Painel 19 set/2014
Já escrevi muito sobre o
Atlântico.
No dia 20 o CER completa
99 anos.
Começou como uma
Sociedade Italiana de Mútuo Socorro 20 de Setembro. Passou por vários esportes
e hoje vive de atividades esportivas, lazer e social para seus associados.
Projeta-se no país através do Futsal. Para mim a relação sempre será com o
futebol de campo. Meus parabéns à família atlantina, cumprimentando o
presidente do centenário, Julio Cezar Brondani (foto). Dedico ainda aos atlantistas
Altair Santolin e Vinícius Dimas Pedrollo – este -, que apesar de ter apoiado o
que veio para substituir o futebol na Baixada Rubra, hoje, considera-se
arrependido. Nunca é tarde!
O
ÚLTIMO ATLANGA - 1
O último Atlanga
reunindo equipes profissionais aconteceu no dia 25 de novembro de 1976 no
Colosso da Lagoa. O Atlântico venceu por 3 a 1. Os gols do Galo foram de Zeca, Paulo
Taborda e Darci. Paulo Roberto descontou para o Canarinho.
O
ÚLTIMO ATLANGA – 2
A síntese da partida
mostra que ‘embora dominasse a meia-cancha, o Ypiranga tinha naquele dia um
ataque sem forças. Jogando em contra golpes o Atlântico apostava na velocidade
dos seus atacantes. O primeiro tempo terminou empatado em um gol. No segundo
tempo o Atlântico manteve sua tática e em duas escapadas confirmou a vitória. A
renda não foi fornecida. A arbitragem foi de Ferreira de Almeida.
O
ÚLTIMO ATLANGA - 3
Atlântico jogou (e
entrou para a história com): Luis Carlos; Cosme, Carlos Alberto, Virgílio e
Adão; Zé Carlos, Zeca e Fernando; Jaime, Darci e Paulo Taborda. Ypiranga
teve: Jurandir; Jonas, Moacir, Joubert e Cito: Éderson, Lambari e Paulo
Roberto; Zezinho, Vilson e Rosalino.
ATLANGAS
– 4
Nos dias 16 de agosto de 1981 e 18 de outubro
de 1981 foram realizados dois clássicos no Colosso da Lagoa e Baixada Rubra,
respectivamente, mas o Atlântico montara times amadores. No Colosso acabou
empatado sem gols e na Baixada outro empate em um gol. Victor, cobrando pênalti
fez o gol do Galo e Sachet empatou para o Canarinho. Os dois jogos foram
disputados pelo Campeonato Regional – Cinqüentenário de Carazinho.
ATLANGAS
– 5
Em 12
de outubro de 1993, organizado pela extinta Associação Erechinense de
Profissionais da Imprensa (Aepi), foi realizado um clássico Atlanga de
veteranos – mesclado com atletas mais jovens e até imprensa -, no Colosso da
Lagoa. Francamente não lembro o resultado.
TIME
Um dos últimos times do
Atlântico é este onde se pode ver da esquerda para a
direita em pé: Mario Tito, Luiz Carlos, Valdecir, Manoel, Virgilio e Alvim.
Agachados: Jaime, Laerte, Darci, Mano e Servilio. Estádio da Baixada Rubra –
Década de 1970.
FECHA
No
dia 7 de janeiro de 1977 sai a última matéria do Atlântico, com futebol
profissional, na imprensa local. Seu departamento de futebol estava fechado.
Voltaria em 1991 com o nome de Atlântico F.C. no Bosque do Galo.
LONGE?
E o 6º Acampamento
Farroupilha será o último sob os olhares de Nossa Senhora de Fátima. Ao menos
no que diz respeito ao monumento. Em 2015 o evento acampa no Parque da Accie e,
talvez a partir de 2016, já estará em sua casa própria – o Centro de Eventos
Culturais que vai abrigar os mais variados tipos de encontros sobre cultura.
Com isto o Acampamento Farroupilha está indo para mais longe. Longe?
DESFALQUE
- 1
Neymar
foi um desfalque para o Brasil. Talvez não evitasse nem os 7 a 1. Mas Di Maria foi um
imenso desfalque para a Argentina na final. Nomes afirmados que interferem no
nível de confiança de times – faltam por si e pelo todo.
DESFALQUE
– 2
O
governo Paulo Polis/Ana Lúcia de Oliveira sentirá a ausência do jornalista
Salus Loch. Vai repor – mas Lavezzi ou Perez não são Di Maria. Ademais,
secretário de comunicação ou assessor de imprensa, são menos redatores de
notícias e, mais, relações humanas do governo e, principalmente, no governo.
Estão mais para relações públicas do que jornalista/noticiarista.
DESFALQUE
– 3
E esta função de saber caminhar sobre o fio
sem rede, onde o ar tem menos oxigênio e mais interesses, é para um
profissional que compreende na sua plenitude que um circo tem bilheteiro,
porteiro, pipoqueiro, equilibrista, domador de feras e dono e que nenhum deles
pode falhar. E a pior falha acontece quando o pipoqueiro quer vender entradas,
o dono ser o equilibrista ou porteiro entrar na arena e domar feras. Salus
Loch, parece, vinha conseguindo diminuir essas tentações.
Meu
Atlântico dos Atlânticos!
1
O Atlântico está no ano
fazendo 99 anos. Quem tem mais de 80 anos é que pode avaliar melhor o que é
chegar aos 99.
