quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O gênio e o comum!





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Albert Einstein virou gênio com sua Teoria da Relatividade. Já no seu tempo tornou-se celebridade. E hoje, em tempos de reverência às celebridades como espécies quase não humanas, vale a pena observar como este homem que viveu entre 1875 e 1948  tratava, por exemplo, as mulheres conforme o biógrafo Jürgen Neffe: ‘... por um lado ele cobiça as mulheres quase como brinquedos que ele quer ter a todo custo e, no momento em que as possui, a curva do desejo tende a cair. Por outro, torna-se claro que à distância ele trata suas mulheres mais afetuosamente..’.

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Quando uma amiga lhe pede um conselho sobre seu relacionamento com um homem mais velho o gênio responde em 1899: ‘conheço esses animaizinhos pessoalmente, por observação própria, pois eu mesmo sou um deles. Não há muito que se esperar deles, disso eu sei muito bem. Hoje estamos aborrecidos, amanhã exultantes, depois de amanhã frios, e depois novamente irritados e meio enfastiados com a vida...’.

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Agora nada se compara ao que impõe à sua primeira esposa Mileva (casa-se em 1903 e ficam dez anos juntos) quando ela, traída, em 1914 chega a Berlim com os filhos para retomar uma ‘possível vida em comum’. O gênio faz uma lista, impondo as seguintes condições – imagem só. Nesse período o gênio já andava de namoro com sua prima Elsa com que se casaria mais tarde (vive com ela até a morte da mesma em 1936). Pediu  gênio da física à sua primeira mulher – para ficar junto em nome dos filhos.

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1 – Que meus trajes e roupas íntimas sejam mantidos em ordem.
2 – Que eu receba as três refeições devidamente servidas no quarto.
3 – Que meu dormitório e escritório sejam mantidos em boa ordem e, principalmente, que minha mesa de trabalho esteja disponível só para mim.
4 – Você renuncia a qualquer relacionamento pessoal comigo, na medida em que não seja estritamente necessário por questões sociais. E principalmente, você renuncia a
5 – que eu fique em casa com você
6 – que eu saia ou viaje com você.

Diz mais a lista: você se compromete, expressamente, a observar os seguintes pontos no relacionamento comigo:

7 – não deverá esperar de mim qualquer gesto de carinho, nem me fazer qualquer tipo de acusação.
8 – deverá interromper qualquer fala a mim dirigida, se eu o solicitar.
9 – deverá sair do meu quarto de dormir, ou do meu escritório imediatamente e sem contestar, se eu o solicitar.
10 – você se compromete a não me rebaixar aos olhos dos meus filhos seja por meio de palavras ou de ações’.

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Por fim o gênio lhe propõe separação formal, oferece a Mileva a guarda dos filhos e 500 marcos por ano – quase metade da sua renda. Mileva não tem escolha e em 29 de 1914 parte para sempre.

Uma vez celebridade - Einstein teria casos sem fim e atendem para o que pensava sobre o casamento, embora tenha se caso duas vezes: ‘o casamento é a tentativa fracassada de conferir durabilidade a um caso’. Esta sim – contra os dogmas da tradição e considerando o mundo de hoje -, parece uma profecia do físico.

A verdade é que por trás de todo gênio, de toda celebridade, de todo ‘endeusado’ em qualquer área da sociedade, existe uma pessoa com suas idiossincrasias comuns a todos os comuns como você, eu, nós...!  



Einstein e a independência

Procurando manter-se sempre independente e defendendo que isso não era sinônimo de desobediência, Einstein – vontade típica dos jovens de não aceitar contradições quando consideram suas opiniões corretas – teria lascado certa feita: ‘a embriaguês da autoridade é o maior inimigo da verdade’.

Esta sacada do gênio, com toda sua vida repleta de tribulações, reconhecimentos e contestações, dá o que pensar. É só fechar os olhos e deixar o pensamento voar. Voe com ‘a embriaguês da autoridade é o maior inimigo da verdade’.



Einstein em Porto Alegre


Já pensaram se o gênio da física vivesse nos dias de hoje, e morasse em Porto Alegre ?
Ele com sua bizarra lista à esposa Mileva e da sacada de seu apartamento vendo, de repente, mulheres correndo peladas à luz do dia. Poder-se-ia explicar pela Teoria da Relatividade (mais do ponto de vista filosófico) admitindo-se que tempo e espaço são relativos e estão profundamente entrelaçados?



