BV - 10 - 10 - 2014
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Cresci ouvindo que
Deus ajuda quem ‘cedo madruga’ e quem ‘espera sempre alcança’.
Um dia passei no
vestibular de Administração do Cese (Centro de Ensino Superior de Erechim) e um
tempinho depois ia desistir porque não podia pagar.
O João Dautartas e
outros encontraram uma solução: que pagasse com serviço e outro dia estava eu
passando tardes e tardes, pilhas e pilhas de folhas no mimeógrafo (provas),
ajeitando o que seria o embrião da biblioteca ou varrendo o pátio do Cese e
juntando tudo com uma pazinha até escurecer.
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Mas isto só foi
possível porque troquei meu horário de trabalho no Posto Atlantic das 8h às 12h
e das 13h30min às 18h – para bater ponto às 5h às 13h corrido. Ou seja:
Consegui o serviço no Cese (hoje URI) trabalhando às tardes, mas antes
madrugava para substituir o Adão que atendia o posto à noite.
Como tinha que
levantar às 4h para pegar às 5h – passei a dormir no depósito do Posto entre
galões de óleo, pilhas de pneus e ratões. Às 4h45min o Adão batia no depósito –
‘tá na hora Adelar!’ e eu me livrava das molas tortas e pontudas da caminha de
campanha e assumia o posto – no Posto. E foi assim por quase dois anos, que
Deus me ajudou, até por que, madrugava.
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No fundo, porém,
eu não sabia nada de contabilidade e administração.
Não sei por que razão
eu gostava de escrever, contar histórias, e mais que isso – dar opinião.
E foi assim que
depois de quase dois anos larguei a faculdade (onde nasceu a Zebra de Jayme e
Zanella & Cia) e larguei também o Posto onde era frentista de naipe.
Depois de uma passada
pelo Sponchiado na vaga da hoje vereadora Eni que deixou o emprego para
assinar-se Scandolara – eu me fui para Santa Maria atrás do meu sonho:
jornalismo.
Rodei e entrei na
Filosofia.
Meio ano depois
fui para onde as coisas acontecem: Porto Alegre e lá, passei na PUC e aí – vi
que, ao meu caso ‘quem espera sempre alcança!’. Estava no Jornalismo da
Famecos/PUC.
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Numa sexta-feira à
noite de 2008 ao lado do Buon Giovanni, o PMDB se reunia para decidir:
surpreenderia ficando a reboque de Tirello e Zanella com PTB e PP ou tomaria um
rumo até então odiado tanto quanto a outra opção - porquanto as chamas da
trilhadeira acendida durante manifestação de agricultores na Praça da Bandeira,
nas barbas do prefeito Antonio Dexheimer, ainda lhe ardiam na retina!?
Se não me trai a
memória diria que por 26 a
21, ou alguma coisa perto disso, o PMDB decidiu que além dos ‘eternos inimigos
daquela hora’ (mas o que seria isso – eternos inimigos daquela hora? – ah – é
política!), pois além deles havia algo de novo no ar, logo, desconhecido: mais
que o PT – havia Paulo Polis, no mundo do turfe, um ‘azarão’ quem sabe maior
que Zanella fora em 1976.
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Já escrevi essa
linha: na frente da sede do PT na Aratiba, Eleonir Gollin (mais tarde –
falecido), abraçado a um petista olhava para o céu e exclamava: ‘olha só. Até o
céu está estrelado!’ enquanto o partido da estrela quase nem acreditava que ele
fora a opção do acreditado PMDB que podia ser o fiel da balança – como seria se
a diferença de votos de sua decisão o conduzisse às escadarias do Clube
Caixeiral, onde a notícia chegou, e como reação imediata, recebeu discursos
eufóricos de que a sorte estava lançada e era chegada a hora de ganhar do PMDB,
agora, junto com o PT.
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Ainda não era de
madrugada e os dois, ou seriam todos os lados, já sabiam de que lado estavam: o
PMDB fizera sua escolha antes da madrugada e, correndo com um candidato até
então muito pouco conhecido, foi ajudado por si e pelos deuses da política –
porque superou num pleito único os Luízes mais conhecidos da política local.
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Naqueles anos não
se falou muito sobre que tipo de acordo fora feito entre PT e PMDB, mas,
especulava-se, que o PT concorreria na cabeça e depois secundaria ao PMDB.
Logo, porém, o tempo foi desanuviando e a reedição da dobradinha nas mesmas
posições não deixou margem para desdobramentos que colocasse em xeque a
reeleição de Paulo Polis, afinal, a máquina PT/PMDB estava azeitada com Polis
& Ana para mais quatro anos.
