quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Atlântico abre presente que estava em casa!


Julio Brondani, sua esposa Reny, a rainha Isadora Fahl, Angélica esposa de Airton Folador
Noite de 27 de janeiro de 2014.
Julio Cezar Brondani,
assume a presidência do Clube Esportivo e Recreativo Atlântico.
Seus vices são: Cladir Dariva e Lauri Pavan.
O presidente do Conselho Deliberativo, João Elmar de Oliveira.
A gestão é: 2014/2015 - ano do centenário do clube.
Francamente,
não seria este o lugar mais alto
onde queria ver o Julio.
O que parece claro, não obstante,
é que o Julio guardou o lugar para ele mesmo.
E como tudo na sua vida
– não foi fortuito,
mas, metodicamente preparado.

Sim, porque, depois que implodiram com a possibilidade de continuidade do futebol do Galo,
onde o Julio teve seu papel, quem passou a dar as cartas e a jogar de mão no CER Atlântico foi ele.
Não apostaria nenhuma moeda que alguém tenha proposto, ou implementado algo no clube sem consultar, sem saber o que Julio
pensava sobre o que se desejava.
E cá pra nós: não por que o Julio impunha, mas porque construiu sua história de respeitabilidade dentro do clube, tanto que isto se tornou algo natural.
Dito isto,
quero reforçar em tintas grossas,
que a presidência do CER Atlântico, nesta data simbolicamente quase insuperável (teremos de esperar talvez mais 900 anos em termos de simbologia),
pois,
que bom que a presidência lhe fosse devidamente arquitetada para o centenário do clube que começou como Societá Italiana Di Mutuo Soccorso XX De Setembre.
A sociedade, uma espécie de cooperativa, estava lá quando algum associado precisasse do que precisasse. Haveria dinheiro no fundo do Fundo e os recursos estavam devidamente garantidos.
E, ao mesmo tempo em que mudava de nome, com suas devidas adaptações de acordo com novas iniciativas e os tempos – a sociedade evoluiu até alcançar em 1940 a atual denominação, voltando-se basicamente para a vida social, o esporte e lazer.
Na raiz das ocupações atlantinas – as paixões italianas: bocha, bolão, teatro amador, salão para bailes, reuniões sociais, e, claro, futebol.
Ah - o futebol.

Mas – registro para que não nos esquecemos: no meu entender a justa justiça não se completa para este erechinense quase provinciano e barrista de fazer inveja,
ao ‘apenas’ tomar as rédeas,
oficialmente,
da presidência do CER Atlântico mesmo nesta data simbolicamente imponente.
Para um sujeito do naipe do Julio Brondani
– isto, na sua terra, representa a contemplação de uma reparação que de forma oportuna o clube do seu coração lhe propicia. Mas – merecia, merece mais, bem mais.
O Julio sabe, porque praticamente nos criamos juntos, estudamos juntos e até tivemos um programa de rádio (Rádio Erechim) aos sábados à tarde, que nós temos pelo menos uma diferença quando o assunto é o Atlântico. O futebol!

Junto com um punhado de atlantistas - (atlantistas?), penso, jamais deveria ter chegado ao ponto de julgar, condenar e executar o futebol de campo do Atlântico.
Exterminado com uma injeção letal de 126 quilos de explosivos em suas veias, desabou exatamente às 11h02min de um fatídico domingo.
Se disse à época que fora feita uma pesquisa junto aos associados e que a maioria consultada queria o que foi feito.
Meu pai, associado, nunca foi consultado.
Seria ironia dos deuses do futebol, um clube de futebol morrer para o futebol justamente no dia do futebol!?
Era 26 de maio de 1991.
Havia uma explicação: desde 1977 ninguém queria pegar o Galo.
Talvez aí resida sua sentença de morte.

De outra sorte, ou azar; enquanto o Julio ainda tentava convencer uma multidão que aquela era a melhor opção com vistas ao futuro do clube, dezenas de atlantistas mostravam títulos patrimoniais (nunca reconhecidos). Enquanto o Julio oferecia a face, outros, talvez mais ‘espertos’, escondiam-se atrás de um barranco – não sei se para escapar à fúria dos reclamantes ou ao pó e às pedras que voaram em segundos após o tuuuummmmmmmmmmmmmmmmmmmm que derrubou o pavilhão em sete segundos.
Foi um estouro tão grande que achei,
ingenuamente,
que poderia ser uma bomba do Índio nas redes e o pavilhão tinha vindo abaixo.
Mas que nada – era o fim do futebol, o início de um novo projeto e que está aí e só tende a prosperar. E para que não falte com minha consciência, forçoso sou, reconhecer como vencedor, porquanto, deu ao clube uma estrutura esportiva e de lazer que este jamais desfrutara. Com o futsal então – projeta a instituição no país e fora dele.
Agora, o que o Julio Cezar Brondani fará para não ser apenas mais um presidente do CER Atlântico – não sei.
Uma comissão para o centenário e uma programação portentosa!?
Não sei – mas desconfio que busca nomes a dedo.

