Julio Brondani, sua esposa Reny, a
rainha Isadora Fahl, Angélica esposa de Airton Folador
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Noite de 27 de janeiro de 2014.
Julio Cezar Brondani,
assume a presidência do Clube
Esportivo e Recreativo Atlântico.
Seus vices são: Cladir Dariva e Lauri Pavan.
O presidente do Conselho Deliberativo, João Elmar de Oliveira.
A gestão é: 2014/2015 - ano do centenário do clube.
Seus vices são: Cladir Dariva e Lauri Pavan.
O presidente do Conselho Deliberativo, João Elmar de Oliveira.
A gestão é: 2014/2015 - ano do centenário do clube.
Francamente,
não seria este o lugar mais alto
onde queria ver o Julio.
O que parece claro, não obstante,
é que o Julio guardou o lugar para ele
mesmo.
E como tudo na sua vida
– não foi fortuito,
mas, metodicamente preparado.
Sim, porque, depois que implodiram com
a possibilidade de continuidade do futebol do Galo,
onde o Julio teve seu papel, quem
passou a dar as cartas e a jogar de mão no CER Atlântico foi ele.
Não apostaria nenhuma moeda que alguém
tenha proposto, ou implementado algo no clube sem consultar, sem
saber o que Julio
pensava sobre o que se desejava.
E cá pra nós: não por que o Julio
impunha, mas porque construiu sua história de respeitabilidade
dentro do clube, tanto que isto se tornou algo natural.
Dito isto,
quero reforçar em tintas grossas,
que a presidência do CER Atlântico,
nesta data simbolicamente quase insuperável (teremos de esperar
talvez mais 900 anos em termos de simbologia),
pois,
que bom que a presidência lhe fosse
devidamente arquitetada para o centenário do clube que começou como
Societá Italiana Di Mutuo Soccorso XX De Setembre.
A sociedade, uma espécie de
cooperativa, estava lá quando algum associado precisasse do que
precisasse. Haveria dinheiro no fundo do Fundo e os recursos estavam
devidamente garantidos.
E, ao mesmo tempo em que mudava de
nome, com suas devidas adaptações de acordo com novas iniciativas e
os tempos – a sociedade evoluiu até alcançar em 1940 a atual
denominação, voltando-se basicamente para a vida social, o esporte
e lazer.
Na raiz das ocupações atlantinas –
as paixões italianas: bocha, bolão, teatro amador, salão para
bailes, reuniões sociais, e, claro, futebol.
Ah - o futebol.
Mas – registro para que não nos
esquecemos: no meu entender a justa justiça não se completa para
este erechinense quase provinciano e barrista de fazer inveja,
ao ‘apenas’ tomar as rédeas,
oficialmente,
da presidência do CER Atlântico mesmo
nesta data simbolicamente imponente.
Para um sujeito do naipe do Julio
Brondani
– isto, na sua terra, representa a
contemplação de uma reparação que de forma oportuna o clube do
seu coração lhe propicia. Mas – merecia, merece mais, bem mais.
O Julio sabe, porque praticamente nos
criamos juntos, estudamos juntos e até tivemos um programa de rádio
(Rádio Erechim) aos sábados à tarde, que nós temos pelo menos uma
diferença quando o assunto é o Atlântico. O futebol!
Junto com um punhado de atlantistas -
(atlantistas?), penso, jamais deveria ter chegado ao ponto de julgar,
condenar e executar o futebol de campo do Atlântico.
Exterminado com uma injeção letal de
126 quilos de explosivos em suas veias, desabou exatamente às
11h02min de um fatídico domingo.
Se disse à época que fora feita uma
pesquisa junto aos associados e que a maioria consultada queria o que
foi feito.
Meu pai, associado, nunca foi
consultado.
Seria ironia dos deuses do futebol, um
clube de futebol morrer para o futebol justamente no dia do futebol!?
Era 26 de maio de 1991.
Havia uma explicação: desde 1977
ninguém queria pegar o Galo.
Talvez aí resida sua sentença de
morte.
De outra sorte, ou azar; enquanto o
Julio ainda tentava convencer uma multidão que aquela era a melhor
opção com vistas ao futuro do clube, dezenas de atlantistas
mostravam títulos patrimoniais (nunca reconhecidos). Enquanto o
Julio oferecia a face, outros, talvez mais ‘espertos’,
escondiam-se atrás de um barranco – não sei se para escapar à
fúria dos reclamantes ou ao pó e às pedras que voaram em segundos
após o tuuuummmmmmmmmmmmmmmmmmmm que derrubou o pavilhão em sete
segundos.