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PSDB está aberto

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Ao contrário do que chegou a se especular, o presidente do PSDB de Erechim, Antonio Itacir Marcon, garante que o partido não está fechado a ninguém.

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Em razão disso ele afirma que tomou conhecimento de que cerca de 30 pessoas, entre as quais ao menos um membro ligado à tradicional família Tirello, teriam ingressado no partido.

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O PSDB de Erechim (disse não saber se o de Porto Alegre foi), mas o PSDB de Erechim, repetiu, ‘ninguém da família Tirello procurou o partido, ao menos em Erechim’. Ressalte-se que a informação que aqui se ventila não saiu da boca de nenhum membro dos Tirello. Ao menos para esta coluna.

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Antonio Itacir Marcon observava que ouviu sobre essa informação ou especulação, e reiterou que até agora ninguém do grupo supostamente interessado no PSDB local procurou o partido.

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O dirigente disse ainda que a mesma informação é de conhecimento do vice-presidente do partido, Vinícius Anziliero e do tesoureiro, Altemir Barp e demais membros do PSDB.

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Também salientou que o mesmo vale para o ex-prefeito Luiz Francisco Schmidt, especialmente sobre suposto veto ao seu nome. “Nós estamos sempre juntos, mas ele nunca mencionou de entrar para o PSDB. A nossa relação é muito tranquila”.

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Assegurou que “o partido não veta ninguém. Ninguém foi ou está vetado”. Mas ficou na entre-fala (existe o termo?) que o PSDB saberá sempre deixar claro aos eventuais pretendentes a ingressar no partido quais são os princípios do mesmo, preferindo não entrar em detalhes.

 

 

Hey Girl


Hey girl
Que vou fazer?
Não sei viver
Longe de você
Sem seu amor
Eu não sou ninguém!
Você se foi
Nem disse adeus

The Fevers, banda que marcou história nos anos de ouro da Jovem Guarda estará em Erechim. Será no dia 6 de dezembro no CC. Haverá um jantar baile em comemoração aos 20 anos da Banda Etna. Primeiro o show dos Fevers e depois, baile com o Etna do dr. José Carlos Witecky - que tem na bateria um amigo de infância: Juarez Motta. Parabéns ao Etna – banda da gema local.


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014


Há 20 anos a noite ‘Santa’ de Natal!

Eu não me lembro dos detalhes. Mas do principal sim. Era quase véspera de Natal e eu nunca tinha visto tanta gente concentrada na Praça da Bandeira e imediações. Era um noite de céu limpo e salpicado de estrelas. Nas ruas, avenidas e praças ‘Um milhão de estrelas’ brilhavam em Campo Pequeno. As pessoas de todas as idades aparentavam socialistas de verdade no evento, no que o termo de fato pretenda representar. Tudo que cerca uma abertura de Natal estava no seu devido lugar naquela noite e nem vou descrever aqui os ‘o quê!’ (?). Mas que estava – estava.

Mas aquela noite de 2004 reservava, na opinião da administração pública municipal sob o comando do prefeito Antônio Dexheimer, um presente inédito, de preço de compra – mas de sem preço social, quando aos seus futuros benefícios aos erechinenses, e sabe-se lá mais quem, como hoje os atuais administradores do município bem o sabem.

Num ato solene a certa altura do evento tudo voltou-se para os altos da prefeitura, onde na sacada central o prefeito, secretários e alguns convivas especiais, tomaram o lugar de Papai Noel por alguns instantes e anunciaram o presente coletivo: o município de Erechim comprara o Hospital Santa Terezinha. Os mais pobres teriam a partir daquela noite, mais facilidades para suas necessidades de saúde, que já dera um passo anterior que fora a implantação das Unidades Básicas de Saúde (UBS). O dr. Dércio Nonemacher não deve se recordar, mas eu lembro, quando antes de tomar posse – disse-me na redação da antiga A Voz da Serra que tinha uma novidade para Erechim e eram as UBSs – hoje tão consagradas.

Para não incorrer em erro procurei Antônio Dexheimer para saber de alguns números que ele me alcançou seguindo sua memória. O município solicitou e obteve a desapropriação judicial do hospital para fins de compra e o valor ficou em R$ 3,2 milhões. Cinqüenta por cento teriam sido quitados à vista e o restante em 52 prestações. Ainda conforme o prefeito da época um aparelho de RX custaria a bagatela de R$ 500 mil. E emendou: ‘a compra foi feita com recursos próprios!’.

