sábado, 28 de novembro de 2020

O MDB DIANTE DE UM DESAFIO HISTÓRICO

 



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Definitivamente o MDB se isola em Erechim como a maior força política. Seu candidato a prefeito fez 4.438 votos a mais que a soma de seus três concorrentes, mais os votos brancos e os e nulos. Se a eleição de 2016 entrou para a história pela diferença de apenas 12 votos, a deste ano também entra por esses números obtidos por Paulo Polis.

Houve tempos em Erechim onde Arena e o velho MDB, mediam forças que só as urnas podiam dirimir. Mas em expressão política se equivaliam. O mesmo ficou valendo para os tempos de PMDB e PDS.     

Com a abertura ou reabertura política, quando findou o exílio para quem fora punido com a medida - lembro do colega da Caldas Júnior que foi a São Borja cobrir a volta de Leonel Brizola ao Brasil em 1979 -, pois a partir daí o país reabriu-se num leque de partidos que, de tantos, com o passar do tempo se confundiram em intenções a ponto de hoje vivermos tempos onde poucos sabem as identidades de quem defende o quê! Há que se reconhecer que alguns jamais fecharam seus nomes – mas as portas com vistas a eleições sim. Com a reabertura tudo se reabriu – como se tivessem descoberto uma vacina para o golpe de 1964. Não entro no mérito do tal golpe, mas refiro aqui apenas as conseqüências sobre as agremiações políticas e suas atuações ou limitações de atuação.

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Mas o MDB de Erechim alcança hoje uma estatura – não que as não tivesse num passado nem tão distante - que lhe impõe responsabilidades mais pesadas que a de administrar a cidade. Já se disse cem vezes que o Alto Uruguai precisa se unir para sonhos mais altos, mas na hora da onça beber água, cada um vai por si. Pois este é o desafio do MDB de Erechim: acabar com essa pizza que traz no mínimo 32 fatias.

Cabe ao MDB de Erechim, primeiro fazer o milagre em Erechim. Convencer lideranças das mais diferentes áreas (política, econômica e social) principalmente, de que somos, sobretudo, habitantes da mesma cidade. Tudo recairá sobre nós. Penso que pouco se falou sobre isso na imprensa local e também não tenho a pretensão de ser o único: será menos difícil e, talvez, até mais fácil do que se supõe unir o Alto Uruguai se a maior economia regional der o exemplo de união.

Alguém, dirá: “que é isso! Nós fomos eleitos para governar Erechim e agora querem que respondamos pelo Alto Uruguai!?” Pois é. É isso mesmo. Erechim devia liderar esse processo. Chamar a responsabilidade. Assumir este desafio de colocar no mapa político, econômico, social e de lideranças do Rio Grande do Sul, a cidade de Erechim – a mais importante a fazer fronteira com outro estado -, e resgatar a região como um todo.

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Esta pauta devia estar nos planos do MDB local. Na cabeça das suas lideranças. Esta pauta devia estar na cabeça das lideranças que perderam as eleições. Esta pauta devia estar na cabeça dos empresários, das empresas, das entidades de serviço, de saúde, de economia, dos liberais – que tem endereço aqui. Com humildade poderiam se oferecer para ajudar dentro da Amau a debater este debate (repito de propósito) inadiável para a redenção e desenvolvimento de todo Alto Uruguai.

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Para tanto, não obstante, os eleitos teriam que desvestir-se dos seus planos pessoais e mais imediatos, alargar o espectro de visão, olhando, por exemplo, da região nordeste (Machadinho & Cia) até (Frederico Westphalen & Cia ou Nonoai & Cia), criando assim um corredor, uma corrente de interesses comuns – onde, geograficamente, Erechim estaria não só no centro como seria a cidade catalisadora de todos os interesses dos entes envolvidos.

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Porém, isso exige uma imensa capacidade de doação, humildade, união, inteligência e desapego, que só os grandes podem oferecer. Seria talvez uma obra para mais governos, mas o MDB tem a oportunidade de liderar este processo a partir de 2021 – num ato de absoluta e inquestionável grandeza. Uma ação tão histórica quanto foi sua reorganização em Erechim e sua avassaladora vitória do último dia 15. O professor, pesquisador, empresário e palestrante Julio Cezar Brondani conhece muito bem o assunto e tem informações essenciais a quem interessar possa. Procurem-no. Ele pode muito bem, esclarecer tudo, jogar luzes sobre o tema e tornar-se peça fundamental na consecução deste processo ou seria, mais uma vez, apenas um sonho. Uma oportunidade perdida!  Um dia alguém haverá de costurar essas duas pontas geográficas do “chapéu do Rio Grande”. O MDB de Erechim pode liderar e dar início a este desafio!?    

