segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Quem espera sempre alcança!?


BV  - 10 - 10 - 2014

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Cresci ouvindo que Deus ajuda quem ‘cedo madruga’ e quem ‘espera sempre alcança’.
Um dia passei no vestibular de Administração do Cese (Centro de Ensino Superior de Erechim) e um tempinho depois ia desistir porque não podia pagar.
O João Dautartas e outros encontraram uma solução: que pagasse com serviço e outro dia estava eu passando tardes e tardes, pilhas e pilhas de folhas no mimeógrafo (provas), ajeitando o que seria o embrião da biblioteca ou varrendo o pátio do Cese e juntando tudo com uma pazinha até escurecer.

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Mas isto só foi possível porque troquei meu horário de trabalho no Posto Atlantic das 8h às 12h e das 13h30min às 18h – para bater ponto às 5h às 13h corrido. Ou seja: Consegui o serviço no Cese (hoje URI) trabalhando às tardes, mas antes madrugava para substituir o Adão que atendia o posto à noite.
Como tinha que levantar às 4h para pegar às 5h – passei a dormir no depósito do Posto entre galões de óleo, pilhas de pneus e ratões. Às 4h45min o Adão batia no depósito – ‘tá na hora Adelar!’ e eu me livrava das molas tortas e pontudas da caminha de campanha e assumia o posto – no Posto. E foi assim por quase dois anos, que Deus me ajudou, até por que, madrugava.

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No fundo, porém, eu não sabia nada de contabilidade e administração.
Não sei por que razão eu gostava de escrever, contar histórias, e mais que isso – dar opinião.
E foi assim que depois de quase dois anos larguei a faculdade (onde nasceu a Zebra de Jayme e Zanella & Cia) e larguei também o Posto onde era frentista de naipe.
Depois de uma passada pelo Sponchiado na vaga da hoje vereadora Eni que deixou o emprego para assinar-se Scandolara – eu me fui para Santa Maria atrás do meu sonho: jornalismo.
Rodei e entrei na Filosofia.
Meio ano depois fui para onde as coisas acontecem: Porto Alegre e lá, passei na PUC e aí – vi que, ao meu caso ‘quem espera sempre alcança!’. Estava no Jornalismo da Famecos/PUC.

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Numa sexta-feira à noite de 2008 ao lado do Buon Giovanni, o PMDB se reunia para decidir: surpreenderia ficando a reboque de Tirello e Zanella com PTB e PP ou tomaria um rumo até então odiado tanto quanto a outra opção - porquanto as chamas da trilhadeira acendida durante manifestação de agricultores na Praça da Bandeira, nas barbas do prefeito Antonio Dexheimer, ainda lhe ardiam na retina!?
Se não me trai a memória diria que por 26 a 21, ou alguma coisa perto disso, o PMDB decidiu que além dos ‘eternos inimigos daquela hora’ (mas o que seria isso – eternos inimigos daquela hora? – ah – é política!), pois além deles havia algo de novo no ar, logo, desconhecido: mais que o PT – havia Paulo Polis, no mundo do turfe, um ‘azarão’ quem sabe maior que Zanella fora em 1976.

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Já escrevi essa linha: na frente da sede do PT na Aratiba, Eleonir Gollin (mais tarde – falecido), abraçado a um petista olhava para o céu e exclamava: ‘olha só. Até o céu está estrelado!’ enquanto o partido da estrela quase nem acreditava que ele fora a opção do acreditado PMDB que podia ser o fiel da balança – como seria se a diferença de votos de sua decisão o conduzisse às escadarias do Clube Caixeiral, onde a notícia chegou, e como reação imediata, recebeu discursos eufóricos de que a sorte estava lançada e era chegada a hora de ganhar do PMDB, agora, junto com o PT.

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Ainda não era de madrugada e os dois, ou seriam todos os lados, já sabiam de que lado estavam: o PMDB fizera sua escolha antes da madrugada e, correndo com um candidato até então muito pouco conhecido, foi ajudado por si e pelos deuses da política – porque superou num pleito único os Luízes mais conhecidos da política local.

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Naqueles anos não se falou muito sobre que tipo de acordo fora feito entre PT e PMDB, mas, especulava-se, que o PT concorreria na cabeça e depois secundaria ao PMDB. Logo, porém, o tempo foi desanuviando e a reedição da dobradinha nas mesmas posições não deixou margem para desdobramentos que colocasse em xeque a reeleição de Paulo Polis, afinal, a máquina PT/PMDB estava azeitada com Polis & Ana para mais quatro anos.