Foi um estouro tão grande que achei,
ingenuamente,
que poderia ser uma bomba do Índio nas
redes e o pavilhão tinha vindo abaixo.
Mas que nada – era o fim do futebol,
o início de um novo projeto e que está aí e só tende a prosperar.
E para que não falte com minha consciência, forçoso sou,
reconhecer como vencedor, porquanto, deu ao clube uma estrutura
esportiva e de lazer que este jamais desfrutara. Com o futsal então
– projeta a instituição no país e fora dele.
Agora, o que o Julio Cezar Brondani
fará para não ser apenas mais um presidente do CER Atlântico –
não sei.
Uma comissão para o centenário e uma
programação portentosa!?
Não sei – mas desconfio que busca
nomes a dedo.
Contentar-se-á o experiente,
visionário e sábio Julio, em assinada sua posse,
retribuídos os apertos de mão e
abraços regados com palavras de boa sorte, êxito, sucesso, em
promover reuniões de rotina com os mais diferentes departamentos,
e cumprir com as burocracias e rotinas
inerentes ao cargo?
Ficaria ele satisfeito promovendo uma
mudança pontual aqui, outra ali, promovendo um aperto de parafuso da
estrutura geral, aparentemente pronta, uma vez que seus antecessores
fizeram sua parte, dando sua contribuição como se fazia em 1915
–não em dinheiro, mas por desígnios de cargo...
pois, seria isto suficiente para um
homem como ele, e, logo, nos cem anos do clube do seu coração?
Então - mesmo pegando uma instituição
sólida e aparentemente conclusa – duvido que o Julio que todos
conhecem
vá se conformar e esperar o final do
seu mandato, sem uma ou várias obras que inscrevam seu nome para
todo o sempre na história do CER Atlântico,
incrustando-o no mais duro e puro
mármore que, numa simbologia, pode representar a solidez de braços
entrelaçados que deram origem à Societá Italiana Di Mutuo Soccorso
XX de Setembre.
Ele mesmo disse na posse: ‘Avante,
vamos à luta’, como reza o hino.
Logo – novidades virão!
Pois é.
Então o que ele poderia fazer de
diferente?
Se fosse sócio do clube, mas desde
1991 a família não é mais, logo não posso reivindicar;
reivindicaria (a redundância é proposital) algo que o Julio
simplesmente não pode fazer,
não pode dar,
não pode permitir,
nem comandar que alguém o faça.
Refiro-me a devolver o CER Atlântico
ao futebol de campo.
- Mas o que isso – irmão... por
acaso tenho algum indicativo de maluquice?, me bate no ouvido.
Ok. Fora de cogitação.
Impensável.
Inadmissível.
Impossível.
Proibido.
Tudo – menos isto.
Julio seria chamado de quê? – se
ameaçasse voltar ao que ele condenou!
Alguém até um dia pode ter este
desatino – mas ele não.
Seria demais – assinar a própria
desconfiança das suas convictas certezas.
Mas – se eu pudesse pedir, pediria.
Mas não posso.
Alguém dirá – mas já tem o
Atlântico FC.
Não – o FC (respeitosamente) não
passa de um filhote permitido pelo CER, até para descargo de
consciência, mas que nunca teve condições de se desenvolver, de
tornar-se parecido com o pai; porque o pai estava cuidando de outro
‘filho’. Do filho – predileto.
Agora, de última hora, surge a notícia
sobre a filiação do Galo na FGF. Que bela notícia – mas,
francamente, sejamos sensatos – o Galo da número 5, devia estar
sob a batuta do CER. Devia. E todos no ‘mesmo’ clube.
Se amanhã surgisse um braço de Grêmio
ou Inter, quantos anos haveriam de correr para chegar ao que a dupla
é hoje? Se chegassem. Então... bem, esqueçamos!
Casal Brondani, Rainha Isadora, Rainha Infantil Maria Eduarda Oro Remor e o Casal Folador |
Mas - conjecturava eu, o que de
diferente fazer.
Esses dias um ypiranguista de grosso
calibre, tocou num assunto de uma remotíssima aliança ou fusão –
mas, de pronto, reconheceu que ainda hoje, 37 anos depois do último
do Atlangla oficial, persistem resistências insuperáveis quando do
simples advento enquanto hipótese
- juntar as duas forças. E olha, o
interlocutor Canário falava em, se fosse para juntar – seria
unir-se ao Galo como única chance concreta da cidade sonhar um sonho
maior no futebol.
Mas aqui já falo quase de uma nota de
três reais.
