sexta-feira, 31 de maio de 2019

Progressista quer evitar executiva de colisão

O partido Progressista (ex-PP) concorre para selar a paz interna. Não que houvesse uma guerra sem volta, mas que algumas esgrimadas, aconteceram –aconteceram. E, foram francamente expostas nas redes sociais, o que não pegou bem para políticos de experiência de um Eloi Zanella e José Rodolfo Mantovani.

A vereadora Eni Scandolara vestiu-se de algodão e, lançando mão da sua gene, elevada sempre à concordância entre quaisquer polos, conseguiu que os pontos de vista de Eloi Zanella e José Rodolfo Mantovani dessem meia volta volver – e, serenados, convergissem para o que está acima deles: a história do Progressista, que já foi PP, PPB, PFL, PDS e ex-Arena. Em especial que o Progressista não se esfacelasse mais ainda em Campo Pequeno.

Quinta-feira, 30/5, as principais lideranças do partido reuniram-se e levantaram 65 nomes. Destes – 45 serão confirmados neste sábado, 1º, para o novo diretório e mais 15 sairão para a suplência. Conforme o andar da carruagem a Executiva do partido para a nova gestão pode também nascer hoje, mas se a "dilatação" complicar, haverá um período de mais 20 dias, para aí sim, sair (?) a nova direção partidária do Progressista.

Ao que se apurou nesta sexta-feira, o presidente Reginaldo Bolis desistiu de concorrer e, Luis Eduardo Cofferi (Kaká), que teria desistido, voltou a colocar o seu nome à disposição do partido. Já Eloi Zanella adiantou ao “blog do Ody” que “minha cota já foi concluída”. Isto posto – José Rodolfo Mantovani nada em águas mais serenas para ser o novo presidente do partido.

Com a transferência da convenção partidária de 18 de maio para 1º de junho – Mantovani disse que foi procurado em sua residência por um grupo “cascudo” do partido, aqueles que “tem voto e trajetória política dentro do partido” para que concorresse. “Me disseram que se aceitasse seria apoiado por esses cascudos. Não disse que sim, nem que não”. Ainda conforme Mantovani ele teria colocado duas exigências: 1ª “Resolver a questão do diretório antes”. 2ª “Junto com isso, resolver para escolher uma executiva de coalizão e não de colisão”.

O partido sempre identificado com Zanella (quatro vezes prefeito), vive hoje, tempos muito distantes do que já representou no passado. Mas no cenário político erechinense, ninguém, nenhum partido político com pretensões viáveis de chegar ao poder, se atreve a desconsiderar a relevância que ainda tem uma palavra de seu principal líder. E o que pode manter o Progressista com este peso, esta relevância, independente de quem será seu dirigente maior no papel – é evitar novas pré-fraturas internas, recompor-se ao máximo possível em torno da sua história vitoriosa, para, aí sim, virar protagonista ou peça chave no pleito de 2020 – como tem se mostrado nos últimos 40 anos em Campo Pequeno.  

quinta-feira, 30 de maio de 2019

MDB avisa: será protagonista em 2020



* Na noite desta quinta-feira, 30, às 22h, na TV Erechim, a presença de Ana Lúcia Oliveira (presidente), Jandir Santolin (1º vice-presidente) e Theodoro Tedesco Neto (2º vice-presidente) do MDB.

Sim. Ainda falta mais de ano para o lançamento de candidaturas à prefeitura em 2020. Mas quem desejar concorrer pode ir colocando na sua caixinha de surpresas (as que vêm preparando e às que receberá), uma afirmação definitiva já tornada pública e, uma dedução/conclusão que está sendo tornada pública aqui – agora. Ambas envolvem o MDB.