Eu não lembro por que me desloquei rapidamente da praça para a redação, quando ao passar em frente do Hotel Parenti, o amigo Bino, gritou para mim: ‘fala agora! Fala agora!’, certamente indignado com alguma crítica que eu possa ter feito sobre o negócio naquela época – coisas típicas que envolvem o poder e a imprensa. Mas foi coisa de momento, a cidade cheia de pessoas de todos os municípios, de todas as idades, fogos iluminando os céus, a própria alegria feita vida no rosto das pessoas, e ainda por cima, o prefeito do PMDB anunciando a compra de um hospital cujo proprietário seria o município de Erechim.

Depois daquele evento a vida continuou.
Junto com a solução para a saúde pública, em termos de hospital, vieram problemas de toda sorte – mas também – soluções que até então não encontravam solução, ao menos para quem sabe que o quanto carrega no bolso ou tem no banco, coloca-o, em termos de recursos médicos para si e sua família, à beira da indigência ou da exclusão. Estes – que só eles e Deus sabem do quão quase nada eram -, sabem o que foi ter cama para deitar sua sua doença ou dor, ter uma enfermeira a acudi-lo, ter um remédio a tratá-lo, ter um banho, uma refeição, um cuidado, um médico a visitá-lo, embora, muitas coisas podem e devem melhorar porque para isto é que os médicos, fundamentalmente, escolherem o que escolheram ser.

Neste 20º aniversário do Hospital Santa Terezinha, sob seu novo dono, o município de Erechim – a despeito de todas pendengas a respeito da denominação, entre outras -, de janeiro a agosto registrou 10.912 internações, 241.283 exames laboratoriais, 58.537 exames de imagem, 6.569 cirurgias, 40.625 atendimentos de urgência e emergência e 86.093 atendimentos de traumatologia e ortopedia.

O hospital que atende 100% pelo SUS (um equívoco que coloca em risco a própria sobrevivência, mas saudado como um feito social que outros foram não tiveram a competência para tal como se o estado fosse mãe de leite eterno), pois o ‘Santa’conta no total com 180 leitos, duas UTIs, sendo uma geral com 11 leitos e uma pediátrica e neonatal com 12 leitos, e 15 leitos para pacientes em observação. Disponibiliza serviços no centro de diagnóstico por imagem, laboratório de análises clínicas, unidade de alta complexidade em oncologia (radioterapia e quimioterapia), hemodiálise, pronto socorro, litotripsia, ambulatório de ortopedia, ambulatório de oftalmologia, ambulatório do centro de referência da mulher, centro cirúrgico, centro obstétrico, farmácia, serviço de nutrição e dietética, unidade de cuidados intermediários, e unidade de tratamento intensivo (adulto, neonatal e pediátrica). E por fim recebe pacientes para tratamentos de alta complexidade de três coordenadorias regionais de saúde vindos de 79 municípios. No mais a coluna do Rodrigo Finardi da semana passada passa mais atualizado um ‘pente fino’ no ‘Santa’.

Nestes 20 anos de ‘Santa do município’ penso que podemos colocar na balança perdas e ganhos, equívocos e acertos, problemas e soluções, onde todos os prefeitos de Erechim desde aquela noite natalina de 2004, fizeram o que puderam para que a Casa de Saúde do Município desse a melhor resposta possível. Antonio Dexheimer, Luiz Francisco Schmidt, Eloi João Zanella e Paulo Alfredo Polis não podem incentivar ou insinuar qualquer um que seja com a pretensão de que este fez mais que aquele.

Cada um foi responsável em sua gestão ou gestões pelos feitos e não feitos. Se malfeitos houve – não sei, mas que se desfaçam, pois novos ares já sopram. Deixemos que os fatos, a realidade, o tempo falem por si, e isto, quase sempre leva tempo, mas como cadáveres, mesmo sepultos, deixam cheiro e rastros que possibilita descobrir quem realmente fez o quê.
Por mim, acho que a data cheia, de 20 anos, merecia uma reflexão séria, pois se ainda dá muita dor de cabeça – muita dor de cabeça alivia, especialmente se o fito maior da medicina, e do hospital, se fixarem na sua essência: o paciente, e sobreviver para atender sem sobressaltos operacionais, gerencias, políticos ou narcisistas. Em Erechim não presenciei outro Papai Noel tão socialista.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Quem se lembra das Uvas Japão da Baixada!?