Mesmo que houvesse tendência para
tanto, ambos deveriam abrigar titãs sob suas bandeiras. Isto não
tarefa para um, dois, dez ou vinte. Envolve história, tradição,
cultura, quase ‘ideologia’, e por que não, senso disposto ao
mais hercúleo desafio.
João Elmar, presidente do Conselho
Deliberativo,
esposa Ana Lúcia, com o casal Angélica e Airton Folador |
Pensando com cabeça de quem todos os
dias vive de desafiar o imponderável,
de contrariar a lógica,
de confirmar proativamente o jargão
‘de médico e louco todo mundo tem um pouco’,
de desfazer o que fez – para tentar
fazer algo mais completo;
enfim,
descendo aos infernos das arquiteturas
que nos vão pela razão,
ainda mais quando atingimos ou pensamos
ter atingido o nirvana (com este ou aquele projeto),
seria virar a mesa,
seria cometer um ato que...
acionar uma sociedade de Mútuo
Socorro,
talvez não fosse o bastante para
‘salvar’ o paciente.
Leio sobre os caras que inventam o que
o mundo de hoje tem à disposição.
Pessoas que simplesmente desautorizam a
mesmice, que não comungam com sinais de normalidade e de temperança
politicamente correta
– e dão asas a erros e erros,
à experiências mal sucedidas umas pós
outras, uma sobre outras, e umas atrás de outras,
até que o revolucionário,
o novíssimo,
o último grito,
o impensável,
o inimaginável,
o surpreendente,
a inovação em todas suas conjugações
possíveis – se materialize.
E aí então,
como se nada tivesse concluído,
tudo recomeça e...
Ou seja – nada do que é parece ser
por que, simplesmente, nada para sempre é,
e cada dia, sempre um outro, será.
Sócrates ensina algo sobre isso. O que
fazer quando não se sabe?: ‘faça qualquer coisas, desde que se
arrependa amanhã!’, porque só assim, poder-se-á começar algo
novo – de novo.
A questão é: mas quem disse que o CER
Atlântico quer fazer algo outra vez, de revolucionário. Ou que não
sabe o que deseja. Tanto sabe – que está como está, e mais
promete.
Feita esta ‘viagem’ resta-me a
expectativa: o que será que o meu dileto amigo Julio Brondani vai
inventar (no sentido próspero da leitura possível), para ser
diferente, pela singela razão, de que ele não é igual. Pelo menos
da maioria que conheço.
Airton Folador e Julio Brondani |
Na noite da sua segunda posse à frente
da Associação Brasileira dos Distribuidores Volkswagen Caminhões e
Ônibus, (Acav) em 2010, em São Paulo , alguém disse: ‘Nós, da
fábrica (Volkswagen) estamos alegres e satisfeitos em ver que o
presidente Julio irá comandar a associação por mais dois anos’.
Era Antônio Roberto Cortês, Vice-Presidente Mundial da Volkswagen
Veículos Comerciais.
No mesmo evento ouvi ainda: ‘Como
conseguimos a reeleição do nosso presidente Julio, nós vamos ter o
brilhantismo dos últimos dois anos... É, com certeza o melhor
presidente que a Acav já teve. O Julio, com a sua simplicidade,
autenticidade, profissionalismo e mania de perfeição, amizade e
liderança tem conseguido o que nós sempre almejamos’, disse
Roberto Grossi, ex-presidente da Acav. E ainda:
‘O Julio sempre foi um líder nato.
Convivemos com ele, eu e o Roberto (Grossi) há mais de 35 anos.
Todos nós concessionários achamos que ele vai manter a rede unida.
Além de amigo, o Julio é meu irmão!’, se emocionou Sérgio
Zonta, vice-presidente.
Para confirmar que o Julio Brondani não
é um igual, recupero aqui outra definição que julgo oportuna para
entender o que o CER Atlântico faz nesta véspera de seu centenário
ao designá-lo presidente. Ouvi lá em São Paulo – preservando o
sotaque:
‘Para a ‘Folkswagen’ Caminhões e
Ônibus, a relación com rede Acav é um ecxemplo muito bom e um
caminho de fucturo. A relación de Julio Brondani com fábrica é
ecxcelente... Este é um ecxemplo para rede na Alemanha também’,
equilibrou o sotaque alemão sobre um portunhol, o Presidente Mundial
da Volkswagen, Bernd Wiedemann, solícito e fidalgo à sua mesa, na
companhia do casal Julio e Reny.
