domingo, 13 de outubro de 2024

Para não ignorar os pedidos de Fátima

  

Em meio à lama, Nossa Senhora reza pela limpeza da humanidade
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É domingo. Estou saindo de casa perto do Santuário. Incrivelmente, não chove depois de uma semana muito chuvosa e de previsões que falavam em mais chuva neste domingo. Céu limpo. azul. sol. É quase um milagre. Ganho a rua, dobro à esquerda que leva ao Santuário.

-  Tá pom assim. Tá pom. Seguuuura!

- Vem, vem... pode vir mais um poquinho. Isto, aí tá pom.

São Fuscas azuis, brancos e verdes, Brasílias amarelas, vermelhas e marrons, Gols, Corsas, uma Belina e Unos que vão procurando um lugar. Os motoristas são homens queimados do sol, de chapéu, calça frisada, de "bodegas" de botão, bolsos fundos quase até o joelho, com largas carteiras enfiadas lá dentro, camisas de mangas arregaçadas com o bolsinho no peito cheio de documentos, canhotos da Mega-Sena e a da Loteria Federal. Na cintura carregam grossos chaveiros, com canivete e um deles com corta-unhas daqueles largos. Do Grêmio. Nos bolsos traseiros aparece um pedaço de um lenço branco e um pente azul.  Alguns de sapatos de domingo, outros de sandálias. As mulheres, precavidas, que vão se desfazendo das blusas pesadas e coloridas. Das sombrinhas. Brigam com o fecho de metal que trancou numa sacola listrada, onde se vê uma cuca, bolachas, uma lata de leite e uma mamadeira. Paninhos, em caso de vômito. Adolescentes que não param de sair do fundo dos carros com os olhos esbugalhados. Impressionados. Estão na cidade grande! Num deles o homem que alisa seu cabelo com um pente de plástico briga com a porta do carro já fechado, porque a chave gira, mas não destranca. “E agora”, diz a mulher, o “nene” não pode ficá sem a mamadera. E também pega o bico dele que tá ali na gavetinha. Também tem um paninho. Precisamo cobri ele – o sol vai sair e hoje ainda vai esquentá bastante até de noite”. O homem começa a puxar a maçaneta, dá um chute na porta que desalinha seu penteado, mas a porta destranca. São carros com a ‘saia’ embarrada que saíram do interior de Severiano de Almeida, Carlos Gomes, São Valentim, Três Arroios, Viadutos, Mariano Moro, Campinas do Sul, Itatiba, Faxinalzinho, Benjamin Constant do Sul... Da linha São Roque. Da Escola Branca. Do bairro Pezzin, do KM-14, do Rio Tigre, Sede Dourado, da Linha Poço Grande, da Linha Pinga Alta e do Coan. De Santa Catarina e do Paraná. Já se ouve o som pelo alto-falante.

- A procissão nem saiu ainda lá da catedral e aqui no santuário já são milhares os romeiros...

Entro na Sete. Os táxis do ponto em frente ao Master foram colocados alguns metros à frente.  Para facilitar o fluxo de transeuntes.

-       Que horas vocês saíram, então, hoje.

- Nóis tiremo o leite das vaca, tratemo a criação... mais o menos 6 e meia nóis saímo! Mas tá boa a estrada. O prefeito tá trabalhando bem este ano. Eu pênso que com tánta chuva" comentavam entre si agricultores honrados que tem como orgulho suas famílias e como glória o suor dos seus rostos. Entre eles ainda prevalece a relação humana civilizada. Ninguém pega o que não é seu. Se acham alguma coisa de valor, procuram o dono. Avizinham-se na dor e na alegria. Socorrem-se nas secas e nas cheias. Presenteiam-se com melancias, uvas, figos e laranjas do céu. Quando abatem uma rês ou um suíno, mandam cinco, seis quilos de carne em troca pela que receberam há dois meses. Quando a pescaria rende – um piá vai avisar o vizinho pra aparecerem todos à noite porque terá polenta e peixe frito, vinho, sagu e creme. É, ou era, uma vida onde o celular ainda não chegou.   

O guarda municipal apita e faz sinal mandando que os carros parem para mais um grupo de fiéis atravessarem as duas vias da Sete pela faixa de segurança até o portão do Santuário. Vou junto. Meninas colam o emblema simbolizando a 73ª Romaria de Fátima na roupa,na altura do peito dos que chegam. Não me viram, porque era tanta gente, e segui ‘sem identificação’ - pela reta que leva à esplanada.

“Pedimos às pessoas que não deixem a carteira à vista porque no meio da multidão de fiéis que vamos ter hoje aqui, sempre pode ter alguém com intenções que não são as melhores. Cuidem das chaves, dos documentos, das carteiras e das crianças, principalmente. Quem perder alguma coisa, venha aqui na frente que anunciaremos. Estamos todos juntos, unidos em comunhão, procissão, romaria e intenção nesta grandiosa festa de Mãe.”

- Tec, tec, tec... senhor romeiro... uma esmolinha po pobre... uma esmolinha senhor romeiro...

“A procissão começa a se deslocar lá no centro da cidade. Vamos cantar: Muito obrigado, Mãe,/Mãe do Menino Deus,/nascido em Belém/há dois mil anos!”

De repente alguém pergunta:aonde será que vendem a ficha pro churasco!’.

- Não por aí... a grama tá toda molhada. Olha o baaarro – pai!

- Será que lá também tem pom, cerveja, refrigente e cuca? Olinda, ô Olinda Santa Mãe, parece que tá surda: “quandas cuca tu troxe!?”

“O povo em romaria, de carro ou a pé,/ vem te pedir, Ó Maria:/ ‘Aumenta a nossa fé!’ E atenção romeiros: A coordenação da romaria avisa que apenas os objetos religiosos que são vendidos dentro do Santuário são autorizados pelos organizadores. O que é vendido fora do Santuário não é da nossa responsabilidade e não ajuda a igreja... Aqui em frente ao altar externo, à direita tem um local onde podem ser adquiridos todos os tipos de lembrancinhas da Nossa Mãe. Este ano tem até cevador para chimarrão, e o que é mais bonito, com a imagem de Nossa Senhora de Fátima. E custa só dez reais. Podem comprar dois - uma para o vizinho ou até mais, para o nono, os irmãos que foram morar em Santa Catarina ou no Paraná. É um lindo presente e abençoado com a imagem da Nossa Mãe Querida. Uma lembrança da 73ª romaria de Fátima pra vida toda. Ali também encontrarão muitas outras sugestões de lembranças.

- Mãe, ô manhe....

- O que Jonhatann.

- O que que é 73ª.

- É.... é.... presta atenção no que o padre tá falando. Aqui não é hora de fazê pergunta. “Santa Maria, mãe de Deus? Rogai por nós/Agora e na hora da nossa..”, vamos Jonhatann, reza, reza, ô infeliz.

- Olha a medalhinha da Santinha. Olha a fitinha... cinco realzinho. “Nics – non, non, o padre disse que é pra comprar só lá dentro. Aquelas é que valem – são abençoadas.

De repente uma garotinha de 9 ou 10 anos, sei lá, me gruda um emblema da festa de Fátima no lado esquerdo do peito. Acho bonito e até ajeito melhor porque na pressa ficou meio torto. Agora sim, me sinto carimbado, autorizado para estar na grande romaria.

Agora, a procissão já caminha duas/três quadras da catedral. Nesta segunda dezena do terço, vamos... Pai Nosso que Estais no Céu...”. Quem está aqui já no largo do Santuário, reze, responda, acompanhe a prece – não precisa esperar a imagem de Nossa Mãe Querida chegar. Vamos todos juntos: “Ave Maria cheia de Graças/O senhor é...”

Junto à imagem de Nossa Senhora de Fátima, toda engalanada com lindíssimas rosas e flores, o chão não arde como há três anos. As chuvaradas da semana amainaram o calorão. As velas derretem e se acendem uma atrás da outra queimando sobre a grama embarrada. Bouquês são depositados. Fitinhas amarradas. Terços desfiados. Gente de joelhos engolindo rezas e cânticos. Um homem fita o infinito por trás dos antigos eucaliptos lá pra baixo donde se dá a fronteira do terreno do Seminário com a URI. Todos rezam ou balbuciam quase como no automático. Um abre com ...‘Pai Nosso que Estais no Céu’ e o outro ao lado já vai no... ‘O Pão nosso de cada dia...’.

No altar os padres animadores não param de se agitar. Microfones são testados. Violão, guitarras, violino, órgão, um pequeno coro, botões da mesa de som... “baixa, baixa... levanta, levanta um ponto... Aí, aí tá bom...Nossa Senhora, Mãe dos peregrinos,/vem conosco caminhar!/:Eis aqui o teu povo, Maria de Nazaré!

Encostados num Gol sujo de barro – adolescentes de calça de Jeans com a barra arregaçada até as canelas acima dos grossos tênis brancos, acendem cigarros alheios à concentração das preces  e falam da matiné dançante marcada para o fim do mês no Tamanduá. Avanço até onde dá pelo asfalto, mas tenho que enveredar pela grama barrenta que nem a serragem resolve. Resolvo ver dentro da igreja do Santuário.

Todos os bancos estão tomados, a maioria – pessoas de idade com crianças que gesticulam, olham para os lados, choram de fome ou de sede ou por mal acomodadas em meio à multidão, ao ambiente tão inusitado.. Nas imagens espalhadas pela igreja, grupamentos de pessoas que não param de rezar. Pais se abaixam para que os filhos de colo toquem com as mãozinhas numa réplica da imagem daquela que vem a ombros pela Sete. Os adultos não saem sem também tocar a Santa. Flores, flores e  mais flores depositadas. Outros escolhem lembrancinhas em fitas coloridas e devidamente abençoadas. Saio da igreja e vou para os fundos do seminário. Mais gente. Filas num corredor. Alguém pergunta pelo banheiro!

- Senhor, senhor – quer confessar? Entre naquela fila ali e segue pelo corredor da reconciliação...

- Obrigado.

Retorno, atravesso a igreja, saio com pressa, mas agora sim, muita gente. Volto até o pórtico. A aglomeração de pessoas aumentou muito. O trânsito está fechado. Na frente do antigo Daer, área que trocou de dono, vem avançando a procissão. São cabeças, cabeças e mais cabeças.

“Em procissão, em romaria,/romeiro ruma para a casa de Maria./ Em procissão, feliz da vida,/ romeiro vem buscar a paz da Mãe querida!” – cantam e rezam.

- Para trás, para trás, por favor – vamos deixar a procissão passar, gesticulam alguns organizadores. Policiais militares também ajudam. Um câmera de uma TV sobe no pórtico. Quer a melhor imagem. A gurizada olha o cara da TV. “Vai caí, vai caí”, balbucia um deles.

A procissão troca a Sete pela reta de acesso à esplanada, fazendo a curva em boa velocidade. Ali muitos que estavam à espera juntam-se à multidão. E vão passando ignorando os desafortunados e os deficientes físicos que sentados rogam por uma moeda. 

- Quinze mil. Tem umas 15 mil – não mais que isso, comenta um brigadiano, sem saber que a procissão ainda se arrasta lá pelas Três Torres...

- Olha – daqui da entrada até lá na frente tem quase 120 metros. De largura são uns 8, contando os que caminham pela grama. Só aí dá 4.800 metros quadrados. Tu multiplica isso por nove, mas vamo deixa por oito pessoa em cada metro quadrado... só aí tem quase 40 mil. Má não leva a sério porque rodei três ano em Matemática, ajunta.

- Fora os que tão debaixo dos antigos eucaliptos, lembra rapidamente um jovem – daqueles curiosos e atentos sempre prontos a "ajudar" numa conversa.

- É... tem uns 40 mil... Quem teve aqui no ano passado... Hoje tem mais, muito mais.

"Atenção aos proprietários do Corolla cinza, placas JAO 1952, da SUV Toyotta branca placas GEE 1970 e ainda da Tracker também branca de placas EAO 0073. Favor retirar e, logo, estão estacionados aqui na frente onde será depositada a imagem de Nossa Senhora. E continuemos a cantar. Vamos animar povo de Deus: Quero te dar a paz/do meu Senhor/ com muito amor... Quero... Isso, agitem os braços".

- E pensa no que choveu e parô logo hoje! Isso é milagre de Nossa Senhora, acrescenta o curioso "ajudante de conversas", que no fim das contas me parece o personagem erechinense, Bota. Sempre palpitando onde não é chamado, mas ao ver uma deixa ele abre a boca.

A imagem da Santa vem sendo carregada nos ombros de quatro homens. Ela parece deslizar pelo alto das cabeças através dos pés daqueles encarregados e orgulhosos homens. Balança e balança de um lado para outro, parece que vai cair, mas mesmo que despencasse, nunca chegaria ao chão. São milhares os romeiros que a circundam e estão de olho Nela.

- Viva Nossa Senhora de Fátima, grita uma mulher com seios e barriga salientes, desajeitada, mas cheia de fé - concentrada na imagem e em lágrimas no rosto – postada atrás de mim ela recebe o eco de alguns. Percebe-se de cara que é devota, muito devota, de Nossa Senhora de Fátima.

“Ensina o teu povo a rezar, Maria, mãe de Jesus

Que um dia o teu povo desperta e na certa vai ver a luz

Que um dia o teu povo se anima e

caminha com teu Jesus

Maria de Jesus Cristo, Maria de Deus,

Maria mulher

Ensina teu povo o teu jeito de ser o que

Deus quiser

Ensina...”

Alguns se viram meio sem jeito, cheios daquela vergonha dos tímidos que acreditam saber tudo e não precisam manifestar sua fé com atos, rezas ou gritos, que acreditam que Nossa Senhora ouve seus corações, reconhecem sua fé, acolhe suas orações - sem dizer uma palavra. Sem mexer sequer os lábios como se estivessem no Centro Cultural 25 de Julho ou nas cadeiras de um determinado estádio de futebol.

Agora sim - um coordenador da romaria grita ao microfone: “Viiiva Nossa Senhora!” E a multidão no curso normal sobre o asfalto da esplanada, ou sobre a grama lamacenta responde, a pulmões de Tinga ou de Tomasi: Viiiivvvvvvva". E o padre prossegue: “A imagem da Nossa Mãe Querida, sim ela, a Mãe de Jesus Cristo, a Mãe do Santuário que é dela, a mãe dos devotos, a Mãe dos afortunados e dos esquecidos - é Ela, a Mãe de Todos Nós. Viiiiiivvvvvva Nosssa Senhora de Fátima!” 

- Um carro de som com o apoio da Brigada Militar vai abrindo espaço por entre o grupo que se espreme no portão para ver a imagem da Santa de pertinho. De pertinho porque o sentimento é de que está viva, ali, respirando e olhando para os lados suas criancinhas de um dia a 100 anos.

- Lá no altar – o animador também invoca e grita: “Repetindo. Já estamos vendo! Sim. Lá vem chegando Nossa Senhora. A Nossa Mãe já está entrando no Santuário neste momento, é Ela de novo em Sua Casa – o som se descontrola, há uma microfonia rapidamente controlada, e logo volta. “Nossa Senhora está entrando na Sua Casa... Vamos saudá-la. Levantem suas flores que trouxeram de perto ou de longe. Abanem seus lenços brancos”, grita o animador e logo milhares de lenços brancos se agitam num espetáculo, como direi, espetacular. Até quem acreditava que este ano o time da cidade subiria para a Série "B", se emociona, renova sua fé pra 25 - quase chora, chora; e agita seus braços porque nem conhece mais lenço. É emocionante até para quem é ateu.

“Nossa Senhora, Mãe dos peregrinos,/vem conosco caminhar!/: eis aqui o teu povo...”.

Lágrimas se confundem com orações. Olhos procuram o melhor ângulo. A multidão caminha até onde dá e depois se esparrama por sob as pequenas árvores, pisando o barro que se esconde sob o gramado fofo, fundo e molhado. São 10 horas e já há quem caminhe apressado no sentido contrário, com dois espetos à mão, abrindo caminho por quem acabara de chegar. Lá no canto, em cima de pelegos, uma família se acomoda. A mãe dá de mamar ao bebê. A imagem de Fátima é depositada no altar. É o ápice da Novena, da Romaria, do maior evento religioso que Erechim conhece no seu território há 73 anos. 

“Com minha Mãe estarei... na Santa Casa um dia... ao lado de Maria...”

O bispo é anunciado. “Em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo – Amém!” Inicia a missa. Mais acima dele – fotógrafos e policiais com binóculos tem a visão do largo de Fátima. Conferem sensação de segurança. Pobres e ricos, brancos e pessoas de cor, gentes da cidade e da colônia, batedores de carteira, pagadores de promessa, festeiros, idosos, criancinhas, indigentes, freiras, vendedores de chapéu, brigadianos carregando mulher desmaiada, casais de namorados se enamorando  – tudo se agita, e se mexe, e se ajeita, e se acomoda do jeito que pode, que precisa ou que dá.

Me reencosto numa árvore para ouvir o bispo:

Queridos romeiros de Nossa Querida Mãe – Nossa Senhora de Fátima. Hoje, depois de uma semana de muita chuva, mas que era necessária, a Nossa Mãe nos presenteia com esse dia... E nós, seus devotos, não a decepcionamos e que estamos em grande número, eu diria – uma multidão que há muito não se via. Isso nos revigora. É presença física, é a presença de coração – neste ano que a Tomaria tem como lema central a importância da Oração. Sim... a oração que tanto Fátima pediu aos pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta...”

 

Atrás de mim, alheios à homilia, dois coxixam:

- E o Polis, hein, credo. De lavada. No centro, nos bairro, nas vila... Acho que até a Nossa Senhora de Fátima se votasse ia votá nele. E ainda as oposição se bifurcaram. Uma pra cada lado das direita, diziam. Se enforcaram nas direita. Queriam sentar em dois onde só cabe um! Fizeram o que as oposição faziam pro Zanella nos anos 1970, 1980 e 2000. Atiraram a eleição no colo do Polis que, cá pra nóis, é um fenômeno. Tu não acha? Enquanto as oposição ficam se reunindo, e se reunindo nas poltrona dos escritório – o Polis tá lá nos bairro comendo mandolate feito por lá mesmo e chupando picolé de framboesa também de produção caseira. Sai de lá prometendo que um dia ainda vai relevá o mistério da Santíssima Trindade e é uma choradera só: chora o pessoal do bairro, chora criança e veio, chora o Polis – mais que todo mundo junto. O Polis/político 2000 e 2024 é a versão atualizada do melhor Ximit/1996. Ele sabia o que fazer e como fazer para conquistar a simpatia das pessoa. Em 1996 o Ximit tomô chimarrão com uma senhora de idade, quase sem dente - o que não é problema e deficiência -, numa xícara branca sem alça. Ela táva encantada. Quase babava pelo Ximitão, dividindo com ela aquele mate. E depois dau um beijão nela que a senhorinha nunca mais esqueceu. Isso é saber os caminho, pelo menos um deles, pra encher as urna. Me alembro: O Ximitão apertava mão suja de calceteiro. O Zanella faiz ou fazia isso? O Dexheimer faiz ou fazia isso? O Renan e o Ernani fazem isso? O Anacleto faz? Pode até fazer, mas não emociona a outra pessoa. Faz ao seu jeito e que é menos. O Anax faiz? O Polis pode não fazer bem isso ou bem assim, talvez faça até mais - mas ele não se constrange com o povo, povo - eu digo todo tipo de povo. Ele não agradece se leh oferecem o que estão comendo e bebendo lá aonde quase não mora ninguém. E isso o povo não esquece. Só adora. Se orgulha. Por quê. Por que ele fala com essas pessoa e na língua delas. Dá atenção. Deixa eles falá. Se solidariza. Promete resolvê o problema delas seja qual for. Se for preciso - chora antes que elas, penalizado. Depois saí de lá e vai se encontrá côs graúdo dono dos PIB da cidade. E olha – faz isso no mandato todo. É função de prefeito - não. Não é. Mas de candidato, ah, isso é. E como! Isso sim é que ser político – e não uns que caem de para-queda a cada quatro ano. Pra vereador então nem se fala. Tem uns que sem chance entra no partido do Polis e nem tão aí se se elege ou não. Tão é de olho é numa boquinha. Pra eles tanto faz o setor, se é na saúde melhor né, dá mais visibilidade...

“Maria, Ó Mãe Querida, saúde, saúde, saúde e dignidade para todos. Para os que precisam e para os que trabalham na saúde. Olhai pelo doentes, pelos cuidadores, pelos apoiadores, pelos que rezam por um mundo com mais fé e, rezemos até pelos que dela, da saúde como um todo, sofridos ou tão beneficiados são.” 

E a enfermera então? – prosseguem os dois em coxixo, fazendo número na Casa da Mãe. Tu viu a votação dela? Falam em 4 mil... e isso que os outros treis candidato bateram a campanha intera na saúde... alguma coisa tem. Será que os da oposição tavam tão mal informado? Não vivem falando por aí que o Santa tá um problema e, ela, a delegada, não, delegada não - a secretária faz uma votação dessas! A maior de um vereador em 100 anos de Erechim. Não entendi - afinal tá ruim ou tá estourando da boca do balão, a saúde! – e os cara só ficam batendo nela, na saúde, porque esse é um assunto que todos entendem fácil. Aliás, sempre foi assim. Com Santa ou sem Santa.