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Pesquisadores e discentes do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da URI encontram-se em expedição ao Chile visando coletar dados sobre espécies invasoras daquele país, bem como analisar dados de distribuição de espécies invasoras no Brasil. Em especial, o trabalho buscará uma compreensão maior sobre a distribuição e modelagem de nicho da Uva-do-Japão, uma espécie arbórea muito conhecida e utilizada no Alto Uruguai, para diversas finalidades.

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Por se tratar de uma espécie invasora, os pesquisadores buscarão entender o impacto que esta árvore pode trazer aos remanescentes florestais no sul do Brasil.

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No meio do ano um grupo de pesquisadores permaneceu junto à URI por cerca de dois meses. Agora, com a expedição ao Chile, os pesquisadores brasileiros e discentes pretendem modelar a distribuição mundial, e em especial, no sul do Brasil.

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Segundo o professor da URI, Jean Budke, coordenador do projeto, ações voltadas à conservação dos remanescentes florestais nativos, além de urgentes, são imprescindíveis para garantir provisão de diversos serviços ecossistêmicos, muitos ainda não compreendidos pela ciência e pelos tomadores de decisões sobre o ordenamento territorial e uso sustentável da paisagem, além da possibilidade de se buscar novos produtos oriundos dos recursos naturais.

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Eu não lembro de uma concentração maior de pés de Uva Japão do que havia nos anos 1960/70 atrás das arquibancadas à esquerda do pavilhão, ou, como queiram, ‘na goleira de cima’ que dá para a Torres Gonçalves na velha e extinta Baixada Rubra.


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Nunca contei e nunca ouvi falar quantas árvores seriam, mas com certeza somavam dezenas. Quando a fome batia, ou seria só vontade de mastigar alguma coisa, não se corria ao mercadinho mais próximo para alcançar o salgadinho da hora, nem o refri, pastel ou sanduíche natural. A naturalidade era a Uva Japão.

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Agora, se aquela Uva Japão corresponde à nossa uva – bem daí podemos dizer que em termos de uva e futebol (mesmo quando um nipônico de apito na boca nos seja decisivo!), aí penso que estamos à frente.

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Quantos gols aqueles pés de Uva Japão devem ter testemunhado na Baixada Rubra? E quantas uvas nós apanhamos em fins de treinos quando o técnico botava os atacantes para testar a pontaria que era para ser no Miguel, no Paulinho, no Popy, no Valdir – e vá Uva Japão descendo dos galhos para nossas mãos.

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Como a Uva Japão veio parar com tamanha presença no Alto Uruguai é o que os pesquisadores da URI e do Chile querem descobrir. Na Baixada nem precisam mais ir, porque lá, não só as uvas como as árvores foram engolidas por projetos mais modernos.


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Agora, que tempos eram aqueles!
Sentado na arquibancada de madeira, é verdade, mas a 10 metros do Tomasi, do Noronha, do Índio, do árbitro, da copa do Alemão Preto e suas Serramaltes, do amendoim do ‘Véio Gravi’, do cheiro de éter e de grama. Tudo sob a sombra fechada das folhas verde-escuras dos pés de Uva Japão – ou como diz a nomenclatura oficial – uva-do-japão.

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Bota e o Novembro Azul

Em pleno Novembro Azul, Bota aproveita e vai ao urologista. Afinal é o mês de prevenção (oficial) à próstata.
- Estás conseguindo urinar normal?
- Mais ou menos.
- Como mais ou menos?
- É que parece que sempre sobra um pouco.
- Quantas vezes têm que levantar à noite?
- Primeiro era só de manhã, lá pelas 5. Agora, faz quase um ano, é duas veiz ou até trêis por noite.
- E como é o jato.
- Ah, o jato é fraco, cada veiz mais fraquinho e leva bem mais tempo.
- Depois que urinas – tu balança ou lava?
- Se eu lavo o jato?
- O jato não. Quando tu termina, sempre fica uma sobra. Você lava a sobra do jato?
- Que é isso doutor! Que tá pretiando o olho da gateada das minhas próstata, tá; mas pensando que tá saindo petróleo!?

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Lincoln & SOS...

