domingo, 28 de junho de 2020

Ernani Mello defende gestão de resultados



(A Voz da Serra - 27 - 6 - 2020) Crédito: Reprodução Foto Elsa/Fornecida pelo entrevistado
Aos 52 anos de idade, com a experiência e quatro mandatos legislativos e, em um deles como presidente da Câmara de Vereadores em 2007, Ernani Mello entende que esta experiência faz dele um possível pré-candidato nas eleições majoritárias deste ano. Ele defende uma mudança no modelo de administração. “Erechim precisa urgentemente apresentar um novo modelo de gestão pública!”, que acompanhe o que acontece no mundo empresarial. O presidente do Republicanos em Erechim  vê ainda “uma cidade que tem um potencial enorme e que está adormecida. Nós podemos muito mais do que temos”.
Ernani Mello é casado com Aline Mello e pai de João Felipe Mello. Além de presidir o Republicanos local, na iniciativa privada Ernani é empresário do segmente industrial. Vejamos o que mais pensa o possível pré-candidato.

José ody - O Republicanos estará com um nome do partido na eleição majoritária deste ano em Erechim?
Eranini Mello - Juntamente com outros integrantes do partido, recebemos a missão de trabalhar visando às eleições municipais deste ano. Primeiramente, montar uma nominata de candidatos a vereadores para compor a chapa proporcional, pois entendemos que o primeiro passo é ter representante no Poder Legislativo Municipal para assim, trabalhar os princípios e programa do partido assim como representar o povo de nossa cidade. Hoje contamos com uma nominata qualificada de candidatos a vereadores e com a vinda do Gilson Serafin (Pimenta) o Republicanos forma bancada na Câmara de Vereadores já neste mandato. Passado este momento é certo que nosso partido pretende fazer parte da eleição ao cargo majoritário, e para isso já estamos há alguns meses trabalhando internamente e também conversando com outras siglas de pensamento semelhante ao nosso para a disputa do pleito.

José Ody - Que bloco de partidos ou pensamento o partido pretende representar?
Ernani Mello - Erechim precisa urgentemente apresentar um novo modelo de gestão pública! Nós, do Republicanos, queremos estar perto de partidos e consequentemente das pessoas que tenham esta mesma linha de pensamento, ou seja, que tenham uma visão atualizada, moderna e inovadora. E que estejam dispostas a fazer esta transição.

José Ody - O senhor pode ser um nome ou concorrer outra vez a vereador?
Ernani Mello - A vereador não mais.  Já estive na câmara por quatro mandatos, tive a honra de ser presidente do Poder Municipal, fui um dos vereadores com o maior número de projetos aprovados neste período, então acredito que este momento já passou. O tempo que passei como vereador me proporcionou conhecer profundamente a máquina pública e isso me oportuniza ser um possível pré-candidato ao cargo majoritário na eleição municipal deste ano.

José Ody - Qual sua visão sobre a cidade hoje?
Ernani Mello - Uma cidade que tem um potencial enorme e que está adormecida. Nós podemos muito mais do que temos. Nosso povo é empreendedor. O que precisamos é mudar o foco e direcionar o município para uma gestão de resultado. Atualmente, na maioria dos municípios a administração pública é lenta e não acompanha a mesma velocidade da iniciativa privada, que inova e busca aperfeiçoamento tecnológico a todo momento. Se estabeleceu um modelo para a área pública e alguns acham que tem que ser assim para sempre, entendo faltar coragem ou talvez motivação para mudar.

José Ody - O que o senhor considera prioritário para quem assumir a administração do município em janeiro de 2021?
Ernani Mello - O sistema que nos é imposto e a rapidez com que o mundo moderno anda, nos obriga a pensar gestão pública de forma diferente. Por isso entendo que a PRIORIDADE neste momento é trazer para a administração municipal um novo modelo de fazer gestão. Implementar uma gestão de resultados como no mundo empresarial, tanto na produção de serviços como na gestão de pessoas.  Novo modelo este que abra a administração para novas experiências, que deixe de ser rígida no aspecto administrativo e busque constantemente inovações, que tenha a informação como ferramenta essencial para produzir políticas públicas, que estabeleça parcerias com a iniciativa privada e entidades sociais, que tenha um planejamento estratégico para manter e atrair novos investimentos propiciando o aumento da arrecadação e criação de novos postos de trabalho, que faça um enxugamento na máquina pública tornando a administração mais leve e desburocratizada, que as secretarias, setores e áreas do poder público trabalhem de forma integrada tendo visão colaborativa focando em cima de uma matriz única, que seja ativa indo atrás de bons exemplos, e que tenha o cidadão como centro. Estas são apenas algumas de tantas outras ações que o mundo moderno oferece e que pode fazer uma cidade melhor para sua população.


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DÔDO PAGLIOSA (1) - Claudio Pagliosa, o Dôdo, ouvido no espaço “Uma voz na Voz”, sábado passado, fez observações interessantes. Uma delas remete a diferentes reflexões: “Nos últimos 45 anos tivemos apenas cinco gestores públicos no município”.

DÔDO PAGLIOSA (2) - Confrontado com a declaração e, se a mesma não caracterizaria a falta de novas lideranças no município, o prefeito Luiz Francisco Schmidt, que disse guardar apreço e amizade pelo ‘Dôdo’, foi taxativo: “Mas o Dôdo já se ensaiou outras duas vezes e nunca foi!”. Certamente referia-se a “não se apresentou oficialmente como candidato a prefeito”.

