(A Voz da Serra - 27 - 6 - 2020) Crédito: Reprodução Foto Elsa/Fornecida pelo entrevistado
Aos 52 anos de idade, com a experiência e quatro mandatos
legislativos e, em um deles como presidente da Câmara de Vereadores em 2007,
Ernani Mello entende que esta experiência faz dele um possível pré-candidato nas
eleições majoritárias deste ano. Ele defende uma mudança no modelo de
administração. “Erechim precisa urgentemente apresentar um novo modelo de
gestão pública!”, que acompanhe o que acontece no mundo empresarial. O
presidente do Republicanos em Erechim vê
ainda “uma cidade que tem um potencial enorme e que está adormecida. Nós
podemos muito mais do que temos”.
Ernani Mello é casado com Aline Mello e pai de João Felipe
Mello. Além de presidir o Republicanos local, na iniciativa privada Ernani é
empresário do segmente industrial. Vejamos o que mais pensa o possível
pré-candidato.
José ody - O Republicanos estará com um nome do partido na
eleição majoritária deste ano em Erechim?
Eranini Mello - Juntamente com outros integrantes do partido,
recebemos a missão de trabalhar visando às eleições municipais deste ano.
Primeiramente, montar uma nominata de candidatos a vereadores para compor a
chapa proporcional, pois entendemos que o primeiro passo é ter representante no
Poder Legislativo Municipal para assim, trabalhar os princípios e programa do
partido assim como representar o povo de nossa cidade. Hoje contamos com uma
nominata qualificada de candidatos a vereadores e com a vinda do Gilson Serafin
(Pimenta) o Republicanos forma bancada na Câmara de Vereadores já neste
mandato. Passado este momento é certo que nosso partido pretende fazer parte da
eleição ao cargo majoritário, e para isso já estamos há alguns meses
trabalhando internamente e também conversando com outras siglas de pensamento
semelhante ao nosso para a disputa do pleito.
José Ody - Que bloco de partidos ou pensamento o partido
pretende representar?
Ernani Mello - Erechim precisa urgentemente apresentar um
novo modelo de gestão pública! Nós, do Republicanos, queremos estar perto de
partidos e consequentemente das pessoas que tenham esta mesma linha de
pensamento, ou seja, que tenham uma visão atualizada, moderna e inovadora. E
que estejam dispostas a fazer esta transição.
José Ody - O senhor pode ser um nome ou concorrer outra vez a
vereador?
Ernani Mello - A vereador não mais. Já estive na câmara por quatro mandatos, tive
a honra de ser presidente do Poder Municipal, fui um dos vereadores com o maior
número de projetos aprovados neste período, então acredito que este momento já
passou. O tempo que passei como vereador me proporcionou conhecer profundamente
a máquina pública e isso me oportuniza ser um possível pré-candidato ao cargo
majoritário na eleição municipal deste ano.
José Ody - Qual sua visão sobre a cidade hoje?
Ernani Mello - Uma cidade que tem um potencial enorme e que
está adormecida. Nós podemos muito mais do que temos. Nosso povo é
empreendedor. O que precisamos é mudar o foco e direcionar o município para uma
gestão de resultado. Atualmente, na maioria dos municípios a administração pública
é lenta e não acompanha a mesma velocidade da iniciativa privada, que inova e
busca aperfeiçoamento tecnológico a todo momento. Se estabeleceu um modelo para
a área pública e alguns acham que tem que ser assim para sempre, entendo faltar
coragem ou talvez motivação para mudar.
José Ody - O que o senhor considera prioritário para quem
assumir a administração do município em janeiro de 2021?
Ernani Mello - O sistema que nos é imposto e a rapidez com
que o mundo moderno anda, nos obriga a pensar gestão pública de forma
diferente. Por isso entendo que a PRIORIDADE neste momento é trazer para a
administração municipal um novo modelo de fazer gestão. Implementar uma gestão
de resultados como no mundo empresarial, tanto na produção de serviços como na
gestão de pessoas. Novo modelo este que
abra a administração para novas experiências, que deixe de ser rígida no
aspecto administrativo e busque constantemente inovações, que tenha a informação
como ferramenta essencial para produzir políticas públicas, que estabeleça
parcerias com a iniciativa privada e entidades sociais, que tenha um planejamento
estratégico para manter e atrair novos investimentos propiciando o aumento da
arrecadação e criação de novos postos de trabalho, que faça um enxugamento na
máquina pública tornando a administração mais leve e desburocratizada, que as
secretarias, setores e áreas do poder público trabalhem de forma integrada
tendo visão colaborativa focando em cima de uma matriz única, que seja ativa
indo atrás de bons exemplos, e que tenha o cidadão como centro. Estas são
apenas algumas de tantas outras ações que o mundo moderno oferece e que pode
fazer uma cidade melhor para sua população.
