quinta-feira, 9 de julho de 2020

Me senti e me sinto meio Cardoso






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Quando o Atlântico era mais um clube de futebol e menos uma  marca de marketing, lá pelos anos 1960, no ataque infernal havia um que se chamava Cardoso. Para perfumar a memória – Tomasi, Índio, Cardoso e Carioca.
Pois, o Cardoso fazia lá seus golzinhos, mas era um jogador meio acomodado em campo. Corria pouco, combatia quase nada. Nos treinos então! Mas, enfim, treino é treino. Ele e o Índio. Sei, porque acompanhei mais de 10 anos da vida diária do Atlântico no gramado. Não perdia coletivo, nem “dia de física”.
Se não me engano naquele inesquecível Atlântico e Lajeadense – o Cardoso cansou de bater pênaltis. Tinha a seu favor, a sua cara e o seu jeito de gozador. O grupo amava o Cardoso. Sempre tinha uma saída hilária para uma situação. Enfim – gente boa.
2
Quando o time andava mal e não fazia gols – a torcida pedia a saída de um e, geralmente, sobrava para ele, o Cardoso, pois afinal, ponta esquerda só tinha um, o Carioca; o Tomasi corria por ele, pelo Cardoso e por meio time, e o Índio, bem, o Índio era lento, também não marcava ninguém; mas era o Índio – o Romário do Atlântico. Se pudessem trocar dez – que trocassem, menos o Índio.
Pois, então sobrava para o Cardoso. Ele meio que se arrastava para sair e se deixar cair como um saco de batatas sobre o banco de reservas.
Curiosamente, porém, sem ele o time parecia (e não só parecia como era verdade) render ainda menos.
3
Os gols só não saiam – como as chances diminuíam e, não durava muito, lá brotava na social verde-rubra: “Bota o Cardoso – ô treinador burro. Ele não corre, mas sempre está no lugar certo. Segura a zaga. Não adianta o Tomasi cruzar e só tem o Índio lá dentro”!
O Cardoso só dava uma olhadinha para trás e com o seu cabelo a “la Burt Lancaster” – parecia com uma risadinha - mais malandro do que nunca. “Haaaaa... me botaram no banco? - me vaiaram... e agora gritam por mim. Que maravilha. Querem ´o véio!’.”
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O Cardoso era um dos casos, onde ele era ainda mais notado, se tornava ainda mais importante quando não estava no time do que quando era escalado. Ruim com ele – péssimo sem ele. Sentiam sua importância quando botavam outro no seu lugar. Quando ele estava na reserva.
Sem o Cardoso, lento e quase parando, parecia que o Atlântico não era o mesmo. Até o Índio, assim parecia, jogava menos. E jogava menos mesmo.
Mas ele tinha virtudes: sabia se colocar. Sabia bater na bola parada ou em movimento. Tinha senso de colocação e tempo de bola. E isso fez dele um atacante que coube, sim, na linha de frente do grande time do Atlântico do início dos anos 1960.
Pois, nesse tempo que fiquei sem escrever – me senti meio Cardoso. E na volta também ainda me sinto.

.X.X.X.X.X.X.X.X.-

TOCANDO A BOLA (1) – Ouço quase sempre o programa “tocando a bola” às 11h na Difusão. Pediria ao Amilton Drews, (Garotinho – apelido que eu lhe dei), meu amigo de longa data e, disparado, um dos maiores narradores de futebol do estado, que pare de sonhar. “Ah – mas o Grêmio não é o Boa Vista...”. Não é mesmo.

TOCANDO A BOLA (2) - O técnico Jorge Jesus e a direção do Flamengo conseguiram elevar o Flamengo ao nível das estrelas de equipes da Europa. É só atentar para a dinâmica do futebol praticado – com altíssima velocidade em entrosamento, força, técnica, concentração, foco e capacidade de buscar o resultado até o apito final. O time quase não simula, como a mania nacional histórica faz.

TOCANDO A BOLA (3) – O Flamengo absorveu as exigências européias de seu técnico, e, além de contar com um excelente grupo passou a treinar, se comportar e jogar com uma consciência profissional – que observamos nos grandes clubes europeus. 

TOCANDO A BOLA (4) – Se não acontecer nenhum fenômeno como Inter e Barcelona, o Flamengo vai ser campeão de todas as competições brasileiras e sul-americanas nesta temporada.

TOCANDO A BOLA (5) - E pelo que tenho visto lá fora – pode sonhar com seu segundo mundial. Não é o nome dos jogadores só. É a filosofia. O comprometimento. A qualidade. A força dentro e fora do campo. É a confiança e a convicção que pode chegar.

