Mas voltando aos treinamentos sobre “trabalhos específicos”: goleiro
saindo jogando dentro da sua própria grande área, pequena área, com o
cabeça-de-área, pouco chutão, etc. Até aí – vá lá. Mas com a qualidade que anda
solta correndo pelos campos, que perigo! Agora – por que os goleiros não saem
mais do gol!? Por que ficam “pregados” sob a goleira”? Por que não se vê mais
goleiro firme, quero dizer, fazendo defesas sem rebotes... Por que, de outro
azar, se vê goleiros e, em profusão, rebatendo, socando, espalmando como se
fossem atletas de vôlei?
Mas há muitas outras coisas sobre o futebol de hoje que
abordo amanhã ou depois. Queria fixar uma coisa hoje. A cobrança de pênalti.
Quando, em que condições, que tipo de pênalti o goleiro tem chance real de
praticar a defesa. Ora, pegue todos os pênaltis defendidos e conclua. São os
pênaltis cobrados à meia força, sem força ou até com muita força, mas do seu quadril
para baixo. Pênalti à meia altura é dar chance para o azar. Talvez até no chão
se não tiver força mais que a normal. A menos, reitero, se o goleiro cair para
o canto “errado”.
Os “treinadores” não treinam pênaltis com os batedores? Por
que não colocam uma barreira (sem goleiro mesmo) até a altura da cintura do
goleiro, obrigando batedor a cobrar em cima. Em cima. De qualquer lado. Até no
meio, mais em cima. Ah mais pode subir e sair... Sim, pode, quando não se tem
noção de espaço. Que batam 10, 20, 50, 200 pênaltis assim por semana. Da metade
do poste para cima. Procure na sua memória quantos pênaltis você viu os maiores
goleiros do mundo pegarem quando cobrados acima do se peitoral. Lembrou de
algum? As leis da física o impedem. Simples assim. Se fala tanto em novidades
e, apesar de muitos exageros sobre supostas mudanças – esta insiste em não
mudar. O batedor bater colocado, à meia altura. O goleiro acerta o canto e
pronto. Por fim outra obviedade: não adianta treinar goleiro para pegar
pênalti. Se a bola vir com meia força, colocada ou forte, mas acima do seu
peito – é gol. Mais recentemente parece que só o meia Edenílson do Inter,
entendeu esta máxima. Para os mais antigos abro uma exceção: bater à meia
altura ou no chão, só se você for um Noronha. Se não – bate em cima. Bate em
cima se não quiseres “consagrar” goleiros que adivinham os cantos. Em cima pode
bater no poste, no travessão, subir demais e sair – mas goleiro nenhum vai
pegar. E treinado à exaustão – não precisa nem botar força. Os goleiros ainda
não têm asas. Muito menos “voam para cima”.