OS CINCO (1) - Em 1977 assumiu como prefeito de Erechim, Eloi João Zanella; em 1983 assumiu Jayme Lago; em 1989, outra vez Eloi Zanella; em 1993 assumiu como prefeito, Antonio Dexheimer; em 1997 assumiu Luiz Francisco Schmidt; em 2001 assumiu novamente Eloi João Zanella; em 2009 assumiu a prefeitura, Paulo Alfredo Polis e; em 2017 assume pela segunda vez como prefeito – Luiz Francisco Schmidt.

OS CINCO (2) - Na ponta do lápis até 1º de janeiro de 2021 serão 44 anos. Se um deles voltar, continuaremos com a observação de Dôdo Pagliosa, só que daí somando-se mais quatro anos. Caso se reeleger em 2023 - irá até janeiro de 2028. Erechim pode chegar a 52 anos alternando apenas cinco nomes de seus filhos – entre maternos ou adotivos.

DECEPÇÃO (1) - É fato que a grande imprensa trata o presidente Jair Bolsonaro desde o dia da sua posse, como se fosse um inimigo a ser esmagado. As razões? – cada escolha as suas preferidas.

DECEPÇÃO (2) – Não se questiona que o país precisava quebrar um ciclo que nos arrastava, e arrastou para o lamaçal da desgraça em quase todos os setores com governos anteriores ao atual, mas uma notícia da semana que passou parece indefensável por quem depositou suas esperanças em Bolsonaro.

DECEPÇÃO (3) - O presidente e o Centrão seriam totalmente contrários à prisão em 2ª Instância. Ora, isso vai na contramão, de quem deseja uma justiça realmente justa “para todos”.

DECEPÇÃO (4) - Levando em conta a cantilena do “trânsito em julgado”, quem tem dinheiro – muito provavelmente, não será nesta vida que irá preso. Já o infrator de leis desafortunado pelo azar – será o cliente menos defensável.

PAI - Cada vez me convenço mais do amor dos pais pelos filhos e me vem à mente o velho adágio popular e, rigorosamente verdadeiro: “O que um pai não faz por um filho!?”. Qualquer ilação é por que não é ilação – e sim, por que é verdade mesmo.

NEM TUDO – Nem tudo que brilha é diamante. Nem sempre que começa, acaba. Nem sempre o forno faz rosquilhas.  Nem tudo pode andar ao nosso paladar.  Nem sempre o homem está de lua. Nem sempre o diabo está atrás da porta. Nem tudo que cai na rede é peixe. Nem tudo que reluz é ouro. Nem sempre o que é legal é moral. Nem tudo é para todos. Nem todo Polis é Paulo!

MORO (1) – Não estou entre os que desgraçam o senhor Sérgio Moro. Primeiro – que ninguém, ninguém sabe exatamente quais foram as reais razões e motivações que levaram ao seu desligamento do ministério da Justiça.

MORO (2) – Querer crucificar Sérgio Moro colocando-lhe o rótulo da Globo com sua linha editorial anti-Bolsonaro, ou de esquerdista, ou até mesmo de traidor - parece abreviar demais todos os fatos que precipitaram seu pedido de afastamento. Cheira a grito de radicais tão criticados quando estão do outro lado do rio que separa pensadores e ativistas.

MORO (3) - Tenho a sensação que as análises - pró-Bolsonaro e anti-Moro – fotografaram a casca de um problema bem mais profundo e a disseminaram como se fosse a verdade derradeira, não sem antes submetê-la a um belo trabalho de photoshop condizente com o olhar do interessado.

MORO (4) – Sérgio Moro sempre quis a prisão em 2ª Instância. O pacote anti-crime do ex-ministro foi desidratado no Congresso e pelo que se sabe, com apoio do Planalto. Isso não importa mais? Já importou e muito. É só procurar na memória por que se votou em quem foi eleito por mais de 57,8 milhões de brasileiros.

BOLSONARO (1) – Minha esperança ao ver quebrado o ciclo de sempre os mesmos, com a eleição do presidente Jair Bolsonaro, era ver essas coisas ganharam vida e asas na legislação brasileira, mas não está sendo assim. Pelo menos por enquanto. Foi Moro que mudou? É o presidente que está mudando? 

BOLSONARO (2) – Depois que acharam o senhor Queiroz, coincidência ou não, o presidente tem se aproximado com a bandeira do diálogo com o STF e com os presidentes das duas Casas do Congresso. Será que caiu a ficha que numa democracia essa convivência é do cardápio diário? Ou – sua Excelência começa a perceber que a radicalização pode inviabilizá-lo em 2022. Esta semana, com 55 mil mortos pelo Covid-19, o presidente até se solidarizou com as famílias dos falecidos pela pandemia. Sem dúvidas – um avanço.

MAIS MORO – Ainda está para nascer no nosso país alguém que preste os serviços que o juiz Sérgio Moro prestou comandando a Operação Lava Jato. Ou ele estava errado - ou pior – foi um ator irresponsável que resolveu “brincar com fogo pesado” - quando fez o que fez e contra quem fez.

MAIS BOLSONARO – Apesar dos pesares, percebe-se também, claramente, passado um ano e meio de governo, que existe um comprometimento das pessoas deste governo; de não levar para casa o que não é seu. Meia volta volver com os olhos – ganhamos muito nesse período. Foi só parar de sumir coisas – segundo se dizia acontecer antes - e que levou muita gente na condição de inquilinos para Curitiba.

LADOS (1) – O país tão carente de homens com envergadura moral quase irretocável, não devia desprezá-los quando, aparentemente, colocam-se na contramão do que pensamos. E isto vale para ambos - Bolsonaro e Moro. Foi o país saiu perdendo com essa ruptura. 

