quarta-feira, 30 de abril de 2014





E agora José!

Coluna publica no jornal Boa Vista em 3 de abril de 2014
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No dia 13 de abril de 2012, a senadora Ana Amélia Lemos (PP) apareceu em evento dos 93 anos da Accie (Associação Comercial Cultural e Industrial de Erechim) – entidade fundada em 2 de abril de 1919. Ciceroneada pelo ex-prefeito Eloi Zanella e pelo vereador José Rodolfo Mantovani, a senadora sem deixar de ser simples, chegou fina.

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Fez um belo discurso com endereço claro, o empresariado, onde pregou a necessidade da redução da carga tributária, investimentos em logística e a revisão do Pacto Federativo.
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Aproveitou para lembrar que em Erechim teve inspiração para uma das suas principais iniciativas no Congresso Nacional: o lançamento do Manual de Cidadania do Paciente com Câncer, que aborda os direitos das pessoas com a doença. A ideia surgiu a partir da participação da parlamentar ainda antes de ser empossada, no final de 2010, em evento promovido pela Câmara de Vereadores.

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Naquele dia, do aniversário da Accie, a senadora Ana Amélia fez uma saudação toda especial ao vereador do PP, José Rodolfo Mantovani (PP), a quem cumprimentou pela autoria da Lei da Ficha Limpa em Erechim.
Como disse, firme com ela pelo PP, o ex-prefeito Eloi Zanella. E, no evento da Accie e seus associados, todos foram recebidos pelo presidente da entidade, Mario Cavaletti.

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Lembro que na minha coluna depois do evento fiz uma referência especial à postura do vereador José Mantovani, quando a senadora falava dele, elogiando-o. O vereador não se continha - e espichava o pescoço distendendo a cabeça para o alto. Considerei um exagero, mas, enfim, nem todo político pode orgulhar-se de ser cumprimentado por sua atividade, em público, por uma senadora da República.

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Eis que agora especula-se quase de forma decisiva que a senadora irá candidatar-se ao governo do Estado pelo PP. E quem é do meio acha que tem boas perspectivas por ora.

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Quinta-feira passada, na rádio Cultura, o Egídio Lazzarotto, quando o debate escorria pelas especulações de possíveis nomes como candidatos a deputado estadual e federal, inquiriu de forma muito forte – como é do seu feitio -, ‘...e agora vamos ver se o ex-vereador José Rodolfo Mantovani será ou não será candidato!’.

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Mas a interpelação deu-se quando o considerado não era o foco, mas sim, quando abordávamos sobre uma possível ‘puxada de tapete’ nas intenções de Ernani Mello (PDT) que teria sido preterido em detrimento de Gilmar Sossella, em aparente decisão interna do PDT. O cardápio foi levado à mesa por Rodrigo Finardi.

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Daí que me veio à mente o episódio de 2012 e que me leva também a especular: com todos aqueles elogios em reconhecimento a um trabalho que ganhou cunho nacional, não coloca Mantovani quase numa obrigada como candidato-puxador de votos à pré-candidata ao governo do estado em outubro? O PP que sabe deter uma pré-candidata com perspectivas, ficaria só no tradicional apoio-branco, ou seja, o ex-isso, o ex-aquilo, fazendo campanha – mas sem um nome também a ‘deputação’ - como diria o saudoso Euclides Antônio Tramontini!?

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Poderia ser Eloi Zanella?
Poderia ser Eni Scandolara?
O PP de Erechim, que considerando raiz, tronco, galhos, folhas e frutos, governou Erechim por 24 anos, tem o direito de apoiar sua candidata sem ter o dever de ter um nome que possa clarear mais a posição do partido por estas bandas?

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‘E agora, José?
A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? E agora, você? Você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? E agora, José?’ (Mantovani). (Carlos Drummond de Andrade).
Para os levam em consideração outros elementos, recordo que aqueles elogios se deram no Polo de Cultura, numa sexta-feira, 13...





Tapa-buracos no calendário de eventos!?

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No programa da rádio Cultura da última quinta-feira, 26, foi aventada a necessidade de voltar-se à prática de mutirão para as chamadas operações tapa-buracos na cidade.
Apesar de ser melhor que nada, embora como obra emergencial se explique por si só porquanto – emergencial -, esta pode ser a fonte do nosso decrépito sistema de pavimentação asfáltica que temos hoje em Erechim.