- Bah.. e lá em Aratiba então, Nossa Senhora!. Já tavam fazendo festa quando virou nos acréscimos. De novo me lembrei do futebol de campo e do Atlântico que ganhou do Fortaleza no Calderão faltando trêis segundo. Tu contá assim, nem é de acreditá. Mas é o futebol, digo, o futsal. Em alguns caso é o futebol de campo também. O Real Madrid não virou um jogo contra o Manchester City, fazendo dois gols depois dos acréscimos? Também vale. Olha só o que andô acontecendo por aqui... por perto! Jogo ganho e... tum! Caxa. Ninguém viu, quase nem acreditaram, mas gol. Tem até uns mal intecionado falando que o nosso time da cidade é o Tsunoda, aquele da Fórmula 1. Corre, corre todos os ano, mas nunca tá no pódium. Nunca ganha, má tamém não cai. Em 25 de novo. Quem sabe um milagre da Nossa Senhora faz o, o, o... Tsunoda ganhá, subi nos pódium. Crédo! E acaba com essa sina, porque o dono da equipe e os mecânico, barbaridade - trabaiam que nem os otro! Tem condição de tá até nas Ferrari ou nas MacLaren.

Não adianta: no futebol e na política tem cada jogo, cada lance, cada resultado que é de caí os butiá do bolso, as dentadura da boca. Acho que tamo é rezando pouco!

“Ó Maria, Mãe do silêncio da escuta e da oração. Façamos como a Nossa Mãe, não permitamos espaço a especulações, não falemos o que não deve ser dito. Sigamos o exemplo da Mãe Querida: Silêncio. Oração. Sempre com o rosário à mão. Sejamos obedientes ao pedido de Nossa Mãe. Rezemos: “Ave-Maria cheia de graça/O Senhor é convosco...”

Eu queria me virar e olhar, mas seria demais. E continuavam os dois: bah, me lembrei de um padre gremista lá do bairro Atlântico. Naquele domingo o Inter ia jogar com o Vasco. Não é que, assim contam né, que ele chegou na parte da missa onde fala em paz, ele disse: “A paz esteja com o Vasco! – ao invés de ‘convosco’. Eu não acreditei, mas contaram uma vez, isso na frente do padre, eu tava lá e ele dava risada.

Tu viu essa? Não é que é a 73ª romaria e tô com 72, eu bem burro pensei que ia alcançar ela, mas ano que vem quando chegar nos 73 ela vai pros 74. E o que tu achô da eleição da Câmera? Será que o Polis vai deixar quem se elegeu na Câmera ou vai puxa de novo uns pro secretariado? 

- Mas que que vô te dizê....

- E se ele puxar de novo o de Obras... que que tu acha?

“Ó Mãe - Tende piedade, tende piedade, tende piedade de nós, Ó Senhor, Ó Maria Nossa Mãe / Vosso povo é Santo, mas, aaahhhgggrrrr, cof, cof... desculpem a tosse - Vosso povo é Santo, mas também é pecador. Precisamos aumentar o sacramento da confissão. Até nós padres nos confessamos... Vamos todos juntos e peçamos confiantes a uma só voz: “Mãe – Lúcia, Francisco e Jacinta, rogai por nós!

Francisco e Jacinta  tornaram-se Santos pelo Papa Francisco. Ambos faleceram ainda crianças: Francisco aos 10 anos e Jacinta aos 9. Lúcia faleceu em 2005 aos 97 anos e é beata. Está a um milagre de ser canonizada. Rezemos por esse milagre e que ela se junte a Jacinta e Francisco na Santidade, explicou e pediu o padre.

- Deus que me perdoe, só vendo; má já tão falando que o Polis pode ficá só meio mandato e ir pra estadual com o Paparico a federal. Aí já acho que é coisa de quem tomou um tufo nas eleição. O que tu acha...? Hein, hein!

Bah cara – eu não, só sei que Polis e Paparico foram adversários, mas em política, o que não tem é santo.

Céus e terra proclamam: Santo, Santo, Santo é o Senhor!/ Glórias, hosana e louvor.”

- Oi, senhor romeiro... uma esmolinha pra quem não pode caminhá. 

- Escuta aqui, tu já rezou ao menos uma Ave-Maria? É só prefeito, secretariado, vereador, saúde, Atlântico, Tsunoda... Para de encher o saco e reza alguma coisa - quem sabe, primeiro pra ti mesmo para não falar mais essas asneiras que tu vem me assoprar no ouvido. E apaga esse cigarro. Tu devia ir de joelho daqui até a imagem da Santa que o vereador Luiz Onhate deu e ninguém sabe, muito menos, reconhecem. Deixa o Polis governar, deixa o Atlântico em paz com as suas taças, os vereadores com os seus votos e reza para o secretariado que vier que faça um bom trabalho. Tu até parece aquele jornalista, um tal de Ody, que quando pegava pesado e fazia crítica nos anos 1990 e 2000 -, era por que não gostava de Erechim, queria o mal de Erechim, queria que tudo desse errado, como alguns achavam e diziam. Agora tá aí ó - se afundou, se deu mal, se enterrou. E a cidade tá que é um brinco. Vai que é um pix. Passa na 153 ou na 135 - é obra, obra e obra. Tá certo que derrubaram mato e mais mato - mas é o preço da prosperidade ou não. Bah - Deus que me perdoe, lembrei agora das enchentes. Esse negócio de prosperidade  tem seu custo. Mas olha bem – olha a votação. É a vontade popular, não adianta, e tudo tudo – limpinho como o manto branco da Nossa Senhora.  

“Maezinha do céu/Eu não sei rezar/Eu só sei dizer/Quero te amar/Azul é seu manto/Branco é seu véu/Eu quero te ver lá no céu/Maezinha do céu/Mãe do puro amor? Jesus é teu filho/Eu também o sou...” continuemos queridos romeiros. Nossa Mãe de Fátima quer ouvi-los”.

Saí dali e voltei para o interior da igreja. Dezenas de ‘ministros’ da igreja foram buscar a Eucaristia. Eram 35 mil hóstias. Me espremi o que deu – mas não consegui comungar. E se faltar hóstia!

“Quem não comungou, pode dirigir-se depois para o interior do santuário...” anunciava um padre.

E mais: "ainda temos fichas para churrasco que os churrasqueiros de Severiano preparam mais uma vez, e tem frangos, cucas, bolachas, pastéis, bolos. Tudo Aqui à minha esquerda. Também contamos com a valorosa Brigada Militar, uma tenda do HC, da Unimed... Quem precisar de banheiros, pode se dirigir pelo corredor ao lado da igreja, lá nos fundos e, por favor, mantenham o lugar limpo para que todos possam usá-lo dignamente. 

Era quase meio dia. Eu não aguentava mais aquele cheirinho de churrasco de igreja. Ele é diferente. Ele é insuportavelmente atraente. Assado com lenha - e espetado em espeto de madeira. Sozinho, fui almoçar em casa, segurando a saliva para não lambuzar os beiços enquanto passava pelas famílias que vieram dos cafundós da região para a romaria e agora repartiam o pão caseiro, a cuca caseira, a bacia de tomate com cebola e aquela carne que era quase um pecado cortar, ou talvez fosse, um prêmio a preencher o regaço de quem não medira esforços para àquela hora.  

O padre Sala (José Carlos), grande arquiteto da romaria deste ano estava por todos os lados.

“Olha que lindo Povo de Deus” (quase que se sai com "Filhos da Mãe", mas logo percebeu, ou é coisa da minha cabeça. Se se enganasse poderia seguir com um ‘Filhos da Mãe Maria..’ E prosseguiu: “Tivemos uma semana de muita chuva - muita chuva, mas a devoção à Nossa Mãe Querida é maior. Eis aqui teu povo, teus filhos, Ó Mãe. E para saudá-la rezemos:

Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, Vida, doçura e esperança nossa, salve. A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva. A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois Advogada, nossa, esses Vossos olhos misericordiosos a nós volvei: e depois deste desterro nos mostrai Jesus bendito Fruto do Vosso ventre. Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria.

Rogai por nós Santa Mãe de Deus.

Para que sejamos dignos das promessas de Deus.

Amém.”

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À tarde voltei para benção da saúde. De novo a multidão em pé, atenta, cheia de fé. A benção da saúde é um dos pontos altos da romaria. Se a fé cura – muita gente vai ficar bem pelo que vi. Logo em seguida, o último passeio da imagem de Fátima por entre a multidão que arrancou as flores, enquanto   pequenos ramos de cipreste eram disputados mais do que algumas secretarias do governo Polis serão. Fitas eram recortadas em pedacinhos para quem quisesse levar consigo de lembrança. Sob as árvores, homens bebiam e jogavam. Um deles tinha dois garrafões de vinho aos pés e tentava um terceiro. Bebês dormiam indiferentes e nunca saberão que um dia estiveram ali. Fiz o sinal da cruz, beijei minha medalhinha que comprei de manhã e decidi ir embora. Faltam 5 para as 4.

“Logo mais às 18 horas teremos uma nova missa aqui no interior do Santuário. Que todos possam retornar para suas casas, levando no coração, as graças de Nossa Senhora de Fátima e vamos cantar para nos despedir dela nesta 73ª Romaria:

“Com minha mãe estarei/Na Santa Glória um dia/Ao lado de Maria/No céu triunfarei/ No céu, no céu/Com minha mãe estarei/No céu, no céu, com minha mãe estarei/... /Com minha mãe estarei/E sempre neste exílio/De seu piedoso auxílio/Com fé me valerei...”. Viva Nossa Senhora de Fátima. Viva os romeiros. Viva o nosso bispo. Viva a Santa Igreja Católica. Viva o Papa Francisco. Viva todos os padres da Diocese de Erechim. Viva todos os ministros. Viva os colaboradores que enfrentaram as noites de chuva durante a novena. Viva os festeiros. Viva os churrasqueiros. Viva todos, todos os colaboradores anônimos de mais esta Romaria de Nossa Senhora de Fátima. E obrigado às emissoras de rádio e demais plataformas que divulgaram este evento emocionante. Se Deus é por nós – quem será contra nós!’.

- Nossa Senhora de Fátima, é ela! Fazia horas que andava de olho numa "deusa" e que não via há tempos. No meio desse mar de gente, Nossa Senhora, sim é ela. Me apressei, mas quando vi bem, estava de mãos dadas com um desses que parecem morar em academia com os braços de anca de touro, cheio de tatuagens, de tudo quanto é bicho. Chega – vou embora. Mais de um milagre num só dia é demais. Abriu o tempo - chega.

Perto de casa uma Belina metido quase no meio de uma capoeira negou fogo. Não pegava. Quando o motorista, o Artêmio, se acomodou e acendeu seu cigarro, já meio torto, o arranque só fez tec. Tentou outra vez e tec. E foi tec, tec e tec. ‘Não vai me dizê que tamo sem gasolina’, gritou mulher. ‘Não é gasolina Olinnnnda”, gritou mais alto o homem que deu um pontapé no forro da porta que foi ao encontro de uma baita pedra, afundando a porta. Se o carro ia pegar ninguém sabia – mas o estrago estava feito. No meio do lamaçal, com as calças arregaçadas quase ao joelho, abriu o capô, mexeu n’alguns fios e vermelho de raiva retornou. Ao sentar no assento foi - crec. Quebrou um dos lados do encosto. Lhe caíram os documentos do bolso da camisa, o chaveiro com o corta-unhas do Grêmio e até o pente azul. E tentou novamente. Tec. tec e tec. Para pai – tu vai afogá a Belina, opinou o filho mais velho no assento de trás, espremido entre três irmãs. Foi então que o Artêmio, da Linha Poço Grande se lembrou: ‘barbaridade – o rádio ficô ligado na Aratiba e comeu a bateria. Quem sabe também as luz ficaram acesa’.

Mas então não era nada grave. Um vizinho viu a situação e encostou seu Gol, apanhou uns cabos no porta malas e prendeu na bateria dos dois carros. Toca agora, gritou. Na primeira tentativa – a Belina deitou as macegas com as pisadas do Artêmio no acelerador, e encheu o ar de fumaça. ‘Pisa pai, pisa – não deixa apagá’.  O Artêmio ainda teve tempo de gritar: ‘Fica queto. E vê se os garrafão de vinho que ganhei na roleta tão aí’. Olinda acomodou o nene no colo e a Belina saiu do meio das capoeiras e do lamaçal como um dos primeiros adversários do Mike Tyson, quando se levantava depois do primeiro soco. Mas – ao contrário – Artêmio ajeitou o chapéu escondendo a cabeleira esvoaçante e fez da Belina uma SUV 4 x 4. O crucifixo balançava pendurado no retrovisor interno. Pena que os pneuzinhos magros não colaboravam muito e iam suando uma barbaridade por causa do excesso de peso – mas a Belina foi vista na cidade pela última vez quando desceu pelos Balvedi abaixo, pela RS 420. Para garantia de todos, o vizinho com seu Gol bem mais novo, vinha logo atrás. A Belina veia ia joquiando de um lado para o outro - e seus ocupantes, todos sem cinto de segurança iam só no balanço. Lá pelo KM - 10 o Artêmio ameaçou levar a mão ao rádio para saber sobre o Grêmio e o Glória de Vacaria - mas dona Olinda lhe desferiu um tapão na mão. 'Já não chega que quase não saímo por causa da bateria seca e tu ainda qué liga o rádio! Pensa na estrada, vê se não pega no sono e em casa vamo vê se ganhemo ou perdemo!', disse decidida a mulher mostrando quem mandava nos filhos, na Belina, no marido, na família e em casa. Não rezô uma Ave-Maria. Passou só nas rifas, no cinquilho e nas barraca de bebida. Ano que vem tu já tá avisado. Eu vô sozinha de Van - e tu cuida das criança e dos animal e escuta pela rádio a romaria. Eu te avisei Artêmio - essa foi tua última viagem pra Erechim. Que pegá a Belina - pega. Mas que tu não me saia mais longe que Aratiba'.    

Na altura da Nossa Senhora da Santa Cruz ouviu-se um estouro seco, mas abafado. 'Sacramenha será que furô um pneu' pestanejou o Artêmio. Ao abrir a porta a Olinda e a filharda já gritaram: 'é o vinho pai. O cheiro forte e acre do vinho invadira toda Belina'. Ao levantar o Porta-malas o Artêmio deparou-se com um garrafão estourado. Tudo molhado de tinto. 'Esse garrafão fia duma p. não aguentou o calor', blasfemou outra vez. Bateu o porta-malas de novo e entrou na Belina: 'Agora temo que i assim. Não tem o que fazê', determinou. Uma das meninas atreveu-se: 'E se estourar o outro!'. Artêmio fez que não ouviu. Virou a chave e a Belina pegou na hora. E logo começaram a descer em direção a Aratiba. O velho ditado de que nada é tão ruim que não pode ficar pior logo apareceu. O vidro da porta da dona Olinda não abria, ia só até um pedaço e não descia mais. E ainda por cima a maçaneta estava quebrada ao meio. Ar condicionado - nem falar. A Belina toda invadida pelo cheiro de vinho se ia lançante abaixo. Dona Olinda queria dizer ou fazer um monte de coisa contra seu marido - mas logo pensou em Nossa Senhora. Puxou um terço e disse aos filhos: 'Vamos atender o pedido de Nossa Senhora e rezar um terço. Quem sabe a gente se distrai e até lá tamo em casa. Ave-Maria-cheia de graça, o Senhor é convosco e bem-dita sois Vós entre as mulheres; e os filhos: Santa Maria Mãe de Deus, Rogai por nós Santa Mãe de Deus, Agora e na hora da nossa morte amém. Antes da segunda-Ave Maria, o Artêmio se atreveu, vermelho de tanto vinho: Olinda - o terço começa pelo Pai Nosso e tu esqueceu. 'Cala essa boca!', explodiu a Olinda e recomeçou: 'Pai Nosso que estais no céu, Santificado seja vosso nome, vem a nós o vosso reino...'

Às 7 da noite – quando todas as Brasílias, Fuscas, Gols, Unos, Chevetes, ônibus, Kombis, Vans e Corsas estavam em suas garagens – e a chuva recomeçou. Mansa. Mansa, bem como o semblante de Nossa Senhora de Fátima. Lá na esplanada do seminário, sob cheiro intenso de flores amassadas e velas queimadas e algumas ainda ardendo; cansada a Mãe adormeceu sozinha onde sempre esteve e está – enquanto a água da chuva lhe escorria pelo rosto e pelo véu. Ou seriam lágrimas que Nossa Senhora de Fátima não conseguia segurar, porquanto retomava sua dor, penalizada com o caráter de seus devotos e, sabedora do amanhã deste mundo imundo, falso, hipócrita e mentiroso, lhe davam a certeza que serão necessárias ainda muitas romarias, e o desfiar de rosários e rosários, terços e terços - até a aceitação tranquila e a compreensão plena do porquê da sua aparição em Portugal e do seu pedido aos três pastorinhos, pedindo, indicando, implorando por paz e orações. Oremos, pois. Crédulos e incrédulos. Pelo visto é bem plausível como opção mais viável – o que nos resta. Do jeito que as coisas tem ido, aqui, ali, lá e pelo mundo afora – quem sabe outros pastorinhos de celular à mão terão de testemunhar uma nova visão da Mãe de Jesus Cristo e atender seus pedidos. E se isto não conseguir mudar o rumo da bola global – o Criador terá de enviar um novo filho. Mas Ele mesmo já sabe – que não poderá vir ao mundo numa estrebaria, muito menos onde caem bombas dia sim, outro também. Por que não no HC, na Unimed ou no Santa, isso; no Santa, onde tudo está na mais santa paz, onde tudo corre às mil maravilhas, onde tudo é do bom e do melhor. Seria a perfeição e, ainda, cem por cento SUS, graças ao agora também, nosso tetra-prefeito, Polis: o Santo Superior vindo ao mundo no nosso Santa.

Bota, observador da cena de Campo Pequeno, e que leu tudo e não via o final da crônica, não disse uma palavra, mas ao ouvir a última hipótese, não se conteve: “Ody – pelo amor de Deus. Hoje é o dia da Nossa Senhora de Fátima. Respeita Ela. Cristo nascer no Santa, no nosso Santa que o dr. Dexheimer municipalizou em 1992, tenha juízo, seeuuuu Odyyyy. Santa Mãe de Deus. Para com isso, ô infeliz!’.

 

Obs: Esta crônica é uma adaptação aos tempos de hoje,  de uma que fiz sobre a romaria de Fátima, ainda quando era bispo - bispo Dom Girônimo. Eram tempos em que a administração do Santuário tolerava jogos e bebidas de álcool na romaria. então as citei. Era – normal. Por fim, mesclando fatos e ficção – não visa, esta crônica, em momento algum; atingir, diminuir ou denegrir quem quer que seja. É apenas uma forma de tentar retratar o que se passa aos olhos de quase todos, e aos olhos dos que veem outros comportamentos em pleno ato litúrgico. Por fim – é um exercício da escrita que tanto me satisfaz e uma tentativa de levar à reflexão de todos que os pedidos de Nossa Senhora de Fátima estão caindo no esquecimento à grande maioria dos católicos que só lembram de rezar no período da Novena e da Romaria. 

Com sinceridade, dedico-a a todos conhecidos e anônimos que fazem acontecer há 73 anos anos, cada uma das romarias de Fátima, em especial, aos meus amigos padres Antoninho e José Carlos Sala. Também ao meu amigo João Kleber que desde o plantio das novas arvorezinhas na esplanada do Santuário, tem por hábito, regá-las com o auxílio de uma garrafa plástica, uma ou até três vezes por semana, acompanhado da esposa - Odete. Isso, sem contar o trabalho anônimo do amigo Neivo Zago, que amarrou as plantinhas mais de duas ou três vezes junto às estacas, para que crescessem o mais retinhas possível. Coisa que ninguém vê, mas admira quanto estão crescidas como devem, e não, tortas. Sem dúvida - um belo, oportuno e despretensioso gesto que só Nossa Senhora de Fátima e talvez o padre Sala; podem testemunhar todo santo dia. A Santa - com absoluta certeza observa tudo desde seu pedestal ou lá do alto dos céus - sua verdadeira residência fixa.. Portanto - Vivvva Nossa Senhora de Fátima! Vivvvvvaaaaaaa! 

 

domingo, 29 de setembro de 2024

Atlântico sendo sempre Atlântico

 

Todo mundo sabe que eu nunca me conformei com o fim do futebol de campo do Atlântico. Do CER Atlântico. Sim por que desde minha infância até adolescência minha diversão, meu divertimento, minha paixão era ver o Atlântico pisar no gramado.

Quando implodiram o estádio em 1991, estilhaçaram partes de mim. Do meu passado. Do meu então presente. Do que eu amava. Do que me fazia pensar uma semana inteira no jogo de domingo. Acabaram com meus Pai Nossos e Ave Marias que eu rezava ajoelhado nas missas do padre Rigoni, depois do padre Menegat, depois do padre...ali na São Pedro. Pedindo que protegesse o goleiro verde rubro e iluminasse nossos atacantes. 

Aí veio o futsal.

No início até me empolguei um pouco ao ver de novo a camisa verdade rubra, os calções branquinhos as meias vermelhas ou brancas. Mas aos poucos tudo foi esmorecendo dentro de mim. Um dia me peguei no ginásio, batizado de Caldeirão do Galo, pelo grande desportista Osvaldo Afonso Chitolina, mas desta vez vendo meu neto Benjamin, obedecendo ordens de um professor e com a mesma camisa verde rubra correndo atrás de uma bola. Mas também isso passou.

