Jogo válido pela Copa Pedro Carneiro
Pereira. Público diminuto com renda fraca de
apenas Cr$ 6.524,00.
Um dos times iniciais do Ypinranga no Colosso. O úlitmo, agachado à direita, é Thithi (Álvaro Andreis - família que muito atuou no Ypiranga na era do Colosso). |
Ypiranga: Retomada no início dos anos 1980 |
Juvenis do Ypiranga, campeão municipal em 1983. À esquerda, em pé, grande e dedicado ypiranguista senhor Osvaldo Sachet. |
Maurício, Beto, André Luiz, Gilmar, Menezese Belmonte Paulo Gaúcho, Sérgio Oliveira, Beto, Jorão e Lela (1993) |
Maurício, Nenê, Vanderlei, Carlos, Menezes e Francisco Carlos; Alexandre, Fábio, Sérgio Oliveira, Serginho, (?) ( Início anos 1990) Grande time que descortinou um novo tempo para o Canarinho Foto oficial do Ypiranga de 2014 - Ano Marcou o início de uma nova era para o clube das cores nacionais. Dali em, diante o Ypiranga passou a ganhar notoriedade nacional Ypiranga teve em 1996 como técnico Adenor Laonardo Bachi, o Tite, que comandou o Brasil em duas Copas do Mundo Ypiranga 100 anos – O melhor Carlos Antônio Flioriani Ronchetti (Tonho) Miguel; Gedeílson, Garcia, Vinitú e Paulinho; Hermes, Pedruca e Luis Freire; Marimba, Dirceu e Olavo. Cita ainda: Lindomar, Butiaco, Chico (goleiro) e Mário Mugica. Glênio Renan Cabral – Ex-futebolista e dirigente do Ypiranga Jânio; Luis Cláudio, Ildo, Menezes Francisco Carlos/Sander; Carlos Roberto, Luiz Freire e Paulo Bayer; Paulo Gaúcho, Aílton e Sandro Pires. ---- José Luiz Badalotti - Gerente da Rádio Difusão Carlão; Marcos Teixeira, Mugica, Scolari e Cito; Carlos Roberto, Joel, Luis Freire e André Carpes; Paulo Gaúcho e Sandro Sotilli. Luiz Fernando Testa – Ex-técnico de futsal e desportista Alcino; Cavalheiro, Mugica, Plinio e Bira; Pedruca, Olavo e Lindomar; Téio, Dirceu e Ademir Galo. Álvaro Andreis (Titi) – Ex-jogador e preparador físico do Ypiranga (Cabe observar que a família Andreis foi, provavelmente, a que mais conviveu com o Ypiranga na era do Colosso da Lagoa. Serviços prestados em quase todas as áreas do clube). Jânio: Luis Cláudio, Saimon, Ildo e Sander; Joel, Mabília, Luis Freire e André Carpes; Paulo Gaúcho e Aílton. Clóvis Pandolfi – Desportista Carlão (Mazaropi); Gedeílson, Saimon, Scolari e Sander; Carlos Roberto, Paulo Bayer, Luis Freire e Perin; Paulo Gaúcho e Sandro Sotilli. ----- Jânio; Luis Cláudio, Ildo, Mario Mugica e Gedeilson; Joel, Luis Freire, Borjão; Paulo Gaúcho, Pedruca e Lauro. ----- Valdir; Marcos Teixeira, Mugica, André Beraldo e Fábio Lima; Paulo Ferro, André Carpes, Jorjão e Luis Freire; Aílton e Sandro Sotilli. Edson Machado da Silva – Narrador Esportivo Amilton José Drews – Narrador Esportivo Fabian Brancher – Ex-jogador e atual comentarista Edezio Detoni – Desportista Nini Gressana – Empresário --- Edilon Flores - Repórter Jânio; Marcos Teixeira, Reinaldo, Mendonça e PK; Joel, Lorran e Luis Freire; Paulo Gaúcho, Gerson e Erick. --- Aldérico Albino Miola (Jacaré) – Ex-atleta e desportista Alderi Oldra – Desportista Chico; Marcos Teixeira, Baggio, Dione, Polaco; Carlos Roberto, Márcio Oldra; Mabília, André Carpes, Ailton e Paulo Gaúcho. Leomar José Ody - Ypiranguista ---- Célio Fahl – Médico --- --- Vanderlei Tonin - - Ex-dirigente Alcino; Luis Cláudio, Ildo, Mugica e André Luis; Carlos Roberto, Mabília, Luiz Freire e Borjão; Paulo Gaúcho e Aílton. ---- Antonio Ernesto Todeschini - Médico Miguel (Alcino); Paulinho, Mugica, Cavalheiro e Gedeílson, Lindomar e Quinzinho; Paulo Gaúcho, Pedruca, Sabiá e Butiaco. --- Marcelo Chinazzo - Fisicultor Personal Carlos Alberto; Luciano, Ildo, Polaco e Sander; Carlos Roberto, Luis Freire e Mabília; Paulo Gaúcho, Aílton e Sotilli. Luiz Felipe De Marchi (Tobata) - ex-presidente Alcino, Luis Cláudio, Ildo, Mugica e Bira; Roberto, Olavo, Luiz Freire; Paulo Gaúcho, Sotilli e Ciro. --- Mino Baggio - Ex-dirigente Carlos Alberto; Marcos Teixeira, Pádua, André Beraldo e Xará: Carlos Roberto, Belmonte, André Carpes e Moreno; Paulo Gaúcho e Aílton Ypiranga histórico Miguel; Bino, Frainer e Plinio; Hermes, Plinio Ronchetti, Marimba e Pedruca; Carlinhos, Paulo Gaúcho e Lauro.
