(Página 3 de A Voz da Serra - 11/07/2020)
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Vem eleição, vai eleição e depois vem a lamentação: “a cidade
precisa se unir. A região precisa caminhar unida nos seus propósitos. Por que
tantos candidatos?”.
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Ah, mas o fulano de tal ao lançar-se candidato me atrapalhou
e acabou sendo eleito aquele que nenhum de nós queria.
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Recordemos 2008 em Erechim.
Se os Luízes (Luiz Antonio Tirello) e (Luiz Francisco
Schmidt) tivessem se entendido – um deles seria o prefeito. E naquela época,
Tirello tinha condições que lhe facilitariam uma continuidade de administração
de Eloi João Zanella e o próprio Tirello que era vice-prefeito.
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Tirello (PTB) recebeu 20380 votos. Schmidt (DEM) recebeu
13489 votos. Eleito prefeito! – Paulo Alfredo Polis (PT) 22863 votos.
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Até hoje um Luiz tem convicção que o outro Luiz lhe tirou a
eleição.
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Ora, não sejamos ingênuos: é fato indiscutível que cada
partido tem o direito de lançar seu próprio candidato. Agora – não venham mais
com a cantilena que “ah – faltou a gente se unir. Ah – é por isso que Erechim
nunca sai do lugar. Ah – é preciso união não só de partidos, mas de grupos, do
empresariado, etc, etc e etc”.
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Nosso modelo de comportamento é histórico: A - Todos
concordam em se unir desde que o candidato seja o “seu”. B – Nos últimos 30
anos a “oposição” ao vencedor – elegeu o prefeito. Ninguém alcança um
porcentual maior do que a soma dos que “não votaram no eleito”. Isto é his-tó-ri-co na política de Campo
Pequeno.
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Eloi João Zanella está aí, vivinho da silva. Ele é teimoso e
convencido sobre suas convicções e próprias verdades. Mas – ele já tem uma
idade onde pode admitir com a mais serena das tranqüilidades a verdade que aqui
se afirma e é só pegar os números das eleições.
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Apesar de ser o prefeito com quatro mandatos, de mudar a
matriz econômica e social da cidade em 1977, apesar de cercar-se de pessoas
competentes, apesar de ser super-exigente, apesar de ter a história de vida que
construiu por méritos próprios, apesar de consolidar-se como um líder nos mais
diferentes segmentos da sociedade, apesar de ter eleito seu secretário de
administração – Jayme Luiz Lago, o mais importante homem dos bastidores da
política local nos últimos 50 anos e que, com Zanella virou prefeito -, apesar
de comandar e contar com uma imensa força política desde seu início
(Arena-PDS... Progressista), pois, apesar de tudo e mais um pouco que se possa
creditar à capacidade individual do considerado, Eloi João Zanella, pode sim
admitir, se quiser ser fiel à sua trajetória na política local, que sempre,
sempre, sempre contou com o apoio irrestrito, sólido e confiável da oposição.
Esta – jamais o abandonou.
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E assim, Campo Pequeno, encampou o modelo “Eloi Zanella de se
eleger prefeito!”.
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Pode alguém fisgar uma eleição aqui ou ali, ah, mas no ano
tal não foi bem assim. Está bem. Mas – pense um pouco, aliás, pensar é um verbo
proibido conjugar em tempos eleitorais em Erechim e no Alto Uruguai. Refiro-me
ao “pensar” conjugado no plural. No singular todo mundo pensa, ou, melhor – só
pensa. No geral, no geral – é nos períodos pré-eleitorais que nós semeamos a
“Terra de Campo Pequeno – e Alto Uruguai”, para que dê, com segurança e, em
abundância, uma bela safra de atraso.
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E isto, olhando mais fundo na terra, não tem nada a ver com
um nome, com um prefeito, com um governo apanhado isoladamente – mas com uma
filosofia, com uma linha de pensamento e atuação, com um projeto de futuro que
nos garanta, com absoluta certeza, continuarmos “esquecidos pelos governos do
Estado e da União”.
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Depois de Yeda Crusius, que olhar, obra ou prestígio Campo
Pequeno recebeu!? Recebeu as safras cheias de nada – rigorosamente nada.
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Por nossa vocação de reverência ao próprio umbigo como o
centro do planeta, temos sido tratados –
e reitero por aquilo que pedimos e nos esforçado para receber: um
tratamento de fazer inveja ao Conde de Monte Cristo quando preso no castelo de
If na Baía de Marselha.
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Então, prezados interessados no presente e no futuro de
Erechim, a hora é agora. Recorram à conjugação do verbo “pensar” no modo
Subjuntivo e tempo verbal Pretérito Imperfeito. E ... “se nós pensássemos”
melhor. A essas alturas já seria um avanço conjugá-lo no Indicativo do futuro
do presente: “nós pensaremos”. Mas aí já é pedir demais. Pedir que pensem.
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Nós quem?
Pensarmos em quem?
Quebrem a nossa tradição e pensem na cidade!