Vez por outra ouvia pelo rádio o Atlântico campeão disso, campeão daquilo... e, sem hipocrisia, alguma coisa me atucanava. Quem sabe um pingente cutucando minha alma verde rubra que ainda respirava, e respira, dentro dentro mim. Dorminhoca, preguiçosa, desinteressada – mas ocupando um espaço, o seu espaço que acalento desde 1958 quando meu pai Alberto começou a me levar pela mão para dentro da Baixada Rubra.

Ontem, 29 de setembro, o CER Atlântico virou notícia nacional. Levantou a Copa do Brasil de Futsal. Observe-se, pela segunda vez. E, claro, minha alma me chamou pelo nome e eu acordei. Até ouvi um “´psiu – Ade, Adelar, tu viu o nosso time!?”. Pela sonoridade era a voz do meu pai.

E assim como o presidente Julio Cezar Brondani, seus pares de dirigentes, comissão técnica, com destaque para o técnico Paulinho Sananduva e o "faz tudo", Elton Dalla Vechia e o grupo de atletas é claro; afora sua imensa torcida, comemoraram em êxtase mais esta gloriosa conquista do time do meu coração – eu também vi o entardecer de mais um domingo, geralmente com seus fins de tarde melancólicos -, me devolver à reverência de minha primeira paixão no esporte. Foi um entardecer como aqueles que eu vivi quando deixava a Baixada Rubra, feliz da vida, pisando sobre as cascas de amendoin, as carteiras de cigarro vazias, as tampinhas de garrafas vazias e o cheiro forte das folhas de eucalipto que começavam a se embalar, talvez também regozijosas, prenunciando a chegada de outra segunda-feira com sua rotina de escola, trabalho - mas com o sorriso da vitória do meu Atlântico.

O Atlântico do Futsal me lembra hoje o Atlântico do futebol de campo. Desafios grandiosos, difíceis, aparentemente insuperáveis – ainda mais com aquela camisa branca que eu tanto temia quando entrava em campo, digamos, contra um 14 de Julho de Passo Fundo que vinha de vermelho e, a "fair play" mandava o time da casa abrir mão do seu fardamento número um.

O Atlântico está noutro patamar. 

Noutra prateleira.

 É reconhecido num Brasil que é um continente. 

E a obra deste domingo, 29, não é suprema 

– se não que mais uma, tão importante quanto outras 

e as demais que enfeitam sua galeria de troféus.

Não é uma chegada. Não é um fim.

É uma caminhada. É um processo.

É uma trajetória.

É uma história que segue seu destino.

É a lembrança em ação de seu hino;

“Avante,

Vamos para a luta...”.

É a Societá Italiana Di Mutuo Soccorso XX de Setembre de 1915.

É a Societá Italiana Di Mutuo Socorsso Carlo Del Prete, de 1929.

É o Ítalo Brasileiro que o tempo aposentou para só apreciar..

É a Sociedade Recreativa e Beneficente Atlântico.

É o Atlântico Football Club de 1937.

Ambos conviveram como duas entidades entre 1937 e 1939 – mas tudo Atlântico.

E da fusão destes surge o Clube Esportivo e Recreativo (CER) Atlântico, em 1940.

E assim o tempo avançou, ou avançamos nós no tempo (?) – e o Atlântico segue na história fazendo história e a sua história.

O Atlântico sendo sempre Atlântico.

 

 

 

 

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

De Antonio Carlos Macedo – Cidadão de Porto Alegre e queridos amigos

Macedo na Gaúcha. Crédito: Arquivo

 
Vou escrever umas linhas quase no meu estilo. Quase.

Primeiro num tom mais informativo e depois mais à vontade como se estivesse falando comigo mesmo. Provavelmente para os amigos da capital se constitua numa novidade, porquanto não é uma matéria. Minha vontade mesmo era escrever - mais solto. 

Pois, o jornalista Antonio Carlos Macedo recebe nesta terça-feira, 17, o título de Cidadão de Porto Alegre em sessão solene da Câmara de Vereadores.  A proposição partiu do vereador João Bosco Vaz. Macedo apresenta o “Gaúcha Hoje!” na rádio de mesmo nome. O programa vai ao ar diariamente das 5 às 8 horas e aborda temas de interesse do cotidiano de cidadãos e da comunidade em geral. Conta com a participação de uma equipe de repórteres e rápidos comentários sobre o tempo, futebol e comportamento. Fabrício Carpinejar é um dos comentaristas.  

No último dia 7, Macedo celebrou seus 50 anos de atividades ininterruptas no jornalismo. O evento foi realizado em Porto Alegre, quando recebeu dezenas de convidados entre colegas atuais e alguns de quando praticamente iniciou no jornalismo.

Sua trajetória na imprensa remonta ao ano de 1974 na Central do Interior da então Companhia Jornalística Caldas Júnior (CJCJ). Logo também ingressaria na rádio Guaíba. Mais tarde transferiu-se para a RBS onde passou a trabalhar na rádio Gaúcha, inicialmente como repórter de campo. Integrou a consagrada equipe que tinha Armindo Antônio Ranzolin, Lauro Quadros, Ruy Carlos Ostermann, entre outros. 

Demonstrando sua capacidade diversificada para atuar com alta performance em diferentes áreas, Macedo trocou o futebol por programas de notícias. Esteve por tempos no "Chamada Geral" e há anos apresenta o "Gaúcha Hoje". São programas que tem como público alvo, principalmente o cidadão comum da capital e suas demandas diárias. Seus programas primam pela objetividade atendo-se em primeiro plano aos fatos e suas repercussões na vida das pessoas.

Trabalhei com o Macedo de 1977 até 1981 na Central do Interior da CJCJ. Sentados frente à frente éramos responsáveis por cobrir o futebol do interior do estado para o Correio do Povo, Folha da Manhã, Folha da Tarde e rádio Guaíba. Por algum tempo também fizemos o "Tabelão/RS" para a revista Placar. Nesse período testemunhei de perto suas destacadas qualificações para o exercício da profissão em alto nível, tanto no jornalismo escrito/impresso, quanto no rádio.

Com ele logo aprendi quase tudo, mas algo não esqueço: se não for possível a perfeição, que pelo menos se minimize os equívocos na informação trazendo-a, se possível, a erro zero. Não havia meio termo. Extremamente exigente, como se deve, era colega que às vezes eu até temia; mas logo fui me habituando ao seu estilo. Era de poucas palavras, direto e sincero. Tudo em favor da melhor informação possível ao público consumidor. Ao final ganhava a admiração de todos. A escola que tive no jornalismo tem no Macedo o típico exemplo vivo. Rigoroso nas exigências profissionais, é um ser humano e amigo de enorme coração.

Macedo: Crédito: Arquivo

Qual não foi a minha surpresa quando recebi seu convite para estar na celebração dos seus 50 anos no jornalismo. Foi um desses eventos raros e únicos, onde diferentes gerações de profissionais tiveram a oportunidade de se conhecer ou reencontrar, relembrar e confraternizar.

Ser lembrado por ele para o evento, de certa forma despertou em mim um sentimento de reconhecimento num patamar também de alto nível, o nível que ele atingiu há muitos anos por méritos inquestionáveis.

O Macedo tem muito ainda a contribuir com a imprensa do nosso estado. É um dos nomes que honram as melhores tradições da imprensa gaúcha. Ao seu lado e espelhando-me nele, posso dizer que pautei e segui também por valores básicos, e inegociáveis, de busca e divulgação dos fatos de forma imparcial, sempre com responsabilidade, honra e paixão pela profissão e pelo público consumidor. Quem me conhece sabe que ao longo do tempo, em Erechim, também passei a escrever colunas de interpretação e opinião - mas esta já é uma outra história.

A homenagem que a Casa do Povo da capital do estado presta a Antonio Carlos Macedo, é sobremaneira, um reconhecimento oportuno e merecido a quem se dedica há meio século a ser um elo muito confiável entre a notícia, a fonte e o público.

Meus parabéns ao ex-colega e sempre amigo, de cinco décadas, por esta distinção que alcança tornando-se a partir do dia 17 deste mês “Cidadão de Porto Alegre”.

Alguns amigos na festa dos 50. Crédito: Bosco/Divulgação

Da esquerda para a direta em pé: José Adelar Ody, João Bosco Vaz, Gerson Silva, Marcelo Drago, Cláudio Brito, José Aldo Pinheiro, Marcos Antonio Baggio, Francisco Paulo Bisonho (Chicão), Antonio Carlos Macedo, Eduardo Gabardo e Oziris Marins. Mais atrás estão Luciano Périco e Alexandre Aguiar (MetSul). Sentados: Gustavo Manhago, Flávio Dutra, Sílvio Benfica, José Alberto Andrade, Diori Vasconcelos e Renato Matte.

Crédito: José Ody
 
Foto: Renato Matte, Marcos Antonio Baggio, José Adelar Ody e João Bosco Vaz.

Os quatro trabalharam com o Macedo na Central do Interior da Caldas Júnior entre 1977 e 1981 – Mais tarde Baggio, Macedo e Renato, em períodos distintos, transferiram-se para a RBS. 

Renato Matte seguiria ainda para a Globo/Rio onde foi Gerente de Projetos Especiais do Sportv e depois Chefe de Redação do Sportv. No cargo, esteve em 35 países. Sinto-me feliz com o sucesso do Renato, meu ex-colega de Faculdade, porquanto o indiquei para a Central do Interior da Caldas Júnior em 1977. No nosso reencontro ele fez menção ao episódio. Por indicá-lo à Caldas Júnior, no mesmo setor onde eu estava, enviou-me uma foto dos crachás de eventos internacionais e nacionais nos quais esteve envolvido pela Globo e um pequeno texto que reproduzo.  



RenatoMatte: "O resultado da dica tá aqui … tds os eventos esportivos em 35 países do mundo. Copa do Mundo, Copa Conf, Copa América, Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores,
Mundial de Clubes, Olimpíadas, Paraolimpíadas, Olimpíadas de Inverno, Champions, Euro … acho q não decepcionei a dica do amigo !!! Grande abraço", (numa referência a 1977).

A propósito Renato está de aniversário hoje, 16. Meus parabéns estimado amigo.
Não contei os crachás - mas não decepcionou não.


Marcos Antonio Baggio - Aposentou-se depois de uma grande e linda trajetória na imprensa  gaúcha. A propósito, Baggio conseguiu o meu primeiro emprego em Porto Alegre sem sequer me conhecer. Me "salvou" num momento decisivo. No ano seguinte - abriu-me as portas para ingressar na cobiçada Caldas Júnior. Sou eternamente grato ao meu amigo.  

João Bosco Vaz, pelotense e jornalista, ocupou minha vaga quando saí da Caldas Júnior em 1981. Político, está no seu 7º mandato de vereador em Porto Alegre. Foi responsável pela organização da Copa do Mundo em Porto Alegre (2014), na condição de secretário dos Esportes da capital. 

Nos reencontramos todos no evento do Macedo – também quase 50 anos depois. Sem dúvida um privilégio para nós, cada um com suas histórias de imprensa e de vida.  

 

 

terça-feira, 13 de agosto de 2024

Ypiranga sua história e seu maior rival nos 100 anos



"Nas planuras e serras tão lindas/

Ypiranga! Ypiranga! Em louvor!

Quer na paz, quer na luta, bem vindas,

As vitórias da força e do amor!".




A história do Ypiranga Futebol Clube, doravante 

denominado Ypiranga F.C., 

remonta ao ano de 1924. O surgimento do clube 

está ligado, 

diretamente, a outro que, como já referido, havia 

na época nesta terra

o Ítalo-Brasileiro – semente da mesma famíliaque 

daria origem ao Atlântico Foot Ball Club 

em 3 de fevereiro de 1937 e, 

em 1940, ao C.E.R. Atlântico.

 

Foi de uma partida de futebol realizada pelo 

Ítalo--Brasileiro 

com o Clube Douradense, (segundo um ypiranguista 

foi contra o S.C. Rio Branco de Dourado) onde hoje 

se localiza a 

Praça Júlio de Castilhos, em Erechim, que

surgiria a semente da origem do Ypiranga.

Acontece  que um grupo de recém-chegados 

a Boa Vista do Erechim 

decidiu torcer pelo rival do “dono

da casa” – o Douradense – naquele domingo de

1924. O Ítalo-Brasileiro venceu e, no final, segundo

narrativa de José Maria de Amorim, aconteceu

uma grande briga envolvendo torcedores do Ítalo e

os recém-chegados que ousaram torcer nem tanto

para o Douradense, mas contra o Ítalo-Brasileiro,

futuro Atlântico. A semente da rivalidade 

teria desdobramentos 

e floresceria com incrível rapidez.

 

A oposição ao Ítalo-Brasileiro era iminente. No hotel

de Lourenço Antunes de Oliveira, na atual Avenida

Maurício Cardoso, em 18 de agosto de 1924,

nascia um novo Clube: o Ypiranga F.C. Seus objetivos

praticar futebol de campo e, implicitamente,opor-se 

ao Ítalo-Brasileiro.

Arthur Incerti, Favorino Pinto, Ercilia Di Francesco

Amorim, Fioravante Tagliari, Florêncio Antunes

de Oliveira, Francisco de Oliveira Dias, Heraclides

Franco, Jacinto Godoy, João Antonio Sírtoli, João

Magnabosco, João Reis Solon, João Vitorino dos

Reis, Reis, José Maria de Amorim, Lizandro Araújo, 

Nilo Amorim, 

Otto Feldmann, Paulo Damasceno Ferreira, Sigismundo Pllak, 

Sebastião César, Silvestre Péricles Monteiro 

– mais tarde autor da letra 

do hino do clube com música de Ricartdo Kreische –

,Simão Vasconcelos de Souza, Themistocles Ochoa, 

Theodoro Tedesco, 

Vitório Alovizi, e muitos outros,estão entre 

os fundadores do 

clube das cores nacionais.

 

O próximo passo foi espalhar a notícia de

sua fundação em Boa Vista do Erechim e buscar

pessoas que aderissem à causa. Os jovens eram os

mais visados. Não demorou e o clube tinha até sua

primeira torcida organizada. E era feminina – “As

Legionárias”. No dia 20 de setembro, um mês após

sua fundação, o Ypiranga enfrentou a fonte que lhe

motivou o surgimento e bateu o Ítalo-Brasileiro por

1 a 0. Um feito extraordinário e surpreendente.

O futebol do Ypiranga começou em um campo na

antiga Montanha ainda em 1924. Em 1930 houve

replantio de grama pelos próprios atletas nos fi ns

de semana, segundo Nelito Noal, goleiro da época.

O estádio (pavilhão ainda não estava bem pronto),

mas o Ypiranga nunca saiu da Montanha até 2 de

setembro de 1970 - inauguração do Colosso da Lagoa.

 

Sempre mantendo o futebol como farol do clube, o

Ypiranga perdeu sua sede social para as chamas em 1960

viu-se obrigado a fazer pelo menos duas paradas com seu futebol

 (1954/55 e 1977), mas jamais renegou suas raízes profundamente 

agarradas em solo que pode ser chamado de campo de futebol.

 

Em 1970 – 46 anos depois de surgir para o futebol

–, o Ypiranga F.C. inaugurava sua majestosa praça

de esportes, o Estádio Colosso da Lagoa, na época 

o maior estádio do interior do Rio Grande do Sul, sua casa, 

onde continua registrando a própria história nascida 

no interior de um hotel há 100 anos.

Porém, antes dos Atlangas ocorridos no Colosso da Lagoa, 

importante registrar que foi realizado um

festival de inauguração com a presença de Santos

e Grêmio, Cruzeiro e Independiente (ARG), Inter e

Botafogo e Ypiranga e Esportivo. O primeiro gol no

majestoso estádio do Ypiranga foi obra do “rei do

futebol” ao final do 1º tempo. Na 2ª etapa o Santos

sacramentou a vitória fazendo 2 a 0. Neste festival

passaram pelo estádio do Ypiranga oito tricampeões

em junho no México, o que para a história da cidade

e do Ypiranga F.C. é uma honra: Carlos Alberto 

e Pelé (Santos), Everaldo (Grêmio); Brito, Fontana,

 Wilson Piazza e Tostão (Cruzeiro) e Jairzinho (Botafogo).

 

No dia 20 de setembro, 18 dias após a inauguração

do Colosso ocorreu o primeiro Atlanga no novo estádio. 

O Ypiranga impôs uma goleada de 4 a 1 ao seu mais tradicional 

adversário em 40 anos. Antes do início do clássico, houve

 homenagens ao velho estádio da Montanha – Presidente Getúlio Vargas, 

com juvenis do Ypiranga conduzindo uma chama simbólica 

da Montanha ao Colosso da Lagoa, numa iniciativa 

entre outros de Nilton Campagnolo. . Também foram hasteados 

os pavilhões dos três tradicionais clubes de Erechim. Pelo Ypiranga, 

o Patrono Hermes Campagnolo; pelo Atlântico, Eolo Arioli e, 

pelo 14 de Julho, o Presidente, Rolfe Domingues. 

Entre Atlangas e outras competições, o Ypiranga subiu cinco vezes 

da Divisão de Acesso à elite do futebol gaúcho (com cinco títulos), 

e acumula passagens pela Copa do Brasil, Séries “D” e “C”., 

onde se encontra atualmente

no cenário do futebol nacional.



Flâmula de 1924



Primeira torcida organizada, feminina, provavelmente do Brasil
Goto: Sérgio Kreische 


Em 100 anos de história o que não faltam são abordagens, fatos, alegrias e tristezas, feitos marcantes, enfim, emoções porque em se tratando de futebol, cada vez mais modificado e modernizado por diferentes olhares, porém uma coisa permanece: a paixão, a emoção, o envolvimento de pessoas que aceitam se tornar atletas, auxiliares, dirigentes, ou os simples torcedores, que fazem a vida de um clube dentro e fora dos gramados.


Nesta caminhada secular o Ypiranga enfrentou inúmeros desafios desde seu período de amadorismo, semi-profissionalismo até chegar ao degrau mais alto de um clube - que é o profissionalismo do seu futebol.


Nessa trajetória encontrou aquele que seria o seu rival por pelo menos 40 anos anos.

Nesses embates não eram apenas duas equipes, dois clubes, duas camisas, duas bandeiras que se opunham.


Era a cidade que se dividia.

Famílias.

Amigos

Tudo em lados opostos - por uma paixão chamada futebol, amor a um clube.  


No total foram disputados 175 Atlangas, sendo que o Ypiranga venceu 57 clássicos. Apresento aqui a ficha técnica destes 57 Atlangas disputados desde 1937 até fins de 1976. Registro ainda dentro deste levantamento dois clássicos disputados em 1981, porém, ambos os clubes com equipes amadoras ou semi-amadoras.

 

Foi um esforço das direções dos dois clubes atendendo convite para disputa do Campeonato Regional Cinquentenário de Carazinho. Os dois clássicos acabaram empatados: 0 a 0 no Colosso da Lagoa e 1 a 1 na Baixada Rubra.

 

Ademais registro também que no dia 12 de outubro de 1993, numa iniciativa da Associação Erechinense de Profissionais da Imprensa (AEPI) à qual eu presidia nesse período, foi realizado um Atlanga no Colosso da Lagoa. As duas equipes foram formadas às pressas e por veteranos. O Ypiranga venceu por 1 a 0. O prefeito Antônio Dexheimer entregou um troféu ao presidente do Ypiranga, Osmar Tonin. O evento em homenagem ao “Dia da Criança” arrecadou alimentos não perecíveis que representavam o ingresso. Todos os alimentos foram distribuídos entre entidades de serviço social da cidade.


Em homenagem aos 100 anos do Ypiranga FC seguem então, as fichas técnicas de suas 57 vitórias em clássicos Atlanga.

 



 









Lauro, ponteiro esquerdo, que atuou de 1945 a 1950 é o goleador do Ypiranga com 15 gols em 10 clássicos Atlanga. Média de 1,5 gol por jogo.

 






Carlinhos, ponteiro direito que jogou de 1950 a 1952 no Ypiranga fez 11 gols em sete clássicos. Média 1,57 gol por jogo. 0,7 gol a mais que a média de Lauro o maior atilheiro do “Canarinho”.


Ambos, estão na seleção Atlangas de todos os tempos, escalada por Fábio André Koff que dirigiu os dois times.

 

Omito as escalações do Atlântico, para não expor desnecessariamente, nomes que neste trabalho apareceriam apenas como derrotados. E o objetivo é destacar a caminhada do “Canarinho de Erechim” como vem se tornando conhecido em todo o Brasil graças às suas crescentes performances nas competições gauchas e nacionais – figurando há sete anos consecutivos na “Série ‘C’ do Brasileirão”.

 

Vista aérea do Estádio da Montanha nos seus primórdios

 

O 1º CLÁSSICO FOI NO KM 10

Ypiranga 3 a 0

 

Data: 25/04/1937

Local: Km 10

Árbitro: Antonio Fontanelli

 

Síntese: A seguir, na íntegra, texto original da

época publicado em A Voz da Serra. (A ortografia

foi atualizada para facilitar a leitura)

“Futebol - TORNEIO

Teve lugar, como fora anunciado, no dia 25, o

Torneio Municipal de Futebol promovido pela

Juventude S.C. do Quilômetro 10, da estrada

para Getúlio Vargas, sendo o seguinte o

resultado:

1º Jogo - Atlântico x Ypiranga; resultado:

3 x 0 a favor do último.