A primeira saiu da boca da presidente do partido Ana Lúcia Oliveira. Falo da afirmação definitiva: “o MDB está aberto para conversar, mas nós seremos protagonistas nas eleições à prefeitura em 2020”. Ou seja, o MDB conversa com todos (conversaria até com o “diabo”? – se é que ele existe pelas bandas de Campo Pequeno -, como certa feita, há muitos e muitos anos; Eloi Zanella referiu-se a um ser político nem tão abstrato assim...), pois, voltando ao que importa: o MDB terá candidato (a) a prefeito (a). A coligação, a junção, a aglomeração, a união de forças políticas são outros quinhentos. Poderão ser negociadas à exaustão e, de forma periférica – aberto a todos, mas da cabeça de chapa o MDB não abrirá mão.

A dedução/conclusão corre por conta do repórter. Com a devida licença de quem já ouviu e viu muita coisa na área, em Campo Pequeno (Erechim) ao longo de quatro décadas, reabilito que Ana Lúcia Oliveira tem o sonho de ser prefeita de Erechim. E, ouvindo da própria Ana Oliveira – a menos de um metro -, de que ela não tem por hábito no seu histórico, abrir mão ou desistir de seus sonhos, deduzo que ela não se afastará do radar emedebista com vistas à prefeitura de Erechim em 2020.

Ah, mas Paulo Polis pode aparecer, muito provavelmente, como um candidato mais viável que Ana Oliveira às pretensões do MDB! É verdade – pode. Mas, e se o MDB concluir que no mínimo, Ana mantém sua votação de 2016 e, com Polis na mesma chapa na condição de vice o partido pode também vencer! – por que o ex-prefeito haveria de negar essa chance à sua sempre, sempre e sempre fiel apoiadora!?


Para quem perdeu uma eleição por 12 votos (virasse sete e adeus Chica para quem chegou lá!), para quem perdeu uma eleição sem contar na sua chapa com o nome mais forte do partido até então, (ex-prefeito Paulo Polis), para quem perdeu uma eleição por 0,02% (de 77.797 eleitores, 11.959 não votaram, 3.767 anularam o voto e 2.055 votaram em branco), para quem perdeu uma eleição por essa... miragem de votação enfrentando três ex-prefeitos – e, se esse alguém, é mesmo de manter os seus sonhos, lembrando que o tempo não faz parada na vida de ninguém -, só posso concluir: Ana Lúcia Oliveira, ou tenta a prefeitura em 2020 de novo, ou nunca mais.

Tudo isso sem contar o fato de que Paulo Alfredo Polis é o primeiro suplente de deputado federal do MDB do RS. Alguém do partido escorregar em uma casca de banana em Brasília e, for guindado às fileiras mais próximas do presidente Jair Bolsonaro e, minha tese estará confirmada por... “curso” de prazo. Quem viver – verá. E se nada mudar na expectativa política de Paulo Polis, ainda assim, não jogo fora a acreditada carta dos sonhos perseguidos e honrados.








sábado, 25 de maio de 2019

Dom José - a maior autoridade católica no RS





Dom José Gislon, bispo da diocese de Erechim, é hoje a maior autoridade da igreja católica no Estado. Ele foi eleito pelos demais 17 bispos do Rio Grande do Sul como presidente da Regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O RS possui 18 dioceses e todos os bispos podiam ser votados. O desafio exigirá a presença de Dom José nos principais eventos da Igreja Católica do Estado. A gestão é de quatro anos.  A escolha ocorreu durante a 57ª Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil entre 1º e 10 de maio em Aparecida. A presidência da Regional Sul 3 da CNBB ficou assim: Presidente: Dom José Gislon, OFMCap, da Diocese de Erechim; Vice-Presidente, Dom Rodolfo Luís Webber, Arcebispo de Passo Fundo; Secretário, Dom Adilson, Bispo auxiliar de Porto Alegre. Eles sucedem, respectivamente, a Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre; o próprio Dom José que era o Vice-Presidente, e Dom Zeno Hastenteufel, Bispo de Novo Hamburgo. Na oportunidade, em Aparecida, entre outros eleitos, foi escolhido como novo presidente da CNBB Dom Walmor Oliveira de Azevedo (MG).



