domingo, 14 de junho de 2020

Dinheiro no banco garante salário


 
(Página 3 de "A Voz da Serra" - 13/06/2020)

* Uma voz na Voz


O prefeito Luiz Francisco Schmidt enfrentou críticas por guardar dinheiro em banco. No entender de alguns, guardar recursos não é papel do Executivo municipal. Veio o imprevisto. A pandemia do Covid-19. E atrás das trágicas mortes provocadas pelo inesperado vírus, avoluma-se uma crise econômica que ainda não mostrou todo seu poder de destruição. Vem varrendo empresas, negócios e empregos, não poupando nenhum setor até onde o pensamento alcança. O governo federal tem sido chamado a socorrer todos os entes federativos, o que fará em quatro parcelas. A primeira foi paga dia 9. Os estados dependem diretamente desse “socorro” federal para honrar compromissos – especialmente a folha, mesmo atrasada.
O município avalia uma perda de R$ 5 milhões comparando abril e maio de 2020 com 2019. Com uma folha de pagamento de cerca de R$ 11 milhões por mês, não fosse o “dinheiro guardado em banco”, não se descarta risco para o município honrar seus compromissos em dia. “Uma voz na Voz” abre este espaço para o prefeito Luiz Francisco Schmidt.

José Ody – Quantos funcionários a prefeitura tem - de carreira, inativos e CCs?
Luiz Francisco Schmidt - O município de Erechim possui hoje 2.433 servidores entre efetivos, aposentados, inativos, pensionistas, agentes políticos, cargos em comissão, conselheiros tutelares e contratos temporários (dados do RH).
2187 Servidores Efetivos; 11 Agentes Políticos (Prefeito, Vice e nove secretários) e 112 Cargos em Comissão. Os demais 123 são inativos, aposentados e pensionistas.

José Ody – Qual é montante da folha de pagamento do município, hoje?
Luiz Francisco Schmdit - O montante da folha, em média, incluindo salários e encargos dela decorrentes, é de aproximadamente R$ 11.000.000,00 (onze milhões de reais mensais), segundo a Fazenda Municipal.

Josá Ody – Qual é o impacto, aproximado, de perdas financeiras para os cofres do município até o momento, por causa da pandemia do Coronavírus.
Luiz Francisco Schmdit - O impacto com perdas na arrecadação de impostos, em consequência da pandemia foi de aproximadamente R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), comparando com os meses de abril e maio de 2019, não levando em conta a inflação do período, sendo R$ 2.100.000,00 (dois milhões e cem mil reais) de ISS e ITBI e R$ 2.900.000,00 (dois milhões e novecentos mil reais) de ICMS.  O FPM está sendo compensado pelo Governo Federal e o IPTU deixou de ser considerado porque o mesmo teve seu vencimento prorrogado.

José Ody – O senhor tem sido criticado por “guardar” dinheiro da prefeitura no banco. É verdade? E se isto não tivesse acontecido o funcionalismo corria risco de não receber em dia?
Luiz Francisco Schmidt - A margem de segurança de recursos mantidos em bancos está sendo de grande valia neste momento de redução significativa de receita (em razão da pandemia), inclusive para o pagamento antecipado de parcela do 13º salário. Como estamos enfrentando tempos difíceis, ainda mais necessário o cuidado com os gastos públicos. Com seus recursos todo cidadão tem o direito de fazer o que bem entender, com os recursos públicos serenidade, parcimônia e austeridade sempre.

José Ody – A prefeitura vai pagar nos próximos dias a primeira parcela do 13º salário. Apesar da crise por conta da pandemia – a prefeitura vai conseguir manter seus compromissos financeiros com seus colaboradores até o final da gestão?
Luiz Francisco Schmidt - A primeira parcela do 13º salário será paga dia 19 do corrente mês. Apesar de toda a crise que envolve o País e muitos estados, o Governo Municipal está fazendo todos os esforços para reduzir despesas, para que não faltem recursos para a saúde, em primeiro lugar, para a assistência social e também para manter os salários dos servidores em dia. O nosso trabalho está sendo desenvolvido para que todos os compromissos sejam atendidos da melhor forma, para que sejam mantidos os investimentos (estamos construindo novas escolas, concluindo praças, reconstruindo novas praças, seguindo o plano de pavimentação), e, se possível, sem atrasos, porque AQUI É A NOSSA CASA.

