Aristocracia: Classe
dos nobres, dos privilegiados.
Elite: a
aristocracia do talento.
Governo no qual o
controle fica nas mãos de uns poucos cidadãos ricos e socialmente
importantes. O termo vem do grego e significa governo dos melhores.
Aristóteles chegou
a afirmar que a aristocracia é o poder confiado aos melhores
cidadãos, sem distinções de nascimento ou riqueza.
Em Platão, o termo
se funda na virtude e na sabedoria. Caberia, portanto, aos sábios,
aos melhores, aos aristocráticos, enfim, dirigir o Estado no rumo do
verdadeiro bem.
Hoje o termo é
sinônimo de alta sociedade.
Mas aqui - não se
trata de definir um governo, um estado, ou uma instância de poder. A
abordagem corre por conta sobre auscultar o que seria uma determinada
instituição social – sociedade de convívio com lazer – do
repouso à recreação, do relacionamento à diversão.
Recorro ao termo
‘aristocrático’, porquanto cresci ouvindo que o Clube do
Comércio era o ‘Aristocrático’ da cidade. Por certo, dentre os
demais, cada qual tem sua conceituação muito própria – mas o
Azul e Branco, às menções externas sempre foi o ‘Aristocrático’.
Pois, no 12 último, em
um evento noturno onde nem todos eram latifundiários, militares,
sacerdotes (para ficar na definição mais antiga) ou, governantes,
grandes industriais ou comerciantes de estofo além-mares, enfim,
onde nem todos eram da classe dominante, o Aristocrático,
apresentou-se a um bom naco social, com sua nova roupagem.
Sem singrar por
virtudes que podem se revelar a quem olha e vê – pura evidência,
e sem perscrutar eventuais senões de quem se programa com tal
espírito – quase sempre visando ganhar notoriedade pela opinião
discordante, quando não, única -, o fato incontestável é que o
Aristocrático voltou a posar de Aristocrático.
O evento social,
enquanto acontecimento só ao alcance da vista nua, também não
ficou para trás e ofertou do bom e do melhor numa ‘boca livre’
poucas vezes vista em Campo Pequeno , considerando a variedade dos
quitutes, e, em especial, o volumoso número de bocas que em nenhum
momento fizeram boquinha. E foi assim, de tal modo, que de queijo a
canapé, de polentinha a champagne – tudo estava em bocas, enquanto
elogios à comilância e à elegância do Aristocrático –
revestido. Tudo, do palatável ao burburinho, como direi - de boca em
boca.
Missão facilitada ou
inglória é a que espera o presidente indicado e aclamado, Jeferson
de Oliveira, com sua diretoria, na aurora de 2014. Sobrará a
Jeferson e seus pares, manter o Aristocrático como tal – quer seja
na esquina democrática no coração da cidade, ou na espécie de
feudo rural da aristocracia (no bom sentido) em que se revela sua
notável sede campestre.
Lugar com aparência de
‘segundo lar’, adormecido ou pulsando às margens da ERS 331; lá,
ou melhor seria ali - porquanto a 15 minutos da cidade vertical, o ar
é puro e da mata as narinas se enchem com um aroma único, tal qual
o melhor dos queijos de colônia. Esta nesga observacional, faço-a,
porquanto, bem ao estilo da tradição do quanto alcança o termo
‘aristocrático’, onde, quando simplesmente quer - luxo e status;
modéstia e simplicidade, comungam de tal intimidade que até se
confundem. E isto não é para quem quer. É para quem pode!
Ainda sobre a sucessão,
é bem provável, que estribado na vice-presidência que exerceu, nos
exemplos que testemunhou de perto, nas ações que também empreendeu
– Jeferson tenha, no biombo de quem também já esteve no tatame e
na parceria da companhia, o apoio indispensável para o desafio
grandioso que o aguarda.
Há feitos e obras, que
tem seu sucesso na soma de virtudes dos que se dispõem a elas
doar-se em nome de um bem tangível ou não tangível. Ali, é o
‘nós’ ou o ‘eles’ que acaba assinando a empreitada. Mas
também há feitos que se explicam por um nome ou por um sobrenome.
Mas estes são eventos raros. Quase únicos – que quando ocorrem,
viram história.
Nestes casos, nada
invalida, nada macula, nada depõe contra o conceito afamado de que
‘a união faz a força’; apenas confere um tom singelo de pura
justiça à media ser imperioso reconhecer uma evidência que até
quem não gostaria de ver – forçado é, reconhecer no seu íntimo
-, casos onde um dentre outros, inscreveu seu nome em instituição
ou obra, de molde a confundir-se, em olhar de bate-pronto, com a
própria.
Prefiro enveredar pela
verdade que me leva há anos pelo jornalismo, donde se forma a
convicção de que, por trás da assinatura das grandes reportagens,
raramente não opera também um outro nome, muitos outros nomes –
de fontes a colaboradores, de coadjuvantes a protagonistas que puxam,
empurram ou sustentam,material e moralmente, quem está na vanguarda
do feito. Mas insisto – um barco sem timoneiro é um barco à
deriva.
Dito isto, e
pretendendo me fazer entender, encaminho esta singela observação
sobre ‘Engalanado aristocraticamente’, com uma observação que
me foi confiada ao pé do ouvido quando os aplausos sufocavam o vídeo
das reformas e a fala do presidente, na noite do dia 12 de dezembro,
no interior do Clube do Comércio – o ‘Aristocrático’: ‘Depois
desta - vão ter que construir uma estátua pro Galli!’, disse-me a
voz (não dou a fonte porquanto não a consultei – ainda), numa
referência ao presidente Cláudio Rogério Galli.
E assim prossegue o
espetáculo da vida. Sempre nos confrontando com atores e suas
diversidades pessoais nunca repetidas – algumas insossas, outras
marcantes e outras mais, excelsas -, que, com suas inteligências,
denodos e talentos vão incrustando seus nomes na galeria, dos
‘pontas’, dos coadjuvantes e dos protagonistas, que na versão em
carne, osso e alma, corporificam e personificam obras que nem mesmo o
tempo, o senhor da eternidade ou do esquecimento, jamais sepultará.
No caso do
Aristocrático, assim foi com Amarante Rosa, com os presidentes que
se perfilam desde 1935, e, por certo, é hoje, com Cláudio Rogério
Galli, reconhecido presidente, que antes de sê-lo, se fez homem
capaz de sobressair como simples peça de engrenagens complexas, ou,
por obra da oportunidade que o convocava – para brilhar liderando
uma equipe em nome de uma instituição, em nome de um projeto de
continuidade superior, como é o do Aristocrático há 78 anos.
Minha singela admiração
a todos os atores deste espetáculo que se emoldura outra vez em
vestes novas quanto ao que pode ser visto e tocado, e se rejuvenesce
a cada evento naquilo que pode ser vivido e saboreado; permitindo a
cada um dos seus simpatizantes, tornar-se operário ou ator da
própria obra. O bom da história, é que cada evento ao encontrar
seu epílogo e figurar no ontem, assim o será tão somente, até que
um novo porvir comece outra vez tudo outra vez de novo (?), como se
fosse sempre, assim – simples, direta, mágica e naturalmente,
apenas de novo... a primeira vez. Engalanado – aristocraticamente.