Camarote no Colosso da Lagoa Adilson Stankiewicz – Presidente do Ypiranga F.C “Um clube de futebol só chega ao seu centenário se a sua história foi bem escrita por muitas mãos. O Ypiranga nasceu do sonho de um grupo de homens livres, patriotas e esportistas, que criaram um time de “brasileiros” em uma época em que os clubes de futebol representavam grupos étnicos. No primeiro quadro que foi a campo tinham descendentes de italianos, alemães, poloneses, africanos, portugueses... enfim todos os matizes representados. As cores escolhidas para esta equipe não poderiam ser mais nacionais: verde e amarelo. “Nossas cores, na Pátria inspiradas, Tem o verdade da terra e do mar; No amarelo refulgem as fadas; Do esplendor e riqueza sem par” diz o nosso hino ainda embalados pelo recente centenário da independência (1992). Não bastava ser patriótico e inclusivo do ponto de vista étnico, o primeiro registro de uma torcida feminina no Brasil, também é nosso: As legionárias, e diz ainda o nosso hino, a respeito: “E no campo se vêem, promissoras, as defesas... e o ataque que avança... Eia, vamos gentis torcedoras, Para a glória da nossa esperança!”. Com estes princípios galgamos os picos da glória, embalados por grandes guerreiros como Pedruca, Paulo Ferro, Paulo Gaúcho, Mugica, Luiz Freire, Carlos Alberto, Alcino, Alteu, Cavalheiro e tantos outros heróis canarinhos. Com este vigor e força, vamos em busca de novas conquistas e novas jornadas, não mais somente de projeção local, mas sim a nível nacional, por isso nosso lema para o centenário é: “100 anos são apenas o começo. Você parte desta história”. (Presidente do Ypiranga) Todos os presidentes João Vitorino dos Reis (1924) - Sebastião Cezar (1924) - Otto Fellman (1925) - Theodoro Tedesco (1926) - José Maria de Amorim (1927) - Lisandro Araujo (1928) - Antonio Azambuja Vilanova (1929) - Vitorio Alovizi (1930) - Aquilino Facenda (1931) - Fioravante Tagliari (1932-1933) - Julio Lindolfo Boher (1934) - Fioravante Tagliari (1935) - Epaminondas Greco (1936) - Sebastião Kneipp Ramos (1937-1939) - Modesto Rigoni (1940) - Fioravante Tagliari (1941) - Antonio Weber (1942) - Luiz Fagundes (1943-1944) - Theodoro Tedesco (1945) - Jardino Schenatto (1946) - Theodoro Tedesco (1947) - Waldomiro Claudino Galli (1948 a 1950) - Isaac Rosa Osório (1951) - Saul Donida (1952) - Zulmiro Michelon (1953) - Pedro Brockmann (1954) - Nelson Caetano (1955) - Baltazar Sponchiado (1956) - Estevam Taurino de Rezende (1957) - Orlando Pedrollo (1958) - Harry Kleinubing (1958) - Waldomiro Claudino Galli (1959) - Pedro Brockmann (1959) - Hermes Schenatto (1960) - José Wawrch (1961-1962) - Pedro Brockmann (1963) - Oscar Abal (1964 a 1970) - Gladstone Osório Marsico (1971) - Onestino Moll (1972) - Danton Hartmann (1973-1974) - Ivo Luiz Barbieri (1975-1976) - Marinho Kern (1976-1977) - Luiz Pungan (1978 a 1980) - Wilmar Rubenich (1981) - Antonio Dexheimer Pereira da Silva (1982) - Eleonir José Gollin (1983) - Luiz Felipe de Marchi (1984) - Antonio Luiz Dal Prá (1985-1987) - João Aleixo Bruschi (1988) - Luiz Felipe de Marchi (1989) - Getúlio Oscar Sass (1990) - Ivan Carlos Aguiar Tacques (1991) - Mauro Roberto Capoani (1992) - Osmar Tonin (1993) - Luiz Zordan (1994) - Everton Barbieri (1995) - Antonio Oldra (1996) - Luis Felipe de Marchi (1997) - João Aleixo Bruschi (1998-1999) - Luis Zordan (2000) - Colegiado (2001) - Jorge Luiz Paziczeck (2002) - João Aleixo Bruschi (2003-2013) - Osvaldino Fuzinato (2014-2015) - Luis Felipe de Marchi (2016-2017) - Adilson Stankiewicz (2018-
MINHA MAIOR EMOÇÃO NO COLOSSO Ypiranga consegue o Acesso em 2008 Crônica de uma tarde anunciada! Quando o Brida foi calçado dentro da área no momento em que, inacreditavelmente, a bola lhe sobrava como um maço de dinheiro que se acha perdido no bolso de uma roupa esquecida, e o Vinícius Costa da Costa, de frente, apitou, e se inclinou com uma perna encolhida e a outra esticada e com o braço estendido, mais duro que nas melhores continências reverenciadas a um certo líder sanguinário do passado, para a marca do pênalti, eu levei os olhos ao céu e pensei comigo mesmo: sim, o Valério (Schillo) está vendo o jogo! Claro, porque do jeito que as coisas andavam entre Ypiranga e Brasil (Farroupilha), domingo e já no 2º tempo, o time sentindo as ausências, errando passes, nervoso com o peso da cobrança de 18 mil bocas que gritavam da arquibancada, e com o Brida sem ritmo, tudo indicava que – se não perdesse -, já não seria tão fora de consideração. Enquanto o Brasil cercava pela frente e