Certa feita no Salão de Atos da URI –
Erechim, o presidente da Frinape foi anunciado. E nada. Ninguém
apareceu no palco. Mais de mil olhos perscrutavam cada canto do palco
e nada. De repente, uma portinha abaixo do palco se abre e lá surge
o cara que iria apresentar a feira, para dar detalhes – e era o
Julio. Até hoje não sei por que ele fez aquilo, mas, desconfio –
primeiro porque ele, de fato, não é igual.
Seis anos afastado das Frinapes, na
13ª, e também nada do presidente do evento no palco. O Ademar
Costa: ‘afinal, aonde está você, Julio?’ e eis que num telão,
no Salão de Atos da URI, aparece o Julião, sob um guarda-chuva, e
chuva torrencial (mas o dia não era de sol a pino?), declamando:
‘Cuide desse dia!
Ele é a vida, a própria essência da
vida.
Em seu breve curso estão todas as
verdades e realidades da tua existência:
A bênção do crescimento,
a glória da ação,
O esplendor da realização.
Saiba que o dia de ontem não é senão
um sonho,
e o amanhã somente uma visão.
Mas o dia de hoje bem vivido,
transforma o dia de ontem num sonho de
ventura
e o dia
de amanhã numa visão de esperança.
Cuide bem do dia de hoje.
Ele é único.
Ele é especial.
Ele nasceu para você!’.
Era - ‘Saudação ao novo dia que
nasce!’, do dramaturgo indiano, Kālidāsa.
A chuva artificial só caía sobre o
guarda-chuva dele.
O Julio não é como nós.
Então – o que temos até aqui é: o
Julio esteve presente no amargo processo que fechou o futebol do CER
Atlântico; convencido de que era o único caminho viável para o
clube - arquitetou outro projeto, implantou com os seus e fez tudo o
que hoje rola pela velha Baixada Rubra. Comanda desde sempre os
carnavais no Atlântico com direito a não perder as rédeas nem dos
infantis e, sobre os Jogos Interblocos... deixa assim.
Presidiu uma das maiores entidades do
mundo – a Associação Brasileira dos Distribuidores Volkswagen
Caminhões e Ônibus. Aliás, o único a ser reeleito em 25 anos até
então, entidade em nível – mundial.
Lauri
Pavan, 2º vice-presidente, Rainhas e João Elmar
|
E, em termos de feira,
francamente,
não vamos nem discutir,
porque esta, no meu entender, e
respeitando todos os esforços e inteligências que já deram suas
contribuições ao nosso maior evento
– seria até uma afronta discutir
quem é, ainda, o nosso melhor organizador e executor de feiras.
Alguém dirá – é, mas teve uma onde
restaram dívidas. Isto é jogar um olhar menor, quase sectário,
considerando o endereço, e por que não, até leviano - analisar
assim só; porquanto, a respeito deste mesmo evento, ‘analista de
uma nota só’ esqueceu-se - certamente por não ter a informação
– contabilizar contas resgatadas de iniciativa do próprio
executor. Era pagar ou ‘não tenho como entregar o que precisa para
‘ontem’ aí no parque!’.
Mas, enfim, ninguém é perfeito: nem
quem faz feiras, nem quem as interpreta, inda mais quando nunca moveu
uma lufada em favor de qualquer uma delas. Eu que o diga!
Por fim, por mais que pessoas e pessoas
influíram na vida da URI,
quem, de fato, levantou materialmente
aquela obra dando-lhe músculos e infraestrutura?
E olha, a URI não é ‘só mais uma’!
A URI já era quando ninguém sonhava
ser.
Emblema que divide nossa história, em
antes e depois.
E como disse, se muitos estiveram no
processo, e estiveram
- o Julio é um dos seus faróis mais
altos. Nem o mais omisso dos historiadores poderá insinuar diminuir
seu nome quando se contar toda a história das suas fundações –
desde os ‘efes’ maiúsculos aos minúsculos.
Bem – juntando essas coisas,
poderia dizer ainda também
- a menos que o próprio Julio desminta
-que não foi um, não foram dois prefeitos que o consultaram (se não
é ouvido ainda hoje – e pelo que o prefeito deu a entender, é!),
sobre o que fazer em horas de
encruzilhadas da cidade.
No anonimato, sem mídia - do alto da
sua incompreensível humildade, opinava, e desaparecia. O propósito:
ajudar, afinal trata-se talvez do maior bairrista erechinense –
respeitando e contando com a anuência do próprio Bota, é claro.
Um dia estava com ele à sua mesa na
Covena, quando seu celular tocou.
Abriu um largo sorriso e começou a
falar com seu interlocutor como se fosse com o vizinho, com um amigo
de anos e anos – com um compadre.