Histórico

Dom José nasceu no dia 23 de fevereiro de 1957, em Dona Emma, SC. Depois do serviço militar, entrou no seminário dos Freis Capuchinhos do Paraná. Foi ordenado no dia 28 de maio de 1988, em Uraí, PR. Como padre, fez mestrado em História da Igreja, na Universidade Gregoriana de Roma. Foi Ministro (Superior) Provincial da Província São Lourenço de Brindes, do Paraná,  Santa Catarina e Paraguai; Definidor Geral da Ordem, ficando 8 anos em Roma, na Casa Geral da Congregação; como Definidor Geral foi presidente da Comissão Internacional de Solidariedade Econômica da Ordem. Foi nomeado Bispo da Diocese de Erechim, RS pelo Papa Bento XVI, no dia 6 de junho de 2012. Ordenado Bispo no dia dia 3 de agosto de 2012, na igreja Na. Sra. das Mercês em Curitiba, PR, assumiu a Diocese de Erechim no dia 19 de agosto de 2012, na Catedral São José.

Homem calmo e tranquilo, de propósitos claros e decisões firmes - Dom José é dono de uma imensa capacidade de observação e, de sensata interpretação do cenário periférico, especialmente para quem lhe presta mais atenção e não o julga apenas por superficial aparência. A despeito dos cargos, que se elevam, Dom José revela um equilíbrio invejável entre o falar e o escutar, virtude por vezes muito descompensada por quem de grandes responsabilidades. Sua simples presença impõe uma aura de liderança. Afora essas qualidades, Dom José, desde quando colocou os pés na diocese de Erechim, mostrou-se um homem com visão de gestão, sem abrir mão do seu compromisso missionário e, sobretudo, valorizando sobremodo em praticamente todas suas intervenções públicas, o substantivo feminino - caridade, porquanto, muito mais que um dom, uma virtude ou uma característica de alguém sensível para com o Próximo, trata-se um ensinamento de vanguarda na pregação de Cristo enquanto homem na terra.

O que temos em última instância (já que o termo está na pauta nacional - para mim a 2ª é a última antes do cárcere - enquanto correm os recursos), é que Erechim, que há anos padece de uma representatividade minimamente expressiva junto à União, ou até mesmo ao Estado; enquanto faz uso das próprias lágrimas para ver se um dia abre os olhos sobre essa questão, pelo menos no que diz respeito à religião católica, a cidade ocupa, neste momento, um lugar invejável no cenário rio-grandense. Inacreditavelmente à frente de Passo Fundo (nossa "capital" em muitas áreas). Sem dúvidas, uma lúcida escolha do episcopado gaúcho.  

   

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Ypiranga: tudo passou por Vacaria!



 A conquista do pentacampeonato da Divisão de Acesso pelo Ypiranga percorreu um caminho, que os colegas da rádio Difusão, Amilton Drews e Edilon Flores, há muito tempo denominaram de “inferno”. E, tropeçando nos próprios problemas, o Ypiranga arrancou muito mal na Divisão de Acesso, inclusive correndo graves riscos de não ficar sequer entre os quatro para os mata-mata.

As coisas começaram a mudar, quando a direção buscou o técnico Fabiano Daitx, e, claro, alguns jogadores que deram uma estabilidade ao grupo e ao time. Na esteira destes – outros já acostumados ao vestiário verde-amarelo, também subiram de produção. E foi daí, que praticando um bom futebol, assustando seus concorrentes até fora de casa, que o time encorpou, ganhou confiança e chegou para decidir a vaga com o sempre respeitado Glória.

Depois de uma recaída, em casa, quando perdeu para o Glória; o Ypiranga controlou seus nervos, aproveitou-se de um ar de “já ganhou” instalado em Vacaria e, voltando a praticar um bom futebol, devolveu o 1 a 0. Nos pênaltis os deuses do futebol que apareceram em Rio Grande, mostraram que este ano estavam com o Canarinho.

Mas não se iludam.
Tudo, mas tudo poderia ter ido por água abaixo, e seria visto como algo normal – porque a Divisão de Acesso é mesmo muito difícil, se o Ypiranga não tivesse a segurança, a qualidade e a garantia de um árbitro como Leandro Vuaden em Vacaria. Não que os demais fossem comprometer – mas Vuaden era a garantia que permitia respirar tranquilidade com o foco apenas na partida - para os dois times. Como foi. 