2
Fui criado nos arredores
do Atlântico, quando este nome era sinônimo de time de futebol.
3
As
manhãs eram de aula no JB e depois no Mantovani, mas as tardes, as minhas
tardes, eram todas do Atlântico.
4
Fui tão do Atlântico,
que quando o meu Atlântico foi fechado, para dar luz a outros dois Atlânticos –
me recolhi e na espreita dos Atlânticos novatos - tento ficar.
5
O que menos importa,
neste ano, porém, são erros ou equívocos a serem depositados na mesa verde
rubra.
6
Os clubes, como as
famílias ou os partidos políticos, como os grupos de amigos ou as pessoas – tem
a divergência, a desconfiança e a ambição no corpo. Quando ela não é notada não
é sinal que não existe. Ela se finge ou é abafada. Mas é!
7
Durante os anos 1960 e
1970 vivi o Atlântico nas suas entranhas – e me atrevo, mais que dirigentes que
sabiam do que corria nos gabinetes. Agora, nos vestiários, no gramado, no
pavilhão, nos dias de física, ou coletivo duvido.
Quando atlantistas de
salão que hoje erguem da bandeira do Galo, e nem se sabiam atlantistas, eu,
limpava todos os fins de tarde as chuteiras dos meus ídolos.
8
Palitos de picolé, eram
minha ferramenta predileta para destravar as travas barrentas
de verdadeiros pavilhões
humanos desta história de glórias.
9
Meu método mais acertado
de limpeza de chuteiras consistia em deixar o barro secar, e então, era só
colocar o palito na ponta e, toc... a botina do Índio estava para pés de
goleador. Para os pés do Pinhão.
10
Vi em duas décadas e alguns anos picados na
conta do tempo cheio, grandes jogadores de futebol na Baixada.
Hoje, quando na tela,
peladeiros se constroem craques de vídeo, aí mesmo é que bate a saudade.
11
Sempre que tento escalar
o meu melhor Atlântico, me sinto desconfortado, porque é uma tarefa que exige
desprezar grandes jogadores. Impõe perdas, sacramenta injustiças, pois traz
lembranças dos que não podiam ficar fora.
12
Como poderei escalar um
time sem Miguel no gol? Mas o que direi a Popy, Paulinho e Valdir? E Waldemar –
o Pantera?!
13
Meu lateral direito
seria Frazão – mas e o Tiassa que jogou na melhor defesa do Galo?
14
Na zaga central, talvez
uma das poucas dúvidas. É Garcia... mas e o Osmarino?
15
Na quarta-zaga o lugar é
do insuperável Noronha, mas quem viu a regularidade de uma década de Glênio o
que dirá? Deixar o capitão fora? E o Virgílio!?
16
Na esquerda, entre
Fossatti, Odirlei e Deda, ficaria com Cláudio.
17
Zé Carlos é o
centromédio, mas e o Mugica, o Odir, o Airton Samuel...!?
18
Na meia esquerda havia o
Celmar, o Maneca, o Joãozinho, o Juarez, o Assis...!
19
Na ponta direita, não
tenho dúvidas: em 20 anos ninguém foi igual Tomasi. O gringo entraria em
qualquer uma das onze no meu time de ‘todos os Atlânticos’. O Da Silva que me
perdoe.
20
Na meia direita, o
Borjão, o Luiz Fernando, o Huga... o Salada, o Moacyr!
21
Na centroavância, ele, -
o Índio.
O time começa por ele.
O Pinhão foi o Romário
do Atlântico.
Matava a física na
segunda, na quarta e sexta.
Se arrastava nos
coletivos terça e quinta.
Só pensava nas partidas,
das 4 às 6, nas tardes de domingo. Mas - nesse meio tempo era um inferno para
os adversários.
Sempre o mesmo drible,
sempre dentro da área, sempre quase parado, sempre no lugar certo, sempre o
toque, o desvio, sempre a conclusão venenosa.
Sempre meio gol – quase
sempre gol.
Sobraram Waldemar,
Mariotti, Cardoso... mas eles sobraram - para um monstro.
22
Na
ponta esquerda tinha o Carioca, o Djalma, o Amaro, o Luizinho, o Ernani.
23
É
claro que astros sagrados como Borges (o maior craque da história do Atlântico)
– e o monstruoso guarda-metas, Waldemar, (o maior goleiro do galo) são
insubstituíveis – mas quase não os vi jogar, e por isto, não os escalo. Além
destes deve haver uma constelação de craques – mas falo dos que vi.
24
Sendo
assim, com uma ou outra improvisação, meu time derradeiro, o meu Atlântico de
todos os Atlânticos vai de 3-5-2, para aproveitar melhor e é:
Valdir; Garcia, Osmarino
e Glênio; Tomasi, Zé Carlos, Noronha, Assis e Maneca; Borjão e Índio.
25
O melhor técnico foi
Pedro Ário Figueiró – o Pedrinho.
PS –
Agradeço ao Ydilio Badalotti que auxiliou na identificação de alguns jogadores
de uma das fotos. O Ydilio não me perdoa por deixar o Miguel de fora, mas vi
muito pouco.
Em pé: Getúlio, Binha, Garcia,
Miguel, Pimentel e Noronha. Agachados:
Doraci, Índio, Ieie, Moacir e Djalma
Índio, maior centroavante do Atlântico da década de 1960 entrando para Atlanga de Veteranos promovido pela Aepi no Colosso da Lagoa nos anos 1990