LADOS (2) – Lentamente a direita brasileira, ou seja lá o que for isso, começa a exercitar o mesmo discurso e a mesma postura da esquerda brasileira, ou seja lá o que for isso. Orientado, alertado ou convencido, o presidente tem se mostrado nos últimos dias mais sensato. Talvez o 2022, realmente, o faça menos impulsivo. 

O ELEITOR (1) - O eleitor brasileiro – apesar de ter melhorado muito – é bem menos politizado do que, obviamente, o eleitorado, digamos do Velho Mundo. Nem vamos discutir isso.

O ELEITOR (2) - Mas se pudesse dar um conselho aos pré-candidatos a prefeito de Erechim diria que um aperto de mão - não, aperto de mão é pouco -, um abraço, um abração com tapões nas costas; um sorriso – não, sorriso é pouco -, mas umas belas gargalhadas daquelas de orelha a orelha, especialmente por frases feitas, chavões surrados ou piadas sem graça alguma – conseguem mais, mas muito mais votos, do que um Projeto de Governo a médio, curto e longo prazo para a cidade.

O ELEITOR (3) - Os pré-candidatos que comecem a ensaiar na frente do espelho, porque a parada é complicada. Sim – pois há aqueles que trazem esse “dom” de berço.

O ELEITOR (4) - O ex-prefeito Paulo, aquele de São Paulo, que o diga. E, Francisco também. Ninguém chega a Papa com cara de Bento. Tanto é que o único a chegar - abdicou.

TORDILHO (1) – Certa feita, após gravar um programa na TV Erechim, um parlamentar estadual observou algo que tem a ver como o tema “O eleitor”.

TORDILHO (2) – Segundo o edil estadual, a região já teve um parlamentar que elegeu-se cantando nos fins de semana, em comunidades do interior, o clássico gauchesco de Teixeirinha – Tordilho Negro. Será? Achei meio exagerado, mas enfim!

CULTURA – Mas até aí deve-se olhar para a contribuição cultural, porquanto se a proposta fosse fazer isso ou aquilo, pensar a região para daqui a 10 ou 20 anos, por exemplo... como não daria o mesmo caminhão de votos – melhor divertir-se e valorizar o cantor e o clássico regionalista.

MÉTODOS – De lá para cá os métodos de convencimento do eleitorado se modernizaram. Afora a cantoria e as gargalhadas sem nexo, afora beijar idosas, abraçar idosos e erguer criancinhas – evoluímos (pelo menos se ouve muito nas campanhas) - para outras formas de obtenção do voto eleitoral, que até duvido, seja real. Até por que quase nunca se descobre algo irregular. Deve ser mesmo um devaneio.

INSTÂNCIA SUPERIOR – E quando se descobre como em certas geografias já ocorreu, não raras vezes levanta-se uma Instância Superior, e anula o que o clero jurídico do endereço geográfico flagrou. Geralmente têm razão as torcidas que perdem seus jogos, quando xingam também o árbitro. Mas tudo é próprio das democracias. A preservação dos direitos.

COVID POLÍTICO – O que vai acabar antes: o Covid -19 ou a eleição “sempre dos mesmos” em Campo Pequeno?



segunda-feira, 22 de junho de 2020

PL critica ciclo de apenas cinco gestores em quase 45 anos


                                                                              * Uma voz na Voz



O Partido Liberal (PL) de Erechim cansou. “Em quase 45 anos tivemos apenas cinco gestores”, observa o vice-presidente do partido em Erechim, Claudio Pagliosa. Isto mostra que continuam sempre os mesmos. Vamos em busca do novo. Em busca do novo administrador/empreendedor. A cidade é organizada, boa para morar, para envelhecer, mas é isso que queremos? Ficar esperando para ver quem vai apagar a luz no final!?. Vamos em busca do novo. Administrador/empreendedor. Temos que ter um planejamento de longo prazo, mas sua execução devia ter começado ontem”.

Claudio João Pagliosa, 56 anos, casado com Jaqueline de Souza Pagliosa, pai de Cesar Augusto de Souza Pagliosa, Joana de Souza Pagliosa e Conrado de Souza Pagliosa, é cirurgião dentista, professor universitário e corretor de imóveis. É um dos primeiros voluntários do Erechim Rally Brasil, ex-vice presidente da Federação Gaúcha de Automobilismo, Comissário Desportivo da Confederação Brasileira de Automobilismo – CBA, representante da CBA no Departamento de Rally da Confederação Sul-Americana de Automobilismo. Também foi presidente do Erechim Auto Esporte Clube e, presidente da Associação Brasileira de Odontologia Secção Auto Uruguai. Tem como hobby jogar tênis, automobilismo e estudar. Na política, Claudio Pagliosa, guarda como orgulho a máxima de “minha maior virtude é ficha limpa”. O PL que tem como presidente em Erechim o deputado estadual Paparico Bacchi, vem se estruturando e preparando para as eleições municipais de 15 de novembro. Recentemente anunciou o ingresso do ex-secretário e ex-vereador nas suas fileiras, de José Rodolfo Mantovani. Vejamos o que mais pensa do vice-presidente do PL de Erechim.