2º Jogo - 14 de Julho x Garibaldi;

1 x 0 a favor do primeiro.

3º Jogo - Capoerense x Juventude;

vencedor o segundo por 1 x 0.

4º Jogo - Ypiranga x 14 de Julho;

vencedor Ypiranga por 4 x 0;

5º Jogo - Ypiranga x Juventude;

vencedor Ypiranga por 5 x 0.

Campeão do torneio: Ypiranga F.C.

Vice-campeão: Juventude do Km 10.”

Era o primeiro Atlanga.

Vitória do Ypiranga por 3 a 0.


Primeira equipe do Ypiranga F.C.

 2º 

Ypiranga 2 a 1

Data: 08/05/1938

Local: 14 de Julho

Árbitro: Alberto Gross

 

Síntese: Vitória do Ypiranga por 2 a 1 em clássico

realizado no estádio Waterloo, o estádio do 14

de Julho, (ao lado do atual conjunto habitacional

conhecido na cidade como Três Torres). Vejamos a

seguir o relato fiel da nota sobre a partida.

“NOTAS ESPORTIVAS

Como decorreram os jogos de ontem:

Conforme estava sendo ansiosamente esperado,

teve início ontem o torneio inicial promovido

pela Liga Erechinense de Futebol, tomando parte

os três clubes locais, Sporte Clube 14 de Julho,

Atlântico e Ypiranga.

Acorreu ao campo numerosa assistência, tendo

o caminhão ‘A Voz da Serra’ feito o serviço de

transporte, do centro da cidade para o campo do

14 de Julho, no qual tiveram lugar as partidas.

Esteve presente o Sr. Aldo Arioli, prefeito do

município em exercício, que comunicou haver a

municipalidade oferecido um prêmio ‘Prefeitura

municipal’ ao vencedor do campeonato no corrente

ano. Na segunda partida, entre o Ypiranga

e o Atlântico, venceu o Ypiranga, pelo score de 2

x 1.

 

Ypiranga: Zanela; Julio e Alan; Eugenio, Henrique

e Morganti; Eduardo, Zil, DKV, Pilar e Nelito.

 

 

Ypiranga 2 a 1

 

Data: 10/07/1938

Local: Sem registro

Árbitro: Dante Martelli

Ypiranga: Zanella; Alan e Nunhoffer, Morganti,

Henrique e Eugênio; Eduardo, Zil, Sauleto, Sargento

e Noal.

 

Gols: Sauleto, Incerti e Noal.

 

Síntese: outro texto original de A Voz da Serra.

“Não colocaram em execução, os quadros, os

ensinamentos do moderno futebol. A combinação.

O futebol deve seguir a lealdade e a ordem.

Depois a técnica. Na segunda etapa a partida

é interrompida. Está descosturando a bola.

Lamentável descuido do guarda-sport. Escoam-

se 15 minutos. Reinicia-se o jogo. Sauleto

procura centrar no que é obstado por Incert, que

corta a Calliari, este passa a Roberto, que perde

a Eugenio...”

Assim foi descrita a partida.


Ypiranga 2 a 1

 

Data: 14/05/1939

Local: Sem registro.

Árbitro: Silvio Doninelli

 

Ypiranga: Zanella; Morganti e Grazziottin; Eugênio,

Zica e Rey; Toddy (Guimarães), Tico, Sauleto,

Gojo e Eduardo.

 

Gols: Eduardo, Zica e Michelin.

 

Síntese: Jamais se manifestara tanto entusiasmo

por um clássico na cidade. Já se percebia na

imprensa, no caso A Voz da Serra, o aspecto da

rivalidade que estava pavimentando sua história

no futebol local. O quadro auriverde (Ypiranga)

mostrou melhor futebol e ganhou com méritos.0

 


Ypiranga 3 a 2

 

Data: 15/06/1941

Local: Baixada

Árbitro: Sílvio Doninelli

 

Ypiranga: Ciro, Camboim, Frainer, Alan, Jesuíno,

Jandir, Castilhos, Saul, Cid e Ninin. (Escalação só

encontrou 10 atletas).

 

Gols: Balvedi e Sgarabotto (Atlântico), Castilhos

(2) e Jandir (Ypiranga).

 

Síntese: O Atlântico era tetracampeão municipal

e, no campeonato de 1941, era líder isolado com

8 pontos na tabela. Depois do Hino Nacional,

o Ypiranga sai chutando contra o “barranco”.

O Atlântico faz 2 a 0 no primeiro tempo, mas é

dominado na etapa complementar. O juiz Sílvio

Doninelli anulou dois gols do Atlântico, alegando

impedimento no primeiro e que a bola, que

passou pelo meio das pernas do goleiro Ciro, não

entrou. Quase que tudo termina em pancadaria.


Ypiranga de 1942 - Uma das poucas fotos (prejudicada) localizadas


Ypiranga 3 a 2

 

Data: 05/04/1942

Local: Montanha

Árbitro: Celio Barbosa

 

Ypiranga: Ervino; Frainer e Souza; Chispa, De

Marchi (Tagliari) e Antelmo; Vasconcelos, Gojo,

Sauleto, Ardy e Cechetti.

 

Gols: Pedro Bertagnolli e Luiz Gervasoni (Atlântico),

Sauleto, Tagliari e Gojo (Ypiranga).

 

Síntese: Foi o primeiro amistoso em 5 anos. O

Atlântico perdeu com glória”, frisava o jornal. O

Ypiranga ganhou nos últimos 12 minutos, depois

de estar perdendo por 2 a 1. Renda 2:262$000.

Para uma virada deste porte, um texto econômico

demais.

020

Ypiranga – 1 a 0

 

Data: 28/06/1942

Local: Baixada

Árbitro: Libano Alves de Oliveira

Ypiranga: Guimarães; Frainer e Coccaro; Antelmo,

Chispa e Jesuíno; Hardy, Souza, Gojo, Sauleto e

Nininho.

 

Gol: Nininho.

 

Síntese: “O Atlântico teve mais oportunidades. O

goleiro Estivaletti, embora tenha feito ótima partida,

soube receber seu frango. O árbitro anulou

dois tentos do Atlântico marcando impedimento.

Era mais uma observação crítica de quem fazia a

crônica do futebol”.

 

Ypiranga – 4 a 1

 

Data: 02/08/1942

Árbitro: João Mac Genity (Passo Fundo).

 

Ypiranga: Erwino; Frainer e Souza; Antelmo,

Tagliari e Jesuino; Hardy, Sauleto, Gojo, Teotil e

Nininho.

 

Gols: Borges (Atlântico), Nininho (2), Teotil e Sauleto (Ypiranga).

 

Síntese: Vitória que diz bem da superioridade

auriverde ou verde-amarelinos. Os rubros receberam

o resultado com nobreza. O simpático

goleiro argentino Estivaletti, do Atlântico, sofreu

grave lesão, mas permaneceu em campo

até o final.

 

Ypiranga 2 a 1

Data: 13/09/1942

Local: Baixada

Árbitro: Alfredo Behreer (Silvio Doninelli)

 

Ypiranga: Sem registro.

 

Gol: Cid.

 

Síntese: Partida com duração de 50 minutos.

Vinte e cinco de cada lado. Não há registros da

escalação e gols do Ypiranga.

 

                  Torcida ia até da caminhão para ver o Ypiranga. 


10º

Ypiranga – 5 a 3

 

Data: 15/07/1945

Local: Sem registro.

Árbitro: Haracyldes de Holleben

 

Ypiranga: Erwino; Frainer e Litwin; Amélio, Alcides

e De Marchi; Seabra, Ronchetti, Parenti, Marimba

e Lauro.

 

Gols: Lauro, Parenti, Ronchetti (2) e Alderico (contra) (Ypiranga), Dal Zot (2) e Barbieri (Atlântico).

 

Síntese: O Ypiranga deu um show no primeiro

tempo e fez 5 a 0. Depois administrou e sofreu a

pressão natural. Levou três tentos. Renda de Cr$

3.224,00. Foi uma partida de duas fases distintas,

mas que o Atlântico não conseguiu desmanchar

o marcador pelo espetacular primeiro tempo ypiranguista.

 

Ypiranga - 1945

11º

Ypiranga - 2 a 1

 

Data: 05/08/1945

Local: Baixada

Árbitro: Adelino Aleixo

Renda: Cr$ 1.135,00

 

Ypiranga: Erwino; Frainer e Litwin; Rubens, Hoffmann e Amélio; Sgaraboto, Ronchetti, Seabra,

Marimba e Lauro.

 

Gols: Lauro (2) (Ypiranga) e Frainer contra (Atlântico).

 

Síntese: Abel e Marimba foram “retirados” de

campo por determinação do árbitro. Bosio substitui

Abel no arco do Atlântico. Atlanga válido pelo

“dia do futebol”. Ypiranga campeão.

 

 


12º

Ypiranga - 5 a 4

 

Data: 12/08/1945

Local: 14 de Julho

Árbitro: Haracyldes de Holleben

 

Ypiranga: Ervino Ritter, Frainer, Litwin, Rubens,

Hoffmann e Amélio; Sgaraboto, Ronchetti, Seabra,

Marimba e Lauro.

 

Gols: Lauro (3), Ronchetti (2) (Ypiranga). Barbieri

(2), Borges, Dal Zot (Atlântico).

 

Síntese: Ypiranga consegue confirmar o campeonato municipal com a grande vitória. Foi o melhor clássico de 1945. Marcado por disciplina e disputa “palmo a palmo”. Ao final, vitória merecida do Ypiranga em um clássico de nove gols. O único com este placar na história dos Atlangas.

 

 13º

Ypiranga – 3 a 2

 

Data: 15/08/1946

Local: Baixada

Árbitro: Felipe Gomes de Oliveira

 

Ypiranga: Leão; Leguisamo e Busnello; Nardo,

Amelio e Guido; Wilson, Marimba, Helly Parenti,

lrio (Ruben) e Lauro.

 

Gols: Tifilli, Chitollina (Atlântico), Lauro (2) e

Wilson (Ypiranga).

 

Síntese: “Ypiranga virou resultado histórico.

Depois de estar perdendo por 2 a 0. No 2º tempo

conseguiu virar para 3 a 2. Lauro começou a

reação ypiranguista com um golaço de bicicleta.

Gol da vitória veio aos 42 da etapa complementar.

Título do ‘Dia do Futebol’ fica com o

Canarinho. O extraordinário goleiro Waldemar foi

responsabilizado diretamente pela derrota no

Atlântico”, segundo a crônica na imprensa. Foi

uma das maiores vitórias do Ypiranga em todos

os anos de disputa do Atlanga. Simplesmente

memorável. Perdia de 2 a 0. Faz três no 2º tempo,

sendo um de bicicleta e a partida era no estádio

do Atlântico.

 

14º

Ypiranga 3 a 2

 

Data: 06/02/1949

Local: Baixada

Árbitro: João Carlos Félix

 

Ypiranga: Miguel; Frainer e Litwin; Bino, Áureo e

Porto Alegre; Wilson, Chinês, Plinio, Marimba e

Lauro.

 

Gols: Wilson, Chinês e Marimba (Ypiranga), Borges

e Zeca (Atlântico).

 

Síntese: Grande apresentação do Ypiranga com

destaque para Miguel, Frainer, Áureo, Marimba

e Lauro. Aos 36 minutos do primeiro tempo, o

árbitro João Carlos Félix foi substituído, pois sua

arbitragem era considerada um desastre (diz crônica

da época). Foi escolhido Sílvio Doninelli para

apitar o restante do clássico. Wilson e Gradim

foram expulsos. Renda de Cr$ 10.081,00.

 

 

15º

Ypiranga 1 a 0

 

Data: 13/02/1949

Local: Montanha

Árbitro: Sílvio Doninelli

 

Ypiranga: Sem registro.

 

Gol: Lauro

 

Síntese: Clássico empanado por algumas indisciplinas.

Cada time teve um gol anulado. Grande

jogada de Chinês proporcionou o gol de Lauro.

Atuação da equipe verde-amarela foi das mais

brilhantes. Nota da redação de A Voz da Serra pedia

escusas pela reportagem, pois o redator “está

ausente uma vez que se encontra enfermo”. Por

isso não constavam as escalações das equipes.

 

 

16º

Ypiranga 2 a 0

 

Data: 17/04/1949

Local: Montanha

Árbitro: Dirceu Bezerra

 

Ypiranga: Miguel; Litwin e Frainer; Porto Alegre,

Bino e Áureo; Wilson, (Jerônimo), Plinio, Danilo,

Marimba e Lauro.

 


Gols: Wilson (2).

 

Síntese: “Pela terceira vez em 1949, 

vitória dos veteranos (Ypiranga) sobre o bicampeão da cidade.

Miguel, a melhor figura na cancha. Miguel, um

espetáculo. Soberba atuação do Ypiranga. Renda

de Cr$ 12.103.00 – considerada ótima”.

 

 

17º

Ypiranga 1 a 0

 

Data: 05/06/1949

Local: Baixada

Árbitro: Homero Carvalho

 

Ypiranga: Miguel; Frainer e Litwin; Porto Alegre

(Nazareno), Bino e Áureo; Wilson, Chinês, Parenti,

Marimba e Lauro.

 

Gol: Wilson.

 

Síntese: Torneio “Initium” – diz o texto original

– foi levantado pelo clube das cores nacionais.

O gol que deu o título ao Ypiranga saiu aos 8 minutos.

Foi o quarto revés consecutivo do Atlântico

contra seu tradicional adversário no ano de 1949.

 

 

                 Torcedor sinalizando quatro com os dedos

18º

Ypiranga 4 a 1

 

Data: 26/06/1949

Local: Montanha

Árbitro: Álvaro Silveira

 

Ypiranga: Miguel; Frainer e Litwin; Porto Alegre,

Bino e Áureo; Wilson, Chinês, Plinio, Marimba e

Lauro. (Para muitos o maior Ypiranga 

da história até hoje).

 

Gols: Lauro (2), Plinio, Marimba e Zeca.

 

Dr. fernando Silveira, Porto Alegre, Bino, Áureo, Miguel, Frainer, Litvin e Nazareno;
Wilson, Chico, Plinio Parenti, Marimba, Lauro e Helly Parenti/1949.
Este time ganhou tudo que disputou

Síntese: Primeiro clássico oficial do ano. Ypiranga

fez valer sua maior classe. No primeiro tempo, o

Ypiranga já vencia por 3 a 0. A tarde foi mesmo

do Ypiranga que, na preliminar, fez 2 a 0. A renda

do Clássico somou Cr$ 15.308,00. Todo o time do

Ypiranga esteve num nível elevado.

 

19º

Ypiranga 3 a 1

 

Data: 17/07/1949

Local: Montanha

Árbitro: Pinheiro Borges

 

Ypiranga: Miguel; Litwin e Frainer; Porto Alegre,

Bino e Áureo; Wilson, Chinês, Plinio, Marimba

(Helly) e Lauro.

 

Gols: Lauro (3) e Ronchetti.

 

Síntese: Pela primeira vez aparece nos registros

do Clássico uma avaliação de jogador por jogador.

Frainer, Bino, Áureo e Lauro ganharam nota 10.

Sexta vitória consecutiva do Ypiranga em clássicos

no ano de 1949.

 

20º

Ypiranga 2 a 1

 

Data: 24/07/1949

Local: Baixada

Árbitro: Paulo Howardt

 

Ypiranga: Miguel; Frainer e Litwin; Porto Alegre,

Bino e Áureo; Wilson, Chinês, Parenti, Marimba e

Lauro.

 

Marimba do Ypiranga para o Grêmio


Gols: Marimba e Wilson (Ypiranga) e Barbieri II

(Atlântico).

 

Síntese: O árbitro foi destaque. Expulsou um de cada lado. 

Coibiu o jogo violento. O clássico foi

saudado na imprensa como o encontro dos “dois big” da cidade. “No momento em que escrevemos

estas linhas é simplesmente fantástico o

espoucar de foguetes com os quais os torcedores

do clube das cores nacionais festejam a conquista”,

dizia o texto, cuja edição circulava na mesma

noite de domingo. Renda de Cr$ 10.030,00. E surge

o termo sobre o futebol praticado na “capital

do trigo”. Era o último clássico de 1949, todos os

sete vencido pelos Ypiranga. Impressionante.

 


21º

Ypiranga 1 a 0

Data: 19/03/1950

Local: Montanha

Árbitro: Carlos Berto


 

Ypiranga: Miguel; Frainer e Áureo; Vinicius,

Bino e Porto Alegre; Carlinhos, Marimba, Plínio

Parenti, Chinês e Leônidas.


Gol: Carlinhos

 

Síntese: Com a vitória do Ypiranga, impõe-

-se um terceiro clássico. Goleiro Lucien, do

Atlântico, o melhor em campo. Taça ofertada

por médicos. Pontapé inicial foi dado pelo Dr.

Raymundo Fiorello Zanin. 

Ypiranga faz valer seu mando de campo.

 

22º

Ypiranga 3 a 1

Data: 02/04/1950

Local: Baixada

Árbitro: Paulo Howardt

 

Ypiranga: Miguel; Frainer e Áureo; Ribeiro, Bino

e Porto Alegre; Carlinhos, Marimba, Parenti,

Chinês e Leônidas.

 

Gols: Vagalume (Atlântico) Carlinhos (3)

(Ypiranga).

 

Síntese: O Ypiranga vencia por 2 a 1, quando a

torcida do canarinho invade o gramado tendo

à frente o popular “Fogão”. A polícia impede a

agressão ao árbitro. Era pênalti para o Atlântico.

Dago é destacado para cobrar a penalidade.

Bate forte e rasteiro, mas a bola sai, para longe.

Festa no estádio. Os atlantinos desanimam

e levam o terceiro no clássico de número 67.

Bino e Pimentel acabariam expulsos. O Ypiranga

leva o troféu dos médicos e passagens da

Savag para Porto Alegre, além das medalhas.

 

23º

Ypiranga 3 a 2

Data: 25/06/1950

Local: Baixada

Árbitro: Célio Barbosa

 

Ypiranga: Miguel; Frainer e Ribeiro; Bino, Lauro

e Peruca; Plinio, Chinês, Marimba, Carlinhos e

Leônidas.

 

Ivo e Milton Ronchetti;
Toni, Miguel e Plínio Ronchetti
Gols: Álvaro e Fossatti (Atlântico), Carlinhos,

Lauro e Marimba (Ypiranga).

 

Síntese: “O Ypiranga conseguiu virar o clássico a partir dos 36 do segundo tempo. 

Perdia por 2 a 1, quando Lauro empatou aos 36. 

No apagar das luzes, Rico comete falta. Os atlantinos formam a tradicional ‘barreira humana’, mas Marimba, com maestria, desfere potente

petardo burlando o grande Waldemar, praticamente

eliminando o Atlântico do campeonato

de 50. A Baixada teve superlotação. Pelas

bilheterias, passaram Cr$ 11.415,00 – afora os

associados”. Mais um clássico inesquecível

para o clube das cores nacionais.

 

24º

Ypiranga 2 a 0

 

Data: 09/07/1950

Local: Montanha

Árbitro: Walter Schenatto e Schmidt (2º Tempo)

 

Ypiranga: Miguel; Frainer e Peruca; Ribeiro, Nazareno e Bino; Carlinhos, Chinês; Plínio Parenti,

Marimba e Leônidas.

 

Gols: Carlinhos (2).

 

Síntese: Clássico válido pelo “Dia do Futebol”.

Carlinhos aos 13 e aos 24 liquidou o Atlântico.

O goleiro Waldemar impediu uma goleada. Carlinhos

fez também o gol da vitória contra o 14

de Julho. Segundo muitos, Carlinhos, Marimba

e Lauro foram atletas que marcaram época na

história do clube das cores nacionais. Jogadores

de primeira grandeza.

 

Porto Alegre, Ribeiro, Bino, Marimba e Sabiá.
25º

Ypiranga 2 a 0

Data: 08/07/1951

Local: Montanha

Árbitro: Alberto Castellan

 

Ypiranga: Miguel; Frainer e Peruca; Ronchetti,

Ribeiro e Bino; Carlinhos, Cirinho, Quinzinho,

Marimba e Chinês.

 

Gols: Carlinhos (2).

 

Síntese: Ypiranga teve mais presença e ganhou

com justiça. Placar construído no 1º tempo.

Árbitro Alberto Castellan chegou de Getúlio

Vargas às 15h50min. Aos 16 minutos do 1º

tempo, Carlinhos fulminava pela segunda vez

o goleiro Waldemar. Delírio com invasão de

campo ao fi nal. Era o trimunicipal do Ypiranga.

 

26º

Ypiranga 3 a 2

Data: 05/10/1952

Local: Baixada

Árbitro: Celio Barbosa

 

Ypiranga: Sem registro

 

Gols: Quinzinho, Payé (2) (Ypiranga), Alexandre

e Barbieri (Atlântico).

 

Síntese: Clássico equilibrado, Borges acertou

o travessão quando poderia ter empatado o

Atlanga em 3 gols. Aurélio e Quinzinho acabaram

expulsos. Destaques: Payé, Quinzinho,

Miguel, Bino, João Ribeiro e Frainer (Ypiranga)

e Borges e Alexandre e, ainda, Rico (Atlântico).

O autor do texto em A Voz da Serra – professor

Aldemiro Arpini – classificou Borges de “sem

adjetivos” por sua grande atuação e Quinzinho

de extraordinário.