Este singelo detalhe foi decisivo. Por que a partir da certeza de uma arbitragem experimentada – e que não teve nenhuma influência no resultado -, o Ypiranga entrou contra o Glória com a certeza de que seu sonho era perfeitamente viável. O resto seria com o time. E aí, até mesmo uma derrota poderia ser vista como algo normal, porquanto o adversário era do seu nível.

Portanto, no meu entender, reconhecendo claramente os méritos da direção, da comissão técnica e dos atletas nas duas conquistas – voltar à Série “A” e o pentacampeonato diante do bom Esportivo -, tudo passou por Vacaria. E aí, méritos a quem conseguiu a garantia de uma arbitragem com muita experiência no futebol, reiterando, que Vuaden na oportunidade, arbitrou propiciando a Glória e Ypiranga, as mesmas possibilidades, deixando tudo por conta do futebol praticado e, das circunstâncias que sempre estão presente, especialmente nas decisões.

Não se trata de resumir, de sintetizar, de diminuir as conquistas do Ypiranga em 2019. Trata-se tão somente de lembrar, que, no futebol – os detalhes podem e, geralmente fazem a diferença, especialmente quando eles aparecem para quem observa futebol com a atenção que ele merece ser observado e tratado. Sempre.

Por isso concluo: tudo passou por Vacaria! 
Assim como eu e minha irmã Maria Ceci (neste 24 de maio de 2019 completa 44 anos de seu falecimento), em 1972, fomos a Caxias do Sul e Porto Alegre, com o Cesar Sandri, passando por Vacaria - a porteira do Rio Grande.

terça-feira, 14 de maio de 2019

Ypiranga estreia no Colosso e bate o Esportivo


O Ypiranga fez da sua primeira partida no Colosso da Lagoa uma bela vitória. Bateu o Esportivo – na época um dos times mais fortes do Estado – por 3 a 2. Preliminar de Inter e Botafogo, um domingo à tarde de tempo chuvoso. O gol surgiu aos 12 minutos da fase inicial. Aos 43, Marcos cabeceia uma bola vinda de um escanteio. Alcino – um dos maiores goleiros da história do Ypiranga – escorregou e a bola entrou.
 
No 2º tempo o Esportivo fez 2 a 1 logo aos 3 minutos com o artilheiro Lairton. O técnico Abílio dos Reis então decidiu poupar alguns jogadores e fez várias trocas no excelente time de Bento Gonçalves. O Ypiranga se aproveitou para crescer. Borjão, de novo, aos 15 empatou e, aos 32, Ademir Galo confirmou a vitória do Canarinho, a primeira em seu novo estádio.
 
Os times
Ypiranga: Alcino; Oscar, Mujica, Plínio e Cláudio; Arli e Ariovaldo; Remi (Téio), Borjão, Cafuringa e Ademir Galo.
 
Esportivo: Edgar (Vilmar); Adair, José (Hélio), Ademir e Rômulo (Marcos); João Carlos (Sérgio) e Paulo Araújo; Gonha (Ronaldo), Neca, Lairton e Décio (Ivo Cabral).
 
Arbitragem: Hélio Nepomuceno, auxiliado por Salvador Fossati e Vilson Cagliari. 


Borjão na história do Colosso
Era 6 de setembro de 1970.
Um domingo de muita chuva sobre Erechim. Na preliminar de Inter e Botafogo, o Ypiranga fez sua primeira partida oficial em seu grandioso estádio.
O adversário era o Esportivo de Bento Gonçalves, à época, a terceira força do Estado. Seria um encontro inesquecível. Pena a chuva.
Transcorriam 12 minutos de partida quando Celso Tadeu Carpegiani, o Borjão, abriu o marcador. Era o primeiro gol do Ypiranga F.C. em seu novo e grandioso estádio. “Eu só lembro que apesar da chuva, foi um jogo muito pegado”, conta, com a simplicidade dos grandes. A partida acabaria 3 a 2 para o Canarinho com dois gols de Borjão: o primeiro e o segundo do Ypiranga F.C. em sua nova casa - no Colosso são dele.