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O ADEUS DE ZANELLA

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Ele ainda é pauta porque foi o político mais importante da segunda metade do século XX em Erechim. Por isso especulo um pouco mais sobre essa figura, para muitos, um italiano meio turrão, teimoso nas suas convicções, mas sem dúvidas um homem público que mudou o perfil político, econômico e social da maior e mais importante cidade do Alto Uruguai. Lembro que sempre quando questionado sobre sua aparente despreocupação com a questão social, saía-se com a resposta que não há nada melhor para esse problema do que criar empregos. Lembro até de um delegado de policia local que dizia: “toda vez que aparece um muro para pintar, caem as ocorrências”, referindo-se à oferta de emprego, pessoas com ocupação, com trabalho.

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Eloi João Zanella, 77 anos, vai largar a política. Ele diz que chegou a hora de aproveitar um pouco a vida e o fará ao lado da esposa Lenir, filhos e netos. Sua surpreendente candidatura a vereador e, não eleição, – depois de quatro mandatos como prefeito e mais um onde ele liderou popularmente o nome de seu grande amigo e secretário de Administração Jayme Luiz Lago – pois, o surgimento do seu nome a vereador tinha um viés que agora vem a público.

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O PP quando deu início à sua caminhada no processo eleitoral deste ano empacou em apenas 12 nomes à vereança. Percebendo que era um número muito reduzido de candidatos para conquistar uma cadeira no Legislativo, Eloi Zanella colocou seu nome à disposição e com isso o partido logo foi a 17 candidatos a vereador. Ao se dispor concorrer, Zanella acreditava que ao lado de quatro vereadores que atualmente constituem a bancada do PP, (uma delas ocupada pelo vereador José Rodolfo Mantovani, hoje no PL, em razão do licenciamento de Eni Scandolara (PP)), o partido conseguiria de 20 a 25 candidatos, elevando as perspectivas de duas ou mais cadeiras. No entanto, a decisão não mudou o quadro e o PP acabou indo pra eleição com apenas 17 nomes.  

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Eloi Zanella não entende como um partido com mais de 600 filiados só conseguiu lançar 17 candidatos. Também até onde se sabe, por razões de locomoção (pandemia), fez uma campanha pelas mídias sociais e isto o prejudicou decisivamente, reabilitando o velho ditado popular de “quem não é visto, não é lembrado”. O ex-tetra-prefeito não aceita a tese que o PP nunca teve uma direção jovem. Quando teve jovens no comando, no entender de alguns, o partido rachou porque dirigentes decidiram apoiar candidatos de fora da região a deputado estadual e federal, quando o PP tinha seus próprios nomes da região – Kaká Cofferi a estadual e Carlos Pomagerski a federal.

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O que se sabe com certeza são duas coisas: a primeira é que Eloi Zanella não tinha intenção séria de ser vereador, mas queria com seu gesto, motivar, fortalecer o seu partido a partir do seu prestígio. A segunda é que, não se sabe quando, mas (em política sempre é um risco dar como encerrada uma vida pública), mas até onde é possível apurar é que Eloi João Zanella tratará de aproveitar a vida com sua família, longe dos holofotes e das pendengas político/partidárias que praticamente o alimentaram enquanto cidadão político por mais de 50 anos.

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O que Zanella leva consigo além das conquistas para a cidade é que, intimamente, na política o que existe são “companheiros de poder”. Muito provavelmente a partir de agora o Eloi, o Zanella irá descobrir quem são seus companheiros que podem ser chamados, de fato, de amigos. E isto vale para ele e para todos os que um dia estiveram no centro do poder, na cadeira do poder, com o cetro do poder na mão – enfim -, com a última palavra, com a decisão, com o poder sobre até onde a legalidade o permite.