 

27º

Ypiranga 3 a 1

 

Data: 01/11/1952

Local: Montanha

Árbitro: Julio Petersen

 

Ypiranga: Miguel; Frainer e Celso; João Ribeiro,

Bino e Porto Alegre; Francisco, Quinzinho,

Carlinhos, Ronchetti e Payé.

 

Gols: Ronchetti e Carlinhos (2) (Ypiranga) e

Binha (Atlântico).

 

Síntese: Ypiranga alcança o tetracampeonato.

Tarde quente de forte mormaço. Prenunciava

chuva. Já no primeiro tempo veio a chuva de

verão. Na etapa complementar o campo estava

escorregadio, embora não mais havia precipitação.

O escore “foi mais de uma orientação

do capitão atlantino do que a supremacia

ypiranguista”, diz o texto original.


                                   Ypiranga de 1953 - Grande time

 28º

Ypiranga 5 a 1

Data: 23/08/1953

Local: Baixada

Árbitro: Ney Barbosa

 

Ypiranga: Miguel, Frainer e Celso; Ribeiro, Plinio

Parenti e Rochetti; Sabiá, Quinzinho, Milton,

Marimba e Tuta.

 

Gols: Milton, Tuta (3), Sabiá (Ypiranga) e Alexandre

(Atlântico).

 

Síntese: O Ypiranga aplica espetacular goleada

no Atlântico, na Baixada Rubra, e conquista o

Pentacampeonato Citadino. A renda alcançou

Cr$ 15.000,00. No Atlântico, o mais esforçado

foi o centro-médio Koff . A linha de frente do

Ypiranga foi o grande destaque. Goleada histórica

e no campo do rival.

 

29º

Ypiranga 4 a 0

Data: 14/10/1956

Local: Baixada

Árbitro: Rolfe Domingues

 

Ypiranga: Elmo; Antonio, Ivo e Rodo; Milton

(Marimba) e Pianna; Trentin, Marimba (Milton

Ronchetti), Sabiá, Quinzinho e Nini.

 


























Gols
: Sabiá (3) e Trentin

 

Síntese: Desfecho sensacional do clássico com

maiúscula vitória do Ypiranga. 

Esquadrão esquematizado

e entrosado foi sempre superior ao seu adversário. Sabiá, com três gols, foi o nome da partida. Fernandes é expulso. Marcador

foi construído com tranquilidade. Ypiranga

dava o troco com uma goleada na sequência de

resultados negativos que vinha tendo.


                                          Ypiranga 1956 - 1957



Ypiranga/1958: Sadi, Cafuncho, Chico, Rodo, Bruno e Padrilha. Agachados:  Martins, Bonela, Dirceu, Trentin e Nini


Rosetto; Piana, Cabeça, Gaieski, Pilenghi e Fávio; 
Bonela, João dos Santos, Ieié, Moacir e Dirceu/1959



Estádio da Montanha

30º

Ypiranga 3 a 0

Data: 26/06/1960

Local: 14 de Julho

Árbitro: Idylio Segundo Badalotti

 

Ypiranga: Osvaldo; Bino, Rossetto, Gaieski e

Galileu; Maneco e Flávio; Djalma, Ieié, Moacyr

e Maneca.

 

Gols: Moacyr, Maneca e Ieié.

 

Síntese: Renda de Cr$ 24.000,00. Ypiranga

demonstrou perfeito entendimento e, em

poucos minutos, dominou o jogo marcando os

três tentos na primeira fase.

 

Ypiranga 1960: Osvaldo, Bino, Isarael, Gaieski, Maneco, Zapata e Paiê (preparador físico de bombacha). Agachados: Nico, Moacyr, Sauel, Flávio e Maneca.


31º

Ypiranga 1 a 0

Data: 23/10/1960

Local: Montanha

Árbitro: Wilson Pilenghi

 

Ypiranga: Waldo; Rossetto, Bino, Israel e

Sapata; Maneca e Flávio; Ieié, Moacyr, Nico e

Maneco.

 

Gol: Moacyr

 

Síntese: Fábio Koff ainda era o técnico do

Atlântico. Jogo válido pelo “Dia do Futebol”.

Atlântico não teve Índio e lançou alguns reservas.

Ypiranga aproveitou-se disso e ganhou o

jogo, demonstrando mais conjunto e experiência.

Resultado justo.

 

 

João Dal Prá, Maneco, Nico, Atilio Belin (enfermeiro) e Manequinha

32º

Ypiranga 4 a 0

Data: 23/07/1961

Local: Baixada

Árbitro: Wilson Pilenghi

 

Ypiranga: Osvaldo, Schneider, Gaieski, Danúbio

e Hermógenes, Breno e Hermes; Ênio, Dirceu,

Julinho (Bonella) e Celso.

 

Gols: Ênio (2), Julinho e Dirceu.

 

Síntese: “O Atlântico, sem alguns titulares e

com problemas de contusão em jogadores como

Enessi e Tomasi, associados ao fraco desempenho

de outros, foi massacrado

pelo Ypiranga. Osvaldo e Gaieski estiveram

“soberbos” e o fato de Ênio marcar o gol de

abertura da goleada, logo no primeiro minuto,

desorganizou o time verde-rubro. Julinho,

aos 8 minutos do segundo tempo, ampliou o

marcador para o Ypiranga, Dirceu, aos 9 e Ênio,

novamente, aos 18 minutos, fecharam a goleada.

O fato negativo foi o ponta-pé de Garcia

em Julinho que resultou na expulsão de Ayrton

Samuel e Dirceu. Fraca atuação do juiz”, dizia

a crônica da partida.

 

33º

Ypiranga 2 a 0

Data: 17/09/1961

Local: Baixada

Árbitro: Sem registro

 

Ypiranga: Osvaldo; Schneider, Gaieski, Danúbio

e Bira; Breno, Simão e Celso Bonela; Ênio,

Maneca e Dirceu.

 

Dirceu - O "Canhão da Montanha"

Gols: Dirceu e Ênio.

 

Síntese: Tomasi e Osvaldo foram considerados

os melhores do clássico. Atlântico perdeu

muitos gols. Ataque do Ypiranga também perturbou

a defesa atlantina. Waldo não estava

em uma tarde feliz. Ypiranga construiu a vitória

com um tento em cada tempo.

 

34º

Ypiranga 1 a 0

Data: 08/10/1961

Local: Montanha

Árbitro: Rolfe Domingues

 

Ypiranga: Antoninho; Bira (Schneider), Gaieski,

Danúbio e Sapata; Breno e Celso, Bonela;

Maneca, Dirceu e Rato.

 

Gol: Breno

 

Síntese: Com a vitória, o Ypiranga venceu o

Torneio Dia do Futebol. Breno comandou os

“nacionais” e os “rubros”, sem preparo físico,

foram presa fácil. Nem a inclusão de Maneco

e Índio, que não jogaram a primeira partida

do torneio, serviu para melhorar o time do

Atlântico.

 


35º

Ypiranga 2 a 0

Data: 22/07/1962

Local: Montanha

Árbitro: José Pinheiro Borges

 

Ypiranga: Osvaldo; Gaieski, Winittu e Bira;

Breno, Simão e Celso; Assis, Bolívar, Dirceu e

Manequinha.

 

Gols: Manequinha (2).

 

Síntese: Jogo válido pelo “Dia do Futebol”.

Contra o 14 de Julho obteve um empate. 14 de

Julho ficou com o vice e o Atlântico com a Lanterna.

No Atlanga, o Ypiranga teve o domínio

do meio-campo e se impôs com naturalidade,

confirmando o título ao liquidar o Atlântico no

primeiro tempo de jogo.


                        Pedra fundamental e local antes da construção do Colosso da Lagoa


36º

Ypiranga 3 a 0

Data: 19/08/1962

Local: Baixada

Árbitro: Sem registro

 

Ypiranga: Osvaldo; Bira, Gaieski, Winittu e

Celso; Breno Simão (Assis) e Hermes; Assis,

Bolivar, Ênio e Maneca.

 

Gols: Maneca (2) e Ênio.

 

Síntese: Mesmo perdendo Breno Simão logo no

começo do jogo, expulso, o Ypiranga venceu

bem o Atlântico. Maneco deslocado para a

lateral não deu resultado. A meia-cancha do

Ypiranga se impôs. No 2º tempo Maneco e

Hermes também foram expulsos. Os três gols

surgiram na primeira fase. A renda somou Cr$

200.000,00. Foi uma partida na qual o Ypiranga,

mesmo com dez, foi amplamente superior

ao rival.


37º

Ypiranga 2 a 1

 

Data: 19/07/1964

Local: Waterloo

Árbitro: Wilson Pilenghi

 

Ypiranga: Edgar, Ênio, Garcia, Mário e Bira,

Picassinho e Chemin, Butiaco, Ney, Mário II e

Manequinha.



Gols: Manequinha e Butiaco (Ypiranga), Noronha 
(Atlântico).

 

Síntese: Nesse dia, o Ypiranga sagrou-se

campeão do “Torneio Dia do Futebol”, realizado

no Estádio Waterloo do 14 de Julho. Picassinho

e Chemin mandaram no jogo e a defesa do Atlântico foi envolvida totalmente por Mário e Manequinha.

 

                                          Ypiranga - 1964

38º

Ypiranga 3 a 2

Data: 15/11/1964

Local: Baixada

Árbitro: Wilson Cagliari

 

Ypiranga: Cavalheiro; Ênio, Mário I, Winittu e

Bira; Celso e Barbosinha; Picassinho (Butiaco),

Pedruca, Remo (Mário II) e Manequinha.

 

Gols: Tomasi e Dinarte (Atlântico), Celso,

Butiaco, Remo (Ypiranga).

 

Ypiranga 1963/1964


Síntese: "Jogo válido pela Taça Cidade de

Erechim, Mário I foi colocado na zaga e fez

grande partida, dominando o ataque atlantino.

Pedruca foi expulso por supostas ofensas ao

árbitro. A renda chegou a Cr$ 270.000,00. Um

minuto de silêncio para Achylles Caleffi”.

 

39º

Ypiranga 1 a 0

 

Data: 05/06/1965

Local: 14 de Julho

Árbitro: Wilson Cagliari

 

Ypiranga: Badê; Luis Carlos, Garcia, Bastos,

Manoelzinho (Evilásio), Pedruca, Charuto

(Marcos), Mariano, Valdir, Paulista (Marchetti)

e Lindomar.

 

Gols: Marchetti

 

Síntese: O Ypiranga voltou a jogar com acerto

no Torneio Início. Mostrava muita disposição e

vontade de vencer sob o comando de Haroldo.

O esquadrão rubro, mais uma vez, não mostrou

um futebol objetivo, carecendo seus avantes

de uma maior mobilidade em campo. Excesso

de individualismo no quadro atlantino prejudicou

o time”.

 

Paulinho, Pedruca, Maoelzinho (Evilásio), Garcia, Badê e Bastos
Lindomar, Marchetti, Marcos, Valdir e Charuto/1965


 

40º

Ypiranga 3 a 0

 

Data: 12/12/1965

Local: Baixada

Árbitro: Abilio Machado

.

Ypiranga: Luiz Carlos II, (Alcino); Paulinho,

Mário (Garcia), Miguel e Luiz Carlos; Barbosinha

e Pedruca; Assis (Lambreta), Alteu, Meia Noite

e Picassinho.

 

Gols: Alteu e Barbosinha (2).

 

Síntese: O Ypiranga passeou pela Baixada. Um

banho de futebol no seu tradicional adversário.

O Atlântico chegou a apresentar alguma reação

no início, mas foi envolvido totalmente, com

destaques para Barbosinha, Pedruca e Meia

Noite. Os gols foram feitos por Alteu aos 13;

Barbosinha aos 42 e aos 8 do 2º tempo, cobrando

penalidade máxima. Goleada do clube

das cores nacionais em pleno reduto do rival.

Não há “jogo em casa” nos Atlangas.

Juniores do Ypiranga com Borjão e Paulo César Carpegini/1965/1966


41º

Ypiranga 2 a 0

 

Data: 10/07/1966

Local: Baixada

Árbitro: Jefferson de Freitas

 

Ypiranga: Badê; Bastos, Garcia, Paulinho e

Manoel; Pedruca e Charuto; Valdir, Marcos,

Marchetti e Lindomar.

 

Gols: Frizzo (contra) e Marchetti.

 

Síntese: Outra vitória do Ypiranga em plena

Baixada. Pedruca foi o melhor jogador do

clássico. O Ypiranga dominou a partida desde o

começo. Jogo foi marcado por três expulsões.

A renda subiu a Cr$ 3 milhões. O árbitro foi

auxiliado por Saul Mendes e Álvaro Rodrigues,

da FGRF.



Dr. Gladstone Mársico, Eduardo Pinto, Hermes Campagnolo, governador Ildo Meneghetti e presidente Oscar Abal

42º

Ypiranga 4 a 1

Data: 09/10/1966

Local: Montanha

Árbitro: Paulo Cavalheiro

 

Ypiranga: Badê; Bastos, Garcia, Paulinho e Luiz

Carlos; Pedruca e Lindomar; Marcos, Valdir,

Alteu e Manequinha.

 

Gols: Manequinha, Paulinho e Valdir (2) (Ypiranga),

Da Silva (Atlântico).

 

Síntese: Ypiranga fez 2 a 0 no primeiro tempo.

Da Silva descontou no começo do 2º tempo,

mas Valdir marcou duas vezes, fechando a goleada.

O árbitro terminou o 1º tempo antes dos

45 e fez os dois times retornarem ao gramado

depois de alertado sobre o erro. O Ypiranga foi

senhor das ações.

 

1ª Rainha da Frinape, Juracema Valandro, no Colosso da Lagoa em 1966

43º

Ypiranga 2 a 0

Data: 02/04/1967

Local: Montanha

Árbitro: Estemir Vilhena da Silva

 

Ypiranga: Alcino, Paulinho, Cavalheiro, Plinio,

e Bira, Pedruca e Lindomar, Ney, Alteu, Olavo e

Marino.

 

Gols: Sem registro.

 

Síntese: O Ypiranga vinha de uma humilhante

derrota por quatro a zero no segundo Atlanga

do torneio de classificação para a Taça Aneron

Corrêa de Oliveira. Precisava vencer para não

ser eliminado. Cavalheiro entrou no setor defensivo

e deu consistência, enquanto Pedruca

e Lindomar acabaram com o jogo.

 

             Olavo marca contras o Atlântico de pênalti


44º

Ypiranga 1 a 0

Data: 09/04/1967

Local: Montanha

Árbitro: Estemir Vilhena da Silva

 

Ypiranga: Alcino; Paulinho, Cavalheiro, Plínio

e Bira; Pedruca e Lindomar (Zangão); Ney (Da

Silva), Alteu, Olavo e Marino.

 

Pedruca, meia e atacante.
O "Leão da Montanha

Gol: Pedruca

 

Síntese: Transcorriam 38 minutos. O domínio

do Ypiranga era comprovado. Marino bate

escanteio. Olavo cabeceia no travessão. No rebote,

Pedruca entra como um "tanque” e empurra para as redes. 

Vitória justa de quem sempre foi

mais equipe. Ypiranga representará a região noTorneio Aneron Corrêa de Oliveira.

 

       Ypiranga de 1967 - Um dos maiores times em seus 100 anos. 

45º

Ypiranga 2 a 0

Data: 02/07/1967

Local: Montanha

Árbitro: Wilson Cagliari

 

Ypiranga: Alcino; Paulinho, Cavalheiro, Plinio

e Bira; Pedruca e Lindomar; Da Silva, (Ney),

Olavo, Alteu e Marino.

 

Gols: Lindomar e Olavo.

 

Síntese: Ypiranga confi rma superioridade.

Marcador poderia ser mais dilatado. Atlântico

só apareceu nos instantes iniciais. Defensiva

amarela não tomou conhecimento do ataque

rubro. Renda de NCr$ 1.500,00. Miss Erechim,

Marilene Grazziottin, deu pontapé inicial. Lindomar,

aos 15 e Olavo construíram o placar.

 

     Ypiranga de 1967 - Primeira vez que sobe para a Série "A" do Campeonato Gaúcho
                                               (Melhor Ypiranga que eu vi)


46º

Ypiranga 3 a 1

Data: 08/10/67

Local: Baixada

Árbitro: Djalma Moura

 

Ypiranga: Alcino; Paulinho; Cavalheiro, Plinio

e Bira; Zé Carlos e Lindomar; Da Silva, Olavo,

Pedruca e Alteu (Marino).

 

Gols: Olavo, Da Silva e Pedruca (Ypiranga),

Índio (Atlântico).

 

Síntese: Ypiranga sagra-se bicampeão da

cidade, sendo o dono absoluto do gramado nos

90 minutos. Olavo, aos 20, coloca o Ypiranga

na frente, Índio empata aos 30. Na fase fi nal,

Pedruca, aos 20, e Da Silva (ex-Atlântico) aos

43, construíram a história do jogo. Direção técnica

do Atlântico foi responsabilizada. Vitória

tática do técnico Altino Nascimento sobre o

atlantino Bino. Renda: NCr$ 800,00.

 





47º

Ypiranga 2 a 0

 

 

Data: 11/11/1967

Local: Baixada

Árbitro: Estemir Vilhena da Silva

 

Ypiranga: Alcino (Rômulo); Paulinho, Cavalheiro,

Plínio e Bira; Zé Carlos e Lindomar; Marino,

Alteu (Ney), Pedruca e Da Silva.

 

Gols: Da Silva e Pedruca.

 

Síntese: Ypiranga confirma sua superioridade

ampla em 1967. A condução técnica de Altino

Nascimento e a presidência de Oscar Abal.

Marcador poderia ter sido maior. Da Silva, aos

31, e Pedruca aos 25 da etapa fi nal, confi rmam

a vitória do Canarinho. O Atlanga marcou o

famoso “show” dado pelo goleiro Alcino que foi

expulso ao agredir Waldemar. O goleiro desafi

ou a torcida a pular para dentro do gramado.

O massagista Odir e o zagueiro Cavalheiro, do

próprio Ypiranga, que tentavam conter o colega

de equipe, quase foram agredidos pelo goleiro

que estava incontrolável. Sem camiseta,

desafi ava os torcedores. Foi na Baixada e uma

partida noturna.

Alcino, Mugica, Cavalheiro, Plinio, Zé Carlos e eloi
Téio, Olavo, (?), Lindomar e Iaúca.
(Ypiranga - 1968)



                         Mosaico obras do Colosso da Lagoa

48º

Ypiranga 2 a 1

 

Data: 08/03/1969

Local: Baixada

Árbitro: José Carlos Ferrari

 

Ypiranga: Alcino, Glênio, Mujica (Cadunga),

Plínio e Bira; Arli e Lindomar; (Zim), Téio, Olavo,

Ademir (Da Silva) e Ademir Galo.

 

Gols: Olavo (2) (Ypiranga) e Fernando (Atlântico).

 

Síntese: O Ypiranga aproveitou melhor 

as oportunidades e venceu um clássico em que não

se apresentou bem. O goleiro Alcino segurou

todas e Olavo foi o goleador aos 21 minutos do

1º tempo e aos 47 do segundo, para o Ypiranga.

O árbitro José Carlos Ferrari anulou um gol legal

do Atlântico no primeiro tempo e deixou de

dar um pênalti contra o Ypiranga no 2º tempo,

segundo a crônica de A Voz da Serra.

 

                                   Wilson Watson Weber (WWW), que denominou o 

                                    Estádio Olímpico do Ypiranga de "Colosso da Lagoa".


                            Antônio C. Weber nos 100 anos do clube  
                            Filho de Wilson Watson Webber, 





Redes do Colosso balançaram pela primeira com gol de Pelé (2/9/1970)
(Não poderia faltar)


49º

Ypiranga 4 a 1

Data: 20/09/1970

Local: Colosso da Lagoa

Árbitro: Elio Nepomuceno

 

Ypiranga: Valdir, Osmar, Mujica, Plínio e Cláudio;

Arli e Ariovaldo, Téio, Borjão, Cafuringa, (Tonho),

Ademir Galo (Rui).

 

Gols: Ademir Galo, Téio, Borjão (2) (Ypiranga), Ciro

(Atlântico).

 

Síntese: Foi o primeiro Atlanga do Estádio Olímpico

do Ypiranga – Colosso da Lagoa. O técnico

Ivo Barbieri, do Ypiranga, acertou o time e venceu

fácil um Atlântico formado boa parte por jogadores

amadores. Os gols foram marcados por

Ademir Galo, aos 14 minutos e Téio aos 20 do 1º

tempo. Borjão, aos 15 e 45 minutos do segundo

tempo para o Ypiranga. Ciro descontou para o

Atlântico aos 27 do segundo tempo recebendo

passe de Tomasi. Antes do início do jogo foram

prestadas homenagens ao velho estádio da

Montanha – Presidente Getúlio Vargas, com os

juvenis do Ypiranga conduzindo chama simbólica.

Foram hasteados os pavilhões dos três tradicionais

clubes de Erechim. Pelo Ypiranga, o Patrono

Hermes Campagnollo; Atlântico, Eolo Arioli e, pelo

14 de Julho, o Presidente, Rolfe Domingues.

 

Primeiro jogo do Ypiranga no Colosso da Lagoa: 6/9/1970. Ypiranga 3 a 2 no Esportivo.
Imagem (prejudicada) do primeiro gol de Borjão. 