pelas costas o Costa da Costa, pedindo que voltasse a história, procurei o Vagner. Sim, porque com ele, era gol. E o encontrei caminhando pra cá, pra lá, com a bola embaixo do braço. Quando vi – decidi: gol. Mesmo assim, não quis ver. Baixei os olhos na cabine e esperei pelo xuááá. A bola quando entra e pega na rede faz xuááááááá. Mas esperei, esperei, esperei e ouvi o apito do Vinícius e foi - tuuuuuuummmmmmmmmm. Tuummmm? – me perguntei! Como tuuummmmmm!? Mas devia ser xuáá! Não resisti e ergui o olhar e a bola vinha caindo o céu e alguém a tirou para fora do Brasil. Eu que conheço o Colosso há 37 anos, segunda fará 38; nunca soube – mas domingo descobri que ele tem mãos. Logo depois do tuuuuuummmmmmmmm, o Colosso botou as mãos na cabeça não acreditando no que tinha visto. O time desfalcado, jogando mal, nervoso, contra uma touca e tudo se encaminhava para um desfecho infeliz, postergando uma festa impostergável. O estádio se sentou com a cabeça enterrada em 36 mil palmas de mãos. De manhã, dia dos pais, saí às 10 horas para comprar ingresso para o meu filho Eduardo. Na Sete, chapéus de catar ovo, almofadas, gorros, radinhos, bandeiras de ‘O grito do Ypiranga!’, misturavam-se a coloradas e tricolores. Carros iam, vinham e paravam. Mulheres desciam e com os filhos escolhiam a bandeira e saíam de novo em desfile com o pavilhão verde-amarelo tremulando na janelinha. Plat, plat, plat, plat, plat, plat, plat – fazia o pano das cores nacionais, Sete acima, tocada pelo vento. Na portaria do estádio encontrei uma fila. Eram 10 da manhã e havia fila. Era hoje. Tinha de ser hoje. Não podia e nem seria em outro dia. Era demais a mobilização pelo feito canarinho, quando ainda nem as churrasqueiras ardiam cidade afora. Às duas da tarde o movimento era de jogo grande. Na cabine da Difusão, o Idylio Badolotti me chamou e conversamos sobre a decisão, ao lado do dr. Edson Machado da Silva. Lembro que entre outras coisas disse: ‘o Diego, a melhor coisa que apareceu no Colosso em 2008...’, quando o Amilton, mostrando toda a sua versatilidade, cortou lá debaixo e fez o raio cair: ‘seu Idylio, seu Idylio... vê se vocês reconhecem esta voz!’. E foi então que entrou: ‘meu caro Idylio... meu caro Amilton, meus caros ouvintes da Difusão...’ e logo o Idylio também cortou: ‘Tramoontini!’. Não é que até o eterno Tramontini da velha rádio Erechim esteve no campo? Ainda brinquei: ‘hoje podemos reunir o Tramontini, o Ceni e o Milton Doninelli!’. Subiam às cadeiras homens e mulheres que nunca vira antes. O eterno ypiranguista Chico Pungan, trazia com familiares, o Celeste Dal Prá. Apoiado numa bengala alta subia os degraus em busca de uma cadeira. Sociais cheias. Lá embaixo as arquibancadas iam sendo tomadas como o sol que vem sobre ipês e pessegueiros quase ao final dos invernos, e vai se esparramando e enchendo de luz tudo o que vê pela frente, sem a menor possibilidade de ser contido. Quando Pelé fez a bola passar pelo meio das pernas do Jadir naquela quarta-feira, 2 de setembro de 1970, e fuzilou o goleiro Breno, fazendo levantar o estádio do canarinho, nem naquela noite havia tanta gente como já se via no Colosso faltando 15 minutos para o adeus do Ypiranga à Segundona. Eu não sei de onde esse Brasil de Farroupilha tira tanta gana quando vê o Ypiranga pela frente. Fazia uma semana que o time serrano tinha sido surrado nas Castanheiras pelo Pelotas, que apanharia do canarinho três dias depois. Será que o Brasil, por verde e vermelho, será que é por isso que ele se agiganta contra o Ypiranga? Haveria aí um grau de parentesco com o falecido Atlântico do futebol de campo? O fato é que a partida ia pau a pau. Se o Brasil não era um Milan para o Ypiranga, o canarinho não se encontrava e, maltratando a bola pelo passe errado; enervava o anseio coletivo que tinha todas as certezas do mundo de que seria naquela tarde, não se sabe como, que o tabu seria quebrado e a Primeirona festejada até a noite alta cair. Houve gol anulado do Brasil (e bem anulado), mas o ar primaveril que banhava as 18 mil cabeças no Colosso, encontrava uma estranha resistência, como que decretada pelo destino. Algo como Brasil e Uruguai, Inter e Olímpia, Fluminese e LDU. Não podia de jeito nenhum, deixar de acontecer a festa tão ao alcance da vaga, mas os deuses pareciam conspirar. Estariam apenas brincando, se divertindo, fazendo o estádio suar gelo, ou, a praia ficava ali mesmo, no entorno da lagoa que deu origem ao nome de guerra do Colosso em vaticínio do dr. Wilson Wattson Webber, em discurso durante churrasco