José Ody
– Qual é a estrutura do Partido Liberal (PL) em Erechim?
Claudio Pagliosa - O Partido Liberal está passando por uma reformulação. Este trabalho começou em novembro do ano passado. Foi formada uma nova executiva liderada pelo deputado Paparico, que estabeleceu sua residência em Erechim, e além de residência também seu domicilio eleitoral agora é aqui.
Foi e está sendo resgatado um número de filiados antigos do PL. Também recebemos novos membros a convite do partido. Hoje o PL possui em torno de 500 filiados, mostrando estar fortalecido para as próximas eleições em nossa cidade.
O PL está desde janeiro com uma formação de líderes e montagem de um Plano de Governo específico para Erechim. Como único partido na cidade com um deputado estadual, mostrando já os avanços que temos recebido, de fato  e de direito junto ao governo do estado, a reformulação e a reorganização se mostra uma constante na busca de novos horizontes.


José Ody - O PL pretende estar na chapa majoritária nas eleições municipais deste ano?
Claudio Pagliosa - O PL tem em seu quadro de filiados pessoas de todos os bairros de Erechim. Vamos ter candidato à majoritária de Erechim e uma equipe maravilhosa de candidatos a vereadores. Vamos com a nominata completa, buscando uma grande representatividade na Câmara de Vereadores. O PL tem pessoas que correspondem ao maior princípio da política brasileira atual. Temos grandes empreendedores que são administradores. Pensamos, no entanto, que não basta saber administrar, mas tem que saber empreender, porque somente assim se agrega valor aos bens.

José Ody - Fala-se muito sobre novos nomes na política local. O que o PL pensa a respeito?
Claudio Pagliosa - Estamos com uma lacuna de novos líderes, afinal nos últimos 44 anos tivemos somente cinco gestores. Não foram estimuladas novas lideranças. Isto mostra que continuam sempre os mesmos. Vamos em busca do novo, do novo administrador/empreendedor, do novo que dá oportunidade aos novos, ao  novo que quer uma nova realidade.

José Ody – Uma panorâmica sobre como vê a cidade hoje?
Claudio Pagliosa - Temos uma cidade organizada, boa para se morar, boa para envelhecer, mas é isso que queremos... ficar esperando para ver quem vai apagar a luz no final!?

José Ody - Qual é a visão central que o partido tem com vistas a proporcionar um novo horizonte para Erechim?
Claudio Pagliosa - O exemplo vem na gestão. Se quisermos ser referência de cidade temos que ser referência em gestão.
Temos que valorizar a nossa cidade e região, temos que aumentar a representatividade estadual. Um deputado que temos hoje, fazendo um trabalho referência, refiro-me ao deputado Paparico, do nosso partido, mostra de maneira humilde o grande trabalho em prol de nossa cidade e região, de luta constante na busca de recursos não somente financeiros. É novamente o PL fazendo a diferença já antes de ser gestor municipal.
Mas o objetivo principal é buscar a realidade, realidade que está a nossa vista junto com a comunidade, a modernização de nossa cidade, termos uma cidade digital de fato, buscar sempre a transparência, a valorização do servidor e uma grande parceria com os poderes Legislativo e Judiciário. Toda e qualquer transformação passa pela cultura das pessoas. Investimento constante em cultura, pois educação é berço, o investimento constante na comunicação de nossa administração e a busca constante da modernização. Temos que ter sempre em mente, “o que queremos quando crescer”; afinal nunca paramos de crescer. Temos que ter um planejamento a longo prazo, mas a execução teria que começar ontem. Afinal o que queremos ser!?

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Feliciano Monteiro na A Voz da Serra


Feliciano Tavares Monteiro, o Fifa, passa a colaborar com A Voz da Serra. Inteligente, com capacidade muito pessoal de ler os fatos de ontem e de hoje do País e, de uma “pena” fina, clara, lúcida e crítica – Fifa passa a “compartilhar” com seus conterrâneos, seu olhar sobre diversos assuntos desde sua Salvador – BA já de longa data. Eis sua apresentação:

Feliciano Tavares Monteiro nasceu, no ano que Getúlio Vargas criou a Petrobrás, em Jaguari - RS e passou a infância e adolescência na denominada 'crescente gaúcha', e naquela meia lua compreendida entre Tôrres e Três de Maio e cujo arco é descrito pelos rios Uruguai e o Mampituba. Ele morou em várias cidades, que em sua maioria  possuíam trens como Marcelino Ramos onde aprendeu a nadar, junto com seus dois irmãos. Todos se orgulham de ter crescido em um ambiente esplendoroso, típico da denominada Capital da Amizade, e pensa ter herdado alguns dos regalos que seus pais, Maria José e Remulo Monteiro, lhe legaram, como o respeito pela coisa pública e a sagração da amizade.

Nos dez anos que a família passou em Erechim pôde estudar nos educandários José Bonifácio e Mantovani, ler muitas notícias na Voz da Serra, acampar com os escoteiros Tupinambás, e assistir filmes de bang-bang nos cinemas Luz e Ideal. Junto com seu inseparável e saudoso amigo, João Manoel Bicca, vendeu ingressos para o parque de diversões que se instalou na área da Frinape - e este deve ter sido o primeiro emprego temporário de ambos...