50º

Ypiranga 3 a 1

Data: 06/12/1970

Local: Baixada

Árbitro: Juarez de Oliveira

.

Ypiranga: Alcino; Osmar, Mujica, Alvim e

Cláudio, Arli e Ariovaldo; Rui, Téio, Cafuringa e

Ademir Galo.

 

Gols: Osmar, Téio e Rui (Ypiranga) e Parizon

(Atlântico).

 

Síntese: Os dois times jogaram um grande

clássico na Baixada. O jogo foi à noite e teve

um grande público. O Ypiranga, com a goleada,

conquistou o título de Campeão Citadino de

1970. O Atlântico iniciou jogando retrancado

e isso facilitou a experiente equipe de Ivo

Barbieri, que venceu o 1º tempo por 1 x 0. No 2º

tempo, o jogo ganhou em movimentação, mas

os “canarinhos” foram superiores e chegaram

fácil aos 3 a 1. Parizon perdeu um gol feito,

depois de Alcino soltar a bola dentro da área.

 

Edentificados na foto, mas nem todos: Mugica, Cuca, Jurandir, Bentinho, Baideck, Clóvis, Júnior, 
Lambari, João Carlos, Paulo Taborda, Mano e Canhotinho. (Ypiranga 1976 ou 1977 - antes da paradapara retornar em 1980).

51º

Ypiranga 2 a 0

Data: 30/05/1971

Local: Presidente Médici (dizia a crônica) referindo-se ao Colosso da Lagoa.Árbitro: Zeno Escobar Barbosa

Ypiranga: Ricardo; Washington, Mujica, Cuca e

Bira (Cláudio); Borjão e Ruben; Téio, Pedruca,

Cafuringa e Rodrigues (Laci).

 

Gols: Téio (2).

 

Síntese: “O Atlântico iniciou melhor o clássico,

mas foi penalizado pela falta de sorte nos

arremates a gol. Poderia ter aberto o marcador

com Luiz Carlos. No Ypiranga, Cafuringa

desmontou a defesa do Atlântico, enquanto o

grande goleador Téio se encarregou de fazer os

gols aos 24 e 29 minutos do primeiro tempo.

Dias também foi destaque no Atlântico

quando, no segundo tempo, o time procurou

descontar a diferença no placar. Mas o técnico

Manoel Barbosa ‘escalou mal o meio-campo

do verde-rubro’, e o ataque ficou sem a bola

trabalhada para concluir. A arbitragem contou

com os auxiliares, Laor Ferreira e Juarez Gonçalves.

 




 52º

Ypiranga 2 a 1

 

Data: 19/09/1971

Local: Colosso da Lagoa

Árbitro: João Carlos Von Mendel

 

Ypiranga: Alcino, Bira, Mujica, Cuca e Cláudio;

Plinio (Zico) e Ruben; Téio, Taco (Pedruca),

Borges e Ariovaldo.

 

Gols: Taco e Téio (Ypiranga) e Luiz Carlos

(Atlântico).

 

Síntese: Foi mais um jogo pela Taça Governador

no Estádio Presidente Médici. O Ypiranga

foi nitidamente superior aos comandados do

professor Daniel Cieslak. O Atlântico estava

tentando montar um time formado por

amadores, mas não conseguia ter sucesso.

Estavam longe os tempos em que dominava

o principal clássico do norte do Rio Grande do

Sul. O Atlanga estava mais para os amarelos e

os bons tempos do Galo fi caram no passado.

Os gols foram marcados por Taco e Téio para o

Ypiranga no primeiro tempo. Luiz Carlos fez o

gol do Atlântico. Histporica narração dos

gols por Euclides Antônio Tramontini, depois de

tabelinhas levando à narração fiel: “Bola com

Taco/Téio, Téio/Taco, Taco/Téio...” até o gol.

 

Cláudio, Zico, Baiano, Cuca, Mugica e Valdir
Juarez, Ismael, Pedruca, Paulo Ferro e Maurinho/197
1

 

 53º

Ypiranga 1 a 0

 

Data: 19/09/1974

Local: Colosso

Árbitro: Wilson Bagatini

 

Ypiranga: Valdir; Manoel, Mujica, Vilmar e

Cuca; Paulo Ferro e Pio; Dirceu, Helenilton,

Tonho e Paulinho.

 

Gol: Paulo Ferro.

 

Síntese: Com uma renda de Cr$ 16.200,00, o

clássico foi jogado numa quinta-feira à noite.

O Ypiranga dominou na primeira etapa e o

Atlântico teve melhor desempenho nos 45 minutos

finais. O gol veio por meio de uma jogada

de Tonho pela direita. Venceu Deda e recebeu

penalidade máxima muito bem assinalada.

Paulo Ferro bateu com categoria. Houve uma

contagem de cupons para ver quem tinha

maior torcida e o Atlântico largou na frente

com 588 a 580.



 

Cinqenternário do Ypiranga - 24/08/1974 - Maior público do Colosso da Lagoa. Cerca de 25 mil pagantes. Ypiranga 0  x  2 Internacional 

 
54º

Ypiranga 1 a 0

 

Data: 13/11/1974

Local: Colosso

Árbitro: Sem registro

 

Ypiranga: Cavalheiro (Valdir); Manoel, Mujica,

Cuca e Cláudio; Paulo Ferro, Zico e Helenilton;

Luizinho, Pedruca (Ismael) e Tonho.

 

Gol: Ismael.

 

Síntese: Partida válida pelo campeonato da

cidade. O tento surgiu aos 35 da etapa final.

Pedruca teve oportunidade aos 5 do 1º tempo,

mas não aproveitou. O Atlântico respondeu

com Mano aos 8, que arrematou contra o

poste. Na etapa final, Jaime foi aplaudido de

pé por grande jogada. O goleiro Cavalheiro se

lesiona e foi substituído por Valdir. Aos 12 minutos

da etapa complementar, o bandeirinha

Cesar de Oliveira foi atingido por uma pedrada

que vindo das arquibancadas. Antes do jogo, houve

uma apresentação automobilística. A renda

somou Cr$ 16.166,00.

 

 

55º

Ypiranga 2 a 0

 

Data: 20/04/1975

Local: Colosso da Lagoa

Árbitro: Sem registro

 

Ypiranga: Remi; Cláudio, Mujica, Cuca e Cito;

Paulo Ferro, Pedruca e Clóvis; Tonho, Enio

Fontana e Zé Luiz.

 

Síntese: O Atlanga não apresenta maiores registros

jornalísticos, aparecendo tão somente

o resultado da partida e remetendo o texto já

para as próximas partidas da dupla. Contudo,

enfatizava a supremacia do Ypiranga na era

dos clássicos no Colosso da Lagoa.

 

56º

Ypiranga 1 a 0

 

Data: 05/10/1975

Local: Colosso da Lagoa

Árbitro: Luiz Moura Guaranha

 

Ypiranga: Jurandir; Joubert, Mujica, Cuca e

Cito; Ederson, Zé Carlos (Ivonir); Lambari,

Tonho, Zezinho e Rosalino (Bugre).

 

Gol: Zezinho.

 

Síntese: O favoritismo do Atlântico desapareceu

assim que começou o jogo. Zezinho

lançado às costas de Nitota decretou o 1 a 0.

O Atlântico tinha uma folha de pagamento que

era assunto na época e, por isso, esperava-se

mais do time. Na etapa final, o técnico Edgar

do Ypiranga, reforçou seu sistema de defesa, exercendo

uma marcação “homem a homem”. A renda

não agradou: Cr$ 25 mil. O Atlântico perdeu o

clássico, mas ainda liderava a chave 6. Luiz

Moura Guaranha foi auxiliado por Rubens Delgado

e Viana da Silva.

 

57º

Ypiranga 2 a 0

 

Data: 23/11/1975

Local: Baixada

Árbitro: Marco Graco

 

Ypiranga: Jurandir; Joubert, Mujica, Cuca e

Cito; Ederson, Evonir e Vavá (Zé Carlos); Tonho

(Zezinho), Lambari e Rosalino.

 

Gols: Sem registro.

 

Síntese: Jogo válido pela Copa Pedro Carneiro

Pereira. Público diminuto com renda fraca de

apenas Cr$ 6.524,00.

 

Um dos times iniciais do Ypinranga no Colosso. O úlitmo, agachado à direita, é Thithi
 (Álvaro Andreis - família que muito atuou no Ypiranga na era do Colosso).

Ypiranga: Retomada no início dos anos 1980

 




            À esquerda, em pé, o renomado Pedruca, que fez história no clube

Juvenis do Ypiranga, campeão municipal em 1983.
À esquerda, em pé, grande e dedicado ypiranguista 
senhor Osvaldo Sachet. 
José Alberto Nunes (o Banana) torcedor símbolo do Ypiranga na era do Colosso. Foi antecedido por "Maroca", já falecido na era da Montanha


Em pé: Titi e Alexandre Andreis, Francisco Carlos, Menezes, Luiz Cláudio, Joel, Idfo,  
Jânio, Dal Prá. De Marchi e Vanderlei Tonin. Agachados: Paulo Gaúcho, Peninha, Gerson, Luiz e Ciro. (Acesso - 1989)













Maurício, Beto, André Luiz, Gilmar, Menezese Belmonte
Paulo Gaúcho, Sérgio Oliveira, Beto, Jorão e Lela (1993)





Maurício, Nenê, Vanderlei,  Carlos, Menezes e Francisco Carlos; 

                        Alexandre, Fábio, Sérgio Oliveira, Serginho, (?) ( Início anos 1990)


Ypiranga bate o Avenida e sobe para a Primeira Divisão - 2014
Grande time que descortinou um novo tempo para o Canarinho 


Foto oficial do Ypiranga de 2014 - Ano Marcou o início de uma nova era para o clube das cores nacionais. Dali em, diante o Ypiranga passou a ganhar notoriedade nacional  




Ypiranga teve em 1996 como técnico Adenor Laonardo Bachi,
o Tite, que comandou o Brasil em duas Copas do Mundo



Ypiranga 100 anos – O melhor

 Neste trabalho de resgate e reminiscências sobre o Ypiranga F.C. ouvi alguns desportistas para que escalassem a sua “seleção do Ypiranga – 100 anos”. Claro que pela longa história do clube, nenhum dos consultados pode testemunhar “todos os Ypirangas”. Então, respeitando o período de vida de cada um e quanto tempo pode ver times do Ypiranga em campo – contemplo aqui com o auxílio dos mesmos a quem já agradeço -, quais jogadores merecem estar no selecionado de cada um. Ressalto ainda que alguns os ypiranguistas ou desportistas ouvidos nem residem mais em Erechim.

 

Carlos Antônio Flioriani Ronchetti (Tonho)

Miguel; Gedeílson, Garcia, Vinitú e Paulinho; Hermes, Pedruca e Luis Freire; Marimba, Dirceu e Olavo.

Cita ainda: Lindomar, Butiaco, Chico (goleiro) e Mário Mugica.

 

Glênio Renan Cabral – Ex-futebolista e dirigente do Ypiranga

Jânio; Luis Cláudio, Ildo, Menezes Francisco Carlos/Sander; Carlos Roberto, Luiz Freire e Paulo Bayer; Paulo Gaúcho, Aílton e Sandro Pires.

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José Luiz Badalotti - Gerente da Rádio Difusão

Carlão; Marcos Teixeira, Mugica, Scolari e Cito; Carlos Roberto, Joel, Luis Freire e André Carpes; Paulo Gaúcho e Sandro Sotilli.

 

Luiz Fernando Testa – Ex-técnico de futsal e desportista

Alcino; Cavalheiro, Mugica, Plinio e Bira; Pedruca, Olavo e Lindomar; Téio, Dirceu e Ademir Galo.

 

Álvaro Andreis (Titi) – Ex-jogador e preparador físico do Ypiranga

(Cabe observar que a família Andreis foi, provavelmente, a que mais conviveu com o Ypiranga na era do Colosso da Lagoa. Serviços prestados em quase todas as áreas do clube).

Jânio: Luis Cláudio, Saimon, Ildo e Sander; Joel, Mabília, Luis Freire e André Carpes; Paulo Gaúcho e Aílton.

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Clóvis Pandolfi – Desportista

Carlão (Mazaropi); Gedeílson, Saimon, Scolari e Sander; Carlos Roberto, Paulo Bayer, Luis Freire e Perin; Paulo Gaúcho e Sandro Sotilli.

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 Nadir Pereira da Silva – Jornalista

Jânio; Luis Cláudio, Ildo, Mario Mugica e Gedeilson; Joel, Luis Freire, Borjão; Paulo Gaúcho, Pedruca e Lauro.

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 Gilberto Pezzin – Ex-dirigente do Ypiranga

Valdir; Marcos Teixeira, Mugica, André Beraldo e Fábio Lima; Paulo Ferro, André Carpes, Jorjão e Luis Freire; Aílton e Sandro Sotilli.

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Edson Machado da Silva – Narrador Esportivo

 Valdir; Marcos Teixeira, Mugica, Ildo e Cuca; Paulo Ferro, Borjão, Paulo Baier e Luis Freire; Paulo Gaúcho e Ailton.

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Amilton José Drews – Narrador Esportivo

 Chico; Marcos Teixeira, Pádua, André Beraldo e Diego Porfilio; Carlos Roberto, Moreno e Luis Freire; Paulo Gaúcho, Aílton e Lela.

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Fabian Brancher – Ex-jogador e atual comentarista

 Carlão; Luciano, Baggio, Ildo e Diego; Márcio Oldra, Falcão, Jean Paulo, Paulo Gaúcho, Aílton e Erick.

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Edezio Detoni – Desportista

 Marcelo Pittol; Gedeílson, Mugica, Ildo e Mateus Ribeiro; Paulo Ferro, Luis Freire e Mabília; Paulo Gaúcho, Pedruca e Aílton.

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Nini Gressana – Empresário

 Miguel; Frainer e Litwin; Porto Alegre, Bino e Áureo; Wilson, Chinês, Plínio Ronchetti, Marimba e Lauro.

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Francisco Basso Dias - Radialista

Valdir; Mugica e Cavalheiro; João Ribeiro, Bino e Áureo; Pedruca e Marimba; Carlinhos, Plinio Parenti e Lauro.

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Edilon Flores - Repórter

Jânio; Marcos Teixeira, Reinaldo, Mendonça e PK; Joel, Lorran e Luis Freire; Paulo Gaúcho, Gerson e Erick.

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Aldérico Albino Miola (Jacaré) – Ex-atleta e desportista

 Miguel; Paulinho, Mugica, Plínio e Hermógenes; Breno Simão e Hermes; Téio, Pedruca, Olavo e Manequinha.

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Alderi Oldra – Desportista

Chico; Marcos Teixeira, Baggio, Dione,  Polaco; Carlos Roberto, Márcio Oldra; Mabília, André Carpes, Ailton e Paulo Gaúcho.

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Leomar José Ody - Ypiranguista

 Alcino; Paulinho,Cavalheiro, Plínio e Bira;  Zé Carlos e Lindomar; Da Silva, Olavo, Pedruca e Alteu.

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Célio Fahl – Médico

 Valdir; Marcos Teixeira, Mugica, Pádua e Xará; Carlos Roberto, Zíco e Luis Freire; Paulo Gaúcho, Aílton e Lela

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 Hugo Ernesto Generali - Desportista

 Alcino; Gaieski, Frainer e Ivo Ronchetti; Breno Simão, Celso e Assis; Moacir, Pedruca, Dirceu e Manequinha.

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Vanderlei Tonin - - Ex-dirigente

Alcino; Luis Cláudio, Ildo, Mugica e André Luis; Carlos Roberto, Mabília, Luiz Freire e Borjão; Paulo Gaúcho e Aílton.

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Antonio Ernesto Todeschini - Médico

Miguel (Alcino); Paulinho, Mugica, Cavalheiro e Gedeílson, Lindomar e Quinzinho; Paulo Gaúcho, Pedruca, Sabiá e Butiaco.

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Marcelo Chinazzo - Fisicultor Personal

Carlos Alberto; Luciano, Ildo, Polaco e Sander; Carlos Roberto, Luis Freire e Mabília; Paulo Gaúcho, Aílton e Sotilli. 

Luiz Felipe De Marchi (Tobata) - ex-presidente

Alcino, Luis Cláudio, Ildo, Mugica e Bira; Roberto, Olavo, Luiz Freire; Paulo Gaúcho, Sotilli e Ciro.

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Mino Baggio - Ex-dirigente

Carlos Alberto; Marcos Teixeira, Pádua, André Beraldo e Xará: Carlos Roberto, Belmonte, André Carpes e Moreno; Paulo Gaúcho e Aílton

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José Adelar Ody

Como foi eu que realizei a pesquisa, me dou o direito de escalar duas equipes - alternativas -, conforme o local e o adversário. Também tentei reunir num time considerando os "|Ypirangas e seu passado". 

Meu primeiro time

Carlão; Luis Cláudio, Mugica, Plínio e Sander; Zico, Borjão, Marquinhos e Luis Freire; Paulo Gaúcho e Aílton.

Meu segundo time

Valdir; Luis Cláudio, Mugica e Plínio; Paulo Ferro e Zico; Borjão, Pedruca e Luiz Freire; Paulo Gaúcho e Sandro Sotilli.  

Ypiranga histórico

Miguel; Bino, Frainer e Plinio; Hermes, Plinio Ronchetti, Marimba e Pedruca; Carlinhos, Paulo Gaúcho e Lauro.

 Ypiranga e suas competições na História

ESTADUAIS
CompetiçãoTítulosTemporadas
Campeonato Gaúcho - 2ª Divisão5
1967, 1989, 2008, 2014 e 2019
Campeonato do Interior Gaúcho2
2009 e 2023
MUNICIPAIS
CompetiçãoTítulosTemporadas
Citadino de Erechim8
1928, 1945, 1949, 1950, 1951, 1952, 1953 e 2024.

Outras conquistas

  • Campeonato Estadual de Amadores: 1950[95]
  • Torneio Internacional de São Gabriel: 2006

Participações estaduais e nacionais


CompetiçãoTemporadasMelhor campanhaEstreiaÚltimaP AumentoR Baixa
Rio Grande do SulCampeonato Gaúcho31Vice-campeão (2022)196820244
Divisão de Acesso20Campeão (5 vezes)196520195
Copa FGF8Vice-campeão (2009)20062024
BrasilSérie C105º colocado (2021)19952024
Série D24º colocado (2015)200920151
Copa do Brasil83ª fase (2016 e 2023)20102024

                                             
Camarote no Colosso da Lagoa 


Adilson Stankiewicz – Presidente do Ypiranga F.C
        
“Um clube de futebol só chega ao seu centenário se a sua história foi bem escrita por muitas mãos. O Ypiranga nasceu do sonho de um grupo de homens livres, patriotas e esportistas, que criaram um time de “brasileiros” em uma época em que os clubes de futebol representavam grupos étnicos.

No primeiro quadro que foi a campo tinham descendentes de italianos, alemães, poloneses, africanos, portugueses... enfim todos os matizes representados.

As cores escolhidas para esta equipe não poderiam ser mais nacionais: verde e amarelo.

“Nossas cores, na Pátria inspiradas, Tem o verdade da terra e do mar; No amarelo refulgem as fadas; Do esplendor e riqueza sem par” diz o nosso hino ainda embalados pelo recente centenário da independência (1992).

Não bastava ser patriótico e inclusivo do ponto de vista étnico, o primeiro registro de uma torcida feminina no Brasil, também é nosso: As legionárias, e diz ainda o nosso hino, a respeito: “E no campo se vêem, promissoras, as defesas... e o ataque que avança... Eia, vamos gentis torcedoras, Para a glória da nossa esperança!”.

