quarta-feira, 11 de junho de 2014

O PMDB não sabe que foi terceiro aqui em 2010?

O PMDB não sabe que foi terceiro aqui em 2010?
 
(BV - 30 - 5 - 2014)


1

A derrota tem várias vertentes.
Quase sempre, o olho d’água, porém é o mesmo: a soberba.
E a soberba associada à pressa e à desinformação formam o trio que pode garantir qualquer um fracasso.

2

A coletiva de imprensa na Casa do PMDB transcorria de uma forma interessante (sexta-feira – 23) apresentando a todos, em um ambiente aconhegante – chamas cintilando e brasas ardendo na lareira e um mate a capricho para espantar os efeitos do frio e da chuva fina, de quebra, apresentando a todos um homem com feições incontestáveis de sujeito simples, honesto e de aparente/claro compromisso com o coletivo sem ser populista.


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José Ivo Sartori – de estatura mais baixa do que imaginava -, cativou por sua simplicidade, mantendo distância à léguas do compadrio falseado que às vezes chega junto com candidatos a candidato a alguma coisa em certas geografias, diria, até para mais verdade, em tempos pretéritos e, com os quais nos habituamos a conviver e, aceitar, como normais. Ouso ainda um elogio às boas perguntas dos colegas da imprensa de Erechim, como o caso de Rodrigo Finardi, que contribuíram para ampliar o leque de informações sobre potencialidades e carências regionais ofertadas ao entrevistado.


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Desta feita não presenciei os famosos tapinhas nas costas, algo quando presente, aos meus olhos – talvez preconceituosos -, soando como uma espécie de sinônimo, especialmente nos encontros político/festivos (e enganativos) do velho PMDB – evidentemente, temperados pela benquerênça. E que seja a verdade toda: que partido pós era democrática não conviveu com tal sereia!?


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De cara já foi possível perceber que José Ivo Sartori não estava nem um pouco disposto a responder objetiva e claramente nenhuma pergunta. Se pediam do Balvedi, ele descia pelo morro da TV. Quando chegava ao Balvedi poucos sabiam onde estavam. Se pediam da Sete – descia pro Vale do Dourado, retornava pela Volta Fechada, subia pela Linha América, descia pelo São Cristóvão, entrava por trás do Seminário e quando desembocava na Sete já havia um com outra pergunta engatilhada.

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Nas suas tergiversações deliberadas, o ‘gringo’ que administrou duas vezes uma das cidades mais prósperas do estado, quando questionado sobre ideologias e coligações, lembrou do Ca-Ju, do Bra-Pel, e até dos Atlangas. ‘Aqui tinha o Atlântico – tem o Ypiranga...’ e lá se ia o candidato que o PMDB foi buscar em contraponto ao histórico do partido – sempre mais afeito à retórica de liberdades adjetivadas sem-fim; ou seria uma afeição destrambelhada aos discurso adjetivado sem-fim de liberdades.


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Para não negar suas raízes da velha política de afagos – deputados encarregavam-se de acenar, mandar abraços e sinais de positivo à galera que ia se aninhando no ninho que vem se acostumando e, diga-se de passagem - muito bem, na condição de vice.
No Chapéu do Rio Grande – o Alto Uruguai, o velho MDB está em um terço das prefeituras: 11 de 32. Mas, corroborando a observação, em cinco é prefeito. Em seis – é vice. E entre essas, na cidade que tem mais de 2/3 dos habitantes. No pólo da região – Campo Pequeno -, o PMDB mostra seu tamanho: por duas vezes consecutivas – é vice.


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Mas, penso que o PMDB está diante de um homem que poucas vezes teve para levar Rio-Grande afora. E descontando-se o fato de não ser tão conhecido como outras figuras históricas que o partido já dispôs; desta vez, o PMDB tem alguém que no interior do estado onde a tendência por razões naturais das pessoas é por uma postura geral de vida, mais simples -, este pode ser um ponto altamente positivo ao partido e seu candidato, pois ele conhece esse ambiente que, no meu humilde olhar de observador, ao deparar-se com a figura candidatável, de alguma forma também se identificará com o considerado. É o olhar, o palavreado, a indumentária, o jeito, o cheiro. A desbarreira (?) que encurta.


9

Agora – nada disso é garantia de voto.
Falo apenas embasado a partir de experiências com as quais a vida nos vai cumulando.
A gente vive, erra; vive, erra; vive e um dia começa descobrir que vem errando. E se reconhece – fica mais flexível, menos exigente. Tolera.
A maturação é um processo espantoso, porquanto verídico. Extraordinário, porquanto, deslumbrantemente. Bonito para quem pode vivê-lo.


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E desta maturação, enquanto o período eleitoral ainda o permite, é que faço a constatação: o PMDB deve conseguir oferecer à sociedade gaúcha um político onde seriedade se sobrepõe à soberba e opulência – mães maculadas de políticos que carregam no fundo bolso dos interesses o catecismo silogista/machiavélico de que ‘os fins justificam os meios’.


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Contrário-senso oportuno se faz observar ainda, que no meu segundo humilde entender – há muitos anos o processo político eleitoral gaúcho não tem candidatos tão bem afeitos às questões em demanda de cargo, quanto neste ano de 2014. Alguém dirá: ‘é, mas será que ele não vê que....’ É possível. Mais que possível – é provável. E mais que provável, é improvável que tenhamos uma corrida eleitoral onde todas as virtudes se emparelhem como as duas Mercedes/2014 ou como as bigas de Ben Hur e Messala.  


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Mas, enfim, o candidato do PMDB não é perfeito e, pegando-se pesquisas feitas há mais de mês, percebe-se que sua missão pode ser comparada a Papillon – que, saliente-se, quase ficou no cavaco, mas que deixou a Ilha do Diabo por alto mar num saco de coco – deixou para respirar o ar impagável porquanto sem preço. Segundo pesquisas largou atrás Sartori, como seu compatriota de legenda Rigotto há 48 meses e um governador atrás.