Contentar-se-á o experiente, visionário e sábio Julio, em assinada sua posse,
retribuídos os apertos de mão e abraços regados com palavras de boa sorte, êxito, sucesso, em promover reuniões de rotina com os mais diferentes departamentos,
e cumprir com as burocracias e rotinas inerentes ao cargo?
Ficaria ele satisfeito promovendo uma mudança pontual aqui, outra ali, promovendo um aperto de parafuso da estrutura geral, aparentemente pronta, uma vez que seus antecessores fizeram sua parte, dando sua contribuição como se fazia em 1915 –não em dinheiro, mas por desígnios de cargo...
pois, seria isto suficiente para um homem como ele, e, logo, nos cem anos do clube do seu coração?

Então - mesmo pegando uma instituição sólida e aparentemente conclusa – duvido que o Julio que todos conhecem
vá se conformar e esperar o final do seu mandato, sem uma ou várias obras que inscrevam seu nome para todo o sempre na história do CER Atlântico,
incrustando-o no mais duro e puro mármore que, numa simbologia, pode representar a solidez de braços entrelaçados que deram origem à Societá Italiana Di Mutuo Soccorso XX de Setembre.
Ele mesmo disse na posse: ‘Avante, vamos à luta’, como reza o hino.
Logo – novidades virão!
Prefeito Paulo Polis

Pois é.
Então o que ele poderia fazer de diferente?
Se fosse sócio do clube, mas desde 1991 a família não é mais, logo não posso reivindicar; reivindicaria (a redundância é proposital) algo que o Julio simplesmente não pode fazer,
não pode dar,
não pode permitir,
nem comandar que alguém o faça.
Refiro-me a devolver o CER Atlântico ao futebol de campo.
- Mas o que isso – irmão... por acaso tenho algum indicativo de maluquice?, me bate no ouvido.
Ok. Fora de cogitação.
Impensável.
Inadmissível.
Impossível.
Proibido.
Tudo – menos isto.

Julio seria chamado de quê? – se ameaçasse voltar ao que ele condenou!
Alguém até um dia pode ter este desatino – mas ele não.
Seria demais – assinar a própria desconfiança das suas convictas certezas.
Mas – se eu pudesse pedir, pediria.
Mas não posso.
Alguém dirá – mas já tem o Atlântico FC.
Não – o FC (respeitosamente) não passa de um filhote permitido pelo CER, até para descargo de consciência, mas que nunca teve condições de se desenvolver, de tornar-se parecido com o pai; porque o pai estava cuidando de outro ‘filho’. Do filho – predileto.
Agora, de última hora, surge a notícia sobre a filiação do Galo na FGF. Que bela notícia – mas, francamente, sejamos sensatos – o Galo da número 5, devia estar sob a batuta do CER. Devia. E todos no ‘mesmo’ clube.
Se amanhã surgisse um braço de Grêmio ou Inter, quantos anos haveriam de correr para chegar ao que a dupla é hoje? Se chegassem. Então... bem, esqueçamos!
Casal Brondani, Rainha Isadora, Rainha Infantil Maria Eduarda Oro Remor e o Casal Folador
Mas - conjecturava eu, o que de diferente fazer.
Esses dias um ypiranguista de grosso calibre, tocou num assunto de uma remotíssima aliança ou fusão – mas, de pronto, reconheceu que ainda hoje, 37 anos depois do último do Atlangla oficial, persistem resistências insuperáveis quando do simples advento enquanto hipótese
- juntar as duas forças. E olha, o interlocutor Canário falava em, se fosse para juntar – seria unir-se ao Galo como única chance concreta da cidade sonhar um sonho maior no futebol.
Mas aqui já falo quase de uma nota de três reais.
Mesmo que houvesse tendência para tanto, ambos deveriam abrigar titãs sob suas bandeiras. Isto não tarefa para um, dois, dez ou vinte. Envolve história, tradição, cultura, quase ‘ideologia’, e por que não, senso disposto ao mais hercúleo desafio.
João Elmar, presidente do Conselho Deliberativo,
esposa Ana Lúcia, com o casal Angélica e Airton Folador
Pensando com cabeça de quem todos os dias vive de desafiar o imponderável,
de contrariar a lógica,
de confirmar proativamente o jargão ‘de médico e louco todo mundo tem um pouco’,
de desfazer o que fez – para tentar fazer algo mais completo;
enfim,
descendo aos infernos das arquiteturas que nos vão pela razão,
ainda mais quando atingimos ou pensamos ter atingido o nirvana (com este ou aquele projeto),
seria virar a mesa,
seria cometer um ato que...
acionar uma sociedade de Mútuo Socorro,
talvez não fosse o bastante para ‘salvar’ o paciente.