Com estes princípios galgamos os picos da glória, embalados por grandes guerreiros como Pedruca, Paulo Ferro, Paulo Gaúcho, Mugica, Luiz Freire, Carlos Alberto, Alcino, Alteu, Cavalheiro e tantos outros heróis canarinhos. Com este vigor e força, vamos em busca de novas conquistas e novas jornadas, não mais somente de projeção local, mas sim a nível nacional, por isso nosso lema para o centenário é: “100 anos são apenas o começo. Você parte desta história”. (Presidente do Ypiranga)

                                      Todos os presidentes

                                     João Vitorino dos Reis (1924)

- Sebastião Cezar (1924)

- Otto Fellman (1925)

- Theodoro Tedesco (1926)

- José Maria de Amorim (1927)

- Lisandro Araujo (1928)

- Antonio Azambuja Vilanova (1929)

- Vitorio Alovizi (1930)

- Aquilino Facenda (1931)

- Fioravante Tagliari (1932-1933)

- Julio Lindolfo Boher (1934)

- Fioravante Tagliari (1935)

- Epaminondas Greco (1936)

- Sebastião Kneipp Ramos (1937-1939)

- Modesto Rigoni (1940)

- Fioravante Tagliari (1941)

- Antonio Weber (1942)

- Luiz Fagundes (1943-1944)

- Theodoro Tedesco (1945)

- Jardino Schenatto (1946)

- Theodoro Tedesco (1947)

- Waldomiro Claudino Galli (1948 a 1950)

- Isaac Rosa Osório (1951)

- Saul Donida (1952)

- Zulmiro Michelon (1953)

- Pedro Brockmann (1954)

- Nelson Caetano (1955)

- Baltazar Sponchiado (1956)

- Estevam Taurino de Rezende (1957)

- Orlando Pedrollo (1958)

- Harry Kleinubing (1958)

- Waldomiro Claudino Galli (1959)

- Pedro Brockmann (1959)

- Hermes Schenatto (1960)

- José Wawrch (1961-1962)

- Pedro Brockmann (1963)

- Oscar Abal (1964 a 1970)

- Gladstone Osório Marsico (1971)

- Onestino Moll (1972)

- Danton Hartmann (1973-1974)

- Ivo Luiz Barbieri (1975-1976)

- Marinho Kern (1976-1977)

- Luiz Pungan (1978 a 1980)

- Wilmar Rubenich (1981)

- Antonio Dexheimer Pereira da Silva (1982)

- Eleonir José Gollin (1983)

- Luiz Felipe de Marchi (1984)

- Antonio Luiz Dal Prá (1985-1987)

- João Aleixo Bruschi (1988)

- Luiz Felipe de Marchi (1989)

- Getúlio Oscar Sass (1990)

- Ivan Carlos Aguiar Tacques (1991)

- Mauro Roberto Capoani (1992)

- Osmar Tonin (1993)

- Luiz Zordan (1994)

- Everton Barbieri (1995)

- Antonio Oldra (1996)

- Luis Felipe de Marchi (1997)

- João Aleixo Bruschi (1998-1999)

- Luis Zordan (2000)

- Colegiado (2001)

- Jorge Luiz Paziczeck (2002)

- João Aleixo Bruschi (2003-2013)

- Osvaldino Fuzinato (2014-2015)

- Luis Felipe de Marchi (2016-2017)

- Adilson Stankiewicz (2018-


                                

Ypiranga de Erechim
NomeYpiranga Futebol Clube
AlcunhasCanarinho Canario Verde
MascoteCanário[1]
Fundação18 de agosto de 1924 (99 anos)
EstádioColosso da Lagoa
Capacidade22,000 espectadores[2]
LocalizaçãoErechimRio Grande do SulBrasil
PresidenteAdilson Stankiewicz
Treinador(a)Thiago Carvalho
Patrocinador(a)Banrisul
Cavaletti
Aurora
Triel-HT
Brastelha
Material (d)esportivoClanel
CompetiçãoGaúchão - Série A
Copa do Brasil
Brasileirão - Série C
Ranking nacionalAumento (4) 49º lugar, 2.617 pontos[3]
Websiteyfc.com.br
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
titular
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
alternativo
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
alternativo


MINHA MAIOR EMOÇÃO NO COLOSSO



Ypiranga consegue o Acesso em 2008

Crônica de uma tarde anunciada!

 Quando o Brida foi calçado dentro da área no momento em que, inacreditavelmente, a bola lhe sobrava como um maço de dinheiro que se acha perdido no bolso de uma roupa esquecida, e o Vinícius Costa da Costa, de frente, apitou, e se inclinou com uma perna encolhida e a outra esticada e com o braço estendido, mais duro que nas melhores continências reverenciadas a um certo líder sanguinário do passado, para a marca do pênalti, eu levei os olhos ao céu e pensei comigo mesmo: sim, o Valério (Schillo) está vendo o jogo!

 

            Claro, porque do jeito que as coisas andavam entre Ypiranga e Brasil (Farroupilha), domingo e já no 2º tempo, o time sentindo as ausências, errando passes, nervoso com o peso da cobrança de 18 mil bocas que gritavam da arquibancada, e com o Brida sem ritmo, tudo indicava que – se não perdesse -, já não seria tão fora de consideração.

 

            Enquanto o Brasil cercava pela frente e pelas costas o Costa da Costa, pedindo que voltasse a história, procurei o Vagner. Sim, porque com ele, era gol. E o encontrei caminhando pra cá, pra lá, com a bola embaixo do braço. Quando vi – decidi: gol.

 

            Mesmo assim, não quis ver. Baixei os olhos na cabine e esperei pelo xuááá. A bola quando entra e pega na rede faz xuááááááá. Mas esperei, esperei, esperei e ouvi o apito do Vinícius e foi - tuuuuuuummmmmmmmmm. Tuummmm? – me perguntei! Como tuuummmmmm!? Mas devia ser xuáá! Não resisti e ergui o olhar e a bola vinha caindo o céu e alguém a tirou para fora do Brasil.

 

            Eu que conheço o Colosso há 37 anos, segunda fará 38; nunca soube – mas domingo descobri que ele tem mãos. Logo depois do tuuuuuummmmmmmmm, o Colosso botou as mãos na cabeça não acreditando no que tinha visto. O time desfalcado, jogando mal, nervoso, contra uma touca e tudo se encaminhava para um desfecho infeliz, postergando uma festa impostergável.

 

            O estádio se sentou com a cabeça enterrada em 36 mil palmas de mãos.

 

 De manhã, dia dos pais, saí às 10 horas para comprar ingresso para o meu filho Eduardo. Na Sete, chapéus de catar ovo, almofadas, gorros, radinhos, bandeiras de ‘O grito do Ypiranga!’, misturavam-se a coloradas e tricolores. Carros iam, vinham e paravam. Mulheres desciam e com os filhos escolhiam a bandeira e saíam de novo em desfile com o pavilhão verde-amarelo tremulando na janelinha. Plat, plat, plat, plat, plat, plat, plat – fazia o pano das cores nacionais, Sete acima, tocada pelo vento.

 

            Na portaria do estádio encontrei uma fila. Eram 10 da manhã e havia fila. Era hoje. Tinha de ser hoje. Não podia e nem seria em outro dia. Era demais a mobilização pelo feito canarinho, quando ainda nem as churrasqueiras ardiam cidade afora.

 

            Às duas da tarde o movimento era de jogo grande.

 

            Na cabine da Difusão, o Idylio Badolotti me chamou e conversamos sobre a decisão, ao lado do dr. Edson Machado da Silva. Lembro que entre outras coisas disse: ‘o Diego, a melhor coisa que apareceu no Colosso em 2008...’, quando o Amilton, mostrando toda a sua versatilidade, cortou lá debaixo e fez o raio cair: ‘seu Idylio, seu Idylio... vê se vocês reconhecem esta voz!’.

 

            E foi então que entrou: ‘meu caro Idylio... meu caro Amilton, meus caros ouvintes da Difusão...’ e logo o Idylio também cortou: ‘Tramoontini!’. Não é que até o eterno Tramontini da velha rádio Erechim esteve no campo? Ainda brinquei: ‘hoje podemos reunir o Tramontini, o Ceni e o Milton Doninelli!’.

 

            Subiam às cadeiras homens e mulheres que nunca vira antes. O eterno ypiranguista Chico Pungan, trazia com familiares, o Celeste Dal Prá. Apoiado numa bengala alta subia os degraus em busca de uma cadeira. Sociais cheias. Lá embaixo as arquibancadas iam sendo tomadas como o sol que vem sobre ipês e pessegueiros quase ao final dos invernos, e vai se esparramando e enchendo de luz tudo o que vê pela frente, sem a menor possibilidade de ser contido.

 

Quando Pelé fez a bola passar pelo meio das pernas do Jadir naquela quarta-feira, 2 de setembro de 1970, e fuzilou o goleiro Breno, fazendo levantar o estádio do canarinho, nem naquela noite havia tanta gente como já se via no Colosso faltando 15 minutos para o adeus do Ypiranga à Segundona.

 

            Eu não sei de onde esse Brasil de Farroupilha tira tanta gana quando vê o Ypiranga pela frente. Fazia uma semana que o time serrano tinha sido surrado nas Castanheiras pelo Pelotas, que apanharia do canarinho três dias depois. Será que o Brasil, por verde e vermelho, será que é por isso que ele se agiganta contra o Ypiranga? Haveria aí um grau de parentesco com o falecido Atlântico do futebol de campo?

 

            O fato é que a partida ia pau a pau. Se o Brasil não era um Milan para o Ypiranga, o canarinho não se encontrava e, maltratando a bola pelo passe errado; enervava o anseio coletivo que tinha todas as certezas do mundo de que seria naquela tarde, não se sabe como, que o tabu seria quebrado e a Primeirona festejada até a noite alta cair.

 

            Houve gol anulado do Brasil (e bem anulado), mas o ar primaveril que banhava as 18 mil cabeças no Colosso, encontrava uma estranha resistência, como que decretada pelo destino. Algo como Brasil e Uruguai, Inter e Olímpia, Fluminese e LDU. Não podia de jeito nenhum, deixar de acontecer a festa tão ao alcance da vaga, mas os deuses pareciam conspirar. Estariam apenas brincando, se divertindo, fazendo o estádio suar gelo, ou, a praia ficava ali mesmo, no entorno da lagoa que deu origem ao nome de guerra do Colosso em vaticínio do dr. Wilson Wattson Webber, em discurso durante churrasco de recepção a visitantes no fim dos anos 60 no pavilhão em construção.

 

Aos 31, aos 35, aos 38, aos 42, eu tinha jogado a toalha. Eu sei do velho ditado que o jogo só acaba quando termina – mas, as coisas estavam com ar, jeito e cara de impossíveis. Por isso tratava de confortar o desconforto tentando ressuscitar que apesar da frustração, ainda havia dois tiros: o TAC e o Guarani de Venâncio, para derrubar a Segundona.

 

            Eu não sei como o Pito foi parar dentro de campo naquele jogo. Só sei que quando ¼ do estádio já estava nas vicinais da Sete para escapar ao engarrafamento, o Pito foi se intrometendo como um anão de circo, e meio despercebido, mas comandando o espetáculo; e de repente ele descobriu ‘a melhor coisa que apareceu no Colosso em 2008’, e o Diego arrumou na perna boa e disparou um canhão assim como as tropas russas fizeram naquele mesmo dia na Ossétia do Sul.

 

            O tiro seco e inapelável fez o estádio explodir. Nem o estrondo do intervalo que estourou vidros nas cabines de rádio conseguiu lembrar o que veio com o disparo de Diego. Ali não foi nem xuááá – mas um xuuáááááááá antecedido por um tuuuuuummmmmm. Quando vi, a bola estava quieta, desmaiada, desfalecida, morta no fundo das redes, não, no fundo das redes não, no fundo da 2ª Divisão.

O estádio pulava sobre si mesmo.

 

Diego sufocado pelos abraços do time

            Os choros de alegria não tinham vergonhas, sim, porque vergonhoso seria tentar segurar àquela hora um mar de água que desce com o estouro de uma barragem.

 

            Quando o Diego e meio time saíram correndo ao alambrado, querendo escalá-lo e pulá-lo para os braços da nação verde-amarela, outra revelação do futebol erechinense de 2008, o bom repórter Tiago Ávila, conseguiu fazer eco ao que gritava Diego colocando na sua boca o microfone da Erechim. ‘É pro meu pai, é pro meu pai!’, gritava tresloucado o autor do disparo que matou a Segundona na vida do Ypiranga e colocou o clube na Primeirona.

 

 Eu não sei porque o Costa da Costa insistiu em dar mais 5 minutos, mas, quem entende os árbitros!? Escaramuças ainda se ensaiaram entre os atletas, tudo porque quem havia ganho o céu de presente assim como o bom ladrão que arrependeu-se na hora ‘H’; este não haveria de querer sentir o calor do inferno. E isto deve ser compreendido, pois quem, em sã consciência, em não sendo nem Adão, nem Eva – haveria de entregar o paraíso como se nada fosse?!

 

            Quando o árbitro encontrou o fim da partida, nove anos ficaram para trás naquele prrrrrrrrrrrrrrrrrrrr. O Banana pulava como só o Banana pode pular e rolar, porquanto o seu time, a despeito de crises e derrotas, reabilitações e vitórias, jamais, perdeu a sua identidade, a vergonha e a alma. Milhares de Bananas, num repente, rolavam pelo gramado do Colosso, onde um dia já foi lagoa.

 

Os fios das emissoras de rádio eram recolhidos e enrolados e já se precipitava o crepúsculo do fim de tarde. Da tarde do dia dos pais. Da tarde de 10 de agosto de 2008. O Ypiranga, segunda-feira, 18, estará de aniversário e fará 84 anos. Oito décadas e quatro anos de honra à sua origem, à sua tradição, à sua história. 84 anos de honra ao seu fim, maior, principal e único.

 

            E quando eu deixei o Colosso da Lagoa e a brisa leve ainda levantava um papelzinho de bala aqui, um ingresso amassado dali, senti que o banner com a figura de Valério Schillo, no hall do Colosso, também recebeu uma golfada e se estufou quieta e rapidamente chamando-me a atenção, como num ‘psiu, ô Ody!, psiu... eu não estava só lá em cima. Hoje, eu andei pelas cadeiras, pelos banheiros, pela copa, estive lá fora, dei a volta nas arquibancadas. Eu estava nos gritos do Amilton, do Chico e do Juliano Panazzollo. Estava no descortino do Pito e na perna esquerda do Diego, na ôla e nas lágrimas de cada um dos 17.818. Eu estava no peito e no pulmão de cada jogador. Eu estava na alma e no coração do Ypiranga. Agora – posso voltar em paz. A missão está cumprida’.

 

            ‘Nas planuras e serras tão lindas/Ypiranga, Ypiranga em louvor!/Quer na paz, quer na luta bem-vindas/As vitórias da força e do amor!’.

 A crônica de uma tarde anunciada estava pronta.


Na véspera do centenário Ypiranga classifica para
o octogonal final da Série "C" do Brasileirão.


Farnei Coelho, Diretor Executivo


Tiago Carvalho, técnico - 2024


Erechinenses ypiranguistas, radicados em Porto Alegre,
vibram com a classifcação no Colosso




Entrada estádio Colosso da Lagoa em Agosto de 2024

 

Este trabalho de pesquisa por mim realizado, junto a diversas fontes, 
não tem a pretensão do erro zero e nem de esgotar o assunto. Busquei, 
sim, sempre o acerto. 
Busquei uma outra abordagem. Mas foi muito difícil localizar fotos 
e, principalmente, identificá-las sem cometer algum equívoco, pelo que
já peço a compreensão de todos.
No demais desejo cumprimentar e render meu reconhecimento a
todos aqueles que durante 100 anos, deram de alguma maneira 
sua valorosa contribuição 
à história deste clube que honra as tradições do 
futebol profissional erechinense,
no Rio Grande do Sul e no Brasil. 
Cabe às gerações vindouras honrar este legado 
 e dar continuidade a esta história que orgulha o clube, 
 a cidade e o futebol da região norte do estado. 
                                                      
                                                            "Nas planuras e serras tão lindas/
                                                       Ypiranga! Ypiranga ! Em louvor!"
                                             

           Festa dos 100 anos do clube foram no Clube do Comércio na noite de 16 de agosto. 


                          
                   Fotos : Arquivo pessoal, Arquivo do Ypiranga F.C. e  "A Voz da Serra (AVS)"









                                                       
                                                     
                          
  


V
















 









Comemorações inovadoras: todo grupo no vestiário - (2020)

Ypiranga - (2021)


Ypiranga vice-campeão do RS - (2022)

Ypiranga - (2023)


Figueirense solidário com o RS por causa das cheias - 2024

Ypiranga e ABC - (2024)

Carius, Windson, Fernando, Reifit, William e Alexander; Ribeiro, Taddei, Lucas Marques, Reifit, Yohan e Uchôa. (2024 - Uniforme Alternativo)


Camisa alternativa - 2024


Ypiranga em jogo noturno com no iluminação

Cadeiras sempre com bom público

Camiseta solidária com a tragédia das cheias no RS



José Alberto Nunes (Banana), torcedor símbolo
Foi antecedido por "Maroca",
homem simples e muito querido da torcida verde-amarela.
Maroca já é falecido há muitos anos,
mas está na memória e na história do Ypiranga
.



Joel, 5 - grande capitão de 1989


Gedeílson, uma das lideranças técnicas do time, 
jogou com a camiseta nº 100 durante o ano


Ypiranga bate o Avenida e sobe para a Primeira Divisão - 2014
Grande time que descortinou um novo tempo para o Canarinho 



Foto oficial do Ypiranga de 2014 - Ano Marcou o início de uma nova era para o clube das cores nacionais. Dali em, diante o Ypiranga passou a ganhar notoriedade nacional  




Ypiranga teve em 1996 como técnico Adenor Laonardo Bachi,
o Tite, que comandou o Brasil em duas Copas do Mundo



Ypiranga 100 anos – O melhor

 Neste trabalho de resgate e reminiscências sobre o Ypiranga F.C. ouvi alguns desportistas para que escalassem a sua “seleção do Ypiranga – 100 anos”. Claro que pela longa história do clube, nenhum dos consultados pode testemunhar “todos os Ypirangas”. Então, respeitando o período de vida de cada um e quanto tempo pode ver times do Ypiranga em campo – contemplo aqui com o auxílio dos mesmos a quem já agradeço -, quais jogadores merecem estar no selecionado de cada um. Ressalto ainda que alguns os ypiranguistas ou desportistas ouvidos nem residem mais em Erechim.

 

Carlos Antônio Flioriani Ronchetti (Tonho)

Miguel; Gedeílson, Garcia, Vinitú e Paulinho; Hermes, Pedruca e Luis Freire; Marimba, Dirceu e Olavo.

Cita ainda: Lindomar, Butiaco, Chico (goleiro) e Mário Mugica.

 

Glênio Renan Cabral – Ex-futebolista e dirigente do Ypiranga

Jânio; Luis Cláudio, Ildo, Menezes Francisco Carlos/Sander; Carlos Roberto, Luiz Freire e Paulo Bayer; Paulo Gaúcho, Aílton e Sandro Pires.

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José Luiz Badalotti - Gerente da Rádio Difusão

Carlão; Marcos Teixeira, Mugica, Scolari e Cito; Carlos Roberto, Joel, Luis Freire e André Carpes; Paulo Gaúcho e Sandro Sotilli.

 

Luiz Fernando Testa – Ex-técnico de futsal e desportista

Alcino; Cavalheiro, Mugica, Plinio e Bira; Pedruca, Olavo e Lindomar; Téio, Dirceu e Ademir Galo.

 

Álvaro Andreis (Titi) – Ex-jogador e preparador físico do Ypiranga

(Cabe observar que a família Andreis foi, provavelmente, a que mais conviveu com o Ypiranga na era do Colosso da Lagoa. Serviços prestados em quase todas as áreas do clube).

Jânio: Luis Cláudio, Saimon, Ildo e Sander; Joel, Mabília, Luis Freire e André Carpes; Paulo Gaúcho e Aílton.

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Clóvis Pandolfi – Desportista

Carlão (Mazaropi); Gedeílson, Saimon, Scolari e Sander; Carlos Roberto, Paulo Bayer, Luis Freire e Perin; Paulo Gaúcho e Sandro Sotilli.

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 Nadir Pereira da Silva – Jornalista

Jânio; Luis Cláudio, Ildo, Mario Mugica e Gedeilson; Joel, Luis Freire, Borjão; Paulo Gaúcho, Pedruca e Lauro.

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 Gilberto Pezzin – Ex-dirigente do Ypiranga

Valdir; Marcos Teixeira, Mugica, André Beraldo e Fábio Lima; Paulo Ferro, André Carpes, Jorjão e Luis Freire; Aílton e Sandro Sotilli.

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Edson Machado da Silva – Narrador Esportivo

 Valdir; Marcos Teixeira, Mugica, Ildo e Cuca; Paulo Ferro, Borjão, Paulo Baier e Luis Freire; Paulo Gaúcho e Ailton.

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Amilton José Drews – Narrador Esportivo

 Chico; Marcos Teixeira, Pádua, André Beraldo e Diego Porfilio; Carlos Roberto, Moreno e Luis Freire; Paulo Gaúcho, Aílton e Lela.

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Fabian Brancher – Ex-jogador e atual comentarista

 Carlão; Luciano, Baggio, Ildo e Diego; Márcio Oldra, Falcão, Jean Paulo, Paulo Gaúcho, Aílton e Erick.

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Edezio Detoni – Desportista

 Marcelo Pittol; Gedeílson, Mugica, Ildo e Mateus Ribeiro; Paulo Ferro, Luis Freire e Mabília; Paulo Gaúcho, Pedruca e Aílton.

--- 

Nini Gressana – Empresário

 Miguel; Frainer e Litwin; Porto Alegre, Bino e Áureo; Wilson, Chinês, Plínio Ronchetti, Marimba e Lauro.

--- 

Francisco Basso Dias - Radialista

Valdir; Mugica e Cavalheiro; João Ribeiro, Bino e Áureo; Pedruca e Marimba; Carlinhos, Plinio Parenti e Lauro.

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Edilon Flores - Repórter

Jânio; Marcos Teixeira, Reinaldo, Mendonça e PK; Joel, Lorran e Luis Freire; Paulo Gaúcho, Gerson e Erick.

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Aldérico Albino Miola (Jacaré) – Ex-atleta e desportista

 Miguel; Paulinho, Mugica, Plínio e Hermógenes; Breno Simão e Hermes; Téio, Pedruca, Olavo e Manequinha.

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Alderi Oldra – Desportista

Chico; Marcos Teixeira, Baggio, Dione,  Polaco; Carlos Roberto, Márcio Oldra; Mabília, André Carpes, Ailton e Paulo Gaúcho.

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Leomar José Ody - Ypiranguista

 Alcino; Paulinho,Cavalheiro, Plínio e Bira;  Zé Carlos e Lindomar; Da Silva, Olavo, Pedruca e Alteu.

