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Eu não entendo nada de saúde pública. Mas tenho me feito
uma pergunta sobre os “cuidadores” de idosos, de incapacitados, de dependentes
de todas as necessidades especiais. E milhares de pessoas que estão na situação
de dependência total de alguém que cuide delas – em alguns casos exigindo uma,
duas ou mais pessoas. A maioria dos casos depende de uma única pessoa ou talvez
duas. Pesquisando descobri que “Cuidador” é a profissão que mais cresce no Brasil.
De 2018 para 2019 aumentou 547%. Em 2019 eram 5,1 milhões de Cuidadores.
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O país tinha no ano passado mais de 29 milhões de pessoas acima dos 65 anos de idade. Não encontrei números, específicos e definitivos, sobre pessoas que necessitam de um Cuidador, mas giram em torno do mesmo número de Cuidadores existentes – para menos. Até 2030 o Brasil deverá concentrar a 5º maior população de idosos do mundo – lembrando que nem só idosos necessitam de cuidados específicos com alguém por perto.
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Agora – por que Cuidador não aparece na lista de
grupos prioritários pra vacina contra a Covid 19 é que são elas. É uma norma
do Ministério da Saúde e aos municípios cabe seguir o Plano Nacional de
Vacinação.
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As
autoridades de saúde municipais confirmam: realmente não existe nada no Plano Nacional de
Imunização que seja específico para os Cuidadores. Além do mais – eles precisam
seguir as normas emanadas de Brasília. É claro que me refiro a “Cuidadores
Familiares”, que residem com pessoas que precisam de alguém vigiando,
auxiliando 24 por dia.
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Não é
nada contra qualquer categoria. Todos são merecedores do acesso à vacina. Mas,
conforme li em uma avaliação de um órgão do setor, os Cuidadores foram
negligenciados na escala de prioridades. Sei que muitos Cuidadores já estão
vacinados, mas não por essa condição, mas por serem da enfermagem. Este é um
equívoco, que a meu juízo, devia ser considerado ou reconsiderado. Não
me refiro aos ?Profissionais Cuidadores que fizeram curso, tem habilidades como profissional. Falo dos
Cuidadores familiares. Mas, enfim, todos deviam estar como prioritários em algum momento.
Nós e o nosso livre
arbítrio
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Missas e cultos estavam proibidos.
A confusão é tanta, não lembro se
100% proibidos ou parte.
Sei que pela Rede Vida que recebia
até umas semanas uns sete ou oito fiéis
por missa por volta das 19h
– nos últimos dias,
não recebia ninguém.
Na antevéspera ou véspera
um magistrado do STF liberou.
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Segunda-feira – outro magistrado fechou.
Proibiu a presença de fiéis.
Agora o assunto deve ir a plenário
do STF.
E assim é a democracia.
Neste e em tantos outros temas.
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Mas voltando ao assunto missas
e cultos.
O que Deus deve estar pensando?
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Quem é Deus – afinal!?
Se for mesmo Aquele que criou
o mundo, todas as coisas do mundo e...
se de repente ele consultar e interpretar
“sua própria constituição” e resolver
“fechar o STF?
Os governos?
As análises?
As interpretações?
As vidas...?”.
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E se Deus é o que muita gente acredita
ser – resolver, assim,
digamos,
“fechar o mundo
– só para saberem
com é que estão tratando!”.
Eu não sei quem é que foi que disse
que o problema não são
as discussões, as estradas, os carros,
as casas, as desavenças, os juízes
ou os advogados... e por aí cada um
imagine o que quiser sobre problemas;
as leis, os deveres, os direitos,
as sortes, ou azares, ou as ditaduras,
o capitalismo, o fascismo,
o nazismo, o liberalismo, ou as
constituições – mas que o
problema são elas, nós, as pessoas
- há sobre isso não há a menor dúvida.
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Seria o livre arbítrio o problemão então?
Ou seria, se preferirmos ou
nos impuserem, seria ou será
o establishment,
o controle de alguém
sobre nós – alguém
tão imperceptível
que ninguém
nunca vê embora todos saibam
quem.
Que existe – existe.
Se não sabem quem – talvez
se pensarem descobrirão por quê?
- disso tudo.
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Errou Deus aos conceder
o livre arbítrio ao homem?
Vide história de Eva.
E depois de Caim.
E depois com tudo que sucedeu A.C.
Vide o povão “barrabás!”, “Barrabás”!.
Ou melhor – ao Filho de Deus
– “crucifica-o!, “crucifica-o”.
Ah, esse livre arbítrio...
Ah essas regras que ora assim, ora assado
- e sempre escritas com as mesmas letras.
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A única coisa que é certa,
é que nunca, jamais, nunca mesmo,
teremos unanimidade sobre as coisas.
Pegue-se a eleição de governos.
Pegue-se a paixão por times.
Pegue-se agora essa discussão sobre
a vacina!
Pegue-se o que quiser e, sempre,
Teremos interpretações distintas.
O que cá pra nós – aleluia!
Mas e as pétreas que se trasmutam
em birutas de aeroporto.
Ah sim, nós – as pessoas.
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Mas o que foi mesmo que Deus disse
a Eva e Adão?
E o que foi que Eva fez?
Então... em resumo “estamos conversados”.
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Um momentinho,
Como diria Idylio Segundo Badalotti: um
momentinho – seu Ódy!
Eva transgrediu a Lei de Deus.
E foram feitas vistas grossas?
Que nada!
Foi julgada, condenada e pegou pena leve?
Ou – ganhou tamanha pena
que alcançou a todos nós!?
ou seja – a morte irremediável.
Um sofrimento pra ganhar o pão de
cada dia que só os próprios sabem.
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Pois não é que dessa labuta pelo pão diário,
que criaram-se os espertos?
E os ladrões?
Pra comer e viver
do bom e do melhor!
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E assim a bola de neve foi se fazendo.
Ou seja – não fossemos nós com nossas
vontades e perdições – e o mundo
seria bem menos sofrido.
Bem mais de acordo com o que
certamente,
nem Deus, pensou que
um dia o transformaríamos.
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E claro,
nessas decisões do Supremo
em torno de cultos e missas
- o único interesse é estar mais perto
de Deus.
Nada – ninguém,
nem passou pela cabeça
de qualquer religioso
mais paramentado como tal,
abrir as portas que dão acesso a Deus,
com o intento de arrecadar recursos
financeiros.
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Se eu encontrar Deus no meu quarto
na minha sala ou na próxima esquina
- ou até no meu íntimo;
o que farei?
Lhe direi que não acredito
porquanto as igrejas e lugares de culto
em geral – estão fechados!?
Ou que fosse só eu no mundo,
Lhe pediria, Lhe imploraria
- “não me largue de mão!”.
Afinal este é o único
“livre arbítrio” em que me vejo
- impossível de ser convencido contra
minha consciência.
No mais acho tudo possível.
Do jeito que o mundo está
tudo é possível.
A começar a contrariar as regras
para uma convivência pacífica,
social urbana, humana.
Desde que haja mais de um
- tudo, até o “impossível” é possível.
Abel que o diga.
Deus o sabe.
E não duvido que esteja permitindo
que avancemos em direção
ao nosso próprio fim.
Procurem pelo
paleoantropólogo espanhol,
José María Bermúdez de
Castro
e seu novo ensaio
“Deuses e mendigos”.