de recepção a visitantes no fim dos anos 60 no pavilhão em construção. Aos 31, aos 35, aos 38, aos 42, eu tinha jogado a toalha. Eu sei do velho ditado que o jogo só acaba quando termina – mas, as coisas estavam com ar, jeito e cara de impossíveis. Por isso tratava de confortar o desconforto tentando ressuscitar que apesar da frustração, ainda havia dois tiros: o TAC e o Guarani de Venâncio, para derrubar a Segundona. Eu não sei como o Pito foi parar dentro de campo naquele jogo. Só sei que quando ¼ do estádio já estava nas vicinais da Sete para escapar ao engarrafamento, o Pito foi se intrometendo como um anão de circo, e meio despercebido, mas comandando o espetáculo; e de repente ele descobriu ‘a melhor coisa que apareceu no Colosso em O tiro seco e inapelável fez o estádio explodir. Nem o estrondo do intervalo que estourou vidros nas cabines de rádio conseguiu lembrar o que veio com o disparo de Diego. Ali não foi nem xuááá – mas um xuuáááááááá antecedido por um tuuuuuummmmmm. Quando vi, a bola estava quieta, desmaiada, desfalecida, morta no fundo das redes, não, no fundo das redes não, no fundo da 2ª Divisão. O estádio pulava sobre si mesmo. Diego sufocado pelos abraços do time Os choros de alegria não tinham vergonhas, sim, porque vergonhoso seria tentar segurar àquela hora um mar de água que desce com o estouro de uma barragem. Quando o Diego e meio time saíram correndo ao alambrado, querendo escalá-lo e pulá-lo para os braços da nação verde-amarela, outra revelação do futebol erechinense de 2008, o bom repórter Tiago Ávila, conseguiu fazer eco ao que gritava Diego colocando na sua boca o microfone da Erechim. ‘É pro meu pai, é pro meu pai!’, gritava tresloucado o autor do disparo que matou a Segundona na vida do Ypiranga e colocou o clube na Primeirona. Eu não sei porque o Costa da Costa insistiu em dar mais 5 minutos, mas, quem entende os árbitros!? Escaramuças ainda se ensaiaram entre os atletas, tudo porque quem havia ganho o céu de presente assim como o bom ladrão que arrependeu-se na hora ‘H’; este não haveria de querer sentir o calor do inferno. E isto deve ser compreendido, pois quem, em sã consciência, em não sendo nem Adão, nem Eva – haveria de entregar o paraíso como se nada fosse?! Quando o árbitro encontrou o fim da partida, nove anos ficaram para trás naquele prrrrrrrrrrrrrrrrrrrr. O Banana pulava como só o Banana pode pular e rolar, porquanto o seu time, a despeito de crises e derrotas, reabilitações e vitórias, jamais, perdeu a sua identidade, a vergonha e a alma. Milhares de Bananas, num repente, rolavam pelo gramado do Colosso, onde um dia já foi lagoa.
Os fios das emissoras de rádio eram recolhidos e enrolados e já se precipitava o crepúsculo do fim de tarde. Da tarde do dia dos pais. Da tarde de 10 de agosto de 2008. O Ypiranga, segunda-feira, 18, estará de aniversário e fará 84 anos. Oito décadas e quatro anos de honra à sua origem, à sua tradição, à sua história. 84 anos de honra ao seu fim, maior, principal e único. E quando eu deixei o Colosso da Lagoa e a brisa leve ainda levantava um papelzinho de bala aqui, um ingresso amassado dali, senti que o banner com a figura de Valério Schillo, no hall do Colosso, também recebeu uma golfada e se estufou quieta e rapidamente chamando-me a atenção, como num ‘psiu, ô Ody!, psiu... eu não estava só lá ‘Nas planuras e serras tão lindas/Ypiranga, Ypiranga em louvor!/Quer na paz, quer na luta bem-vindas/As vitórias da força e do amor!’. A crônica de uma tarde anunciada estava pronta. Na véspera do centenário Ypiranga classifica para o octogonal final da Série "C" do Brasileirão. Farnei Coelho, Diretor Executivo Tiago Carvalho, técnico - 2024 Erechinenses ypiranguistas, radicados em Porto Alegre, vibram com a classifcação no Colosso Entrada estádio Colosso da Lagoa em Agosto de 2024 Este trabalho de pesquisa por mim realizado, junto a diversas fontes, não tem a pretensão do erro zero e nem de esgotar o assunto. Busquei, sim, sempre o acerto. Busquei uma outra abordagem. Mas foi muito difícil localizar fotos e, principalmente, identificá-las sem cometer algum equívoco, pelo que já peço a compreensão de todos. No demais desejo cumprimentar e render meu reconhecimento a todos aqueles que durante 100 anos, deram de alguma maneira sua valorosa contribuição à história deste clube que honra as tradições do futebol profissional erechinense, no Rio Grande do Sul e no Brasil. Cabe às gerações vindouras honrar este legado e dar continuidade a esta história que orgulha o clube, a cidade e o futebol da região norte do estado. "Nas planuras e serras tão lindas/ Ypiranga! Ypiranga ! Em louvor!" Fotos : Arquivo pessoal, Arquivo do Ypiranga F.C. e "A Voz da Serra (AVS)" V
