sábado, 13 de dezembro de 2014

‘A pujança corpórea reunida!’.







No dia 8 de janeiro o BV testemunhou. Considerando o projeto ‘Cem anos do Ypiranga!’ ele está mais atual que em janeiro. A novidade é que o clube conseguiu seu objetivo maior: voltar à elite do futebol gaúcho. Mas e o resto! E o que se ouve! E o que se percebe! E as deserções! E as desavenças! E os super-poderes que dizem existir! O Ypiranga não é ficção, logo não deveria depender de um super-homem. O Ypiranga é um clube – e esta definição pressupõe, supõe e sempre haverá de supor um grupo. Como a reflexão ainda é um exercício utilíssimo para não enrijecer a capacidade de fazer uso da razão e até dos sonhos – para que os objetivos sejam atingidos - talvez importe reler. Repito o que já escrevi: O 1º turno o Ypiranga ganhou. Votou à série ‘A’. Os outros turnos – planejamento, organização, viabilização para fazer futebol com tranqüilidade... -, este é o campeonato que verdadeiramente importa.
Onde está ‘a pujança corpórea reunida...!’.

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São duas coisas: uma, é que o presidente João Aleixo Bruschi, esteve à frente do clube por 11 anos, quando a gestão do futebol passara à parceria do IABRB. Não é fácil ser presidente quase sem ter voz dentro de casa. Afinal, parcerias nunca são unilaterais, logo... Então, reconheça-se, isto. A outra coisa é que o Ypiranga, depois de um processo eleitoral, reencontra, aparentemente, um novo horizonte.

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O fato mais auspicioso para a história do Ypiranga é que 2014 abre suas cortinas onde se nota, exagerando, que quase se pode tocar,a existência de um novo clima no Colosso da Lagoa. Está no semblante, sente-se o cheiro. O Ypiranga não só se oxigena, mas se revigora, ganha musculatura, cria ele próprio e lança com naturalidade a quem expia essas coisas, a cristalina sensação de que a expectativa é de esperança esperançosa, alvissareira, promissora.

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São nomes da ‘velha-guarda’, com grandes serviços já prestados ao clube, são nomes debutantes, enfim, há uma mescla de ypiranguistas envolvidos, na participação de construção se não uma de nova era, um novo período para o clube das cores nacionais.

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E, este novo período, saber-se-á mais adiante, quiçá uma nova era, conta com equipes de campo e de fora das quatro linhas. Certamente para o torcedor que tem pressa, o resultado de campo é a história toda. Mas para quem deseja uma sorte menos dependente do acaso – há que se ter uma estrutura que acabe de uma vez por todas com a improvisação, com o altruísmo de alguém que ‘caia do céu’, ou, até mesmo, com as amadorísticas passagens de pires junto ao comércio, à indústria, e colaboradores apiedados do clube.

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E é isto que marca esta largada de 2014.
Enquanto uma equipe multiprofissional trata das coisas dentro do gramado com vistas ao resultado de curto prazo, há um outro time de fardamento social, pensando o clube, planejando o clube, observando como outros fazem para saber como fazer, o que não fazer, o que pode ser sonho factível e sobre que pilares a clube precisa se apoiar para seguir sua vida, a cada novo porvir de ano, como uma sólida e confiável construção. Ademais – o clube não começa aqui, mas fechará em agosto 90 anos, logo, entre caminhadas, tropeços, glórias e dissabores mais amargos, também deve ter um caldinho de receita própria da qual certamente fará uso quando entender oportuno.

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Se futebol é resultado, e é, não se pode admitir uma participação de coadjuvânciano campeonato da série ‘B’, de 2014, até por que, nos voos que o canarinho encetará ao longo do ano pelo interior do estado, não encontrará nenhum Barcelona, nenhum Bayer – muito pelo contrário, dividirá bolas com aparentados seus, alguns até, mais distanciados do ‘canarinho’ em termos de tradição, camisa e história.

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Já o time que joga fora de campo também tem obrigação, por que assim o quis, de desdobrar-se em busca dos resultados mais positivos, não os possíveis – mas os rigorosamente necessários -, para vestir o Ypiranga FC até o seu centenário, em 2024, com roupa de gala, porquanto, de gala o clube ambiciona se tornar neste aparente, mas rápido período, de 10 anos.

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Dados aos sonhos que recolhi e que andam pelas cabeças de ypiranguistas de épocas distintas – a missão que se avizinha é gigantesca. Agora, para quem construiu um estádio com recursos próprios advindos de idéias e ideais de grandes dirigentes, uma segunda façanha – a cargo agora de uma nova geração em comparação àquela que edificou o Colosso da Lagoa – um novo e marcante feito na história do clube, não dever ser menosprezada. Como se dará isto tudo, eu não faço a mínima idéia.

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Fisgo no tempo dois episódios: um – quando o ‘Onze Canarinho’ subia as escadas estreitas de tijolos escorregadios surrados pelo limo, do vestiário de madeira rumo ao gramado eivado de rosetas da velha e histórica Montanha. O outro, aparentemente num de repente de alguns anos -, na noite de 2 de setembro de 1970, quando estava eu sentado na geral do Colosso da Lagoa, onde, a 30 metros dos meus olhos corria ele, Pelé, o rei do futebol, sobre um tapete verde. Comparado às touceiras e buracos da saudosa Montanha, uma mesa de bilhar, num estádio, até então, só possível em sonho de destemidos.

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Então, como disse, o Ypiranga que já fez uma façanha (fora das quatro linhas) incorporando-a à sua história, só a consignou porque alguém a sonhou, alguém ousou, alguém desafiou o imponderável. Para repetir um novo feito, sonhando bem alto (inaugurando uma nova era de apelo e sustentabilidade ao seu futebol), o canarinho precisa voltar a ousar, a desafiar o que se apresenta impossível. Não são assim que as façanhas se fazem!?

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Neste momento o que o Ypiranga mais precisa é de um projeto minimamente factível, de pessoas uma vez decididas a se engajar que pensem mais no clube e menos em si, de idéias e opiniões pró-ativas e de paciência. Paciência da torcida, da comunidade e da imprensa. Para o azar, ou seria para a sorte, do time que joga com a camisa verde-amarela fora de campo, é que o juiz já apitou e o ‘Campeonato 100 Anos do Ypiranga’ já começouSe o rumo ainda não está claro (de como viabilizar o que sonham) – sigam o hino do clube e já haverá um começo com alguma chance de dar certo. Atentem para parte da obra de Silvestre Péricles de Góis Monteiro e Ricardo Kreische.

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O Ypiranga surgiu para a vida
com a missão de trazer
pelo esporte,
a pujança corpórea reunida,
a beleza do espírito forte...