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Mas como ninguém gosta de amargar uma ‘reserva’ para todo o sempre, é óbvio que um dia o PMDB teria de ser cabeça de chapa e logo se começou a falar sobre isso assim que a reeleição chegou sem exigir muita força. Quando veio o problema com a justiça eleitoral e um novo pleito se ensaiou até travar tudo e mandar voltar a rodar o filme como vinha rodando – até ali –, o PMDB convivia tranquilamente com Anacleto Zanella candidato da dobrada (PT/PMDB). No entanto, com o passar das semanas, um dia, dirigentes do PMDB em entrevista para mim na TV Erechim, tendo a frente o presidente Edgar Paulo Marmentini, não fizeram segredo, e admitiu ele, que se saísse uma decisão final sobre o assunto (que ainda está na esfera jurídica) – o PMDB podia sim exigir a vaga. E mais: ‘na próxima o PMDB estará na cabeça!’.

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Se isto acontecer, estará mais uma vez provado que ‘quem espera sempre alcança!’, também. E ainda com todo um 2º turno por ser disputado ao governo do estado, justamente opondo PT e PMDB, este, com um candidato que surpreendeu aos que ainda se deslumbram com ‘crônicas de desdobramentos anunciados!’ poderá chegar, em Erechim, a 2016 na condição de um Romário, desmarcado, e com a bola picando à sua frente.
Quem madruga mais cedo como naquela noite de sexta-feira de 2008 e quem espera mais tempo – Deus ajuda mais e, logo, alcança mais?
É o que veremos, com vistas à sucessão em Campo Pequeno , em 2016.

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Tudo seria reto como a linha mais curta que une dois pontos - não fosse a falta de apetite (como em 2000) ou o excesso de bocas quando um merengue se oferece como só os merengues, que foram incorporados à linguagem popular, numa espécie de presente.
Deus ajuda quem cedo madruga.
Quem espera sempre alcança.
Certa vez o Rodrigo Finardi e eu escrevemos algo sobre ‘PMDB antecipa o carnaval na região!’. Cria problemas para si quando nada há. 
Quando um não quer, dois não brigam.   

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Para um daria!

Quem disse que a região não tem voto para eleger um deputado? E antes que me esqueça – ao menos um estadual fizemos, ou fizeram por nós!?
Falo, é claro, de Altemir Tortelli (PT) que com seus 33.879 votos, garantiu sua cadeira.
Agora, se dependesse só do Alto Uruguai (AU), ficaria em gloriosos 15.558.
Mas, como disse. Quem disse que o AU não tem votos para eleger um deputado estadual?
Demos, nas urnas, 46.185 votos. Cada um deles – válido. Daria, com folga, para eleger um deputado. Agora, claro, isso foi na soma de oito nomes.

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Longe

Vão longe os tempos em que elegíamos, por exemplo, Eloi Zanella e Antonio Dexheimer (estadual), Arno Magarinos e Waldomiro Fioravante (federal), Afonso Tacques, Firmino Girardello e Celso Testa (estadual).
Sim – esses nomes eram daqui, de Erechim, e ocuparam cadeira na Assembléia Legislativa.

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Pressões

Esse negócio de irritar-se com comentários ou análises de jornalistas, quase sempre precipitadamente, não é exclusividade nossa. Essa praga ou essa mania ou essa máxima é da natureza humana, especialmente da política. Também aparece com contumaz contundência e maledicência nos meios esportivos. Ou seja: ninguém gosta de crítica. Todos adoram elogios. E isto é mundo afora. Vá ler um pouco sobre as eleições norte-americanas e... nossa!
E como a imprensa que não está a serviço que não o público em geral, a sociedade em geral, das suas observações sempre alguém sairá aplaudindo ou vaiando. Uns conseguem conter. Outros nem tanto.

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Ontem e hoje

Não sei como eram as reações na velha Arena e nem no velho MDB. Mais provável que igual.
Mas no antigo PDS, que depois trocou para vários outros nomes, sei de alguém que exercia, sempre que se sentia contrariado, enorme pressão sobre a imprensa. Refiro-me à local e a estadual.
No estado não obteve êxito nos seus repugnantes pleitos. Eu vi. Já no âmbito de Campo Pequeno – os resultados finais a mim também não ‘insabidos’. Até eu fui alvo, mas não deu certo, pois meu compromisso foi, é e será sempre com minha consciência profissional. E diga-se – a maioria é assim. Profissional.