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Esse negócio de poder é mesmo circunstancial e, assim como tem um começo, experimenta um período de auge e um dia acaba. Sem comparações – mas para refrescar a tese da teoria do poder, recorro a um exemplo em tempos de pandemia: você já ouviu falar de Maurice Hilleman (1919-2005)? Foi um microbiólogo estadunidense que desenvolveu, ao longo de sua vida, 40 vacinas – das quais oito são imprescindíveis. Porém, é muito pouco conhecido pelo público. Desenvolveu vacinas contra o sarampo, caxumba, hepatite A, hepatite B, varicela, meningite, pneumonia e a bactéria Haemophilus influenzae. Acumulou prêmios e medalhas. Era o reconhecimento não só à sua influência na ciência, mas, por que, um reconhecimento de que ali estava alguém com poder.

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Em plena louca corrida atrás de vacinas contra a Covid-19, nunca ouvi mencionarem o nome dele na imprensa. Entrou para a história como o homem que mais salvou vidas no século XX. Faleceu aos 85 anos e é praticamente um desconhecido. Para ver como o poder é passageiro e se dilui com o tempo.

 

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DISTRITO INDUSTRIAL DAVI ZORZI

Na campanha eleitoral uma das frases que mais se ouviu do candidato e, depois prefeito eleito Paulo Polis, foi que “já em janeiro entraremos com as máquinas no Distrito Industrial...”. Esta semana o prefeito eleito mudou um pouco o sentido da manifestação. Primeiro, antes de entrar com as máquinas, “vamos ver se todas as licenças estão liberadas, em dia..”. É isso aí. Faz campanha quem sabe. Uma coisa é a campanha. Outra é o exercício do mandato. Mas – ao que indica o prefeito eleito dará sim continuidade àquela obra que, de fato, anda “atravancada” há tempo. 

 

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DEPARTAMENTO HABITACIONAL

O governo Paulo Polis deverá ter um Departamento Habitacional.  Ele falou muito na campanha sobre o que o cidadão mais quer na vida: um emprego - uma renda e uma casa para morar. Como vai funcionar isso, pode demorar um pouco, mas a administração deverá contar com um Departamento Habitacional, para atender as reivindicações, porquanto não foram poucos os ouvidos que ouviram falar em casa para morar.

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NEM LULA, NEM BOLSONARO!

Cada vez se ouve mais neste período pré 2º turno das eleições, em outros estados principalmente e, cada vez se lê mais sobre isso na imprensa – candidatos refugando apoios de Bolsonaro e Lula, ou de candidatos derrotados no 1º turno, mas identificados com um desses extremos.

Minha desconfiança começa a se firmar como convicção: não são os candidatos que não querem nem um, nem outro. É o povo. É massa silenciosa. Os extremos começam a fazer água e assistem a massa, lenta, mas de forma firme, quieta e continuada, a considerar novas saídas ou uma nova saída.

E se os extremos aparentemente começam a descer ou até a afundar, a tendência lógica é emergir algo do centro. E atenção: não é do velho, fisiologista e oportunista centrão, ao qual o presidente Bolsonaro retornou e com o qual se identifica há anos, porque esse foi seu habitat natural por mais de 20 anos.

Escanteando-se governadores plantonistas, artistas globais oportunistas, figurões congressistas porquanto sempre aos holofotes; não há como negar que “lava-jatistas” – decisivos para a eleição do presidente que não percebeu isso, ou não quis reconhecer por razões que ainda virão à tona na sua plenitude -, estão sim com vontade de repetir o voto em quem realmente acreditam e, em quem, de certa forma, votaram. Não votaram na pessoa dele porque não concorreu. Mas pensando naquela figura, votaram em quem, a mesma, deu apoio e depois teve o tapete puxado.

Se parece com um Joe Baden se o velho Joe nunca flertou com a esquerda radical, mas se tem uma carteirinha que o identifica como, digamos, “liberal”, está caindo de maduro que a classe média que já bebeu das duas bicas das pontas, não matou a sede.

O tempo que não faz parada para ninguém arrasta consigo os fatos, ou os fatos pegam carona no tempo. Mas vai chegar o tempo onde será possível confrontar o que aqui se especula pela obviedade dos fatos e sensatez da realidade que, principalmente, insensatos produzem. Cada um no seu tempo. Mais recentemente – Lula e Bolsonaro.