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Célio Fahl – Médico

 Valdir; Marcos Teixeira, Mugica, Pádua e Xará; Carlos Roberto, Zíco e Luis Freire; Paulo Gaúcho, Aílton e Lela

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 Hugo Ernesto Generali - Desportista

 Alcino; Gaieski, Frainer e Ivo Ronchetti; Breno Simão, Celso e Assis; Moacir, Pedruca, Dirceu e Manequinha.

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Vanderlei Tonin - - Ex-dirigente

Alcino; Luis Cláudio, Ildo, Mugica e André Luis; Carlos Roberto, Mabília, Luiz Freire e Borjão; Paulo Gaúcho e Aílton.

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Antonio Ernesto Todeschini - Médico

Miguel (Alcino); Paulinho, Mugica, Cavalheiro e Gedeílson, Lindomar e Quinzinho; Paulo Gaúcho, Pedruca, Sabiá e Butiaco.

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Marcelo Chinazzo - Fisicultor Personal

Carlos Alberto; Luciano, Ildo, Polaco e Sander; Carlos Roberto, Luis Freire e Mabília; Paulo Gaúcho, Aílton e Sotilli. 

Luiz Felipe De Marchi (Tobata) - ex-presidente

Alcino, Luis Cláudio, Ildo, Mugica e Bira; Roberto, Olavo, Luiz Freire; Paulo Gaúcho, Sotilli e Ciro.

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Mino Baggio - Ex-dirigente

Carlos Alberto; Marcos Teixeira, Pádua, André Beraldo e Xará: Carlos Roberto, Belmonte, André Carpes e Moreno; Paulo Gaúcho e Aílton

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Antonio Oldra (Toni) Ex-presidente

Carlos Alberto; Luciano, Turato, Alê Xará; Carcão, Everton Luis e Marquinhos; Sandro Sotilli, Sandro Gaúcho e Gilmar

 ---

José Adelar Ody

Como foi eu que realizei a pesquisa, me dou o direito de escalar duas equipes - alternativas -, conforme o local e o adversário. Também tentei reunir num time considerando os "|Ypirangas e seu passado". 

Meu primeiro time

Carlão; Luis Cláudio, Mugica, Plínio e Sander; Zico, Borjão, Pedruca e Luis Freire; Paulo Gaúcho e Aílton.

Meu segundo time

Valdir; Luis Cláudio, Mugica e Plínio; Paulo Ferro e Zico; Borjão, Pedruca e Luiz Freire; Paulo Gaúcho e Aílton.  

Ypiranga histórico

Miguel; Bino, Frainer e Plinio; Hermes, Plinio Ronchetti, Marimba e Pedruca; Carlinhos, Paulo Gaúcho e Lauro.

 Ypiranga e suas competições na História

ESTADUAIS
CompetiçãoTítulosTemporadas
Campeonato Gaúcho - 2ª Divisão5
1967, 1989, 2008, 2014 e 2019
Campeonato do Interior Gaúcho2
2009 e 2023
MUNICIPAIS
CompetiçãoTítulosTemporadas
Citadino de Erechim8
1928, 1945, 1949, 1950, 1951, 1952, 1953 e 2024.

Outras conquistas

  • Campeonato Estadual de Amadores: 1950[95]
  • Torneio Internacional de São Gabriel: 2006

Participações estaduais e nacionais


CompetiçãoTemporadasMelhor campanhaEstreiaÚltimaP AumentoR Baixa
Rio Grande do SulCampeonato Gaúcho31Vice-campeão (2022)196820244
Divisão de Acesso20Campeão (5 vezes)196520195
Copa FGF8Vice-campeão (2009)20062024
BrasilSérie C105º colocado (2021)19952024
Série D24º colocado (2015)200920151
Copa do Brasil83ª fase (2016 e 2023)20102024

                                             
Camarote no Colosso da Lagoa 


 
 Adilson Stankiewicz – Presidente do Ypiranga F.C
        
“Um clube de futebol só chega ao seu centenário se a sua história foi bem escrita por muitas mãos. O Ypiranga nasceu do sonho de um grupo de homens livres, patriotas e esportistas, que criaram um time de “brasileiros” em uma época em que os clubes de futebol representavam grupos étnicos.

No primeiro quadro que foi a campo tinham descendentes de italianos, alemães, poloneses, africanos, portugueses... enfim todos os matizes representados.

As cores escolhidas para esta equipe não poderiam ser mais nacionais: verde e amarelo.

“Nossas cores, na Pátria inspiradas, Tem o verdade da terra e do mar; No amarelo refulgem as fadas; Do esplendor e riqueza sem par” diz o nosso hino ainda embalados pelo recente centenário da independência (1992).

Não bastava ser patriótico e inclusivo do ponto de vista étnico, o primeiro registro de uma torcida feminina no Brasil, também é nosso: As legionárias, e diz ainda o nosso hino, a respeito: “E no campo se vêem, promissoras, as defesas... e o ataque que avança... Eia, vamos gentis torcedoras, Para a glória da nossa esperança!”.

Com estes princípios galgamos os picos da glória, embalados por grandes guerreiros como Pedruca, Paulo Ferro, Paulo Gaúcho, Mugica, Luiz Freire, Carlos Alberto, Alcino, Alteu, Cavalheiro e tantos outros heróis canarinhos. Com este vigor e força, vamos em busca de novas conquistas e novas jornadas, não mais somente de projeção local, mas sim a nível nacional, por isso nosso lema para o centenário é: “100 anos são apenas o começo. Você parte desta história”. (Presidente do Ypiranga)

                                      Todos os presidentes

                                     João Vitorino dos Reis (1924)

- Sebastião Cezar (1924)

- Otto Fellman (1925)

- Theodoro Tedesco (1926)

- José Maria de Amorim (1927)

- Lisandro Araujo (1928)

- Antonio Azambuja Vilanova (1929)

- Vitorio Alovizi (1930)

- Aquilino Facenda (1931)

- Fioravante Tagliari (1932-1933)

- Julio Lindolfo Boher (1934)

- Fioravante Tagliari (1935)

- Epaminondas Greco (1936)

- Sebastião Kneipp Ramos (1937-1939)

- Modesto Rigoni (1940)

- Fioravante Tagliari (1941)

- Antonio Weber (1942)

- Luiz Fagundes (1943-1944)

- Theodoro Tedesco (1945)

- Jardino Schenatto (1946)

- Theodoro Tedesco (1947)

- Waldomiro Claudino Galli (1948 a 1950)

- Isaac Rosa Osório (1951)

- Saul Donida (1952)

- Zulmiro Michelon (1953)

- Pedro Brockmann (1954)

- Nelson Caetano (1955)

- Baltazar Sponchiado (1956)

- Estevam Taurino de Rezende (1957)

- Orlando Pedrollo (1958)

- Harry Kleinubing (1958)

- Waldomiro Claudino Galli (1959)

- Pedro Brockmann (1959)

- Hermes Schenatto (1960)

- José Wawrch (1961-1962)

- Pedro Brockmann (1963)

- Oscar Abal (1964 a 1970)

- Gladstone Osório Marsico (1971)

- Onestino Moll (1972)

- Danton Hartmann (1973-1974)

- Ivo Luiz Barbieri (1975-1976)

- Marinho Kern (1976-1977)

- Luiz Pungan (1978 a 1980)

- Wilmar Rubenich (1981)

- Antonio Dexheimer Pereira da Silva (1982)

- Eleonir José Gollin (1983)

- Luiz Felipe de Marchi (1984)

- Antonio Luiz Dal Prá (1985-1987)

- João Aleixo Bruschi (1988)

- Luiz Felipe de Marchi (1989)

- Getúlio Oscar Sass (1990)

- Ivan Carlos Aguiar Tacques (1991)

- Mauro Roberto Capoani (1992)

- Osmar Tonin (1993)

- Luiz Zordan (1994)

- Everton Barbieri (1995)

- Antonio Oldra (1996)

- Luis Felipe de Marchi (1997)

- João Aleixo Bruschi (1998-1999)

- Luis Zordan (2000)

- Colegiado (2001)

- Jorge Luiz Paziczeck (2002)

- João Aleixo Bruschi (2003-2013)

- Osvaldino Fuzinato (2014-2015)

- Luis Felipe de Marchi (2016-2017)

- Adilson Stankiewicz (2018-


                                

Ypiranga de Erechim
NomeYpiranga Futebol Clube
AlcunhasCanarinho Canario Verde
MascoteCanário[1]
Fundação18 de agosto de 1924 (99 anos)
EstádioColosso da Lagoa
Capacidade22,000 espectadores[2]
LocalizaçãoErechimRio Grande do SulBrasil
PresidenteAdilson Stankiewicz
Treinador(a)Thiago Carvalho
Patrocinador(a)Banrisul
Cavaletti
Aurora
Triel-HT
Brastelha
Material (d)esportivoClanel
CompetiçãoGaúchão - Série A
Copa do Brasil
Brasileirão - Série C
Ranking nacionalAumento (4) 49º lugar, 2.617 pontos[3]
Websiteyfc.com.br
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
titular
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
alternativo
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
alternativo


MINHA MAIOR EMOÇÃO NO COLOSSO



Ypiranga consegue o Acesso em 2008

Crônica de uma tarde anunciada!

 Quando o Brida foi calçado dentro da área no momento em que, inacreditavelmente, a bola lhe sobrava como um maço de dinheiro que se acha perdido no bolso de uma roupa esquecida, e o Vinícius Costa da Costa, de frente, apitou, e se inclinou com uma perna encolhida e a outra esticada e com o braço estendido, mais duro que nas melhores continências reverenciadas a um certo líder sanguinário do passado, para a marca do pênalti, eu levei os olhos ao céu e pensei comigo mesmo: sim, o Valério (Schillo) está vendo o jogo!

 

            Claro, porque do jeito que as coisas andavam entre Ypiranga e Brasil (Farroupilha), domingo e já no 2º tempo, o time sentindo as ausências, errando passes, nervoso com o peso da cobrança de 18 mil bocas que gritavam da arquibancada, e com o Brida sem ritmo, tudo indicava que – se não perdesse -, já não seria tão fora de consideração.

 

            Enquanto o Brasil cercava pela frente e pelas costas o Costa da Costa, pedindo que voltasse a história, procurei o Vagner. Sim, porque com ele, era gol. E o encontrei caminhando pra cá, pra lá, com a bola embaixo do braço. Quando vi – decidi: gol.

 

            Mesmo assim, não quis ver. Baixei os olhos na cabine e esperei pelo xuááá. A bola quando entra e pega na rede faz xuááááááá. Mas esperei, esperei, esperei e ouvi o apito do Vinícius e foi - tuuuuuuummmmmmmmmm. Tuummmm? – me perguntei! Como tuuummmmmm!? Mas devia ser xuáá! Não resisti e ergui o olhar e a bola vinha caindo o céu e alguém a tirou para fora do Brasil.

 

            Eu que conheço o Colosso há 37 anos, segunda fará 38; nunca soube – mas domingo descobri que ele tem mãos. Logo depois do tuuuuuummmmmmmmm, o Colosso botou as mãos na cabeça não acreditando no que tinha visto. O time desfalcado, jogando mal, nervoso, contra uma touca e tudo se encaminhava para um desfecho infeliz, postergando uma festa impostergável.

 

            O estádio se sentou com a cabeça enterrada em 36 mil palmas de mãos.

 

 De manhã, dia dos pais, saí às 10 horas para comprar ingresso para o meu filho Eduardo. Na Sete, chapéus de catar ovo, almofadas, gorros, radinhos, bandeiras de ‘O grito do Ypiranga!’, misturavam-se a coloradas e tricolores. Carros iam, vinham e paravam. Mulheres desciam e com os filhos escolhiam a bandeira e saíam de novo em desfile com o pavilhão verde-amarelo tremulando na janelinha. Plat, plat, plat, plat, plat, plat, plat – fazia o pano das cores nacionais, Sete acima, tocada pelo vento.

 

            Na portaria do estádio encontrei uma fila. Eram 10 da manhã e havia fila. Era hoje. Tinha de ser hoje. Não podia e nem seria em outro dia. Era demais a mobilização pelo feito canarinho, quando ainda nem as churrasqueiras ardiam cidade afora.

 

            Às duas da tarde o movimento era de jogo grande.

 

            Na cabine da Difusão, o Idylio Badolotti me chamou e conversamos sobre a decisão, ao lado do dr. Edson Machado da Silva. Lembro que entre outras coisas disse: ‘o Diego, a melhor coisa que apareceu no Colosso em 2008...’, quando o Amilton, mostrando toda a sua versatilidade, cortou lá debaixo e fez o raio cair: ‘seu Idylio, seu Idylio... vê se vocês reconhecem esta voz!’.

 

            E foi então que entrou: ‘meu caro Idylio... meu caro Amilton, meus caros ouvintes da Difusão...’ e logo o Idylio também cortou: ‘Tramoontini!’. Não é que até o eterno Tramontini da velha rádio Erechim esteve no campo? Ainda brinquei: ‘hoje podemos reunir o Tramontini, o Ceni e o Milton Doninelli!’.

 

            Subiam às cadeiras homens e mulheres que nunca vira antes. O eterno ypiranguista Chico Pungan, trazia com familiares, o Celeste Dal Prá. Apoiado numa bengala alta subia os degraus em busca de uma cadeira. Sociais cheias. Lá embaixo as arquibancadas iam sendo tomadas como o sol que vem sobre ipês e pessegueiros quase ao final dos invernos, e vai se esparramando e enchendo de luz tudo o que vê pela frente, sem a menor possibilidade de ser contido.

 

Quando Pelé fez a bola passar pelo meio das pernas do Jadir naquela quarta-feira, 2 de setembro de 1970, e fuzilou o goleiro Breno, fazendo levantar o estádio do canarinho, nem naquela noite havia tanta gente como já se via no Colosso faltando 15 minutos para o adeus do Ypiranga à Segundona.

 

            Eu não sei de onde esse Brasil de Farroupilha tira tanta gana quando vê o Ypiranga pela frente. Fazia uma semana que o time serrano tinha sido surrado nas Castanheiras pelo Pelotas, que apanharia do canarinho três dias depois. Será que o Brasil, por verde e vermelho, será que é por isso que ele se agiganta contra o Ypiranga? Haveria aí um grau de parentesco com o falecido Atlântico do futebol de campo?

 

            O fato é que a partida ia pau a pau. Se o Brasil não era um Milan para o Ypiranga, o canarinho não se encontrava e, maltratando a bola pelo passe errado; enervava o anseio coletivo que tinha todas as certezas do mundo de que seria naquela tarde, não se sabe como, que o tabu seria quebrado e a Primeirona festejada até a noite alta cair.

 

            Houve gol anulado do Brasil (e bem anulado), mas o ar primaveril que banhava as 18 mil cabeças no Colosso, encontrava uma estranha resistência, como que decretada pelo destino. Algo como Brasil e Uruguai, Inter e Olímpia, Fluminese e LDU. Não podia de jeito nenhum, deixar de acontecer a festa tão ao alcance da vaga, mas os deuses pareciam conspirar. Estariam apenas brincando, se divertindo, fazendo o estádio suar gelo, ou, a praia ficava ali mesmo, no entorno da lagoa que deu origem ao nome de guerra do Colosso em vaticínio do dr. Wilson Wattson Webber, em discurso durante churrasco de recepção a visitantes no fim dos anos 60 no pavilhão em construção.

 

Aos 31, aos 35, aos 38, aos 42, eu tinha jogado a toalha. Eu sei do velho ditado que o jogo só acaba quando termina – mas, as coisas estavam com ar, jeito e cara de impossíveis. Por isso tratava de confortar o desconforto tentando ressuscitar que apesar da frustração, ainda havia dois tiros: o TAC e o Guarani de Venâncio, para derrubar a Segundona.

 

            Eu não sei como o Pito foi parar dentro de campo naquele jogo. Só sei que quando ¼ do estádio já estava nas vicinais da Sete para escapar ao engarrafamento, o Pito foi se intrometendo como um anão de circo, e meio despercebido, mas comandando o espetáculo; e de repente ele descobriu ‘a melhor coisa que apareceu no Colosso em 2008’, e o Diego arrumou na perna boa e disparou um canhão assim como as tropas russas fizeram naquele mesmo dia na Ossétia do Sul.

 

            O tiro seco e inapelável fez o estádio explodir. Nem o estrondo do intervalo que estourou vidros nas cabines de rádio conseguiu lembrar o que veio com o disparo de Diego. Ali não foi nem xuááá – mas um xuuáááááááá antecedido por um tuuuuuummmmmm. Quando vi, a bola estava quieta, desmaiada, desfalecida, morta no fundo das redes, não, no fundo das redes não, no fundo da 2ª Divisão.

O estádio pulava sobre si mesmo.

 

Diego sufocado pelos abraços do time

            Os choros de alegria não tinham vergonhas, sim, porque vergonhoso seria tentar segurar àquela hora um mar de água que desce com o estouro de uma barragem.

 

            Quando o Diego e meio time saíram correndo ao alambrado, querendo escalá-lo e pulá-lo para os braços da nação verde-amarela, outra revelação do futebol erechinense de 2008, o bom repórter Tiago Ávila, conseguiu fazer eco ao que gritava Diego colocando na sua boca o microfone da Erechim. ‘É pro meu pai, é pro meu pai!’, gritava tresloucado o autor do disparo que matou a Segundona na vida do Ypiranga e colocou o clube na Primeirona.

 

 Eu não sei porque o Costa da Costa insistiu em dar mais 5 minutos, mas, quem entende os árbitros!? Escaramuças ainda se ensaiaram entre os atletas, tudo porque quem havia ganho o céu de presente assim como o bom ladrão que arrependeu-se na hora ‘H’; este não haveria de querer sentir o calor do inferno. E isto deve ser compreendido, pois quem, em sã consciência, em não sendo nem Adão, nem Eva – haveria de entregar o paraíso como se nada fosse?!

 

            Quando o árbitro encontrou o fim da partida, nove anos ficaram para trás naquele prrrrrrrrrrrrrrrrrrrr. O Banana pulava como só o Banana pode pular e rolar, porquanto o seu time, a despeito de crises e derrotas, reabilitações e vitórias, jamais, perdeu a sua identidade, a vergonha e a alma. Milhares de Bananas, num repente, rolavam pelo gramado do Colosso, onde um dia já foi lagoa.

 

Os fios das emissoras de rádio eram recolhidos e enrolados e já se precipitava o crepúsculo do fim de tarde. Da tarde do dia dos pais. Da tarde de 10 de agosto de 2008. O Ypiranga, segunda-feira, 18, estará de aniversário e fará 84 anos. Oito décadas e quatro anos de honra à sua origem, à sua tradição, à sua história. 84 anos de honra ao seu fim, maior, principal e único.

 

            E quando eu deixei o Colosso da Lagoa e a brisa leve ainda levantava um papelzinho de bala aqui, um ingresso amassado dali, senti que o banner com a figura de Valério Schillo, no hall do Colosso, também recebeu uma golfada e se estufou quieta e rapidamente chamando-me a atenção, como num ‘psiu, ô Ody!, psiu... eu não estava só lá em cima. Hoje, eu andei pelas cadeiras, pelos banheiros, pela copa, estive lá fora, dei a volta nas arquibancadas. Eu estava nos gritos do Amilton, do Chico e do Juliano Panazzollo. Estava no descortino do Pito e na perna esquerda do Diego, na ôla e nas lágrimas de cada um dos 17.818. Eu estava no peito e no pulmão de cada jogador. Eu estava na alma e no coração do Ypiranga. Agora – posso voltar em paz. A missão está cumprida’.

 

            ‘Nas planuras e serras tão lindas/Ypiranga, Ypiranga em louvor!/Quer na paz, quer na luta bem-vindas/As vitórias da força e do amor!’.

 A crônica de uma tarde anunciada estava pronta.


Na véspera do centenário Ypiranga classifica para
o octogonal final da Série "C" do Brasileirão.


Farnei Coelho, Diretor Executivo


Tiago Carvalho, técnico - 2024


Erechinenses ypiranguistas, radicados em Porto Alegre,
vibram com a classifcação no Colosso




Entrada estádio Colosso da Lagoa em Agosto de 2024

 

Este trabalho de pesquisa por mim realizado, junto a diversas fontes, 
não tem a pretensão do erro zero e nem de esgotar o assunto. Busquei, 
sim, sempre o acerto. 
Busquei uma outra abordagem. Mas foi muito difícil localizar fotos 
e, principalmente, identificá-las sem cometer algum equívoco, pelo que
já peço a compreensão de todos.
No demais desejo cumprimentar e render meu reconhecimento a
todos aqueles que durante 100 anos, deram de alguma maneira 
sua valorosa contribuição 
à história deste clube que honra as tradições do 
futebol profissional erechinense,
no Rio Grande do Sul e no Brasil. 
Cabe às gerações vindouras honrar este legado 
 e dar continuidade a esta história que orgulha o clube, 
 a cidade e o futebol da região norte do estado. 
                                                      
                                                            "Nas planuras e serras tão lindas/
                                                       Ypiranga! Ypiranga ! Em louvor!"
                                             

           Festa dos 100 anos do Ypiranga foi no Clube do Comércio na noite de 16 de agosto. 


                          
         Fotos : Arquivo pessoal, Arquivo do Ypiranga F.C.,  "A Voz da Serra (AVS)" e  colaboradores ypiranguistas









                                                       
                                                     
                          
  


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