Leio sobre os caras que inventam o que o mundo de hoje tem à disposição.
Pessoas que simplesmente desautorizam a mesmice, que não comungam com sinais de normalidade e de temperança politicamente correta
– e dão asas a erros e erros,
à experiências mal sucedidas umas pós outras, uma sobre outras, e umas atrás de outras,
até que o revolucionário,
o novíssimo,
o último grito,
o impensável,
o inimaginável,
o surpreendente,
a inovação em todas suas conjugações possíveis – se materialize.
Reny, Isadora Fahl e Julio Brondani

E aí então,
como se nada tivesse concluído,
tudo recomeça e...
Ou seja – nada do que é parece ser por que, simplesmente, nada para sempre é,
e cada dia, sempre um outro, será.

Sócrates ensina algo sobre isso. O que fazer quando não se sabe?: ‘faça qualquer coisas, desde que se arrependa amanhã!’, porque só assim, poder-se-á começar algo novo – de novo.
A questão é: mas quem disse que o CER Atlântico quer fazer algo outra vez, de revolucionário. Ou que não sabe o que deseja. Tanto sabe – que está como está, e mais promete.

Feita esta ‘viagem’ resta-me a expectativa: o que será que o meu dileto amigo Julio Brondani vai inventar (no sentido próspero da leitura possível), para ser diferente, pela singela razão, de que ele não é igual. Pelo menos da maioria que conheço.
Airton Folador e Julio Brondani
Na noite da sua segunda posse à frente da Associação Brasileira dos Distribuidores Volkswagen Caminhões e Ônibus, (Acav) em 2010, em São Paulo , alguém disse: ‘Nós, da fábrica (Volkswagen) estamos alegres e satisfeitos em ver que o presidente Julio irá comandar a associação por mais dois anos’. Era Antônio Roberto Cortês, Vice-Presidente Mundial da Volkswagen Veículos Comerciais.

No mesmo evento ouvi ainda: ‘Como conseguimos a reeleição do nosso presidente Julio, nós vamos ter o brilhantismo dos últimos dois anos... É, com certeza o melhor presidente que a Acav já teve. O Julio, com a sua simplicidade, autenticidade, profissionalismo e mania de perfeição, amizade e liderança tem conseguido o que nós sempre almejamos’, disse Roberto Grossi, ex-presidente da Acav. E ainda:
‘O Julio sempre foi um líder nato. Convivemos com ele, eu e o Roberto (Grossi) há mais de 35 anos. Todos nós concessionários achamos que ele vai manter a rede unida. Além de amigo, o Julio é meu irmão!’, se emocionou Sérgio Zonta, vice-presidente.
Airton, Isadora Fahl e Angélica Folador
Para confirmar que o Julio Brondani não é um igual, recupero aqui outra definição que julgo oportuna para entender o que o CER Atlântico faz nesta véspera de seu centenário ao designá-lo presidente. Ouvi lá em São Paulo – preservando o sotaque:
‘Para a ‘Folkswagen’ Caminhões e Ônibus, a relación com rede Acav é um ecxemplo muito bom e um caminho de fucturo. A relación de Julio Brondani com fábrica é ecxcelente... Este é um ecxemplo para rede na Alemanha também’, equilibrou o sotaque alemão sobre um portunhol, o Presidente Mundial da Volkswagen, Bernd Wiedemann, solícito e fidalgo à sua mesa, na companhia do casal Julio e Reny.