 

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A MARCHA DA INSENSATEZ

A grande obra de Barbara Tuchman, Marcha da Insensatez, é um livro de cabeceira para quem exerce o poder. Podia ser até um catecismo para quem tem outras tarefas não menos importantes na vida. É só ler as “orelhas” da obra, e conclui-se, em respeito ao título do livro; que é óbvio que as eleições não tiveram nada a ver com a explosão de casos de Covid-19 no Brasil. É... é insensatez em marcha. Neste domingo, 29, nos grandes centros - mais um episódio da nossa “marcha” que consagra Barbara. A propósito quando se iniciará no Brasil um debate sobre o voto facultativo! Neste ano tivemos a maior abstenção em 20 anos. Segundo fontes mais de 34 milhões de eleitores não foram às urnas – 23,15%. A consciência política está entrelaçada ao voto facultativo.  Aproveitando o gancho: será que os perdedores de eleição em Campo Pequeno decoraram o livro!?

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MOVIMENTO NEGRO

Para quem não sabe, a cidade possui um Movimento Étnico e Cultural dos Negros de Erechim (Mene). Um dos coordenadores está em entrevista ao Painel na TV Erechim. André Ribeiro, ao mesmo tempo em que repudia o criminoso ato ocorrido na semana passada em um supermercado da capital, que tirou a vida de um negro de forma covarde; afirma que o Movimento não endossa e muito menos incentiva reações violentas de terceiros. Detalhes importantes estão na entrevista que irá ao ar neste sábado, 28, às 15h e 22h no canal 26 de NET. Ou pode ser encontrado no Facebook da TV Erechim e no Youtube.

 

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MORRE O 2º MAIOR JOGADOR DE FUTEBOL

Estou aqui a escrever quando vem a notícia: morreu Maradona. Diego Armando Maradona foi apenas o 2º maior jogador de futebol da história deste esporte. Para os argentinos – o 1º. Mas ainda há Pelé. Uma coisa é certa: igual a esses dois, não há outro. Nem Garrincha, nem Messi, nem Ronaldo, nem Ronaldinho, nem Cruijff, nem Zidane - os seis que no meu entender foram fora de série – mas não podem ser comparados à dupla Maradona-Pelé. Craques extraordinários, mas a dupla M/P é mais que genialidade, é lenda. Diego Armando Maradona foi vítima precoce, aos 60 anos, de um estilo que vida que escolheu e, por que não, de uma doença: foi intenso em tudo. Inclusive – em jogar futebol. Pelé escreveu que Maradona é uma lenda. E então – lendas morrem? Não. Morreu o futebolista Maradona. O adoentado Maradona. A lenda fica. De todas as frases de famosos que ouvi e li quandoo mundo foi comunicado sobre o fato, a que mais me impressionou pelo simbolismo é atribuída ao Papa Francisco que definiu Maradona como um “poeta do futebol”.

 

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A REUNIÃO MAIS IMPORTANTE

 

Quem perdeu a eleição municipal, já se reuniu para debater os porquês?

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UM MÊS SEM TIMM

Hoje, 28 de novembro completa-se um mês que Erechim e centenas de amigos convivem com o “novo normal” que nos privou, para sempre, da presença física de Waldir Airton Timm, o Timm do Cartório. Eu ainda não consegui escrever a coluna que desejo para homenagear o meu amigo, o amigo de tantos. Mas o farei. Muito em breve, Timm, o farei.  E farei por duas razões: uma pelo exemplo de ser humano que foste, e a outra; para contemplar e abrandar minha consciência.  Este é um compromisso para contigo e comigo. Por enquanto só um muito obrigado por teres existido e, bem pertinho de nós. Fomos privilegiados. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Ypiranga FC perde seu patrono

Ivo Barbieri em 2018/José Ody

 

Faleceu no final da tarde de domingo, 23, o senhor Ivo Luiz Barbieri. Ele foi vítima de complicações de uma queda, fratura no fêmur e complicações nos rins. Ivo Barbieri tinha 88 anos e desde 27 de abril de 2018 era patrono do Ypiranga F.C.  Ele teve destaca participação no futebol de Erechim. No festival de inauguração do Colosso da Lagoa, em 1970, Ivo Barbieri dirigiu o Ypiranga na primeira partida do time em seu novo estádio. Foi no dia 6 de setembro de 1970, com vitória diante do Esportivo (Bento Gonçalves) por 3 a 2. Em setembro deste ano foi descerrada uma placa no estádio para marcar o cinquentenário do Colosso. Ivo Barbieri esteve presente com o ex-zagueiro Mugica.

Ivo Barbieri atuou no Atlântico entre 1949 e 1950 ao lado dos irmãos, Piaveta e Euclides. Em 1953 treinou o Atlântico. Mas depois sua vida mudou radicalmente. Transferiu-se para o Ypiranga e assumiu como técnico e, mais tarde, como dirigente. Não bastasse isso “casei com a rainha do clube” a senhora Zafira Zardo. Com quem teve quatro filhos (três homens e uma mulher).