Nesta quinta-feira à noite, 16 de agosto, Ypiranga e Esportivo, começam a decisão sobre quem será o campeão da Divisão de Acesso deste ano. Ambos conseguiram o acesso à Série "A" do gauchão de 2020. Quarenta e nove anos depois daquela partida "festiva", os dois tradicionais clubes do interior, agora se reencontram no mesmo palco para uma decisão.
 
 
 
 

quinta-feira, 9 de maio de 2019

YPIRANGA DOS YPIRANGUISTAS!








O Ypiranga F.C. tem 94 anos.
Fechará 95 em 18 de agosto.
Qual dirigente do clube tem mais 90 anos?
FOI fundado no Hotel de Lourenço Antunes de Oliveira.


O Ypiranga foi fundado no dia seguinte a uma partida entre o Ítalo-Brasileiro (mais tarde Atlântico) e o Douradense, num campo na Praça Julio de Castilhos.

UM grupo de recém chegados a Boa Vista do Erechim, e hóspedes do hotel, foram ver a partida. Como a torcida era quase toda do Ítalo, os ‘visitantes’ juntaram-se a outro pequeno grupo de "boavistenses" e resolveram gritar Douradense.
O Ítalo venceu o jogo, mas até hoje não se sabe quem ganhou a briga depois dos 90.
Futuros atlantistas e, ainda não sabidos futuros ypiranguistas, engalfinharam-se num sururu.

DEPOIS que os últimos chapéus foram juntados do chão, e o que restou de sobrinhas foi acomodado sob braços, enquanto cavaleiros montavam e sumiam seguidos por carroças que quase arrancavam os trilhos, a noite caiu e com ela veio o silêncio. Estava lançada a semente da rivalidade – e do Ypiranga.

O ÍTALO ganhara mais uma.
Sua sociedade haveria de comemorar noite adentro.
O Douradense recolhera-se ao interior dos matagais que levavam ao Dourado.
Segunda-feira o arado esperava.

EM MEIO aos curativos e falações sobre a grande briga, brotou o sentimento de fundar uma oposição ao Ítalo, hoje Atlântico, enfim, ao Galo.

DE modo que, tendo como inimigo - como rival, como adversário um ente externo (Ítalo-Brasileiro) a comuna desde a noite de 18 de agosto de 1924 passaria a ter dois polos esportivos, que, arredondando para os dias de hoje atendem por Atlântico e Ypiranga.

COMO foi sadia essa rivalidade. Como ela ajudou a desenvolver o esporte e a sociedade local. Como ela fez e faz falta!

O YPIRANGA nasceu com um rival identificado e, é aqui que o Canário de quase nove décadas e meia, sacode as penas da incompreensão: o rival, o adversário, o ‘inimigo’ não pode, ou não devia; ser aludido ou conjecturado dentro da sua ‘gaiola’ ou da sua trincheira, do seu Conselho, da sua direção, da sua casa. Dentro do Colosso.

E QUANDO alcança idade esplendorosa para um clube movido à paixão, eis que de bocas e línguas Canárias vazam desconfortos, como se o clube dependesse mais de um, do que de todos. E, isto não pode deixar de ser enfrentado – pior seria varrer para debaixo do tapete – mas, urge, encontrar um meio de superação que priorize acima de qualquer inteligência ou visionário – o clube.

SEI que abordar este tema em dias de festa pode parecer ‘intriga’, - mas, creiam, não é. Por isso toco, de novo, de leve na ferida – antes que ela contamine todo o corpo. A hora é de festa para lá de justa, merecida e oportuna. Mas - é uma hora, onde o alívio da pressão para sair do "inferno" como dizem os amigos Amilton Drews e Edilon Flores da rádio Difusão sobre a Divisão de Acesso, pois é a hora exata para repensar o clube, enquanto busca um bom desempenho na série "C" do brasileiro. 