Comemorações inovadoras: todo grupo no vestiário - (2020) Ypiranga - (2021) Ypiranga vice-campeão do RS - (2022) Ypiranga - (2023) Ypiranga e ABC - (2024) Carius, Windson, Fernando, Reifit, William e Alexander; Ribeiro, Taddei, Lucas Marques, Reifit, Yohan e Uchôa. (2024 - Uniforme Alternativo) Camisa alternativa - 2024 Ypiranga em jogo noturno com no iluminação Cadeiras sempre com bom público Camiseta solidária com a tragédia das cheias no RS José Alberto Nunes (Banana), torcedor símbolo Foi antecedido por "Maroca", homem simples e muito querido da torcida verde-amarela. Maroca já é falecido há muitos anos, mas está na memória e na história do Ypiranga. Joel, 5 - grande capitão de 1989 Gedeílson, uma das lideranças técnicas do time, jogou com a camiseta nº 100 durante o ano Grande time que descortinou um novo tempo para o Canarinho Foto oficial do Ypiranga de 2014 - Ano Marcou o início de uma nova era para o clube das cores nacionais. Dali em, diante o Ypiranga passou a ganhar notoriedade nacional Ypiranga teve em 1996 como técnico Adenor Laonardo Bachi, o Tite, que comandou o Brasil em duas Copas do Mundo Ypiranga 100
anos – O melhor Carlos Antônio Flioriani Ronchetti
(Tonho) Miguel;
Gedeílson, Garcia, Vinitú e Paulinho; Hermes, Pedruca e Luis Freire; Marimba,
Dirceu e Olavo. Cita ainda:
Lindomar, Butiaco, Chico (goleiro) e Mário Mugica. Glênio Renan Cabral – Ex-futebolista
e dirigente do Ypiranga Jânio; Luis
Cláudio, Ildo, Menezes Francisco Carlos/Sander; Carlos Roberto, Luiz Freire e
Paulo Bayer; Paulo Gaúcho, Aílton e Sandro Pires. ---- José Luiz Badalotti - Gerente da Rádio Difusão Carlão; Marcos Teixeira, Mugica, Scolari e Cito; Carlos Roberto, Joel, Luis Freire e André Carpes; Paulo Gaúcho e Sandro Sotilli. Luiz Fernando Testa – Ex-técnico de
futsal e desportista Alcino;
Cavalheiro, Mugica, Plinio e Bira; Pedruca, Olavo e Lindomar; Téio, Dirceu e
Ademir Galo. Álvaro Andreis (Titi) – Ex-jogador e preparador físico do Ypiranga (Cabe observar que a família Andreis foi, provavelmente, a que mais conviveu com o Ypiranga na era do Colosso da Lagoa. Serviços prestados em quase todas as áreas do clube). Jânio: Luis
Cláudio, Saimon, Ildo e Sander; Joel, Mabília, Luis Freire e André Carpes;
Paulo Gaúcho e Aílton. Clóvis Pandolfi – Desportista Carlão
(Mazaropi); Gedeílson, Saimon, Scolari e Sander; Carlos Roberto, Paulo Bayer,
Luis Freire e Perin; Paulo Gaúcho e Sandro Sotilli. ----- Jânio; Luis
Cláudio, Ildo, Mario Mugica e Gedeilson; Joel, Luis Freire, Borjão; Paulo
Gaúcho, Pedruca e Lauro. ----- Valdir; Marcos Teixeira, Mugica, André Beraldo e Fábio Lima; Paulo
Ferro, André Carpes, Jorjão e Luis Freire; Aílton e Sandro Sotilli. Edson Machado da
Silva – Narrador Esportivo Amilton José Drews –
Narrador Esportivo Fabian Brancher –
Ex-jogador e atual comentarista Edezio Detoni –
Desportista Nini Gressana –
Empresário --- Edilon Flores - Repórter Jânio; Marcos Teixeira, Reinaldo, Mendonça e PK; Joel, Lorran e Luis Freire; Paulo Gaúcho, Gerson e Erick. --- Aldérico Albino Miola
(Jacaré) – Ex-atleta e desportista Alderi Oldra – Desportista Chico;
Marcos Teixeira, Baggio, Dione, Polaco; Carlos Roberto, Márcio Oldra;
Mabília, André Carpes, Ailton e Paulo Gaúcho. Leomar
José Ody - Ypiranguista ---- Célio Fahl – Médico --- --- Vanderlei Tonin - - Ex-dirigente Alcino; Luis Cláudio, Ildo, Mugica e André Luis; Carlos Roberto, Mabília, Luiz Freire e Borjão; Paulo Gaúcho e Aílton. ---- Antonio Ernesto Todeschini - Médico Miguel (Alcino); Paulinho, Mugica, Cavalheiro e Gedeílson, Lindomar e Quinzinho; Paulo Gaúcho, Pedruca, Sabiá e Butiaco. --- Marcelo Chinazzo - Fisicultor Personal Carlos Alberto; Luciano, Ildo, Polaco e Sander; Carlos Roberto, Luis Freire e Mabília; Paulo Gaúcho, Aílton e Sotilli. Luiz Felipe De Marchi (Tobata) - ex-presidente Alcino, Luis Cláudio, Ildo, Mugica e Bira; Roberto, Olavo, Luiz Freire; Paulo Gaúcho, Sotilli e Ciro. --- Mino Baggio - Ex-dirigente Carlos Alberto; Marcos Teixeira, Pádua, André Beraldo e Xará: Carlos Roberto, Belmonte, André Carpes e Moreno; Paulo Gaúcho e Aílton --- Antonio Oldra (Toni) Ex-presidente Carlos Alberto; Luciano, Turato, Alê Xará; Carcão, Everton Luis e Marquinhos; Sandro Sotilli, Sandro Gaúcho e Gilmar Ypiranga histórico Miguel; Bino, Frainer e Plinio; Hermes, Plinio Ronchetti, Marimba e Pedruca; Carlinhos, Paulo Gaúcho e Lauro.