Em 1975 e 1976 foi presidente do Ypiranga. Vinte anos depois, seu filho Everton, também assumiria o cargo formando um grande time na época.

Mas Ivo Barbieri sabia contar histórias. “Na semana do Atlanga, se alguém visse pessoas ligadas aos dois times conversando na cidade, podia ter certeza que vinha desconfiança”. Lembra da força do Café Grazziottin: "no lado esquerdo de quem entrava era só ypiranguista. Do lado direito, só atlantista e, no meio, a turma do 14 de Julho jogando lenha na fogueira".

Ainda buscando suas memórias: “Uma vez a direção do Atlânitco comprou foguetes para largar depois de vencer o 14 de Julho. E era difícil ganhar do 14. Aos 44 minutos do segundo tempo o Atílio Badalotti fez o gol da vitória do 14. Nunca mais esqueci aquele dia", disse para o livro dos Atlangas, abrindo um sorriso.

O corpo de Ivo Barbieri está sendo velado na Capela “B” do HC e às 15h30min haverá missa e encomendação. Depois o sepultamento no Cemitério Municipal Pio XII. Como disse, Ivo Barbieri deixa quatro filhos e seis netos. Sua esposa Zafira já é falecida há tempos. Foi sem dúvidas um dos grandes desportistas de Erechim que deu vida ao futebol local.



sábado, 21 de novembro de 2020

POLIS: OLHE BEM A CIDADE QUE RECEBES

 

Valquiria Micheli/Atmosfera


 

Prefeito eleito Paulo Alfredo Polis, parabéns pela espetacular e histórica vitória. Mas atenção. Olhe bem a cidade que recebes. Luiz Francisco Schmidt (LFS) entrega uma cidade limpa, em ordem, funcional, corrigida de vários vícios que poderiam merecer críticas de quem é contra e sempre torce por um erro. Saúde (sempre haverá senões – mas no geral bem), educação (sempre haverá senões, especialmente dos professores – classe tirada para sacrifício no Brasil todo há décadas – mas com aulas & aulas dadas), abriu uma rua de “desafogo” no bairro Três Vendas - extensão da Julio Trombini -, ao lado dos trilhos, comprou a ex-Fundação Cotrel para instalar próprios da prefeitura, transporte público bom, novos abrigos de espera de ônibus, empregabilidade e renda (dentro do possível normal, até por que aqui entra a iniciativa privada e Schmidt enfrentou a crise econômica praticamente no seu auge), deixa uma cidade asfaltada de norte a sul, de leste a oeste e não com camadinha rasa, contas em dia, teto da prefeitura novo, transformou o viaduto Ruben Berta em uma obra de arte, chafariz magnífico até porque representava perigo, trocou o albergue de lugar aliviando uma situação que sempre dava notícia negativa e nunca mais se ouviu falar mal de onde foi instalado, dinheiro em caixa, um terminal de ônibus muito bom para anos e anos, um monumento magnífico para o centenário de Erechim - obra feita pelo talentoso Harrysson Testa, se empresas trocaram de município, outras grandiosas vieram, cooperativa do meio rural, Aurora, berçário tecnológico, espaço destinado a eventos em local aberto e protegido ao lado do mercado popular (em obras); enfim, olhando por alto – o prefeito não só recupera sua imagem avariada ao final de 2000 -, mas a retoca a ganhar merecidos elogios. Só não vê, repito, quem não quer. Vejamos em dois anos o que muda para melhor!? 

Sob este aspecto, esta linha é importante: “quem está assumindo em janeiro, e trata-se de uma liderança política incontestável; que olhe bem, mas bem mesmo – em que estado encontra-se a cidade que está recebendo. Há coisa a fazer, há. Mas que não se negue o óbvio. Sim, porque a cegueira da idolatria nem sempre ofusca consciências”.