Um certo dia, com mala marrom de papelão na mão, se despediu dos manos e dos pais e pegou um trem para a "Estação Boca do Monte"  objetivando fazer o serviço militar de artilharia, do Regimento Mallet, e, posteriormente, graduou-se pela U.F.S.M. Por exigências profissionais Feliciano mudou-se, em 1977, para Salvador-BA onde reside até hoje, mas graças ao amigo, e colega de Mantovani José Adelar Ody, manteve um vínculo com a cidade. E, além de contemporâneos nas escolas erechinenses e dos coabitantes da República Bota Amarela de Santa Maria, ele também se diz herdeiro de amizades familiares, pérolas que lhe foram repassadas pelo seu saudoso pai, conhecido na cidade como Delegado Monteiro.
Vou escrever reminiscências e temas como o que constam no livro 'O sino da vanguarda'.
E esta empreitada, que agora passo a chamar de nossa, me fez dar um salto no tempo. Lembrei de passar lá no prédio da Delegacia Regional de Polícia, onde o “velho” trabalhava, e ser alertado para não fazer barulho ou chegar perto do escrivão - o famoso Santos Severo dos Santos - pois ele estava ali... batucando numa remington a sua crônica para a Voz da Serra. ‘Meninos eu vi’.” (e-mail montegordo@gmail.com)




domingo, 14 de junho de 2020

Dinheiro no banco garante salário


 
(Página 3 de "A Voz da Serra" - 13/06/2020)

* Uma voz na Voz


O prefeito Luiz Francisco Schmidt enfrentou críticas por guardar dinheiro em banco. No entender de alguns, guardar recursos não é papel do Executivo municipal. Veio o imprevisto. A pandemia do Covid-19. E atrás das trágicas mortes provocadas pelo inesperado vírus, avoluma-se uma crise econômica que ainda não mostrou todo seu poder de destruição. Vem varrendo empresas, negócios e empregos, não poupando nenhum setor até onde o pensamento alcança. O governo federal tem sido chamado a socorrer todos os entes federativos, o que fará em quatro parcelas. A primeira foi paga dia 9. Os estados dependem diretamente desse “socorro” federal para honrar compromissos – especialmente a folha, mesmo atrasada.
O município avalia uma perda de R$ 5 milhões comparando abril e maio de 2020 com 2019. Com uma folha de pagamento de cerca de R$ 11 milhões por mês, não fosse o “dinheiro guardado em banco”, não se descarta risco para o município honrar seus compromissos em dia. “Uma voz na Voz” abre este espaço para o prefeito Luiz Francisco Schmidt.

José Ody – Quantos funcionários a prefeitura tem - de carreira, inativos e CCs?
Luiz Francisco Schmidt - O município de Erechim possui hoje 2.433 servidores entre efetivos, aposentados, inativos, pensionistas, agentes políticos, cargos em comissão, conselheiros tutelares e contratos temporários (dados do RH).
2187 Servidores Efetivos; 11 Agentes Políticos (Prefeito, Vice e nove secretários) e 112 Cargos em Comissão. Os demais 123 são inativos, aposentados e pensionistas.

José Ody – Qual é montante da folha de pagamento do município, hoje?
Luiz Francisco Schmdit - O montante da folha, em média, incluindo salários e encargos dela decorrentes, é de aproximadamente R$ 11.000.000,00 (onze milhões de reais mensais), segundo a Fazenda Municipal.

Josá Ody – Qual é o impacto, aproximado, de perdas financeiras para os cofres do município até o momento, por causa da pandemia do Coronavírus.
Luiz Francisco Schmdit - O impacto com perdas na arrecadação de impostos, em consequência da pandemia foi de aproximadamente R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), comparando com os meses de abril e maio de 2019, não levando em conta a inflação do período, sendo R$ 2.100.000,00 (dois milhões e cem mil reais) de ISS e ITBI e R$ 2.900.000,00 (dois milhões e novecentos mil reais) de ICMS.  O FPM está sendo compensado pelo Governo Federal e o IPTU deixou de ser considerado porque o mesmo teve seu vencimento prorrogado.

José Ody – O senhor tem sido criticado por “guardar” dinheiro da prefeitura no banco. É verdade? E se isto não tivesse acontecido o funcionalismo corria risco de não receber em dia?
Luiz Francisco Schmidt - A margem de segurança de recursos mantidos em bancos está sendo de grande valia neste momento de redução significativa de receita (em razão da pandemia), inclusive para o pagamento antecipado de parcela do 13º salário. Como estamos enfrentando tempos difíceis, ainda mais necessário o cuidado com os gastos públicos. Com seus recursos todo cidadão tem o direito de fazer o que bem entender, com os recursos públicos serenidade, parcimônia e austeridade sempre.

José Ody – A prefeitura vai pagar nos próximos dias a primeira parcela do 13º salário. Apesar da crise por conta da pandemia – a prefeitura vai conseguir manter seus compromissos financeiros com seus colaboradores até o final da gestão?
Luiz Francisco Schmidt - A primeira parcela do 13º salário será paga dia 19 do corrente mês. Apesar de toda a crise que envolve o País e muitos estados, o Governo Municipal está fazendo todos os esforços para reduzir despesas, para que não faltem recursos para a saúde, em primeiro lugar, para a assistência social e também para manter os salários dos servidores em dia. O nosso trabalho está sendo desenvolvido para que todos os compromissos sejam atendidos da melhor forma, para que sejam mantidos os investimentos (estamos construindo novas escolas, concluindo praças, reconstruindo novas praças, seguindo o plano de pavimentação), e, se possível, sem atrasos, porque AQUI É A NOSSA CASA.

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De Gaulle 1 - Atribui-se a Charles De Gaulle a frase de que o Brasil não é um país sério. Mas há controvérsias. Na verdade, teria sido pronunciada pelo embaixador brasileiro, Carlos Alves de Souza. Ele atuou como representante diplomático brasileiro em Roma, Paris e Londres de 1950 a 1966.

De Gaulle 2 - O diplomata teve papel de destaque no conflito diplomático Brasil – França que ficou conhecido como “Guerra da Lagosta”. Foi intermediário entre o governo brasileiro e Charles de Gaulle.