Camarote no Colosso da Lagoa Adilson Stankiewicz – Presidente do Ypiranga F.C “Um clube de futebol só chega ao seu centenário se a sua história foi bem escrita por muitas mãos. O Ypiranga nasceu do sonho de um grupo de homens livres, patriotas e esportistas, que criaram um time de “brasileiros” em uma época em que os clubes de futebol representavam grupos étnicos. No primeiro
quadro que foi a campo tinham descendentes de italianos, alemães, poloneses,
africanos, portugueses... enfim todos os matizes representados. As cores
escolhidas para esta equipe não poderiam ser mais nacionais: verde e amarelo. “Nossas
cores, na Pátria inspiradas, Tem o verdade da terra e do mar; No amarelo
refulgem as fadas; Do esplendor e riqueza sem par” diz o nosso hino ainda
embalados pelo recente centenário da independência (1992). Não bastava
ser patriótico e inclusivo do ponto de vista étnico, o primeiro registro de uma
torcida feminina no Brasil, também é nosso: As legionárias, e diz ainda o nosso
hino, a respeito: “E no campo se vêem, promissoras, as defesas... e o ataque
que avança... Eia, vamos gentis torcedoras, Para a glória da nossa esperança!”.
Com estes
princípios galgamos os picos da glória, embalados por grandes guerreiros como
Pedruca, Paulo Ferro, Paulo Gaúcho, Mugica, Luiz Freire, Carlos Alberto,
Alcino, Alteu, Cavalheiro e tantos outros heróis canarinhos. Com este vigor e
força, vamos em busca de novas conquistas e novas jornadas, não mais somente de
projeção local, mas sim a nível nacional, por isso nosso lema para o centenário
é: “100 anos são apenas o começo. Você parte desta história”. (Presidente do Ypiranga) Todos os presidentes João Vitorino dos Reis (1924) - Sebastião Cezar (1924) - Otto Fellman (1925) - Theodoro Tedesco (1926) - José Maria de Amorim (1927) - Lisandro Araujo (1928) - Antonio Azambuja Vilanova (1929) - Vitorio Alovizi (1930) - Aquilino Facenda (1931) - Fioravante Tagliari (1932-1933) - Julio Lindolfo Boher (1934) - Fioravante Tagliari (1935) - Epaminondas Greco (1936) - Sebastião Kneipp Ramos (1937-1939) - Modesto Rigoni (1940) - Fioravante Tagliari (1941) - Antonio Weber (1942) - Luiz Fagundes (1943-1944) - Theodoro Tedesco (1945) - Jardino Schenatto (1946) - Theodoro Tedesco (1947) - Waldomiro Claudino Galli (1948 a 1950) - Isaac Rosa Osório (1951) - Saul Donida (1952) - Zulmiro Michelon (1953) - Pedro Brockmann (1954) - Nelson Caetano (1955) - Baltazar Sponchiado (1956) - Estevam Taurino de Rezende (1957) - Orlando Pedrollo (1958) - Harry Kleinubing (1958) - Waldomiro Claudino Galli (1959) - Pedro Brockmann (1959) - Hermes Schenatto (1960) - José Wawrch (1961-1962) - Pedro Brockmann (1963) - Oscar Abal (1964 a 1970) - Gladstone Osório Marsico (1971) - Onestino Moll (1972) - Danton Hartmann (1973-1974) - Ivo Luiz Barbieri (1975-1976) - Marinho Kern (1976-1977) - Luiz Pungan (1978 a 1980) - Wilmar Rubenich (1981) - Antonio Dexheimer Pereira da Silva (1982) - Eleonir José Gollin (1983) - Luiz Felipe de Marchi (1984) - Antonio Luiz Dal Prá (1985-1987) - João Aleixo Bruschi (1988) - Luiz Felipe de Marchi (1989) - Getúlio Oscar Sass (1990) - Ivan Carlos Aguiar Tacques (1991) - Mauro Roberto Capoani (1992) - Osmar Tonin (1993) - Luiz Zordan (1994) - Everton Barbieri (1995) - Antonio Oldra (1996) - Luis Felipe de Marchi (1997) - João Aleixo Bruschi (1998-1999) - Luis Zordan (2000) - Colegiado (2001) - Jorge Luiz Paziczeck (2002) - João Aleixo Bruschi (2003-2013) - Osvaldino Fuzinato (2014-2015) - Luis Felipe de Marchi (2016-2017) - Adilson Stankiewicz (2018-
MINHA MAIOR EMOÇÃO NO COLOSSO Ypiranga consegue o Acesso em 2008 Crônica de uma tarde
anunciada! Quando o Brida foi calçado dentro da área no momento em que, inacreditavelmente, a bola lhe sobrava como um maço de dinheiro que se acha perdido no bolso de uma roupa esquecida, e o Vinícius Costa da Costa, de frente, apitou, e se inclinou com uma perna encolhida e a outra esticada e com o braço estendido, mais duro que nas melhores continências reverenciadas a um certo líder sanguinário do passado, para a marca do pênalti, eu levei os olhos ao céu e pensei comigo mesmo: sim, o Valério (Schillo) está vendo o jogo!
Claro, porque do jeito que as coisas andavam entre Ypiranga e Brasil
(Farroupilha), domingo e já no 2º tempo, o time sentindo as ausências, errando
passes, nervoso com o peso da cobrança de 18 mil bocas que gritavam da
arquibancada, e com o Brida sem ritmo, tudo indicava que – se não perdesse -,
já não seria tão fora de consideração.