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DÔDO PAGLIOSA (1) - Claudio
Pagliosa, o Dôdo, ouvido no espaço “Uma voz na Voz”, sábado passado, fez
observações interessantes. Uma delas remete a diferentes reflexões: “Nos
últimos 45 anos tivemos apenas cinco gestores públicos no município”.
DÔDO PAGLIOSA (2) - Confrontado
com a declaração e, se a mesma não caracterizaria a falta de novas lideranças
no município, o prefeito Luiz Francisco Schmidt, que disse guardar apreço e
amizade pelo ‘Dôdo’, foi taxativo: “Mas o Dôdo já se ensaiou outras duas vezes
e nunca foi!”. Certamente referia-se a “não se apresentou oficialmente como
candidato a prefeito”.
OS CINCO (1) - Em 1977
assumiu como prefeito de Erechim, Eloi João Zanella; em 1983 assumiu Jayme
Lago; em 1989, outra vez Eloi Zanella; em 1993 assumiu como prefeito, Antonio
Dexheimer; em 1997 assumiu Luiz Francisco Schmidt; em 2001 assumiu novamente
Eloi João Zanella; em 2009 assumiu a prefeitura, Paulo Alfredo Polis e; em 2017
assume pela segunda vez como prefeito – Luiz Francisco Schmidt.
OS CINCO (2) - Na ponta
do lápis até 1º de janeiro de 2021 serão 44 anos. Se um deles voltar, continuaremos
com a observação de Dôdo Pagliosa, só que daí somando-se mais quatro anos. Caso
se reeleger em 2023 - irá até janeiro de 2028. Erechim pode chegar a 52 anos
alternando apenas cinco nomes de seus filhos – entre maternos ou adotivos.
DECEPÇÃO (1) - É fato
que a grande imprensa trata o presidente Jair Bolsonaro desde o dia da sua
posse, como se fosse um inimigo a ser esmagado. As razões? – cada escolha as
suas preferidas.
DECEPÇÃO (2) – Não se
questiona que o país precisava quebrar um ciclo que nos arrastava, e arrastou
para o lamaçal da desgraça em quase todos os setores com governos anteriores ao
atual, mas uma notícia da semana que passou parece indefensável por quem depositou suas
esperanças em Bolsonaro.
DECEPÇÃO (3) - O
presidente e o Centrão seriam totalmente contrários à prisão em 2ª Instância.
Ora, isso vai na contramão, de quem deseja uma justiça realmente justa “para
todos”.
DECEPÇÃO (4) - Levando
em conta a cantilena do “trânsito em julgado”, quem tem dinheiro – muito
provavelmente, não será nesta vida que irá preso. Já o infrator de leis
desafortunado pelo azar – será o cliente menos defensável.
PAI - Cada vez me
convenço mais do amor dos pais pelos filhos e me vem à mente o velho adágio
popular e, rigorosamente verdadeiro: “O que um pai não faz por um filho!?”.
Qualquer ilação é por que não é ilação – e sim, por que é verdade mesmo.
NEM TUDO – Nem tudo que
brilha é diamante. Nem sempre que começa, acaba. Nem sempre o forno faz
rosquilhas. Nem tudo pode andar ao nosso
paladar. Nem sempre o homem está de lua.
Nem sempre o diabo está atrás da porta. Nem tudo que cai na rede é peixe. Nem
tudo que reluz é ouro. Nem sempre o que é legal é moral. Nem tudo é para todos.
Nem todo Polis é Paulo!
MORO (1) – Não estou
entre os que desgraçam o senhor Sérgio Moro. Primeiro – que ninguém, ninguém
sabe exatamente quais foram as reais razões e motivações que levaram ao seu
desligamento do ministério da Justiça.
MORO (2) – Querer
crucificar Sérgio Moro colocando-lhe o rótulo da Globo com sua linha editorial
anti-Bolsonaro, ou de esquerdista, ou até mesmo de traidor - parece abreviar
demais todos os fatos que precipitaram seu pedido de afastamento. Cheira a
grito de radicais tão criticados quando estão do outro lado do rio que separa
pensadores e ativistas.
MORO (3) - Tenho a
sensação que as análises - pró-Bolsonaro e anti-Moro – fotografaram a casca de
um problema bem mais profundo e a disseminaram como se fosse a verdade
derradeira, não sem antes submetê-la a um belo trabalho de photoshop condizente
com o olhar do interessado.
MORO (4) – Sérgio Moro
sempre quis a prisão em 2ª Instância. O pacote anti-crime do ex-ministro foi
desidratado no Congresso e pelo que se sabe, com apoio do Planalto. Isso não
importa mais? Já importou e muito. É só procurar na memória por que se
votou em quem foi eleito por mais de 57,8 milhões de brasileiros.
BOLSONARO (1) – Minha
esperança ao ver quebrado o ciclo de sempre os mesmos, com a eleição do
presidente Jair Bolsonaro, era ver essas coisas ganharam vida e asas na
legislação brasileira, mas não está sendo assim. Pelo menos por enquanto. Foi
Moro que mudou? É o presidente que está mudando?