É UMA excepcional oportunidade para colocar as coisas em pratos limpos, sob os auspícios, inapagáveis, de como o clube foi fundado.

RECORDO aos incautos ou de pouca memória: o Ypiranga FC foi fundado com um único fim: fazer frente ao seu oponente e ‘rei da bola’ em Boa Vista do Erechim, hoje – Atlântico -, que também ao futebol “foi falecido”. O resto é reles perfumaria da vida.

VEMOS com frequência quedas de braço, em ritmo crescente, pelo poder em grandes clubes do estado. E sob este aspecto é até natural que também dentro do Ypiranga vozes divergentes se façam ouvir.

MAS ‘divergência’ não pode significar a implantação do neologismo ‘eumismo’, dando a entender que quando o clube estava sob ‘o meu comando...’, ou ‘o meu Ypiranga...’. Não. O Ypiranga FC é maior, mas muito maior do que qualquer presidente que tenha segurado uma onda, duas, dez, vinte ondas.

É MUITO MAIOR também do que qualquer dirigente que tenha conquistado este ou aquele título, pela singela razão de que o clube em não tendo dono - de todos (os ypiranguistas) é. Logo, suas conquistas não têm pai – mas família. ‘... é mas na hora de fazer, se não fosse...’.

SEM ESSA. Foi porque quis. Está porque quer. Pode vir a estar porque assim é do seu desejo.
O Ypiranga não precisa de quem que seja, se não for por amor, fim único e soberano dos que assinaram a ata de fundação depois da briga contra o Ítalo.

OS YPIRANGUISTAS sabem do que aqui se trata e o que se passa. E, creiam, aconteça o que acontecer o clube não desaparecerá – ao contrário de ypiranguistas mais ou nem tanto vitoriosos, abnegados ou ‘ambiciosos’, de tino pessoal ou coletivo... Não existe o meu, o teu, o nosso, o deles. Existe – Ypiranga!

O QUE NÃO pode é o clube, um bem intangível, ser confundido como um bem que estaria mais seguro com este ou aquele; como se sua saúde e alegria não estivessem na razão direta da soma de todos – jamais da discórdia insensata, pequena, perigosamente venenosa – submetendo um sentimento plural a processos de gestão singular de quem quer, e o que, tenha sido em qualquer tempo.

EM 2014 o Ypiranga F.C. conquistou pela quarta vez o direito de voltar à elite do futebol gaúcho. Para meu gosto, o que não diz muito, o momento seria de discutir a estruturação do clube para fazer futebol com saúde e tranqüilidade – sempre. Não uma ou três ou quatro temporadas. Mas... sempre. Ou quase sempre. E agora a oportunidade se oferece novamente, por que, tentar isso - organizar o clube fora das quatro linhas em pleno Acesso quase obrigatório -, é muita coisa. 

E NESTE MOMENTO mais que o goleiro ou o atacante, mais que o técnico ou o preparador físico, mais que a torcida e até a imprensa, o fundamental seria entregar-se a um debate sobre como pavimentar o futuro do clube para que o Canário possa voar pelo verde das matas e o amarelo do sol, respirando ar puro, longe do risco de estilingues traiçoeiros.

O YPIRANGA jamais foi fruto da própria costela. Coloque o hino na vitrola/2014: ‘O Ypiranga surgiu para a vida/
Com a missão de trazer pelo esporte/
A pujança corpórea reunida/
A beleza do espírito forte/
O valor alcancemos confiantes/
E sejamos, portanto, esforçados/
Vencedores, fiquemos constantes...’.

O YPIRANGA só nasceu por causa de um rival e ele era – externo. Externo.  

ENTÃO, homenageando a "família ypiranguista" pelo presidente, Adilson Stankiewicz e vice-presidente José Scussel, aproveito o momento de mais uma histórica conquista do Canarinho - o retorno à Divisão Principal do Campeonato Gaúcho 2019/2020 - para sugerir: botem a bola no chão (fora de campo também). E chega de bico e balão.