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O Discurso de Gettysburg é o mais famoso discurso do presidente dos Estados UnidosAbraham Lincoln. Foi proferido na cerimônia de dedicação do Cemitério Nacional de Gettysburg, na tarde do dia 19 de Novembro de 1863, quatro meses depois da vitória na batalha de Gettysburg, decisiva para o resultado da Guerra de Secessão.

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Em apenas 269 palavras, ditas em menos de dois minutos, Lincoln invocou os princípios de igualitarismo da Declaração de Independência e definiu o final da Guerra Civil como um novo nascimento da Liberdade que iria trazer a igualdade entre todos os cidadãos, criando uma nação unificada em que os poderes dos estados não se sobrepusessem ao "Governo do Povo, Pelo Povo, para o Povo".

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Com o inédito advento de aprovação do polêmico projeto de aposentadoria de deputados no final de 2014, no RS, poder-se-ia fazer uma alusão ao histórico discurso do líder norte-americano com um modesto e respeitoso ajuste: ‘Governo do povo, Pelo povo, para o Parlamentar’?

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Os deputados que aprovaram o projeto desconhecem a grave situação financeira do estado? Desconhecem as urgentes necessidades do estado? Desconhecem que político não é profissão? Desconhecem que estar ocupando um cargo público, eleito, é algo que pode ser apenas transitório? Desconhecem a penúria e o maltrato do aposentado/comum que deu uma vida em favor do estado – e com quanto se aposenta?

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Erechim vive se lamentando que não tem representação política. Mas alguns deputados fazem questão de dizer que representam sim Erechim. Pois, neste caso, ao menos pelo que recolho nas ruas, nos gabinetes, em corredores, nos salões, lojas, bancos, hospitais, em comentários pela imprensa, enfim, nas bocas de Erechim, seria melhor que não. Deste tipo de representação é do que menos precisamos, até por que, nunca a tivemos em tal profundidade. Pode ser até legal, e já ouvi que é, mas que pegou muito mal – disso os edis estaduais não tenham dúvida.

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Livre pensar só pensar: como ficam os ex-deputados?
Podem requerer também sua aposentadoria?
E se os vereadores... SOS!

sábado, 13 de dezembro de 2014

‘A pujança corpórea reunida!’.







No dia 8 de janeiro o BV testemunhou. Considerando o projeto ‘Cem anos do Ypiranga!’ ele está mais atual que em janeiro. A novidade é que o clube conseguiu seu objetivo maior: voltar à elite do futebol gaúcho. Mas e o resto! E o que se ouve! E o que se percebe! E as deserções! E as desavenças! E os super-poderes que dizem existir! O Ypiranga não é ficção, logo não deveria depender de um super-homem. O Ypiranga é um clube – e esta definição pressupõe, supõe e sempre haverá de supor um grupo. Como a reflexão ainda é um exercício utilíssimo para não enrijecer a capacidade de fazer uso da razão e até dos sonhos – para que os objetivos sejam atingidos - talvez importe reler. Repito o que já escrevi: O 1º turno o Ypiranga ganhou. Votou à série ‘A’. Os outros turnos – planejamento, organização, viabilização para fazer futebol com tranqüilidade... -, este é o campeonato que verdadeiramente importa.
Onde está ‘a pujança corpórea reunida...!’.

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São duas coisas: uma, é que o presidente João Aleixo Bruschi, esteve à frente do clube por 11 anos, quando a gestão do futebol passara à parceria do IABRB. Não é fácil ser presidente quase sem ter voz dentro de casa. Afinal, parcerias nunca são unilaterais, logo... Então, reconheça-se, isto. A outra coisa é que o Ypiranga, depois de um processo eleitoral, reencontra, aparentemente, um novo horizonte.

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O fato mais auspicioso para a história do Ypiranga é que 2014 abre suas cortinas onde se nota, exagerando, que quase se pode tocar,a existência de um novo clima no Colosso da Lagoa. Está no semblante, sente-se o cheiro. O Ypiranga não só se oxigena, mas se revigora, ganha musculatura, cria ele próprio e lança com naturalidade a quem expia essas coisas, a cristalina sensação de que a expectativa é de esperança esperançosa, alvissareira, promissora.

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São nomes da ‘velha-guarda’, com grandes serviços já prestados ao clube, são nomes debutantes, enfim, há uma mescla de ypiranguistas envolvidos, na participação de construção se não uma de nova era, um novo período para o clube das cores nacionais.