Para surpresa de muitos, hoje em dia a coisa não é muito diferente. Outrora com a bandeira de lutas contra a ditadura e a repressão nas mãos, e sempre em prol da liberdade de expressão, alguns daqueles - hoje em dia sem analisar bem o que ouvem ou leem, sentindo-se contrariados mesmo quando não o são, mas assim se sentem; ligam para o chefe e vestem-se do velho, do antigo, do superado. Vestem-se e comportam-se igualzinho ao que sempre disseram combater.
Nada como hoje para corroborar o ontem.
Nada como a ambição para cegar.
Nada como o tempo para medir e avaliar, de fato, como são as pessoas e quem, de fato, elas são. Todas e em todas as geografias.
Mas, como disse, esse negócio é das relações humanas, especialmente quando interesses de grupos ou de pessoas estão envolvidos.
Agora, eu sei também que, assim como a consciência profissional ganha espaço, principalmente no profissional; que não se bote a mão no fogo pela imprensa em geral.
O problema é que isto nunca vai mudar e, por isto mesmo, temos que nos acostumar a conviver com tal elemento circunstancial, inafastável, insuperável – porquanto no fundo -, não passa disso. Uma circunstância previsível.


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Romaria

Neste fim de semana Erechim deve receber milhares de romeiros (fieis que se deslocam a um local considerado santo. Na igreja católica, nos seus primórdios – Roma).
Mas três grandes momentos deverão marcar o fim de semana da 63ª Romaria de Fátima: A Romaria da Criança, 9h de sábado; a procissão luminosa na noite de sábado, e, claro, a Romaria de domingo, com saída às 9h da catedral São José.
A novidade deste ano veio de cima para baixo: não haverá venda de bebidas alcoólicas no largo do santuário.

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47

Mas o mais impressionante é uma informação do reitor do Seminário Nossa Senhora de Fátima, padre, Valter Girelli. Segundo ele, no ano passado, quando tudo terminou no final da tarde de domingo, foram contadas 47 latinhas de cerveja comercializadas.
Sem dúvidas, para um evento que reúne milhares de pessoas, um número que tinha tudo para justificar a retirada do álcool da esplanada do Santuário ou dos pés de Fátima.

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Bispo

1

Pois bem – o Alto Uruguai com sua impressionante capacidade de lamentar suas precariedades – que vá se queixar ao bispo dom José ou a Dom Girônimo – que até conhece melhor os nossos problemas a partir de agora.

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Eu não pretendo mais discorrer sobre nossas necessidades – que já amadureceram e apodreceram na árvore das necessidades, e caíram. Pelo menos por um tempo.

3

De aeroporto a ligações asfálticas com municípios, de energia, comunicações, de estradas despencando morro abaixo, de isolamento e prejuízos por causa de cheias, de levantamento sócio/econômico entregue às autoridades e neca de nada – que procuremos daqui em diante os bispos. O titular ou o emérito, porque, tudo o mais será como comprar todas as rifas de uma festa de igreja e levar todos os prêmios. Levaremos algo só com muita sorte.

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Facultativo

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Toda hora tem alguém falando em reforma política. Uma das reformas devia ser a faculdade do voto ao eleitor. Números finais indicam que 27% dos eleitores (38,7 milhões) não votaram em nenhum dos candidatos à presidência. Em 2010 esses números somaram 34,2 milhões. Nos dois casos, salvo raro engano, os números superam o 2º colocado na corrida presidencial no 1º turno. O mesmo ocorreu em 2002.

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Num sistema efetivamente democrático o voto devia ser facultativo. E como a legislação eleitoral em vigor não satisfaz esta hipótese, verifica-se o que os números indicam quando as urnas eletrônicas revelam seu conteúdo. Ou seja – mais de 30 milhões de eleitores não votaram (ou o fizeram em branco ou nulo) à presidência.

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Quais são as causas é que são elas!
É de fato um posicionamento democrata que opta assim porque assim realmente é do seu desejo, ou quanto daí pode ser atribuído a um estado de ânimo de tal sorte, ou azar; decepcionante que não quer mais saber de eleição.

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E pensar que o Movimento Diretas Já foi quase ‘ontem’, porquanto entre março de 1983 e abril de 1984, culminando como todos sabem na eleição de Tancredo, ainda só pelo Congresso Nacional. Eleição direta mesmo à presidência, só veio em 1989. Apenas 25 anos depois e  27% dos eleitores não votaram para presidente!?
Uma lástima ou um sinal!?

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ESTRATÉGIAS

Como diria o ‘1º ministro’ dos governos Zanella, Narciso Paludo, ‘muita água ainda vai rolar por debaixo da ponte’.
Vale para as ‘plenárias’ do PT quando decidir debater o pleito e suas trincas que imitaram a BR 153 no tecido do partido como um todo – ou mais uma vez é a imprensa que intenta contrária!?

E vale também, por que não, para outros e outros, mas em especial para o PP. Esse negócio de fechar como foi fechado com José Rodolfo Mantovani tem muita gente que não mais 'aTurra!'.