Não tem jeito.
Não pode dar certo.
Não tem como dar certo.
É só passar os olhos pelas capas dos jornais do Brasil e lá está.
Todo santo dia é a mesma coisa.
Uma destinação de dinheiro a políticos que parece não ter fim.
Fico perguntando e arquitetando.
Quando temos que pagar uma conta de água, de luz, de internet, de TV a cabo.
Quando temos que pagar aquela conta feita com material de construção.
Na loja de roupas e calçados.
A fatura do cartão de crédito.
O mercado.
A farmácia.
De onde tiramos o dinheiro?
Tiramos do nosso trabalho.
Tiramos do nosso suor.
Tiramos da nossa correria em atender demandas de trabalho.
Ninguém nos dá em pacotes, em pastas, em apartamentos ou esquinas.
Ninguém nos repassa enfiando as mãos nas cuecas.
Não.
O dinheiro vem daquilo que produzimos trabalhando ou vendendo serviços.
Dizem os que já pisaram na fronteira 'desta para a outra', que na hora de bater as botas se pensa em tudo, tudo passa pela cabeça,
- menos
quanto se ganhou na vida,
onde está essa grana,
quem ficará com ela.
O que dela será feito é o que menos importa
e segundo
por tudo que ouvi sobre o tema que nos remete e nos puxa de volta do mundo celestial povoado de almas desprovidas de bolsos, contas bancárias e bens,
na hora do ‘deu pra ti!’ – do ‘ Deus dá, Deus tira!’,
é uma luz que só reflete paz.
Tudo aquilo que fez o sujeito perder os cabelos, não dormir à noite,
alimentar uma bela hérnia;
ofender a mulher,
bater nos filhos,
chamar o vizinho pra briga,
querer ‘matar’ o chefe,
lograr seu comprador,
explorar seu vendedor,
levá-lo ao psicanalista,
decorar sua cozinha e seu quarto com remedinhos faixa-preta,
pois, tudo isso e tudo o mais,
incluindo-se, principalmente;
as questões de poder,
tudo isso
– ao se colocar a pontinha do dedão do pé no outro lado da vida (?)
simplesmente não pinta na cabeça de ninguém.
Então por que diabos esse tipo de vida, se como diz uma passagem bíblica alertando para que não te encasquetes assim, porque, ‘ainda hoje à noite te pedirei a vida de volta!’.
Aiaiaiaiaiaiai!
De onde veio esse tipo de vida que nos leva a estrebuchar em ansiedades mis
quando não conseguimos o que arquitetamos dentro de nós,
às vezes uma miudeza passageira qualquer, como se aquilo fosse tudo,
o fim de tudo,
a razão de tudo.
Quantos crimes de todas as denominações e (des)classificações são cometidos todos os dias em nome do que jamais ficará conosco para sempre
– embora assim nos autoenganemos com todas as permissões.
Pegando os últimos acontecimentos na política é de dar nojo na raça humana nacional.
E no fim de todas as contas e balancetes reflexivos,
conclui-se que muito pouca gente se escapa desse nojento modo de viver que,
segundo um e-mail recebido de um amigo baiano, remete a tempos bíblicos (que não exponho aqui em respeito porquanto não há como comprovar), mas que dá o que pensar.
Ou seja – a velha e surrada e trivial máxima de que ‘sempre foi assim!’,
é mesmo verdade.
Em síntese: o homem veio a este mundo para debater-se com todas as suas forças, inteligências e objetivos (salvo raríssimas exceções) pelo dinheiro e pelo poder
– o resto é filosofia que entretém a fina-banda-boa da humanidade.
Quando o macaco levantou o osso e bateu contra as demais ossadas no solo e contra seu semelhante em ‘2001 – Uma Odisséia no espaço!’ estava escrito qual mandamento haveria de reger o mundo: poder, e com ele – o dinheiro.
Revire-se a história da humanidade de trás para a frente,
de frente para trás,
de cabeça para baixo
e admire-se o presente que nos cerca,
e no qual estamos dentro,
e mire-se o futuro
– que planos, projetos, objetivos guiam o mundo?
Os mesmos que sempre guiaram e guiarão.
Ah, ser feliz.
Mas por que dentro da conceituação de felicidade, vem sempre a imprescindível necessária necessidade
Mas por que dentro da conceituação de felicidade, vem sempre a imprescindível necessária necessidade
de ganhar mais,
ter mais,
acumular mais,
mais e mais e mais
– e o máximo de poder possível?
Ah, é por que não tem almoço grátis.
Não tem hotel grátis,
não tem viagem grátis,
não tem Europa grátis,
não tem casa grátis,
apartamentos, alimentos, remédios, avanços tecnológicos, carros...
Sim, isto é verdade, mas apenas parte dela.
Trabalhar para isto,
fazer por isto é normal,
é natural,
é necessário e lícito;
mas o que dizer dos que querem tudo isso e muito mais que isso
e ‘do jeito que for preciso’!?
Chega a ser elementar demais,
óbvio demais,
elementar demais,
politicamente correto demais refletir e escrever desse jeito
– mas à minha cabeça acho que a abundância da desfaçatez abundou de tal forma descontrolada
e sem escrúpulos
que cabe sim uma re-reflexão sobre o que todo mundo sabe de cor e salteado
– mas esquece que tudo trocaria pelo que elegeu de ideal de vida (prático, não aquele de promessa de fim de ano, ou de conversinha de 'face' com lindas mensagens – a maioria mentirinhas para manter-se aceito no mundo),
pois acredito que a maioria, para não dizer todos,
trocaria tudo que fez na vida real quando sentir pisar o outro lado,
onde quem já por lá se atreveu ou a isso foi levado,
diz ter tido a sensação de estar por alguma fração de segundo cegado de luz e paz inimaginável.
A pergunta é: será que trocaríamos tudo o que fizemos e na hora ‘h’ nos esquecemos de absolutamente tudo: seria por medo do desconhecido do ‘outro lado’ ou porque aqui deste – onde vale tudo pelo poder e pelo dinheiro que nos permite comprar as coisas
-, aqui e assim é que, de verdade, onde gostamos de viver e, cá pra nós, gostaríamos de viver sempre.
Como cereja do bolo aqui externado, vi sem outras pretensões, mas que agora descubro como a cereja que nunca pode faltar, três películas que avalizam e enfeitam tudo: ‘A revolução dos bichos’, de George Orwell e ‘Capitalism: A Love Story’, de Michael Moore. Para quem sabe que há outros valores no mundo, recomendo porque vi na mesma toada, ‘Tempo de despertar’, com Robin Williams e Robert de Niro. No filme De Niro faz chorar. Na vida real, o extraordinário ator, segundo noticiário,
estaria disposto a prospectar um investimento, revitalizando um hotel de luxo na ilha caribenha de Barbuda,
onde Lady Di já desfilou sua beleza.
Segundo a oposição naquela geografia,
a concessão de cerca de 102 hectares aos investidores pelos próximos 200 anos violaria a lei de terras de Barbuda.
O governo justifica que De Niro
seria um visitante assíduo da ilha
e o teria designado para atrair mais investimentos às ilhas do Caribe...
Mas dia chegará em que não só o dedão violará a fronteira destes valores - mas que estaremos de mala e cuia inundados de luz e paz.
Terá valido à pena,
ou quem 'foi e voltou' - apenas teve um sonho.