Enquanto o Brasil cercava pela frente e pelas costas o Costa da Costa, pedindo
que voltasse a história, procurei o Vagner. Sim, porque com ele, era gol. E o
encontrei caminhando pra cá, pra lá, com a bola embaixo do braço. Quando vi –
decidi: gol.
Mesmo assim, não quis ver. Baixei os olhos na cabine e esperei pelo xuááá. A
bola quando entra e pega na rede faz xuááááááá. Mas esperei, esperei, esperei e
ouvi o apito do Vinícius e foi - tuuuuuuummmmmmmmmm. Tuummmm? – me perguntei!
Como tuuummmmmm!? Mas devia ser xuáá! Não resisti e ergui o olhar e a bola
vinha caindo o céu e alguém a tirou para fora do Brasil.
Eu que conheço o Colosso há 37 anos, segunda fará 38; nunca soube – mas domingo
descobri que ele tem mãos. Logo depois do tuuuuuummmmmmmmm, o Colosso botou as
mãos na cabeça não acreditando no que tinha visto. O time desfalcado, jogando
mal, nervoso, contra uma touca e tudo se encaminhava para um desfecho infeliz,
postergando uma festa impostergável.
O estádio se sentou com a cabeça enterrada em 36 mil palmas de mãos. De manhã, dia
dos pais, saí às 10 horas para comprar ingresso para o meu filho Eduardo. Na
Sete, chapéus de catar ovo, almofadas, gorros, radinhos, bandeiras de ‘O grito
do Ypiranga!’, misturavam-se a coloradas e tricolores. Carros iam, vinham e
paravam. Mulheres desciam e com os filhos escolhiam a bandeira e saíam de novo
em desfile com o pavilhão verde-amarelo tremulando na janelinha. Plat, plat,
plat, plat, plat, plat, plat – fazia o pano das cores nacionais, Sete acima,
tocada pelo vento.
Na portaria do estádio encontrei uma fila. Eram 10 da manhã e havia fila. Era
hoje. Tinha de ser hoje. Não podia e nem seria em outro dia. Era demais a
mobilização pelo feito canarinho, quando ainda nem as churrasqueiras ardiam
cidade afora.
Às duas da tarde o movimento era de jogo grande.
Na cabine da Difusão, o Idylio
Badolotti me chamou e conversamos sobre a decisão, ao lado do dr. Edson Machado
da Silva. Lembro que entre outras coisas disse: ‘o Diego, a melhor coisa que
apareceu no Colosso em 2008...’, quando o Amilton, mostrando toda a sua
versatilidade, cortou lá debaixo e fez o raio cair: ‘seu Idylio, seu Idylio...
vê se vocês reconhecem esta voz!’.
E foi então que entrou: ‘meu caro Idylio... meu caro Amilton, meus caros
ouvintes da Difusão...’ e logo o Idylio também cortou: ‘Tramoontini!’. Não é
que até o eterno Tramontini da velha rádio Erechim esteve no campo? Ainda
brinquei: ‘hoje podemos reunir o Tramontini, o Ceni e o Milton Doninelli!’.
Subiam às cadeiras homens e mulheres que nunca vira antes. O eterno
ypiranguista Chico Pungan, trazia com familiares, o Celeste Dal Prá. Apoiado
numa bengala alta subia os degraus em busca de uma cadeira. Sociais cheias. Lá
embaixo as arquibancadas iam sendo tomadas como o sol que vem sobre ipês e
pessegueiros quase ao final dos invernos, e vai se esparramando e enchendo de
luz tudo o que vê pela frente, sem a menor possibilidade de ser contido. Quando Pelé fez a bola
passar pelo meio das pernas do Jadir naquela quarta-feira, 2 de setembro de
1970, e fuzilou o goleiro Breno, fazendo levantar o estádio do canarinho, nem
naquela noite havia tanta gente como já se via no Colosso faltando 15 minutos
para o adeus do Ypiranga à Segundona.
Eu não sei de onde esse Brasil de Farroupilha tira tanta gana quando vê o Ypiranga
pela frente. Fazia uma semana que o time serrano tinha sido surrado nas
Castanheiras pelo Pelotas, que apanharia do canarinho três dias depois. Será
que o Brasil, por verde e vermelho, será que é por isso que ele se agiganta
contra o Ypiranga? Haveria aí um grau de parentesco com o falecido Atlântico do
futebol de campo?
O fato é que a partida ia pau a pau. Se o Brasil não era um Milan para o
Ypiranga, o canarinho não se encontrava e, maltratando a bola pelo passe
errado; enervava o anseio coletivo que tinha todas as certezas do mundo de que
seria naquela tarde, não se sabe como, que o tabu seria quebrado e a Primeirona
festejada até a noite alta cair.