De Gaulle 3 - Pelo que encontrei a respeito, a frase foi mesmo pronunciada, a um jornalista brasileiro, e a partir daí o incidente acabou “envenenado” pela imprensa. E pegou nas costas do presidente francês.

De Gaulle 4 - Pois, vivemos tempos não só de uma pandemia pelo novo coronavírus (Covid-19), mas, de quebra, por um verdadeiro pandemônio na área política e jurídica.

De Gaulle 5 - Assim como ninguém sabe cem por cento de onde, ou como surgiu o novo coronavírus, nem quando e como vai acabar (se é que vai), ninguém mais sabe exatamente qual é o seu verdadeiro lugar no país.

De Gaulle 6 - O governo já trocou dois ministros da saúde e hoje convive com um interino. Para muitos, pela ingerência do presidente Jair Bolsonaro, o país nem tem ministro na área porque tudo seria do jeito que o presidente quer e ponto.

De Gaulle 7 - Para outros, a aparente transferência das responsabilidades da saúde com relação ao vírus para Estados e municípios, transformou o Brasil, pela primeira vez, em uma Federação – dando voz e vez aos entes federados.

De Gaulle 8 – Para outros, não ocorreu transferência de responsabilidades, mas sim, a tomada das rédeas pelos governos estaduais.

De Gaulle 9 – O fato é que está dando no que está dando. Desde o início do sinistro pandêmico in Brazil, ficou claro que o país tinha duas visões sobre como enfrentar o bicho: uma federal e outra estadual.

De Gaulle 10 - Enquanto em outros países, autoridades federais, estaduais, municipais e de saúde, para ficar apenas nestas, se somavam e somam todos contra o Covid-19, por aqui e nos EUA, por exemplo, a concentração de esforços e, o foco perdeu-se, e, ainda se perde, em discussões que por mais relevantes que sejam, são totalmente inoportunas.

De Gaulle 11 – É óbvio que as trapalhadas do governo federal, especialmente do presidente Bolsonaro - o que já devia estar assimilado por todos - é que a figura pessoal do presidente é exatamente essa que ele mostra a toda hora: franco demais. Claro demais. Impulsivo demais. E o Brasil em sua história, até onde sei, nunca teve alguém assim – direto, curto e grosso. Porém, verdadeiro. Na política... Até demais.

De Gaulle 12 - E em meio a essa confusão toda, o que não faltam são partidos, políticos e felinos tentando tirar nacos do queijo. Vejam as investigações e as denúncias. Mas sejamos justos: até agora – nada da sujeira que se mistura ao Covid-19 tem sido encontrada no colo do governo federal.

De Gaulle 13 - Para não ficar de fora do carnaval de absurdos, a imprensa também tinha que pegar carona e, em alguns casos, mais que entrar na escola de samba – vestiu a fantasia da bateria e ainda almeja, dia após dia - noite após noite, chegar ao fim do desfile dando o tom. Chegaram a criar um consórcio de veículos para apurar a incidência de casos e vítimas – concorrendo com o governo. Claro que aí o governo avaliou muito mal seu modelo de divulgação. Pegou mal e teve de voltar atrás. Agora - quem garante onde está a verdade!?

De Gaulle 14 – É uma vergonha. Não fosse trágico esse episódio, ceifando milhares de vidas e sabe-se lá como tudo isso vai terminar – o comportamento do país como um todo contra o Covid- 19 é um verdadeiro coquetel de fiasco. E aí não escapa ninguém. Todos se acham donos das teses verdadeiras, e como o conflito de interesses é generalizado, vivemos uma verdadeira “pandemia de teses” internamente no país. 

De Gaulle 15 - Pouco importa ou pouco devia importar quem tem razão, por enquanto, se o governo federal ou os estaduais (talvez nem todos...), ou o tal de consórcio midiático. Lembra brigas generalizadas em campos de futebol – entre atletas. Todos batem e todos apanham.

De Gaulle 16 – Enquanto isso, quem convive com o fantasma real da doença, e a realidade nada fantasmagórica da falta de emprego, da falta de salário, da falta de dinheiro, vivendo todos os dias a dura realidade da fome, o que de fato devia interessar a todos os divergentes é uma coisa só: união. Como se estivéssemos todos do mesmo lado em uma guerra: a soma de todos os esforços contra o mesmo inimigo.

De Gaulle 17 – Mas, ao que tudo aparenta, o Brasil não é mesmo um país sério. E observando-se isentamente - é razoável concluir que não importa quem foi que disse a tal da frase. O pior é que não temos outro Charles para colocar a culpa. Mas, se for para “envenenar” o cenário - no que depender de grandes setores da imprensa, acautelem-se, e contem com a mesma. Charles de Gaulle que o diga desde sua tumba.

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Minha seleção do Ypiranga

Esses dias no programa Tocando a Bola da rádio Difusão, os colegas que participam do mesmo escalaram sua seleção Ypiranga. Para critérios mais claros, fixaram que seria de jogadores que atuaram no Colosso da Lagoa. Logo, aquele grande time de 1967, estava fora. Alguns ainda atuaram no Colosso, mas quase em fim de carreira. Aqueles jogadores não poderiam ser escalados. Também ficaram fora os do grande Ypiranga de 1949, para quem viu, diz ter sido o maior de todos.
Sempre quando se faz uma seleção muitas injustiças podem ser cometidas. E eu fiz a minha que reproduzo aqui: Carlão; Luis Cláudio, Mugica, Ildo e Sander; Paulo Ferro, Zico, Borjão e Luiz Freire; Paulo Gaúcho e Aílton. Técnico: Orlando Bianchini.