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Esta seria uma ótima oportunidade para as “forças vivas (?) –
o que seria isso mesmo em Campo Pequeno?”, colocarem na mesa duas ou três
eleições: a municipal de 2020, a estadual e a federal de 2022 e, por que não; a
eleição de 2024 em Campo Pequeno!
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Ah – mas aí já é demais não é mesmo?
Lembro aqui uma máxima proferida pelo ilustre vereador nos
anos 1980, Wilson José Tonin: “Ody, tá vendo Ody, tu viu Ody – tu sabe pra que
servem os acordos? Pra serem rompidos, pra serem rasgados”. Disse-me isto o
vereador há muitos anos, de saída, à porta do Cartório Timm. Os detalhes sobre
o que se tratava, nunca soube. Mas tinha a ver com política.
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Não só por educação, mas por merecimento mesmo, todos os
governos que passaram pela cidade merecem respeito. Cito aqui a partir de Eduardo
Pinto em 1964, passando por Irany Jaime Farina em 1969, Aristides Agostinho
Zambonatto em 1973, Eloi João Zanella em 1977, 1989, 2001 e 2005, Jayme Luiz
Lago em 1983, Antonio Dexheimer em 1993, Luiz Francisco Schmidt em 1997 e atual
e, Paulo Alfredo Polis em 2009 e 2013.
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Cada um deles tem seus méritos, mas neste período todo, jamais
a cidade “se fechou em copas” por uma ideia mais de médio ou longo prazo,
exceção às gestões de 1977 até 1989. E assim, na administração do dia a dia,
cada um foi fazendo o que era e é possível.
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Antes que discordem afirmando aqui não compreenderem o
direito e o papel dos partidos, rogo que entendam, que a alternância de poder e
a existência de oposição é da natureza política. O escrito até aqui – defende
um ideia que coloca o município e a região acima dos partidos, de grupos e dos
interesses pessoais. Expõe-se aqui tão somente a reflexão de que 105 mil erechinenses
e cerca de 250 alto-uruguaienses (existe o termo?) estão todos no mesmo barco.
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O que se tenta expor aqui é que já passou da hora de alguém
bater à mesa e eleger como prioridade o desenvolvimento da cidade e da região
com vistas ao amanhã. Que os próximos governantes do Piratini e do Planalto saibam
aonde ficam Erechim e o Alto Uruguai.
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Que alguns políticos entendam que a hora não é agora porque
esta é, a sua hora; é compreensível. Afinal, nunca se pode desprezar a soberba
e, muito menos, a ignorância humana. Mas certamente há os que podem pensar –
como foi dito – em várias eleições sobre a mesa dos debates políticos e, esta é
a hora. Repito: “esta é a hora” da grandeza, do pensar no plural.
BISPO (1) – Dom Adimir tomará posse neste domingo, dia 12 de
julho, como o quarto bispo da Diocese de Erechim.
BISPO (2) – Dom Adimir vem de Cascavel onde passou quase toda
sua vida. Vinte e um anos como padre.
Dom Adimir Mazali e Padre Antoninho na TV Erechim. Crédito: TV Erechim/Divulgação |
BISPO (3) – O novo bispo é um observador. Estive com ele na
TV Erechim. Percebe-se que está atento às feições e gestos de quem fala. E isto,
sempre entendi no jornalismo e na vida, como uma virtude muito útil.
BISPO (4) – Rezo para que ele não volte atrás em algumas
decisões de Dom José, como por exemplo, reabrir o Largo do Santuário e
Seminário, para a realização de vários eventos que nada tem a ver com o
ambiente do local, que é de oração, reflexão e de paz. Que mantenha assim.
BISPO (5) – Dom Adimir, de 55 anos, tem como hobby a leitura.
É torcedor do Atlético (PR) e Flamengo. Já foi aconselhado a torcer também para
o Ypiranga.
BISPO (6) – Ainda no futebol foi ponteiro esquerdo e traz uma
lesão séria na canela direita. Boa sorte Dom Adimir.
HAVAN – Apenas para registrar constar que a Havan, veio para
Erechim no dia 9 de julho de 2020, quando era prefeito o senhor Luiz Francisco
Schmidt. A cidade já existia.
GEDER – Recebi um e-mail de Geder Carraro, mas de onde foi
enviado, saiu meio truncado. Não deu pra ver se saiu do céu ou da ante-sala de
uma espécie de Gabinete do Ódio do purgatório. Mas a mensagem é clara: “Odyyyy.
Nada de flores com a turma que tu sabe. Lembra como eu fazia... Dá-le pau.
Dá-le pau. Daqui uns dias vou começar a escrever daqui. Eu, o Grasel (Castor) e
o Helly. PS – Agora, só tu mesmo pra
voltar com o Rica e a Gilka. Mas seja o que Deus quiser. Boa sorte, porque vai
precisar e bastante. Abração. Agora vamos pro Caldeirão, que abriu um bar por aqui. Hora de esquentar o esqueleto.
Quando quiser aparecer... ahahahahahahhhh!”.
FESTA – O campeonato gaúcho vai voltar em 23 deste mês. Festa
nos lares. Especialmente entre... as mulheres. ruim com futebol? Sem futebol - insuportável aguentar os maridos.