quarta-feira, 21 de julho de 2021

Pênaltis!


No futebol de hoje, chamado de moderno (pessoalmente não entendo a expressão com sua aplicabilidade prática ao mundo da bola dentro das quatro linhas), temos como novidades treinamentos de todas as sortes (e azares). É marcação por zona, por homem, são sistemas táticos descritos e “explicados” por comentaristas que nem sempre aos meus olhos tão visíveis. Uma das últimas e maiores “novidades” que tentaram pregar por estas bandas foi o tal “jogo posicionado”. Reitero: duvido que alguém possa explicar com clareza que bicho vem a ser isso. Em todo caso – quem fala e alarde e, quando vence – lá sobem os elogios ao tal modelo. São do velho 4 - 2 - 4; 4 - - 3 - 3; 3 - 5 - 2 ou 4 – 4 – 2 que pode virar um 4 – 2 – 4 ou, mais claramente, um 4 – 3 – 3, do que o futebol ainda mais se alimenta.

Mas voltando aos treinamentos sobre “trabalhos específicos”: goleiro saindo jogando dentro da sua própria grande área, pequena área, com o cabeça-de-área, pouco chutão, etc. Até aí – vá lá. Mas com a qualidade que anda solta correndo pelos campos, que perigo! Agora – por que os goleiros não saem mais do gol!? Por que ficam “pregados” sob a goleira”? Por que não se vê mais goleiro firme, quero dizer, fazendo defesas sem rebotes... Por que, de outro azar, se vê goleiros e, em profusão, rebatendo, socando, espalmando como se fossem atletas de vôlei?

Mas há muitas outras coisas sobre o futebol de hoje que abordo amanhã ou depois. Queria fixar uma coisa hoje. A cobrança de pênalti. Quando, em que condições, que tipo de pênalti o goleiro tem chance real de praticar a defesa. Ora, pegue todos os pênaltis defendidos e conclua. São os pênaltis cobrados à meia força, sem força ou até com muita força, mas do seu quadril para baixo. Pênalti à meia altura é dar chance para o azar. Talvez até no chão se não tiver força mais que a normal. A menos, reitero, se o goleiro cair para o canto “errado”.

Os “treinadores” não treinam pênaltis com os batedores? Por que não colocam uma barreira (sem goleiro mesmo) até a altura da cintura do goleiro, obrigando batedor a cobrar em cima. Em cima. De qualquer lado. Até no meio, mais em cima. Ah mais pode subir e sair... Sim, pode, quando não se tem noção de espaço. Que batam 10, 20, 50, 200 pênaltis assim por semana. Da metade do poste para cima. Procure na sua memória quantos pênaltis você viu os maiores goleiros do mundo pegarem quando cobrados acima do se peitoral. Lembrou de algum? As leis da física o impedem. Simples assim. Se fala tanto em novidades e, apesar de muitos exageros sobre supostas mudanças – esta insiste em não mudar. O batedor bater colocado, à meia altura. O goleiro acerta o canto e pronto. Por fim outra obviedade: não adianta treinar goleiro para pegar pênalti. Se a bola vir com meia força, colocada ou forte, mas acima do seu peito – é gol. Mais recentemente parece que só o meia Edenílson do Inter, entendeu esta máxima. Para os mais antigos abro uma exceção: bater à meia altura ou no chão, só se você for um Noronha. Se não – bate em cima. Bate em cima se não quiseres “consagrar” goleiros que adivinham os cantos. Em cima pode bater no poste, no travessão, subir demais e sair – mas goleiro nenhum vai pegar. E treinado à exaustão – não precisa nem botar força. Os goleiros ainda não têm asas. Muito menos “voam para cima”.