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E, este novo período, saber-se-á mais adiante, quiçá uma nova era, conta com equipes de campo e de fora das quatro linhas. Certamente para o torcedor que tem pressa, o resultado de campo é a história toda. Mas para quem deseja uma sorte menos dependente do acaso – há que se ter uma estrutura que acabe de uma vez por todas com a improvisação, com o altruísmo de alguém que ‘caia do céu’, ou, até mesmo, com as amadorísticas passagens de pires junto ao comércio, à indústria, e colaboradores apiedados do clube.

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E é isto que marca esta largada de 2014.
Enquanto uma equipe multiprofissional trata das coisas dentro do gramado com vistas ao resultado de curto prazo, há um outro time de fardamento social, pensando o clube, planejando o clube, observando como outros fazem para saber como fazer, o que não fazer, o que pode ser sonho factível e sobre que pilares a clube precisa se apoiar para seguir sua vida, a cada novo porvir de ano, como uma sólida e confiável construção. Ademais – o clube não começa aqui, mas fechará em agosto 90 anos, logo, entre caminhadas, tropeços, glórias e dissabores mais amargos, também deve ter um caldinho de receita própria da qual certamente fará uso quando entender oportuno.

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Se futebol é resultado, e é, não se pode admitir uma participação de coadjuvânciano campeonato da série ‘B’, de 2014, até por que, nos voos que o canarinho encetará ao longo do ano pelo interior do estado, não encontrará nenhum Barcelona, nenhum Bayer – muito pelo contrário, dividirá bolas com aparentados seus, alguns até, mais distanciados do ‘canarinho’ em termos de tradição, camisa e história.

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Já o time que joga fora de campo também tem obrigação, por que assim o quis, de desdobrar-se em busca dos resultados mais positivos, não os possíveis – mas os rigorosamente necessários -, para vestir o Ypiranga FC até o seu centenário, em 2024, com roupa de gala, porquanto, de gala o clube ambiciona se tornar neste aparente, mas rápido período, de 10 anos.

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Dados aos sonhos que recolhi e que andam pelas cabeças de ypiranguistas de épocas distintas – a missão que se avizinha é gigantesca. Agora, para quem construiu um estádio com recursos próprios advindos de idéias e ideais de grandes dirigentes, uma segunda façanha – a cargo agora de uma nova geração em comparação àquela que edificou o Colosso da Lagoa – um novo e marcante feito na história do clube, não dever ser menosprezada. Como se dará isto tudo, eu não faço a mínima idéia.

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Fisgo no tempo dois episódios: um – quando o ‘Onze Canarinho’ subia as escadas estreitas de tijolos escorregadios surrados pelo limo, do vestiário de madeira rumo ao gramado eivado de rosetas da velha e histórica Montanha. O outro, aparentemente num de repente de alguns anos -, na noite de 2 de setembro de 1970, quando estava eu sentado na geral do Colosso da Lagoa, onde, a 30 metros dos meus olhos corria ele, Pelé, o rei do futebol, sobre um tapete verde. Comparado às touceiras e buracos da saudosa Montanha, uma mesa de bilhar, num estádio, até então, só possível em sonho de destemidos.

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Então, como disse, o Ypiranga que já fez uma façanha (fora das quatro linhas) incorporando-a à sua história, só a consignou porque alguém a sonhou, alguém ousou, alguém desafiou o imponderável. Para repetir um novo feito, sonhando bem alto (inaugurando uma nova era de apelo e sustentabilidade ao seu futebol), o canarinho precisa voltar a ousar, a desafiar o que se apresenta impossível. Não são assim que as façanhas se fazem!?

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Neste momento o que o Ypiranga mais precisa é de um projeto minimamente factível, de pessoas uma vez decididas a se engajar que pensem mais no clube e menos em si, de idéias e opiniões pró-ativas e de paciência. Paciência da torcida, da comunidade e da imprensa. Para o azar, ou seria para a sorte, do time que joga com a camisa verde-amarela fora de campo, é que o juiz já apitou e o ‘Campeonato 100 Anos do Ypiranga’ já começouSe o rumo ainda não está claro (de como viabilizar o que sonham) – sigam o hino do clube e já haverá um começo com alguma chance de dar certo. Atentem para parte da obra de Silvestre Péricles de Góis Monteiro e Ricardo Kreische.

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O Ypiranga surgiu para a vida
com a missão de trazer
pelo esporte,
a pujança corpórea reunida,
a beleza do espírito forte...