Houve gol anulado do Brasil (e bem anulado), mas o ar primaveril que banhava as
18 mil cabeças no Colosso, encontrava uma estranha resistência, como que
decretada pelo destino. Algo como Brasil e Uruguai, Inter e Olímpia, Fluminese
e LDU. Não podia de jeito nenhum, deixar de acontecer a festa tão ao alcance da
vaga, mas os deuses pareciam conspirar. Estariam apenas brincando, se
divertindo, fazendo o estádio suar gelo, ou, a praia ficava ali mesmo, no
entorno da lagoa que deu origem ao nome de guerra do Colosso em vaticínio do
dr. Wilson Wattson Webber, em discurso durante churrasco de recepção a
visitantes no fim dos anos 60 no pavilhão em construção. Aos 31, aos 35, aos
38, aos 42, eu tinha jogado a toalha. Eu sei do velho ditado que o jogo só
acaba quando termina – mas, as coisas estavam com ar, jeito e cara de
impossíveis. Por isso tratava de confortar o desconforto tentando ressuscitar
que apesar da frustração, ainda havia dois tiros: o TAC e o Guarani de
Venâncio, para derrubar a Segundona.
Eu não sei como o Pito foi parar dentro de campo naquele jogo. Só sei que
quando ¼ do estádio já estava nas vicinais da Sete para escapar ao engarrafamento,
o Pito foi se intrometendo como um anão de circo, e meio despercebido, mas
comandando o espetáculo; e de repente ele descobriu ‘a melhor coisa que
apareceu no Colosso em
O tiro seco e inapelável fez o estádio explodir. Nem o estrondo do intervalo
que estourou vidros nas cabines de rádio conseguiu lembrar o que veio com o
disparo de Diego. Ali não foi nem xuááá – mas um xuuáááááááá antecedido por um
tuuuuuummmmmm. Quando vi, a bola estava quieta, desmaiada, desfalecida, morta
no fundo das redes, não, no fundo das redes não, no fundo da 2ª Divisão. O estádio pulava sobre
si mesmo. Diego sufocado pelos abraços do time
Os choros de alegria não tinham vergonhas, sim, porque vergonhoso seria tentar
segurar àquela hora um mar de água que desce com o estouro de uma barragem.
Quando o Diego e meio time saíram correndo ao alambrado, querendo escalá-lo e
pulá-lo para os braços da nação verde-amarela, outra revelação do futebol
erechinense de 2008, o bom repórter Tiago Ávila, conseguiu fazer eco ao que
gritava Diego colocando na sua boca o microfone da Erechim. ‘É pro meu pai, é
pro meu pai!’, gritava tresloucado o autor do disparo que matou a Segundona na
vida do Ypiranga e colocou o clube na Primeirona. Eu não sei
porque o Costa da Costa insistiu em dar mais 5 minutos, mas, quem entende os
árbitros!? Escaramuças ainda se ensaiaram entre os atletas, tudo porque quem
havia ganho o céu de presente assim como o bom ladrão que arrependeu-se na hora
‘H’; este não haveria de querer sentir o calor do inferno. E isto deve ser
compreendido, pois quem, em sã consciência, em não sendo nem Adão, nem Eva –
haveria de entregar o paraíso como se nada fosse?!
Quando o árbitro encontrou o fim da partida, nove anos ficaram para trás
naquele prrrrrrrrrrrrrrrrrrrr. O Banana pulava como só o Banana pode pular e
rolar, porquanto o seu time, a despeito de crises e derrotas, reabilitações e
vitórias, jamais, perdeu a sua identidade, a vergonha e a alma. Milhares de
Bananas, num repente, rolavam pelo gramado do Colosso, onde um dia já foi
lagoa.
Os fios das emissoras
de rádio eram recolhidos e enrolados e já se precipitava o crepúsculo do fim de
tarde. Da tarde do dia dos pais. Da tarde de 10 de agosto de 2008. O Ypiranga,
segunda-feira, 18, estará de aniversário e fará 84 anos. Oito décadas e quatro
anos de honra à sua origem, à sua tradição, à sua história. 84 anos de honra ao
seu fim, maior, principal e único.
E quando eu deixei o Colosso da Lagoa e a brisa leve ainda levantava um
papelzinho de bala aqui, um ingresso amassado dali, senti que o banner com a
figura de Valério Schillo, no hall do Colosso, também recebeu uma golfada e se
estufou quieta e rapidamente chamando-me a atenção, como num ‘psiu, ô Ody!,
psiu... eu não estava só lá
‘Nas
planuras e serras tão lindas/Ypiranga, Ypiranga em louvor!/Quer na paz, quer na
luta bem-vindas/As vitórias da força e do amor!’. A crônica de uma tarde anunciada estava pronta. Na véspera do centenário Ypiranga classifica para o octogonal final da Série "C" do Brasileirão. Farnei Coelho, Diretor Executivo Tiago Carvalho, técnico - 2024 Erechinenses ypiranguistas, radicados em Porto Alegre, vibram com a classifcação no Colosso Entrada estádio Colosso da Lagoa em Agosto de 2024 Este trabalho de pesquisa por mim realizado, junto a diversas fontes, não tem a pretensão do erro zero e nem de esgotar o assunto. Busquei, sim, sempre o acerto. Busquei uma outra abordagem. Mas foi muito difícil localizar fotos e, principalmente, identificá-las sem cometer algum equívoco, pelo que já peço a compreensão de todos. No demais desejo cumprimentar e render meu reconhecimento a todos aqueles que durante 100 anos, deram de alguma maneira sua valorosa contribuição à história deste clube que honra as tradições do futebol profissional erechinense, no Rio Grande do Sul e no Brasil. Cabe às gerações vindouras honrar este legado e dar continuidade a esta história que orgulha o clube, a cidade e o futebol da região norte do estado. "Nas planuras e serras tão lindas/ Ypiranga! Ypiranga ! Em louvor!" Fotos : Arquivo pessoal, Arquivo do Ypiranga F.C., "A Voz da Serra (AVS)" e colaboradores ypiranguistas V
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