TOCANDO A BOLA (6) - Querido amigo Amilton: O Flamengo não é melhor que o Grêmio. Não. O Flamengo é muito melhor que o Grêmio e que todos, todos os outros times do Brasil.

TOCANDO A BOLA (7) - Minha curiosidade é – ver o que Sampaoli consegue fazer do Atlético-MG. O resto, sonhar em desbancar o Flamengo de Jorge Jesus é sonhar em acertar na mega sena.

TOCANDO A BOLA (8) – Escrevo antes de Flamengo e Fluminense. Só faltava ressuscitarem logo ontem Barcelona e Inter.

MDB (1) – Uma fonte garante que até o MDB seria aceito no Grupão, mas sem a figura do ex-prefeito, ao menos como candidato.

MDB (2) – Enquanto esses tamborins começam a esquentar, o MDB parece curtir um samba de raiz, e assegura pela fala de seu presidente, Edgar Paulo Marmentini: “O nome do Polis vai estar na urna!”.

SOA - Esse “vai estar na urna” dá margem à interpretação. Com “certeza estará porque já está tudo definido” ou “estará por convicção porque se tem muita esperança de reverter um quadro...”.

CHARLES – Enquanto isso, Charles de Gaulle, que não fez a frase “o Brasil não é um país sério” - mas levou a fama, revira-se de novo em sua tumba francesa.

NESTE JORNAL (1) – Já li neste jornal que Antonio Dexheimer, Eloi João Zanella e Luiz Francisco Schmidt, estariam dispostos a abrir caminho para um novo nome. Um nome que não tenha ainda exercido o cargo de prefeito.

NESTE JORNAL (2) – Agora, se o MDB garante Polis na urna, logo, nem todos os partidos e nem todos os ex-prefeitos pensam em abrir mão para um novo nome na política de Erechim. E observe-se: é legítimo.

PSB – Pergunta: E o PSB de Flávio Tirello? O sonho do pai era (talvez ainda seja) ver o filho prefeito. Disse isso uma vez. No grupo da “Terceira Via” se tem como certo que Flávio será vice de Polis. Se este puder realmente concorrer.

PDT – Pergunta: O sucessor imediato do prefeito não é o vice-prefeito? Na política esta máxima não vale? Se o prefeito decidir não puder mais concorrer ou se decidir não buscar a reeleição, o nome natural não seria do vice?

2004 – Já contei, mas nem todos sabem ou prestaram atenção. Em 2004 Eloi João Zanella jurava por todos os santos que não seria candidato. Não sei se por pressão ou pela mãozinha da oposição, concorreu e ganhou seu quarto mandato.

MÃOZINHA – Mãozinha ou mãozona!? Zanella sabia que tinha no mínimo 30% dos votos, sem sair de casa. Como nas contas dos “experts” Antonio Dexheimer teria cerca de 25% e Luiz Francisco Schmidt outros cerca de 25% - já seriam 80% dos votos válidos.

MÃOZONA – A reeleição estaria garantida. Mas para não deixar dúvidas, o PT escalou um candidato também. Elio Spanhol que teria, em tese, mais uns 10 a 12%.

OS VOTOS – Na contagem final a eleição ficou assim: Elio Spanhol obteve 11,81% dos votos, Antonio Dexheimer, 26,64%, Luiz Francisco Schmidt, 26,79% dos votos e Eloi João Zanella ganhou com 34,76%. 

NÚMEROS – Diante da evidência lógica dos números, Zanella não teve outra opção e partiu para sue quarto mandato.

DIFERENTE – Agora é diferente. Luiz Francisco Schmidt foi eleito com 41,521% dos votos. Ana Lúcia Oliveira conseguiu 41,504% dos votos. Não existe margem para sonhar com nada mais concreto. Ademais, Schmidt já adiantou que não concorre. Assim como Zanella em 2004!?

CONJECTURA – Quem votou em Ana Lúcia Oliveira não votaria nela este ano? Isso dá no mínimo 41% dos votos. Agora, pensando bem, conjecturar sobre porcentuais pode representar um filme de terror.

A PERGUNTA – A pergunta é: quem tenta uma reeleição entra fortalecido ou enfraquecido na sucessão. Aí – só os deuses que vêem quem dedilha os números na urna eletrônica poderiam responder – antes.  

COVID-POLÍTICO – O que chega antes: a vacina contra o Covid-19 ou a consciência comunitária de que estamos todos no mesmo barco em Campo Pequeno – e por isso seria importante começar a pensar nomes mais consensuais para todos os pleitos – prefeito, vice, deputados estadual e federal!?

LUTHER KING – Atribui-se a Martin Luther King, líder negro americano, a famosa e indiscutível frase: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.