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Mas como ninguém
gosta de amargar uma ‘reserva’ para todo o sempre, é óbvio que um dia o PMDB
teria de ser cabeça de chapa e logo se começou a falar sobre isso assim que a
reeleição chegou sem exigir muita força. Quando veio o problema com a justiça
eleitoral e um novo pleito se ensaiou até travar tudo e mandar voltar a rodar o
filme como vinha rodando – até ali –, o PMDB convivia tranquilamente com
Anacleto Zanella candidato da dobrada (PT/PMDB). No entanto, com o passar das
semanas, um dia, dirigentes do PMDB em entrevista para mim na TV Erechim, tendo
a frente o presidente Edgar Paulo Marmentini, não fizeram segredo, e admitiu
ele, que se saísse uma decisão final sobre o assunto (que ainda está na esfera
jurídica) – o PMDB podia sim exigir a vaga. E mais: ‘na próxima o PMDB estará
na cabeça!’.
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Se isto acontecer,
estará mais uma vez provado que ‘quem espera sempre alcança!’, também. E ainda
com todo um 2º turno por ser disputado ao governo do estado, justamente opondo
PT e PMDB, este, com um candidato que surpreendeu aos que ainda se deslumbram
com ‘crônicas de desdobramentos anunciados!’ poderá chegar, em Erechim, a 2016
na condição de um Romário, desmarcado, e com a bola picando à sua frente.
Quem madruga mais
cedo como naquela noite de sexta-feira de 2008 e quem espera mais tempo – Deus
ajuda mais e, logo, alcança mais?
É o que veremos,
com vistas à sucessão em
Campo Pequeno , em 2016.
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Tudo seria reto
como a linha mais curta que une dois pontos - não fosse a falta de apetite
(como em 2000) ou o excesso de bocas quando um merengue se oferece como só os
merengues, que foram incorporados à linguagem popular, numa espécie de
presente.
Deus ajuda quem
cedo madruga.
Quem espera sempre
alcança.
Certa vez o
Rodrigo Finardi e eu escrevemos algo sobre ‘PMDB antecipa o carnaval na
região!’. Cria problemas para si quando nada há.
Quando um não quer, dois não brigam.
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Para um daria!
Quem
disse que a região não tem voto para eleger um deputado? E antes que me esqueça
– ao menos um estadual fizemos, ou fizeram por nós!?
Falo,
é claro, de Altemir Tortelli (PT) que com seus 33.879 votos, garantiu sua
cadeira.
Agora,
se dependesse só do Alto Uruguai (AU), ficaria em gloriosos 15.558.
Mas,
como disse. Quem disse que o AU não tem votos para eleger um deputado estadual?
Demos,
nas urnas, 46.185 votos. Cada um deles – válido. Daria, com folga, para eleger
um deputado. Agora, claro, isso foi na soma de oito nomes.
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Longe
Vão
longe os tempos em que elegíamos, por exemplo, Eloi Zanella e Antonio Dexheimer
(estadual), Arno Magarinos e Waldomiro Fioravante (federal), Afonso Tacques,
Firmino Girardello e Celso Testa (estadual).
Sim
– esses nomes eram daqui, de Erechim, e ocuparam cadeira na Assembléia
Legislativa.
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Pressões
Esse
negócio de irritar-se com comentários ou análises de jornalistas, quase sempre
precipitadamente, não é exclusividade nossa. Essa praga ou essa mania ou essa
máxima é da natureza humana, especialmente da política. Também aparece com
contumaz contundência e maledicência nos meios esportivos. Ou seja: ninguém
gosta de crítica. Todos adoram elogios. E isto é mundo afora. Vá ler um pouco
sobre as eleições norte-americanas e... nossa!
E
como a imprensa que não está a serviço que não o público em geral, a sociedade
em geral, das suas observações sempre alguém sairá aplaudindo ou vaiando. Uns
conseguem conter. Outros nem tanto.
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Ontem
e hoje
Não
sei como eram as reações na velha Arena e nem no velho MDB. Mais provável que
igual.
Mas
no antigo PDS, que depois trocou para vários outros nomes, sei de alguém que
exercia, sempre que se sentia contrariado, enorme pressão sobre a imprensa.
Refiro-me à local e a estadual.
No
estado não obteve êxito nos seus repugnantes pleitos. Eu vi. Já no âmbito de
Campo Pequeno – os resultados finais a mim também não ‘insabidos’. Até eu fui
alvo, mas não deu certo, pois meu compromisso foi, é e será sempre com minha
consciência profissional. E diga-se – a maioria é assim. Profissional.
Para
surpresa de muitos, hoje em dia a coisa não é muito diferente. Outrora com a
bandeira de lutas contra a ditadura e a repressão nas mãos, e sempre em prol da
liberdade de expressão, alguns daqueles - hoje em dia sem analisar bem o que
ouvem ou leem, sentindo-se contrariados mesmo quando não o são, mas assim se
sentem; ligam para o chefe e vestem-se do velho, do antigo, do superado.