Na foto o Ypiranga de 1974: Cláudio, Zico, Baiano, Cuca, Mugica e Valdir; Juarez, Ismael, Pedruca, Paulo Ferro e Maurinho. Timaço. Destes – Zico, Mugica e Paulo Ferro - estão na minha seleção. Pedruca fica de fora pelo critério de não escalar ninguém do timaço de 1967. Aqui o “Leão da Montanha” já estava quase em fim de carreira. Se pudesse voltar a 1967 – Pedruca estaria na minha também, assim como outros.

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Eleições 2020

A pandemia tem freado o debate político/eleitoral de 2020. Mas uma observação é incontestável: a composição de forças partidárias (grupos ou nomes) e até o número provável de candidaturas a prefeito e vice-prefeito, passa pelo nome do MDB. Neste momento o partido tem um candidato: Polis. Mas há quem entenda que a condenação do ex-prefeito em processo por órgão colegiado, o colocaria no rol de “ficha suja” – o que inviabilizaria sua candidatura. Segundo alguns, se o ex-prefeito obter um efeito suspensivo da decisão colegiada – aí ele estaria sim, habilitado a concorrer. Teses sobre a postura do MDB na insistência do nome do ex-prefeito é que não faltam.
No feriado de Corpus Christi, o presidente do MDB de Erechim, Edgar Paulo Marmentini foi enfático: “hoje o Polis não tem nenhum impedimento legal e jurídico para não estar na urna. Não é convicção, e sim, certeza. Tanto é que nem ventilamos mais a possibilidade de Plano B”.