Em outras palavras: LFS, desde o início – imprimindo um pulso forte e firme, quanto ao destino dos recursos públicos, não governou para o seu partido, nem para seus aliados. E, muito, mas muito menos, para deleite da imprensa. Pelo contrário – desta mereceu denominações pesadas porque reduziu drasticamente o repasse de recursos que tanto bem ou mal acostumaram veículos de comunicação ao longo dos tempos em Campo Pequeno. Esta atitude lhe rendeu críticas. Mas LFS fez outra opção: governou para a cidade. Para o cidadão. Desconfio, e é apenas uma desconfiança, que governou para com as obras e o controle rígido na aplicação dos recursos, resgatar sua própria imagem. Economizou entrevistas. Economizou risadinhas. Economizou visitinhas. Economizou relacionamentos políticos e públicos. Aos olhos de alguns, apresentou-se como uma Margaret Tatcher de calças ou um José Maria Aznar (Espanha) que pagava para não sorrir. 

E, acredite quem quiser – especialmente setores da imprensa que já o sepultaram politicamente (teria recebido o carimbo de Covid sem uma análise mais detalhada?) -, pois quem não quiser também, acredite, porquanto, se hoje há – e o tempo dirá, porque governar desgasta e decepciona, LFS será muito provavelmente o nome mais lembrado a fazer oposição a Paulo Alfredo Polis em 2024 ou 28. Isto, se ambos estiverem onde estarão no dia 1º de janeiro de 2021. Um de prefeito com a responsabilidade de manter e cumprir o que prometeu e o outro – livre, observando e, quem sabe, fazendo política e até recebendo o reconhecimento que as urnas negaram ao seu vice. Quem viver – verá.

Por quê? Por que Luiz Francisco Schmidt ao legislar com “mão de ferro” – fez obras tangíveis e que são de uso público diário. Governou não como um político tradicional de olho na próxima eleição, mas como se um cidadão desta comuna fosse, como é.

Se o governo entrante não cuidar delas, se o governo da vitória histórica deixar começar a fazer água nas praças recuperadas, nas ruas da cidade asfaltadas com asfalto grosso, no transporte público, na UPA, no estacionamento rotativo pago que funciona muito bem, nos prédios públicos reparados, nos bens públicos recuperados, no bom serviço de recolhimento do lixo, nas escolas e, especialmente, no aceitável (porque sempre será uma área delicada que é o serviço de saúde) e em breve, com novo Pronto Socorro no Santa; já a eleição de 2024 poderá ter concorrência. Eu disse: concorrência, porquanto o capital político de Polis não é daqueles que se derrete em quatro anos. Mas que o desgaste natural existe - existe. E há coisas a manter. Abram os olhos. Em tempo: reparem a sinalização do trânsito da cidade de Erechim. Que outra cidade ou quantas outras tem uma sinalização tão eficiente, clara e intensa? Este é um departamento que devia manter sua equipe – especialmente o responsável Luiz. Muito competente, como toda a equipe. E, por fim, acusado de "guardar dinheiro da prefeitura em banco, ao invés de gastá-lo"; no inesperado - na hora do Covid, foi decisivo para garantir os vencimentos do funcionalismo em dia e fornecedores. Como uma família precavida.

 

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SCHMIDT REPETIU ZANELLA E DEXHEIMER

 

Engana-se quem acredita que a oposição a Paulo Polis perdeu a eleição. Não. Ela não foi derrotada. Ela foi ignorada. Amassada. Triturada. Esmagada. E, em vários aspectos e nomes enterrada. Foi simplesmente um fiasco. Foi o 7 a 1 da política local.  

Por quê?

Por que Paulo Alfredo Polis é hoje a maior liderança política de Erechim e, inscreve-se já entre as maiores desde 1918. Está na história.

Mas assim como em 2008, quando o prefeito Eloi João Zanella, “não envolveu-se” na campanha de Luiz Antonio Tirello, ou assim como o prefeito Antonio Dexheimer em 1996 “não envolveu-se” na campanha de Jandir Santolin (este “envolveu-se” não é gravar um depoimento, recomendar o voto em seu apoiado ou dar uma caminhada com o candidato por alguma rua da cidade – mas significa vestir a camiseta e incorporar o seu candidato, fazer campanha dia e noite), pois, assim como estes – também o prefeito Luiz Francisco Schmidt “não envolveu-se” na campanha de Marcos Lando.

Talvez por que, lúcido, considerasse: se com o trio Schmidt, Zanella e Antonio (mais em alta em 2016 que em 2020), e mais nove partidos, ou algo assim; ganharam de Ana Oliveira (que não tem o capital político de Polis) por históricos 12 votos, por que haveria de se expor e desgastar diante da pública e notória vitória de um candidato imbatível como Paulo Polis!?

