Era
uma segunda-feira.
8
de dezembro de 1980.
Fazia
muito calor – mesmo à noite - em Porto Alegre.
Eu
estava na Central da Interior da Companhia Jornalística Caldas
Júnior (CJCJ) até às 22h.
De
repente – a notícia: alguém havia atirado e matado John Lennon em
Nova Iorque.
O
Lennon – líder da maior banda de todos os tempos.
Lá
(NY) – 23 h. Em (POA) – 21h.
Não
podia ser verdade!
Mas
era.
O
mundo estava perplexo.
Se
não me equivoco – ainda naquela noite a Guaíba, no mesmo andar em
que trabalhava – colocou no ar um especial sobre Lennon.
Hoje,
8 de dezembrode 2013, são passados 33 anos daquele fatídico dia.
Que
perda para os fãs.
Que
derrota para a humanidade.
Um
pouco da história
Por
volta de 23 horas de 8 de dezembro de 1980, o músico
retornava, com sua esposa Yoko Ono, de um estúdio de gravação.
Quando Lennon dava entrada em sua residência, o Edifício
Dakota em New York, um homem de 25 anos chamado Mark
Chapman, que no fim da tarde do mesmo dia havia se encontrado com
Lennon junto a fãs e conseguido um autógrafo de Lennon em uma capa
do álbum do cantor chamado Double Fantasy , sacou um revólver
e efetuou cinco disparos contra Lennon. Várias fontes afirmam que,
antes de efetuar os disparos, Chapman gritou: Mister
Lennon! (Senhor Lennon!), mas Chapman afirma não se lembrar de
tê-lo feito.. O primeiro tiro se perdeu atingindo uma janela do
prédio, porém os quatro seguintes atingiram em cheio o corpo de
Lennon, três deles atravessando o corpo e um deles destruindo a
artéria aorta do cantor, causando severa perda de sangue,
e ele caiu na recepção do hotel. O porteiro do edifício desarmou
Chapman e chutou a arma para longe, e perguntou a ele: "Você
sabe o que fez?". Mark Chapman respondeu calmamente: "Sim,
eu atirei em John Lennon. " Chapman não tentou escapar e
sentou-se na calçada e esperou a chegada da polícia.
Lennon
foi declarado morto ao chegar no hospital St. Luke's-Roosevelt,
onde foi constatado que ninguém poderia viver mais do que alguns
minutos com tais ferimentos. Antes de declararem sua morte, médicos
abriram o peito de Lennon e massagearam manualmente seu coração por
vários minutos a fim de restaurar a circulação sanguínea, mas o
dano causado aos vasos sanguíneos era muito grande. Além disso,
Lennon já havia chegado sem pulsação e sem respirar, e também
havia perdido 80% do seu volume sanguíneo, sendo assim declarado que
a causa da morte dele foi choque hipovolêmico . Após o
crime ser noticiado pela mídia, multidões de fãs se juntaram ao
redor do Hospital Roosevelt e do Edifício Dakota para prestar
homenagem a Lennon. O corpo do cantor foi cremado dois dias
depois e sua cinzas foram entregues a Yoko Ono, que preferiu não
realizar um funeral para Lennon.
Motivos!?
Segundo
Mark Chapman, que era cristão, o seu ódio a John Lennon originou-se
das várias afirmações do cantor sobre Deus, consideradas por
Chapman como blasfêmias. Chapman também era fã dos Beatles, até o
dia em que John Lennon fez a infame declaração de que os Beatles
seriam Mais populares que Jesus, em 1966. Amigos de Chapman
disseram que isso o deixou enfurecido e ele seguia se perguntando por
que Lennon havia dito aquela blasfêmia. E segundo ele mesmo,
seu ódio a Lennon aumentou quando o cantor criou a música
"Imagine", em 1971, onde Lennon diz que deve-se
imaginar que os céus - no plano espiritual - e até mesmo o inferno
não existem, conspirando contra os ensinamentos de Jesus
Cristo. Mas não foi só isso que enfureceu Chapman na letra desta
canção. Mark Chapman disse: Ele (John Lennon) nos
disse para imaginarmos que não existem posses (ou "bens
materias", especificamente na frase "Imagine no
possessions" da música Imagine) e lá estava ele, com
milhões de dólares, iates, fazendas e mansões, rindo de pessoas
como eu, que acreditaram em suas mentiras, compraram os discos dele e
alicerçaram boa parte de suas vidas com as músicas dele.
Mark
Chapman ainda alegou que vozes em sua cabeça mandaram matar John
Lennon. Avaliações psiquiátricas decidiram que ele era
perfeitamente são e podia ser julgado. No dia 24 de agosto de 1981,
ele foi condenado a uma pena de 20 anos à prisão perpétua. No ano
2000, quando se completaram os 20 anos, ele pediu liberdade
condicional pela primeira vez. Este e outros cinco pedidos foram
negados. No ultimo pedido, em agosto deste ano, Chapman disse à
junta de condicional que encontrou Jesus na prisão. Que está em
paz, que sua vida mudou graças à experiência na prisão. “Achei
que, ao matar John Lennon, eu me tornaria alguém. Em vez disso, me
tornei um assassino e assassinos não são alguém,” disse ele.
A
junta de condicional decidiu que o gesto “premeditado, sem sentido
e egoísta de conseqüências trágicas torna sua libertação
inapropriada e incompatível com o bem estar da comunidade.
Libertá-lo diminuiria a seriedade de seu crime e abalaria o respeito
à lei.”
Chapman
está na Penitenciária de Attica, cidade no município de Wyoming,
estado de Nova York. Tem bom comportamento, é auxiliar na biblioteca
e recebe visita íntima anual de 44 minutos de sua mulher, Gloria
Hiroko Chapman, residente no Havaí.
A
dimensão de Lennon é simples: enquanto artista ele vive. Jamais
morrerá. Ponto!