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De Gaulle 1 - Atribui-se a Charles De Gaulle a frase de que o Brasil não é um país sério. Mas há controvérsias. Na verdade, teria sido pronunciada pelo embaixador brasileiro, Carlos Alves de Souza. Ele atuou como representante diplomático brasileiro em Roma, Paris e Londres de 1950 a 1966.

De Gaulle 2 - O diplomata teve papel de destaque no conflito diplomático Brasil – França que ficou conhecido como “Guerra da Lagosta”. Foi intermediário entre o governo brasileiro e Charles de Gaulle.

De Gaulle 3 - Pelo que encontrei a respeito, a frase foi mesmo pronunciada, a um jornalista brasileiro, e a partir daí o incidente acabou “envenenado” pela imprensa. E pegou nas costas do presidente francês.

De Gaulle 4 - Pois, vivemos tempos não só de uma pandemia pelo novo coronavírus (Covid-19), mas, de quebra, por um verdadeiro pandemônio na área política e jurídica.

De Gaulle 5 - Assim como ninguém sabe cem por cento de onde, ou como surgiu o novo coronavírus, nem quando e como vai acabar (se é que vai), ninguém mais sabe exatamente qual é o seu verdadeiro lugar no país.

De Gaulle 6 - O governo já trocou dois ministros da saúde e hoje convive com um interino. Para muitos, pela ingerência do presidente Jair Bolsonaro, o país nem tem ministro na área porque tudo seria do jeito que o presidente quer e ponto.

De Gaulle 7 - Para outros, a aparente transferência das responsabilidades da saúde com relação ao vírus para Estados e municípios, transformou o Brasil, pela primeira vez, em uma Federação – dando voz e vez aos entes federados.

De Gaulle 8 – Para outros, não ocorreu transferência de responsabilidades, mas sim, a tomada das rédeas pelos governos estaduais.

De Gaulle 9 – O fato é que está dando no que está dando. Desde o início do sinistro pandêmico in Brazil, ficou claro que o país tinha duas visões sobre como enfrentar o bicho: uma federal e outra estadual.

De Gaulle 10 - Enquanto em outros países, autoridades federais, estaduais, municipais e de saúde, para ficar apenas nestas, se somavam e somam todos contra o Covid-19, por aqui e nos EUA, por exemplo, a concentração de esforços e, o foco perdeu-se, e, ainda se perde, em discussões que por mais relevantes que sejam, são totalmente inoportunas.

De Gaulle 11 – É óbvio que as trapalhadas do governo federal, especialmente do presidente Bolsonaro - o que já devia estar assimilado por todos - é que a figura pessoal do presidente é exatamente essa que ele mostra a toda hora: franco demais. Claro demais. Impulsivo demais. E o Brasil em sua história, até onde sei, nunca teve alguém assim – direto, curto e grosso. Porém, verdadeiro. Na política... Até demais.

De Gaulle 12 - E em meio a essa confusão toda, o que não faltam são partidos, políticos e felinos tentando tirar nacos do queijo. Vejam as investigações e as denúncias. Mas sejamos justos: até agora – nada da sujeira que se mistura ao Covid-19 tem sido encontrada no colo do governo federal.

De Gaulle 13 - Para não ficar de fora do carnaval de absurdos, a imprensa também tinha que pegar carona e, em alguns casos, mais que entrar na escola de samba – vestiu a fantasia da bateria e ainda almeja, dia após dia - noite após noite, chegar ao fim do desfile dando o tom. Chegaram a criar um consórcio de veículos para apurar a incidência de casos e vítimas – concorrendo com o governo. Claro que aí o governo avaliou muito mal seu modelo de divulgação. Pegou mal e teve de voltar atrás. Agora - quem garante onde está a verdade!?