 

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A REUNIÃO MAIS IMPORTANTE NA POLÍTICA

 

Ninguém vai querer ensinar padre a rezar missa. Mas me ocorre agora um pensamento que considero oportuno e, que, talvez sirva para alguma coisa no futuro. Agora, em Campo Pequeno, duvido. Depois de uma derrota como a do último domingo, dia das eleições municipais, duvido que haja alguém disposto a parar. E refletir.

Mas é o seguinte: antes da campanha, bem antes, desenrolam-se reuniões, reuniões e mais reuniões resultando quase sempre ao final da cada uma, desfazer o que fora acertado na reunião anterior. E assim os entendidos vão preenchendo suas cabeças com as mais diferentes, estonteantes, risíveis, algumas racionais até, e, de novo, bizarras e patéticas formações e opções. Reunindo-se quatro ou três meses antes da eleição, acreditam estarem fazendo política. É como o adolescente que abandona os estudos por três, quatro anos e, de repente, na ante-sala do tempo resolve fazer um intensivo. Perde tempo, não aprende nada, joga dinheiro fora e – roda. Perde.

Retomando: quando no horizonte dos prazos o calendário eleitoral ilumina com seus raios que “está na hora”, fecham geralmente com nomes (e isto não é de agora é, quase desde sempre), com aqueles que mais chances têm de garantir a derrota. Perdem o fio da meada e com eles, deixam pelo caminho nomes mais relevantes – enfim, trocam a razão pela emoção. E pior: convencem-se que podem ganhar quando já perderam.

Então, voltando ao início, re-apanho meu pensamento que me ocorreu agora, aqui: esta semana mesmo, seria a hora da reunião mais importante daqueles que perderam as eleições e com uma única pauta: por que perdemos!?”.

Seria um rasgo de lucidez para quem, de fato, tem planos políticos. Afinal de contas, onde erramos, o que ficou faltando, o que executamos mal, podemos aprender com quem venceu? Considerando os números e, muito mais que eles, e a nova liderança incontestável que se afirmou na política local, já deveriam ir colocando nas reuniões... “o que queremos, como faremos para 2028?”. Não é tão longe. Quem já esteve lá sabe. O tempo voa. Ou seguirão a velha fórmula de “quando chegar a hora abrimos os livros de novo, porque sabemos tudo de cabeça!”. Vou repetir para quem interessar possa: “perdemos por quê?”.

 

 

SCHMIDT RETOCOU SUA IMAGEM

 


Luiz Francisco Schmidt (LFS) saiu da prefeitura na gestão 1997 – 2001 com sua imagem política muito desgastada - vasculhem os detalhes no cérebro. Talvez não tenha sido pessoal – mas estourou nele. Tanto que aquela imagem lhe custou derrotas seguidas. Perderia em 2000, 2004 e 2008 para voltar em 2016.

Desta feita, Schmidt encaminha um encerramento de gestão aparentemente sem reparos. Limpa. Sem apontamentos. Sem alardes. Sem lampejos cinematográficos, sem acusações de qualquer ordem. Ou seja: Luiz Francisco Schmidt fez uma administração pública irretocável do ponto de quem exige o mínimo de um prefeito: não agradou a todos, mas entrega uma cidade com dezenas e dezenas de obras tangíveis, visíveis até para quem não gostaria de ver, que merece elogios e até admiração. A insistência em dizer que “ele não fez nada” é uma manifestação descabida ou de má fé.

 

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 A PREFEITURA EM NÚMEROS

 

As informações são oficiais e são desta semana: 1 - A prefeitura tem hoje cerca de 2.500 funcionários ativos, inativos, CCs e FGs.

2 - A folha de pagamento da prefeitura, em outubro, foi de R$ 10.859 milhões.

3 - A prefeitura sustenta-se de: 43% com recursos próprios e 57% com recursos/repassados pelo estado e União.

4 - A prefeitura de Erechim repassa (é variável) de R$ 13 a R$ 14 milhões/mês para o Hospital Santa Terezinha.

5 - A prefeitura de Erechim tem um orçamento de R$ 329 milhões para o próximo ano.

6 - Deste total – R$ 16.360 milhões vão para a Câmara de Vereadores, R$ 1 milhão para a AGER (Agência Reguladora de Serviços Erechim) e, R$ 35 milhões destinam-se ao IEP (Instituto Erechinense de Previdência).

7 – O prefeito vai deixar cerca de R$ 60 milhões em caixa – entre recursos livres e carimbados.