Vestem-se e comportam-se igualzinho ao que sempre disseram combater.
Nada
como hoje para corroborar o ontem.
Nada
como a ambição para cegar.
Nada
como o tempo para medir e avaliar, de fato, como são as pessoas e quem, de
fato, elas são. Todas e em todas as geografias.
Mas,
como disse, esse negócio é das relações humanas, especialmente quando
interesses de grupos ou de pessoas estão envolvidos.
Agora,
eu sei também que, assim como a consciência profissional ganha espaço,
principalmente no profissional; que não se bote a mão no fogo pela imprensa em
geral.
O
problema é que isto nunca vai mudar e, por isto mesmo, temos que nos acostumar
a conviver com tal elemento circunstancial, inafastável, insuperável –
porquanto no fundo -, não passa disso. Uma circunstância previsível.
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Romaria
Neste
fim de semana Erechim deve receber milhares de romeiros (fieis que se deslocam
a um local considerado santo. Na igreja católica, nos seus primórdios – Roma).
Mas
três grandes momentos deverão marcar o fim de semana da 63ª Romaria de Fátima:
A Romaria da Criança, 9h de sábado; a procissão luminosa na noite de sábado, e,
claro, a Romaria de domingo, com saída às 9h da catedral São José.
A
novidade deste ano veio de cima para baixo: não haverá venda de bebidas
alcoólicas no largo do santuário.
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47
Mas
o mais impressionante é uma informação do reitor do Seminário Nossa Senhora de
Fátima, padre, Valter Girelli. Segundo ele, no ano passado, quando tudo terminou
no final da tarde de domingo, foram contadas 47 latinhas de cerveja
comercializadas.
Sem
dúvidas, para um evento que reúne milhares de pessoas, um número que tinha tudo
para justificar a retirada do álcool da esplanada do Santuário ou dos pés de
Fátima.
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Bispo
1
Pois
bem – o Alto Uruguai com sua impressionante capacidade de lamentar suas
precariedades – que vá se queixar ao bispo dom José ou a Dom Girônimo – que até
conhece melhor os nossos problemas a partir de agora.
2
Eu
não pretendo mais discorrer sobre nossas necessidades – que já amadureceram e
apodreceram na árvore das necessidades, e caíram. Pelo menos por um tempo.
3
De
aeroporto a ligações asfálticas com municípios, de energia, comunicações, de
estradas despencando morro abaixo, de isolamento e prejuízos por causa de
cheias, de levantamento sócio/econômico entregue às autoridades e neca de nada
– que procuremos daqui em diante os bispos. O titular ou o emérito, porque,
tudo o mais será como comprar todas as rifas de uma festa de igreja e levar
todos os prêmios. Levaremos algo só com muita sorte.
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Facultativo
1
Toda
hora tem alguém falando em reforma política. Uma das reformas devia ser a
faculdade do voto ao eleitor. Números finais indicam que 27% dos eleitores
(38,7 milhões) não votaram em nenhum dos candidatos à presidência. Em 2010
esses números somaram 34,2 milhões. Nos dois casos, salvo raro engano, os
números superam o 2º colocado na corrida presidencial no 1º turno. O mesmo
ocorreu em 2002.
2
Num
sistema efetivamente democrático o voto devia ser facultativo. E como a
legislação eleitoral em vigor não satisfaz esta hipótese, verifica-se o que os
números indicam quando as urnas eletrônicas revelam seu conteúdo. Ou seja –
mais de 30 milhões de eleitores não votaram (ou o fizeram em branco ou nulo) à
presidência.
3
Quais
são as causas é que são elas!
É
de fato um posicionamento democrata que opta assim porque assim realmente é do
seu desejo, ou quanto daí pode ser atribuído a um estado de ânimo de tal sorte,
ou azar; decepcionante que não quer mais saber de eleição.
4
E
pensar que o Movimento Diretas Já foi quase ‘ontem’, porquanto entre março de
1983 e abril de 1984, culminando como todos sabem na eleição de Tancredo, ainda
só pelo Congresso Nacional. Eleição direta mesmo à presidência, só veio em
1989. Apenas 25 anos depois e 27%
dos eleitores não votaram para presidente!?
Uma
lástima ou um sinal!?
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ESTRATÉGIAS
Como
diria o ‘1º ministro’ dos governos Zanella, Narciso Paludo, ‘muita água ainda
vai rolar por debaixo da ponte’.
Vale
para as ‘plenárias’ do PT quando decidir debater o pleito e suas trincas que
imitaram a BR 153 no tecido do partido como um todo – ou mais uma vez é a
imprensa que intenta contrária!?
E
vale também, por que não, para outros e outros, mas em especial para o PP. Esse
negócio de fechar como foi fechado com José Rodolfo Mantovani tem muita gente
que não mais 'aTurra!'.