sábado, 6 de junho de 2020

Até um dia meu centroavante


Paulo Cezar Madalozo - Crédito/Arquivo de Família

- E aííííí bicho véio! Azzzzaaaaa, Adelar. Senta aí – vamos dar uma olhada. Não te apavora. Coloca esse lenço de papel, deixa eu me ajeitar aqui.  Abre bem a boca. Vamos dar uma olhada. Fica gelo meu amigo. Fica gelo. Olha aí... nem peguei nada ainda. Abre a boca. Deixa em me ajeitar melhor – com esse banquinho mais perto, isso, relaxa, relaxa... Ahã, ahã – Nossa! Vamos ter que mexer em pelo menos dois dentes pra tu poder se defender melhor na mastigação. Mas o que te fizeram! Tu me falou um dia que foi em Porto Alegre. Que coisa bicho! Mas vamos ajeitar o que sobrou. Ainda bem que dá pra arrumar o que sobrou. Vamos dar uma olhada aqui, aqui... ah, ahã, ahã, ahããã... É... aqui tem mais. Bueno Adelar. Agora... amanhã ou depois tu vai ter que arrumar. Tu vai ter que dar um jeito nisso. Eu te digo. Quanto antes melhor – cara.
- Paulinho, o que tu acha... Quanto tempo...?
- Ah meu velho... Isso aí nós vamos fazer com calma pra ficar bem, mas acho que no mínimo de quatro a cinco vezes a gente consegue dar uma boa melhorada. Temos que ir com calma. Vê um horário que fica bom pra você e vamos começar. Eu sei que tu tens o jornal, tá na A Voz da Serra agora, então somos vizinhos cara. Também tem o colégio, tem o Correio do Povo - nossa, como tu consegue atender tudo isso bicho!? Mas vê quando tu pode e me avisa sempre uns dias antes e vem. E vamos começar. No fim tudo vai dar certo.
-E.. tu tens uma ideia de quanto vai dar?
- Adelar, não te preocupa com isso. Vamos indo devagar e tu vai pagando como pode. Não esquenta com isso. Isso é de menos. Primeiro vamos dar um jeito nisso.
E foi assim que eu comecei a ir ao dentista com boa rotina, depois de ter voltado de Porto Alegre - tentando um milagre para os buracos que um “dentista” me fez na boca em um sábado de manhã quando morava na capital.
Em 1991, estabelecemos uma rotina: saía da redação, atravessava a Maurício Cardoso passando pelo Monumento ao Jornaleiro, e entrava ao lado da Omega. Seguia pelo corredor até o final e lá estava o consultório, onde além de um profissional de odontologia, reencontrei um amigo pra matar saudades de muitas lembranças dos tempos de pré-adolescência. Um dos assuntos era sobre Santa Maria, onde estudamos durante um período – porquanto ele lá se formou em Odonto e eu, seis meses depois de entrar na Filosofia, mudei e fui garimpar coisas do jornalismo em Porto Alegre. Mas, acabaríamos retornando para nossa terra em tempos diferentes – ambos formados no que gostávamos. Lembro mais: em 1991 durante as sessões no consultório, discutíamos a convocação que o técnico da seleção brasileira tinha feito. O técnico? Falcão.
Sobre aqueles tempos um episódio em particular, guardo nos arquivos da minha memória. Nossa! Não seria redundância? Memória com arquivos! Mas, enfim – vai assim mesmo. Importa o que importa.
Pois, o tal de episódio que não esqueço, aconteceu na velha e, já falecida há 43 anos, Baixada Rubra de tantas glórias, derrotas e vitórias. Lá houve um tempo em que dezenas e dezenas de amigos se divertiam jogando bola todas as tardes.
Um dia, o massagista do Atlântico, que nos acostumamos de chamar por “Seu Martin” (um uruguaio que parou no Atlântico não sei como), observando como quem procurava alguma coisa mais para fazer, percebeu que podia começar outra coisa no Atlântico. Nas quartas-feiras e sextas-feiras, dias em que os profissionais só treinavam fisicamente (terças e quintas era coletivo – com bola então), pois nas quartas e sextas, “Seu Martin” notou naquele turbilhão de gurizada jogando em um dos quatro cantos do gramado e, principalmente, no campinho de terra que havia atrás da arquibancada dos visitantes e, junto à grande árvore das raposas, que seria possível montar um time com aqueles guris. O campinho de terra da árvore das raposas, para quem não é daquele tempo, ficava onde hoje é o corredor quase na entrada ao ginásio do Galo.
Logo “Seu Martin” teve a ideia de formar um time: o infanto-juvenil do Atlântico. E aí alguns foram “selecionados”, outros não quiseram e começamos a treinar sob as ordens do “técnico uruguaio”. Como já nos conhecíamos bem, o time não levou tempo e encaixou. Seu forte era o coletivo. O craque: Zeca do Mato (morava naquela casa branca que havia dentro do Mato da Comissão – Parque Longines Malinowski).
Na primeira ou segunda apresentação pegamos um time da antiga Legião e fizemos 11 a 0. E assim fomos jogando até que em um sábado, o adversário subiu a vara: era a temível Cruzada dos Maristas. O time era afamado, mas no futsal - na época futebol de salão. Já no campo – não era tudo aquilo, mas ainda assim, muito bom. Entre outros, Dimorvan, Poletto & Cia. Grandes jogadores. Todos nós sabíamos que o furo seria mais embaixo naquele dia.
Passado o nervosismo inicial e como o jogo estava empatado (nosso goleiro Toca pegara antes um pênalti), começamos a jogar o que sabíamos. No fim a partida terminou 3 a 1 para nós – infanto-juvenil do Atlântico, onde fui capitão com orgulho.
Guardo a escalação até hoje: Toca; Paulo, Facão (João Claudio Fachini), Paulo Sonora (Paulo Sérgio da Silveira) e Zé Pirulito; eu e o Zeca do Mato (José Conceição – craque que o Inter um dia quis levar); Sidiney, Toninho Dal Prá (Antonio Luiz Dal Prá), Paulinho Madalozzo (Paulo Cezar Madalozzo) e Glenio Sebben.
O tempo foi passando e todos foram pegando seus caminhos e defrontando-se com seus desafios e destinos. Glenio Sebben faleceu em um acidente, na noite da sua formatura. Uma tragédia na RS 135 quando retornava de Getúlio Vargas. O Facão reside em Erechim e chegou a ser presidente do Hospital de Caridade. Zeca do Mato aposentou-se como funcionário público da prefeitura. Toninho Da Prá foi morar em Porto Alegre e hoje é vice-presidente da Federação Gaúcha de Futebol. Paulo Madalozzo continuou como dentista importante da cidade e excursionista sul-americano com sua espetacular motocicleta. E de outros – nunca mais soube.
Pulando no tempo, de um ano e pouco para cá troquei a missa das 16h aos sábados na catedral, pela das 18h na São Pedro. E ali, encontrava todos os sábados, meu dentista por um tempo e meu centroavante. Sempre em pé, no penúltimo banco, metido em seu abrigo - lá estava ele com uma das mãos no queixo e o cotovelo apoiado na outra mão, ou; com as duas mãos cruzadas descaídas a frente no colo. 
Terça-feira desta semana, 2/6, me preparei para gravar mais um programa na TV Erechim. Era às 10h. Passei em frente da capela do HC e percebi que havia muita gente (todos de máscara) até mesmo fora da capela. Fiquei pensando: “puxa vida, quem teria falecido – para tanta gente?” - ainda mais considerando esses tempos onde quase tudo está proibido, menos morrer.
Quando cheguei na TV comentei, foi quando o Heitor Donida me surpreendeu: o Paulo Madalozzo. Desabei. Pior: o programa já ia começar e não sairia antes das 11h15min.  Não dava mais para ir me despedir do amigo. Quando acabou o programa passei próximo à capela e vi que estava tudo vazio.
Fico com a lembrança do Paulinho (era como eu o chamava) e dos nossos rápidos encontros nas missas da São Pedro aos sábados e, do nosso último momento, no posto Ipiranga do também amigo, Gilmar Pituco, há cerca de dois meses ou um pouco mais; quando ele me falou como estava enfrentando sua luta contra a doença que o levou. Na realidade nunca tivemos uma amizade, assim, para reuniões e longas conversas, mas sempre nutrimos um respeito e carinho recíproco – que se renovava quando nos encontrávamos, até porque a cidade assim o permite. O que fica é a certeza que mais um dos Madalozzo, parte orgulhando as melhores tradições desta família profundamente enraizada nesta terra. Terra que muito deve aos Madalozzo. Tive outros dois, se não me engano, Ari e Euclides, na primeira turma da Administração do Centro de Ensino Superior de Erechim.
Perdi um amigo.
Perdi o meu centroavante daquele infanto-juvenil do Atlântico que se perdeu no tempo.
Vai fazer falta à sua família.
Vai fazer falta à esposa, Alba Marina, aos teus filhos Anderson e Rodrigo, à tua nora Daniele, esposa do Anderson.
Vai fazer falta ao teu neto Giovani que chegará em outubro.
Vai fazer falta à sua legião de amigos do futebol de campo, de salão, de motociclistas e aos colegas de profissão.
Fará falta à cidade.
Paulo Cezar Madalozzo partiu para sua última viagem.
Mas, pela nossa crença e fé, ainda jogaremos no mesmo time, em outros campos é claro.
Até um dia meu centroavante.