 

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CANDIDATO ÚNICO

 

Surpreendentemente, vários municípios do Alto Uruguai lançaram candidato único. Quase, mas faltou pouco, não é que Erechim é confundida nesta lista!

 

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A INJUSTIÇA

 


A ingratidão ao lado da ignorância, configuram para mim os piores pecados. Sim – Eloi João Zanella concorrendo a vereador foi o fato, sem dúvida, mais surpreendente da eleição. Como é que Eloi Zanella não sabia que a eleição a vereador é a mais difícil de todas? Mas ele foi. E, eleitoralmente, em termos práticos, se foi. Na próxima estará com 81 anos. Biden vai fechar seu mandato com 82 anos, isto se não se reeleger em 2024 e, se Trump lhe passar cargo.

Agora – daí a querer desmerecer, achincalhar, ignorar – como se isto fosse possível -, os feitos do político Eloi Zanella, chega a ser um caso quase de internação compulsória por inépcia mental.

Eloi Zanella errou. Sua experiência não lhe devia permitir este risco.

Mas a sua história não será marcada por este erro. Sua trajetória de liderança já está há décadas na história política da cidade e isto, nem o mais insano dos observadores de ocasião ou urubus plantonistas, conseguirão apagar.

Em 2005 Eloi Zanella disse na URI, irado com notícias da imprensa, que melhor do que ler certos jornais, era pegar um anzol e ir pescar. Pois, o caro tetra-prefeito e autor da mudança radical da matriz política, econômica e social de Erechim a partir de 1977, e que até hoje persiste; respeitosamente, melhor faria se tivesse em 2020, seguido seu próprio conselho. No rio Dourado ainda tem lambaris e os potreiros oferecem ar puro para respirar.  Quem não entender que o perfil do habitante e do eleitorado erechinense mudou radicalmente nos últimos 15 anos, não deve aceitar ser escalado para bater pênalti em decisão, ainda mais quando sua carreira já está consagrada. Que deixasse para o presidente esse desafio – é o que dizem sobre grandes riscos no futebol.

 

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POLIS E A UNIDADE DE SAÚDE MODELO

 

Outra obra que o prefeito eleito Paulo Alfredo Polis terá o prazer de inaugurar é a Unidade de Saúde Modelo (UBS), que está em construção no bairro Progresso. A obra terá 20 gabinetes médicos e deve ficar pronta em 2021. Ela está orçada em R$ 3 milhões. Os recursos existem e vem do superávit de 2020.

Considerada uma UBS modelo – prefeito certa vez me disse que seria modelo no interior do estado – será construída com recursos próprios do município já “provisionados no orçamento. Vai abrir vagas para médicos, pessoal de enfermagem, estudantes de medicina da URI e, claro, os pacientes. Com a bola o prefeito eleito para tocar a obra, finalizá-la e entregá-la. O povo merece. Como ele mesmo diz: “temos que governar para as pessoas!”.

 

 

A QUESTÃO DOS CUMPRIMENTOS

 

Na noite da eleição de Paulo Alfredo Polis, o prefeito Luiz Francisco Schmidt ligou para cumprimentá-lo pela vitória. Polis, não deve ter ouvido e não atendeu. No dia seguinte, Schmidt mandou o seguinte texto ao irmão do prefeito, Carlos Polis, que repassou ao prefeito eleito: “Bom dia prefeito Paulo Alfredo Polis. Liguei para lhe cumprimentar pela conquista e lhe dizer que já no início de dezembro, se o senhor assim entender e estiver com a equipe ou parte dela montada, podemos iniciar o processo de transição. Respeitosamente o abraço”.

Todos sabem o que está acontecendo entre Donald Trump e o reconhecimento da vitória a Joe Biden. Até o presidente Jair Bolsonaro, que nada tem a ver com o assunto – meteu-se na notoriedade. Nem Trump, nem Bolsonaro cumprimentaram Biden pela vitória até o momento em que escrevo. Mas – deverão fazê-lo até 14 de dezembro quando os órgãos legais sobre eleições americanas declaram, oficialmente, a vitória do vencedor.

Em 2016 quando Luiz Francisco Schmidt venceu por 12 votos Ana Lúcia Oliveira – o vitorioso só foi cumprimentado 38 dias depois da eleição pelo prefeito Paulo Polis, segundo LFS disse. “Por quem perdeu a eleição, nunca fui cumprimentado”, disse esta semana o atual prefeito.

 

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