Pediu-me que esperasse um pouco e
continuou como se estivesse retomando algo absolutamente comum aos
ouvidos dos dois. Chegou inclusive a dar uma espécie de conselho, em
tom de opinião, visivelmente sobre algo que fora consultado por seu
interlocutor. Sete a dez minutos depois desligou dando tchau como se
se despedisse do porteiro da Covena, da URI ou do Parque do Galo.
‘Era de Londres. O Felipão (Luis Felipe Scolari), então com
algumas dificuldades no Chelsea, que ligava e desabafava para o amigo
- Julio na Covena,
ali na BR 153,
na minha frente.
Depois – soube que o Felipão andou
até usando frases do Julio para colar nos quartos dos atletas da
seleção na Copa das Confederações.
Para uns soa como brega
- agora quem mais tem o celular e liga
quando quer para o técnico da Seleção Brasileira – visivelmente
um vencedor, goste-se dele ou não!?
Desfrutar da intimidade de pessoas
ilustres,
e no futebol Felipão é ilustre,
nunca foi coisa que veio, assim, como
direi - por vontade Divina.
Por que então isto se dá!?
É isso. É a velha história da
relevância das relações...
Bem,
de novo,
dito isto,
acho que disse tudo
– ou melhor, quase tudo,
porquanto, não posso terminar sob pena
de ficar devendo.
E, devendo à minha consciência.
Já disse que o Julio esteve na linha
de frente de uma das minhas maiores decepções que foi o fechamento
do futebol de campo do Atlântico,
mas
– por não ser prisioneiro de mágoas,
sectarismos ou ressentimentos insuperáveis -,
necessito em obediência exclusiva,
e tão somente a ela - à minha
consciência jornalística -,
admitir que estamos diante de um homem
reconhecido por qualidades excelsas na
academia,
no meio empresarial,
no mundo de feiras
dos negócios,
das parcerias – olha o rally,
das palestras,
das relações,
nas salas de aula,
nas salas de aula,
naquela que é uma das maiores
entidades privadas do planeta
e,
do seu clube do coração
– que lhe distingue com a presidência
no centenário do CER Atlântico.
A pergunta que tenho me feito é de uma
singeleza quase à altura do perfil apresentado ao mundo,
em carne e osso,
pelo Papa Francisco: ‘se um homem
assim, serve para tantos – pessoas e entidades -, de Campo Pequeno,
de além (rio) Uruguai, estados da Federação e de além mar; por
qual razão nunca foi cogitado para servir para ser,
digamos,
prefeito desta cidade – da sua,
da nossa cidade?’
Nisto o Julio tem certa culpa, pois,
cargo público não são escolhas de aclamação (nem de mérito)
– mas quem disse que tal ventura o
atrairia?
O fato é que por mais que outros
tenham feito,
e o fizeram com competência,
mas, ao me fazer este questionamento,
debato-me com uma resposta que não só nos diminui a todos um pouco,
enquanto Bota-Amarelas,
como ainda cobre-nos com o manto negro
da responsabilidade do feito não feito,
à medida que todos nós
- de certa forma somos responsáveis
por equívocos históricos, porquanto monumentais, e aqui estamos
diante de um.
Esta é uma resposta que traz na alma e
na testa, a melhor fotografia daquilo do que de certa forma, somos:
seja por qual motivo for, não conseguimos perceber,
enaltecer
e requerer que uma figura deste
quilate, em quase cem anos, nos representasse, coisa que o CER
Atlântico resgata à tempo,
em cima do laço,
minimizando uma injustiça que se dá
provavelmente por falta de informação, conhecimento
ou excesso de ignorância,
ao relegar para si mesma – um
presente.
Não,
não considero que o Julio Cezar
Brondani seja um semideus.
De carne e osso,
dono de idiossincrasias que nos
distinguem,
entendo que na balança que pesa
virtudes e defeitos, o Julio cumula um histórico de feitos que o
guindam ao seleto e restrito grupo
daqueles que mais fizeram por Campo
Pequeno – e olha, mesmo sem ter sido político. Ou é – à seu
modo!
Enfim, quem sabe,
assim como o CER Atlântico que tem seu
olho d’água em 1915 na Societá Italiana Di Mutuo Soccorso XX De
Setembre;
Erechim,
que virou vertente em 1918 graças ao
destemor,
à pujança
e ao suor de caingangues,
e um punhado de etnias do Velho Mundo,
quem sabe,
um dia também consiga se dar conta que
tem um presente,
e que ele está em casa.
Se tivesse o discernimento e a coragem
de abri-lo
- é bem provável que estaríamos,
aí sim,
às portas de uma nova era.
Crédito das fotos: Carlos Zardo - Foto Zardo