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Acompanhei
com um misto de espanto e incredulidade as calorosas discussões havidas em
grupos de whatsapp e redes sociais sobre o preço dos ingressos cobrados pelo
Ypiranga para a semifinal do gauchão contra o Grêmio em Erechim.
Sem contar o espetáculo que é acompanhar o time local fazendo história, sim história,
porque não é nada fácil competir com a dupla gre-nal para se ter um time
minimamente competitivo e com reais chances de vencer o campeonato estadual. Só
isso já valeria o ingresso, pois o Ypiranga mostrou com sobras que é um time
competentemente montado e com chances técnicas reais nos campeonatos que
disputa.
Também a
chance de ver um dos melhores jogadores do mundo em atividade, Luis Suares já
justificaria igualmente o preço pedido pelo mandante de campo erechinense.
Essas as
razões óbvias e imediatas, tudo mesmo considerando se tratar de um evento
esporádico e até certo ponto inédito, o que justifica que o time er
A pergunta é outra: - Quanto custou há anos passados a construção do Estádio Colosso da Lagoa? Mais: em épocas sombrias de quase desativação do futebol local quanto custou a manutenção de toda a estrutura física do estádio e suas adjacências? Qual o custo financeiro fixo em perspectiva histórica teve a construção e manutenção daquele que orgulha todo erechinense, tido como o “maior estádio do interior do Estado”? Se até aqui abnegados torcedores e dirigentes contribuiram financeiramente para tanto, há que se dizer e admitir que não foi pouco!
Colosso da Lagoa em obras. Foto: Arquivo/Ody |
Graças a dedicados e desapegados erechinenses de valor – muito mais do que “de preço” - é que foi possível construir o estádio e mantê-lo, com maior ou menor dificuldade no passar dos anos. Seguramente os doadores do passado não iam a público reclamar do preço dos insumos empregados na construção. Se doavam e contribuiam, assim o faziam com sentimento de pertencimento social e de realização, em uma comunidade em que o futebol local era motivo de orgulho e de abnegação. Os tempos eram outros e o orgulho de ter ajudado com a empreitada era seguramente muito maior do que a discussão do valor envolvido. O sentimento de pertencer à maior realização esportiva do município seguramente compensava o desembolso. Tempos de valor, e não de preço!
Drenagem do Colosso da Lagoa. Foto: Arquivo/Ody |
Colosso da Lagoa/2023 - Foto: José Adelar Ody |
honra ao passado, e de que seja pagando o ingresso ou mesmo se associando, o dinheiro desembolsado está contribuindo para uma verdadeira instituição local, que é o Ypiranga, motivo de orgulho para toda a cidade de Erechim. Há que se ter uma noção de história e de valor, e não meramente de preço!