BOLSONARO (2) – Depois
que acharam o senhor Queiroz, coincidência ou não, o presidente tem se
aproximado com a bandeira do diálogo com o STF e com os presidentes das duas
Casas do Congresso. Será que caiu a ficha que numa democracia essa convivência
é do cardápio diário? Ou – sua Excelência começa a perceber que a radicalização
pode inviabilizá-lo em 2022. Esta semana, com 55 mil mortos pelo Covid-19, o
presidente até se solidarizou com as famílias dos falecidos pela pandemia. Sem
dúvidas – um avanço.
MAIS MORO – Ainda está
para nascer no nosso país alguém que preste os serviços que o juiz Sérgio Moro
prestou comandando a Operação Lava Jato. Ou ele estava errado - ou pior – foi
um ator irresponsável que resolveu “brincar com fogo pesado” - quando fez o que
fez e contra quem fez.
MAIS BOLSONARO – Apesar
dos pesares, percebe-se também, claramente, passado um ano e meio de governo,
que existe um comprometimento das pessoas deste governo; de não levar para casa
o que não é seu. Meia volta volver com os olhos – ganhamos muito nesse período.
Foi só parar de sumir coisas – segundo se dizia acontecer antes - e que levou
muita gente na condição de inquilinos para Curitiba.
LADOS (1) – O país tão
carente de homens com envergadura moral quase irretocável, não devia
desprezá-los quando, aparentemente, colocam-se na contramão do que pensamos. E isto vale para ambos - Bolsonaro e Moro. Foi o país saiu perdendo com essa ruptura.
LADOS (2) – Lentamente
a direita brasileira, ou seja lá o que for isso, começa a exercitar o mesmo
discurso e a mesma postura da esquerda brasileira, ou seja lá o que for isso. Orientado, alertado ou convencido, o presidente tem se mostrado nos últimos dias mais sensato. Talvez o 2022, realmente, o faça menos impulsivo.
O ELEITOR (1) - O
eleitor brasileiro – apesar de ter melhorado muito – é bem menos politizado do
que, obviamente, o eleitorado, digamos do Velho Mundo. Nem vamos discutir isso.
O ELEITOR (2) - Mas se
pudesse dar um conselho aos pré-candidatos a prefeito de Erechim diria que um
aperto de mão - não, aperto de mão é pouco -, um abraço, um abração com tapões
nas costas; um sorriso – não, sorriso é pouco -, mas umas belas gargalhadas
daquelas de orelha a orelha, especialmente por frases feitas, chavões surrados ou
piadas sem graça alguma – conseguem mais, mas muito mais votos, do que um
Projeto de Governo a médio, curto e longo prazo para a cidade.
O ELEITOR (3) - Os
pré-candidatos que comecem a ensaiar na frente do espelho, porque a parada é
complicada. Sim – pois há aqueles que trazem esse “dom” de berço.
O ELEITOR (4) - O
ex-prefeito Paulo, aquele de São Paulo, que o diga. E, Francisco também. Ninguém
chega a Papa com cara de Bento. Tanto é que o único a chegar - abdicou.
TORDILHO (1) – Certa
feita, após gravar um programa na TV Erechim, um parlamentar estadual observou
algo que tem a ver como o tema “O eleitor”.
TORDILHO (2) – Segundo
o edil estadual, a região já teve um parlamentar que elegeu-se cantando
nos fins de semana, em comunidades do interior, o clássico gauchesco de
Teixeirinha – Tordilho Negro. Será? Achei meio exagerado, mas enfim!
CULTURA – Mas até aí
deve-se olhar para a contribuição cultural, porquanto se a proposta fosse fazer
isso ou aquilo, pensar a região para daqui a 10 ou 20 anos, por exemplo... como
não daria o mesmo caminhão de votos – melhor divertir-se e valorizar o cantor e o clássico regionalista.
MÉTODOS – De lá para cá
os métodos de convencimento do eleitorado se modernizaram. Afora a cantoria e
as gargalhadas sem nexo, afora beijar idosas, abraçar idosos e erguer
criancinhas – evoluímos (pelo menos se ouve muito nas campanhas) - para outras
formas de obtenção do voto eleitoral, que até duvido, seja real. Até por que quase
nunca se descobre algo irregular. Deve ser mesmo um devaneio.
INSTÂNCIA SUPERIOR – E quando
se descobre como em certas geografias já ocorreu, não raras vezes levanta-se
uma Instância Superior, e anula o que o clero jurídico do endereço geográfico flagrou.
Geralmente têm razão as torcidas que perdem seus jogos, quando xingam também o
árbitro. Mas tudo é próprio das democracias. A preservação dos direitos.
COVID POLÍTICO – O que
vai acabar antes: o Covid -19 ou a eleição “sempre dos mesmos” em Campo
Pequeno?