Certa feita no Salão de Atos da URI – Erechim, o presidente da Frinape foi anunciado. E nada. Ninguém apareceu no palco. Mais de mil olhos perscrutavam cada canto do palco e nada. De repente, uma portinha abaixo do palco se abre e lá surge o cara que iria apresentar a feira, para dar detalhes – e era o Julio. Até hoje não sei por que ele fez aquilo, mas, desconfio – primeiro porque ele, de fato, não é igual.
Seis anos afastado das Frinapes, na 13ª, e também nada do presidente do evento no palco. O Ademar Costa: ‘afinal, aonde está você, Julio?’ e eis que num telão, no Salão de Atos da URI, aparece o Julião, sob um guarda-chuva, e chuva torrencial (mas o dia não era de sol a pino?), declamando:

‘Cuide desse dia!
Ele é a vida, a própria essência da vida.
Em seu breve curso estão todas as verdades e realidades da tua existência:
A bênção do crescimento,
a glória da ação,
O esplendor da realização.
Saiba que o dia de ontem não é senão um sonho,
e o amanhã somente uma visão.
Mas o dia de hoje bem vivido,
transforma o dia de ontem num sonho de ventura
e o dia
de amanhã numa visão de esperança.
Cuide bem do dia de hoje.
Ele é único.
Ele é especial.
Ele nasceu para você!’.
Ex-presidentes Marino Bordin, Eurides Tonin e Flávio Zanardo.
Era - ‘Saudação ao novo dia que nasce!’, do dramaturgo indiano, Kālidāsa.
A chuva artificial só caía sobre o guarda-chuva dele.
O Julio não é como nós.

Então – o que temos até aqui é: o Julio esteve presente no amargo processo que fechou o futebol do CER Atlântico; convencido de que era o único caminho viável para o clube - arquitetou outro projeto, implantou com os seus e fez tudo o que hoje rola pela velha Baixada Rubra. Comanda desde sempre os carnavais no Atlântico com direito a não perder as rédeas nem dos infantis e, sobre os Jogos Interblocos... deixa assim.
Presidiu uma das maiores entidades do mundo – a Associação Brasileira dos Distribuidores Volkswagen Caminhões e Ônibus. Aliás, o único a ser reeleito em 25 anos até então, entidade em nível – mundial.
Lauri Pavan, 2º vice-presidente, Rainhas e João Elmar
E, em termos de feira,
francamente,
não vamos nem discutir,
porque esta, no meu entender, e respeitando todos os esforços e inteligências que já deram suas contribuições ao nosso maior evento
– seria até uma afronta discutir quem é, ainda, o nosso melhor organizador e executor de feiras.
Alguém dirá – é, mas teve uma onde restaram dívidas. Isto é jogar um olhar menor, quase sectário, considerando o endereço, e por que não, até leviano - analisar assim só; porquanto, a respeito deste mesmo evento, ‘analista de uma nota só’ esqueceu-se - certamente por não ter a informação – contabilizar contas resgatadas de iniciativa do próprio executor. Era pagar ou ‘não tenho como entregar o que precisa para ‘ontem’ aí no parque!’.
Mas, enfim, ninguém é perfeito: nem quem faz feiras, nem quem as interpreta, inda mais quando nunca moveu uma lufada em favor de qualquer uma delas. Eu que o diga!
Thadeus Keipek e Julio Brondani
Por fim, por mais que pessoas e pessoas influíram na vida da URI,
quem, de fato, levantou materialmente aquela obra dando-lhe músculos e infraestrutura?
E olha, a URI não é ‘só mais uma’!
A URI já era quando ninguém sonhava ser.
Emblema que divide nossa história, em antes e depois.
E como disse, se muitos estiveram no processo, e estiveram
- o Julio é um dos seus faróis mais altos. Nem o mais omisso dos historiadores poderá insinuar diminuir seu nome quando se contar toda a história das suas fundações – desde os ‘efes’ maiúsculos aos minúsculos.

Bem – juntando essas coisas,
poderia dizer ainda também
- a menos que o próprio Julio desminta -que não foi um, não foram dois prefeitos que o consultaram (se não é ouvido ainda hoje – e pelo que o prefeito deu a entender, é!),
sobre o que fazer em horas de encruzilhadas da cidade.
No anonimato, sem mídia - do alto da sua incompreensível humildade, opinava, e desaparecia. O propósito: ajudar, afinal trata-se talvez do maior bairrista erechinense – respeitando e contando com a anuência do próprio Bota, é claro.
Julio e sua mãe, Lídia