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Quando o mutirão da emergencialidade surge no horizonte como uma solução é por que, de fato, constituímos uma sociedade de sobreviventes alimentando-se de soluções da hora.

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A cidade de Erechim convive na entrada do outono de 2014 com uma das suas páginas mais lamentáveis quando o assunto é pavimentação das suas ruas e avenidas. É de se estranhar que isto aconteça em meio a uma derrama de notícias boas produzidas pela Secretaria de Comunicação do Palácio Municipal – aliás, convém observar no que o secretário da Pasta, jornalista Salus Loch e sua turma de profissionais, o fazem bem; porquanto, cumprem com o dever de levar ao público a melhor imagem possível do governo para quem presta serviços.

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Mas este tema das condições das vias públicas (anuncia-se que o município já está recuperando 10 vias), pois, este tema; deveria passar à pauta das prioridades do governo do senhor prefeito Paulo Polis e, mais ainda, ao governo da senhora vice-prefeita, Ana Lúcia de Oliveira. A razão é singela: este é um assunto que qualquer um que tem veículo, não precisa ser esclarecido sobre o que é que está acontecendo. Quem anda pela cidade sabe quais os danos que o seu carro vem sofrendo e o quanto isto lhe custa no bolso. E esta é uma duplicada que pode ser lembrada mais adiante, quem sabe até, executada na boca da urna.

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Enquanto nos contentarmos com operações tapa-buracos, teremos certeza que os buracos não tapados hoje, terão de sê-los amanhã. E quando estes forem tapados, outros apontarão o dedo à superfície da vida sinalizando que está presente. E quando os de amanhã, os de depois de amanhã; quando os buracos da semana que vem ou da segunda quinzena de abril ou de maio, enfim, forem cobertos pela operação, os buracos tapados hoje estarão outra vez, expostos e pedindo atenção da operação.

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Por aqui, governo pós-governo, sempre se conviveu com a necessidade de obras emergenciais nas vias da cidade, mas em especial, durante ou logo após os meses de inverno ou com mais dias chuvosos. Não é o caso do momento.

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Duas respostas o governo municipal devia dar à sociedade: 1 – Por que os buracos tapados hoje voltam a se formar tão rapidamente, mas tão rapidamente, não resistindo ao fluxo regular de veículos. Seria por trânsito pesado em excesso? 2 - Por que o município não providencia um plano de asfalto novo, com testes comprovadamente resistentes, às necessidades da intensidade do trânsito dos dias de hoje? 3 – Falei em duas respostas, mas acresço uma mais: se os senhores vereadores são os legítimos representantes do povo, do povo que anda pelas ruas esburacadas; que ações têm eles empreendido para representar os reclames dos seus representados!? Oposicionistas ou situacionistas.

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Volto a observar: as operações tapa-buracos ajudam por hoje, por uns dias. Camuflam um mal mais grave que não pode ser tratado com chá. E enquanto aceitarmos como administração esta receita - continuamos a formar o público que assiste a um desfile que se repetirá antes da mesma data do próximo ano. Algo como se ‘Operações tapa-buracos’ fizessem parte do calendário de eventos de Campo Pequeno.


95 anos da Accie


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Cumprimentos aos fundadores, ex-presidentes e atuais dirigentes da Associação Comercial Cultural e Industrial de Erechim. Ontem, 2 de abril, a entidade alcançou 95 anos. Começou como Associação Comercial de Erechim (ACE). Em 1963 mudou para ACIE. Em 1998 acrescentou o Cultural ao seu nome e daí temos ACCIE.


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O senhor Alberto Roeche foi seu primeiro presidente de 1919 a 1928 – portanto, os nove primeiros anos.

Hoje a Accie é presidida por Claudionor Mores. Nelsinho de Andrade Hoffmann foi presidente nos anos 1924, 1932, e de 1935 a 1939.

Dois homens presidiram a entidade por 11 anos consecutivos: Otto Eduardo Muller (1923 a 1934) e Jaci José Delazeri (1997 a 2008). Jaci Delazeri é o atual presidente do Conselho Deliberativo da Accie.

Mas ninguém superou e provavelmente jamais superará a marca de Aldo Arioli que ficou na presidência de 1933 a 1946 – 13 anos. Ao todo - 27 homens emprestaram seus nomes à presidência da Accie em 95 anos.