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Tarso Genro vem com um governo a empurrar sua campanha. Ana Amélia vai no embalo da sua imagem popularizada por décadas de exposição televisa. Roberto Robaina atrela sua candidatura aos movimentos de junho/2013 e Vieira da Cunha pode orgulhar-se se ser, na corrida, o herdeiro representativo de sua excelência – Leonel Brizola. Enfim – por enquanto esses quatro e mais José Ivo Sartori, estão na lista de pré-convocados a uma copa do RS onde estará em jogo a gestão do Rio Grande pelo quadriênio 2015/2018.

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Dito isso, tudo ainda suscetível a confirmações ou desconfirmações, reporto ao início. Pois, corria bem a entrevista coletiva com Sartori, quando me atrevi a observar que o pré-candidato pisava num terreno (Campo Pequeno), onde em 2010 o candidato de seu partido fora 3º colocado. Lembrei de cabeça que Tarso tinha feito cerca de 30 mil, Yeda cerca de 16 mil e Fogaça pouco mais de 8 mil. Imediatamente fui apartado por sua excelência, deputado Alexandre Postal, que de posse um papel com muitos números, interpôs que minha informação estava equivocada, pois, segundo ele – e talvez o papel que lhe deram à mesa – trazia José Fogaça como 2º e Yeda como 3ª. Ainda deu tempo para um coleguinha de imprensa ‘me ajudar’ assoprando que ‘o deputado tinha razão!’. Eu estaria equivocado.



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Francamente – a coletiva já andava por mais de hora e pediam o fim. Ademais, para não estabelecer um bate-boca de palavra contra palavra, e sem os números oficiais em mãos; deixei que a versão do parlamentar, na oportunidade quase com jeito de assessor do pré-candidato a governador, perdurasse naquela atmosfera de aconchego onde até as chamas e as brasas já tinham se aquietado, quem sabe, cansadas.

Ciente da minha convicção – com calma, trago os números oficiais do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio Grande do Sul sobre as eleições ao governo do estado, em 2010, no município de Erechim. Se o deputado ou algum membro do PMDB ainda quiser manter sua versão, por favor, faça contato com o TRE/RS.
E sob este aspecto – fugindo ao jeito simplório de Sartori -, o velho/novo/velho PMDB parece que ainda respira em aparelhos, evocando, assim mesmo - aos quatro ventos sua retórica, versões, discursos e teses que remetem a uma democracia lebertária onde cada um é livre para externar seu pensamento e até, se for o caso, para desautorizar uma informação verídica em favor de uma intervenção equivocada, porquanto fruto de inoportunidade, pressa, desinformação, imperfeição e volúpia destrambelhada.



Brasão
Tribunal Regional Eleitoral
Eleições 2010

Rio Grande do Sul
DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS
1º Turno

Município:ERECHIM



Governador

Pos.
Candidato
Nro.
Partido
Votação
1
13
PT
30142
2
45
PSDB
16252
3
15
PMDB
8408
4
43
PV
515
5
50
PSOL
172
6
44
PRP
79
7
16
PSTU
36
8
33
PMN
31
9
21
PCB
13

Brancos


3288

Nulos


2217

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YPIRANGA prestou segunda-feira, uma bonita e oportuna homenagem a todos que de alguma forma participaram da grande conquista de 2014 – a volta à Divisão Principal.


FORAM lembrados dirigentes em todos os níveis, ex-dirigentes, comissão técnica e de logística, grupo de jogadores, patrocinadores, apoiadores e imprensa.



PREFEITO Paulo Polis e VICE-PREFEITA Ana Lúcia de Oliveira também estiveram presentes e foram lembrados. Aos poucos o canarinho vai descortinando a Segunda Fase da sua Caminhada. E não me refiro à conquista do título da Segundona.



O PP DO ALTO URUGUAI conseguiu levar cerca de 300 pessoas ao lançamento da pré-candidatura de Ana Amélia Lemos, sábado, em Porto Alegre.


OLIVIO DUTRA engrandece o embate eleitoral de 2014 no estado. Não é o vice do PT – mas alguém discorda de que ao contar com Olívio na corrida ao senado, a candidatura Tarso também se fortalece ao governo do estado!?


COLEGUINHAS entre uma garfada e outra, na festa do Ypiranga, comentavam que hoje no Colosso da Lagoa desfilam três alas. Digo eu: como uma escola de samba – se a harmonia tirar dez, não importa quantas alas a ‘escola’ leve à passarela. Agora - tem escola que tira dez em harmonia, mas quando em excesso; o risco de atravancar, atrapalhar ou ter de correr, pode comprometer o bom desempenho do casal mestre-sala, da bateria, das alegorias, do enredo... Há casos em que nem a rainha das rainhas – garante o título. 


BOTA ANDA COM PENA do menininho que ‘vem pedindo há dias’ (ou vinha!) que seu papai o leve ao circo. ‘Quem é será que é o pai do gurizinho? Por que dexá um piazinho assim!? É todo dia – ‘papai me leva no circo’! Chega a dá dó!- seu Odyyy’.


FICO ME PERGUNTANDO quantos gurizinhos assim temos mesmo entre nós e, que jamais viram um circo!


IMAGINAR QUE a gurizada não quer mais circo porque os tempos são outros – é um equívoco.



FALANDO EM CIRCO nunca antes na história deste país se admirou tanto circo. O cenário circense é de fazer chorar 200 milhões como o palhaço quando sofre e sufoca mazelas no anonimato – porque só ele sabe onde o calo lhe aperta, e quanto.