Um dia estava com ele à sua mesa na Covena, quando seu celular tocou.
Abriu um largo sorriso e começou a falar com seu interlocutor como se fosse com o vizinho, com um amigo de anos e anos – com um compadre.
Pediu-me que esperasse um pouco e continuou como se estivesse retomando algo absolutamente comum aos ouvidos dos dois. Chegou inclusive a dar uma espécie de conselho, em tom de opinião, visivelmente sobre algo que fora consultado por seu interlocutor. Sete a dez minutos depois desligou dando tchau como se se despedisse do porteiro da Covena, da URI ou do Parque do Galo. ‘Era de Londres. O Felipão (Luis Felipe Scolari), então com algumas dificuldades no Chelsea, que ligava e desabafava para o amigo - Julio na Covena,
ali na BR 153,
na minha frente.
Depois – soube que o Felipão andou até usando frases do Julio para colar nos quartos dos atletas da seleção na Copa das Confederações.
Para uns soa como brega
- agora quem mais tem o celular e liga quando quer para o técnico da Seleção Brasileira – visivelmente um vencedor, goste-se dele ou não!?
Desfrutar da intimidade de pessoas ilustres,
e no futebol Felipão é ilustre,
nunca foi coisa que veio, assim, como direi - por vontade Divina.
Por que então isto se dá!?
É isso. É a velha história da relevância das relações...
Bem,
de novo,
dito isto,
acho que disse tudo
– ou melhor, quase tudo,
porquanto, não posso terminar sob pena de ficar devendo.
E, devendo à minha consciência.

Já disse que o Julio esteve na linha de frente de uma das minhas maiores decepções que foi o fechamento do futebol de campo do Atlântico,
mas
– por não ser prisioneiro de mágoas, sectarismos ou ressentimentos insuperáveis -,
necessito em obediência exclusiva,
e tão somente a ela - à minha consciência jornalística -,
admitir que estamos diante de um homem
reconhecido por qualidades excelsas na academia,
no meio empresarial,
no mundo de feiras
dos negócios,
das parcerias – olha o rally,
das palestras,
das relações,
nas salas de aula,
naquela que é uma das maiores entidades privadas do planeta
e,
do seu clube do coração
– que lhe distingue com a presidência no centenário do CER Atlântico.

A pergunta que tenho me feito é de uma singeleza quase à altura do perfil apresentado ao mundo,
em carne e osso,
pelo Papa Francisco: ‘se um homem assim, serve para tantos – pessoas e entidades -, de Campo Pequeno, de além (rio) Uruguai, estados da Federação e de além mar; por qual razão nunca foi cogitado para servir para ser,
digamos,
prefeito desta cidade – da sua,
da nossa cidade?’
Nisto o Julio tem certa culpa, pois, cargo público não são escolhas de aclamação (nem de mérito)
– mas quem disse que tal ventura o atrairia?
O fato é que por mais que outros tenham feito,
e o fizeram com competência,
mas, ao me fazer este questionamento, debato-me com uma resposta que não só nos diminui a todos um pouco, enquanto Bota-Amarelas,
como ainda cobre-nos com o manto negro da responsabilidade do feito não feito,
à medida que todos nós
- de certa forma somos responsáveis por equívocos históricos, porquanto monumentais, e aqui estamos diante de um.

Esta é uma resposta que traz na alma e na testa, a melhor fotografia daquilo do que de certa forma, somos: seja por qual motivo for, não conseguimos perceber,
enaltecer
e requerer que uma figura deste quilate, em quase cem anos, nos representasse, coisa que o CER Atlântico resgata à tempo,
em cima do laço,
minimizando uma injustiça que se dá provavelmente por falta de informação, conhecimento
ou excesso de ignorância,
ao relegar para si mesma – um presente.

Não,
não considero que o Julio Cezar Brondani seja um semideus.
De carne e osso,
dono de idiossincrasias que nos distinguem,
entendo que na balança que pesa virtudes e defeitos, o Julio cumula um histórico de feitos que o guindam ao seleto e restrito grupo
daqueles que mais fizeram por Campo Pequeno – e olha, mesmo sem ter sido político. Ou é – à seu modo!
Enfim, quem sabe,
assim como o CER Atlântico que tem seu olho d’água em 1915 na Societá Italiana Di Mutuo Soccorso XX De Setembre;
Erechim,
que virou vertente em 1918 graças ao destemor,
à pujança
e ao suor de caingangues,
e um punhado de etnias do Velho Mundo,
quem sabe,
um dia também consiga se dar conta que tem um presente,
e que ele está em casa.
Se tivesse o discernimento e a coragem de abri-lo
- é bem provável que estaríamos,
aí sim,
às portas de uma nova era. 

Crédito das fotos: Carlos Zardo - Foto Zardo