De Gaulle 14 – É uma vergonha. Não fosse trágico esse episódio, ceifando milhares de vidas e sabe-se lá como tudo isso vai terminar – o comportamento do país como um todo contra o Covid- 19 é um verdadeiro coquetel de fiasco. E aí não escapa ninguém. Todos se acham donos das teses verdadeiras, e como o conflito de interesses é generalizado, vivemos uma verdadeira “pandemia de teses” internamente no país. 

De Gaulle 15 - Pouco importa ou pouco devia importar quem tem razão, por enquanto, se o governo federal ou os estaduais (talvez nem todos...), ou o tal de consórcio midiático. Lembra brigas generalizadas em campos de futebol – entre atletas. Todos batem e todos apanham.

De Gaulle 16 – Enquanto isso, quem convive com o fantasma real da doença, e a realidade nada fantasmagórica da falta de emprego, da falta de salário, da falta de dinheiro, vivendo todos os dias a dura realidade da fome, o que de fato devia interessar a todos os divergentes é uma coisa só: união. Como se estivéssemos todos do mesmo lado em uma guerra: a soma de todos os esforços contra o mesmo inimigo.

De Gaulle 17 – Mas, ao que tudo aparenta, o Brasil não é mesmo um país sério. E observando-se isentamente - é razoável concluir que não importa quem foi que disse a tal da frase. O pior é que não temos outro Charles para colocar a culpa. Mas, se for para “envenenar” o cenário - no que depender de grandes setores da imprensa, acautelem-se, e contem com a mesma. Charles de Gaulle que o diga desde sua tumba.

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Minha seleção do Ypiranga

Esses dias no programa Tocando a Bola da rádio Difusão, os colegas que participam do mesmo escalaram sua seleção Ypiranga. Para critérios mais claros, fixaram que seria de jogadores que atuaram no Colosso da Lagoa. Logo, aquele grande time de 1967, estava fora. Alguns ainda atuaram no Colosso, mas quase em fim de carreira. Aqueles jogadores não poderiam ser escalados. Também ficaram fora os do grande Ypiranga de 1949, para quem viu, diz ter sido o maior de todos.
Sempre quando se faz uma seleção muitas injustiças podem ser cometidas. E eu fiz a minha que reproduzo aqui: Carlão; Luis Cláudio, Mugica, Ildo e Sander; Paulo Ferro, Zico, Borjão e Luiz Freire; Paulo Gaúcho e Aílton. Técnico: Orlando Bianchini.


Na foto o Ypiranga de 1974: Cláudio, Zico, Baiano, Cuca, Mugica e Valdir; Juarez, Ismael, Pedruca, Paulo Ferro e Maurinho. Timaço. Destes – Zico, Mugica e Paulo Ferro - estão na minha seleção. Pedruca fica de fora pelo critério de não escalar ninguém do timaço de 1967. Aqui o “Leão da Montanha” já estava quase em fim de carreira. Se pudesse voltar a 1967 – Pedruca estaria na minha também, assim como outros.

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Eleições 2020

A pandemia tem freado o debate político/eleitoral de 2020. Mas uma observação é incontestável: a composição de forças partidárias (grupos ou nomes) e até o número provável de candidaturas a prefeito e vice-prefeito, passa pelo nome do MDB. Neste momento o partido tem um candidato: Polis. Mas há quem entenda que a condenação do ex-prefeito em processo por órgão colegiado, o colocaria no rol de “ficha suja” – o que inviabilizaria sua candidatura. Segundo alguns, se o ex-prefeito obter um efeito suspensivo da decisão colegiada – aí ele estaria sim, habilitado a concorrer. Teses sobre a postura do MDB na insistência do nome do ex-prefeito é que não faltam.
No feriado de Corpus Christi, o presidente do MDB de Erechim, Edgar Paulo Marmentini foi enfático: “hoje o Polis não tem nenhum impedimento legal e jurídico para não estar na urna. Não é convicção, e sim, certeza. Tanto é que nem ventilamos mais a possibilidade de Plano B”.