sábado, 27 de setembro de 2014

Atlântico - 99 anos!



 Painel 19 set/2014


Já escrevi muito sobre o Atlântico.
No dia 20 o CER completa 99 anos.
Começou como uma Sociedade Italiana de Mútuo Socorro 20 de Setembro. Passou por vários esportes e hoje vive de atividades esportivas, lazer e social para seus associados. Projeta-se no país através do Futsal. Para mim a relação sempre será com o futebol de campo. Meus parabéns à família atlantina, cumprimentando o presidente do centenário, Julio Cezar Brondani (foto). Dedico ainda aos atlantistas Altair Santolin e Vinícius Dimas Pedrollo – este -, que apesar de ter apoiado o que veio para substituir o futebol na Baixada Rubra, hoje, considera-se arrependido. Nunca é tarde!


O ÚLTIMO ATLANGA - 1
O último Atlanga reunindo equipes profissionais aconteceu no dia 25 de novembro de 1976 no Colosso da Lagoa. O Atlântico venceu por 3 a 1. Os gols do Galo foram de Zeca, Paulo Taborda e Darci. Paulo Roberto descontou para o Canarinho.

O ÚLTIMO ATLANGA – 2
A síntese da partida mostra que ‘embora dominasse a meia-cancha, o Ypiranga tinha naquele dia um ataque sem forças. Jogando em contra golpes o Atlântico apostava na velocidade dos seus atacantes. O primeiro tempo terminou empatado em um gol. No segundo tempo o Atlântico manteve sua tática e em duas escapadas confirmou a vitória. A renda não foi fornecida. A arbitragem foi de Ferreira de Almeida.

O ÚLTIMO ATLANGA - 3
Atlântico jogou (e entrou para a história com): Luis Carlos; Cosme, Carlos Alberto, Virgílio e Adão; Zé Carlos, Zeca e Fernando; Jaime, Darci e Paulo Taborda. Ypiranga teve: Jurandir; Jonas, Moacir, Joubert e Cito: Éderson, Lambari e Paulo Roberto; Zezinho, Vilson e Rosalino.

ATLANGAS – 4
 Nos dias 16 de agosto de 1981 e 18 de outubro de 1981 foram realizados dois clássicos no Colosso da Lagoa e Baixada Rubra, respectivamente, mas o Atlântico montara times amadores. No Colosso acabou empatado sem gols e na Baixada outro empate em um gol. Victor, cobrando pênalti fez o gol do Galo e Sachet empatou para o Canarinho. Os dois jogos foram disputados pelo Campeonato Regional – Cinqüentenário de Carazinho. 

ATLANGAS – 5
Em 12 de outubro de 1993, organizado pela extinta Associação Erechinense de Profissionais da Imprensa (Aepi), foi realizado um clássico Atlanga de veteranos – mesclado com atletas mais jovens e até imprensa -, no Colosso da Lagoa. Francamente não lembro o resultado.

TIME
Um dos últimos times do Atlântico é este onde se pode ver da esquerda para a direita em pé: Mario Tito, Luiz Carlos, Valdecir, Manoel, Virgilio e Alvim. Agachados: Jaime, Laerte, Darci, Mano e Servilio. Estádio da Baixada Rubra – Década de 1970.




FECHA
No dia 7 de janeiro de 1977 sai a última matéria do Atlântico, com futebol profissional, na imprensa local. Seu departamento de futebol estava fechado. Voltaria em 1991 com o nome de Atlântico F.C. no Bosque do Galo.


LONGE?
E o 6º Acampamento Farroupilha será o último sob os olhares de Nossa Senhora de Fátima. Ao menos no que diz respeito ao monumento. Em 2015 o evento acampa no Parque da Accie e, talvez a partir de 2016, já estará em sua casa própria – o Centro de Eventos Culturais que vai abrigar os mais variados tipos de encontros sobre cultura. Com isto o Acampamento Farroupilha está indo para mais longe. Longe?

DESFALQUE - 1
Neymar foi um desfalque para o Brasil. Talvez não evitasse nem os 7 a 1. Mas Di Maria foi um imenso desfalque para a Argentina na final. Nomes afirmados que interferem no nível de confiança de times – faltam por si e pelo todo.


DESFALQUE – 2
O governo Paulo Polis/Ana Lúcia de Oliveira sentirá a ausência do jornalista Salus Loch. Vai repor – mas Lavezzi ou Perez não são Di Maria. Ademais, secretário de comunicação ou assessor de imprensa, são menos redatores de notícias e, mais, relações humanas do governo e, principalmente, no governo. Estão mais para relações públicas do que jornalista/noticiarista.

DESFALQUE – 3
 E esta função de saber caminhar sobre o fio sem rede, onde o ar tem menos oxigênio e mais interesses, é para um profissional que compreende na sua plenitude que um circo tem bilheteiro, porteiro, pipoqueiro, equilibrista, domador de feras e dono e que nenhum deles pode falhar. E a pior falha acontece quando o pipoqueiro quer vender entradas, o dono ser o equilibrista ou porteiro entrar na arena e domar feras. Salus Loch, parece, vinha conseguindo diminuir essas tentações.  


Meu Atlântico dos Atlânticos!

1
O Atlântico está no ano fazendo 99 anos. Quem tem mais de 80 anos é que pode avaliar melhor o que é chegar aos 99.

2
Fui criado nos arredores do Atlântico, quando este nome era sinônimo de time de futebol.

3
As manhãs eram de aula no JB e depois no Mantovani, mas as tardes, as minhas tardes, eram todas do Atlântico.

4
Fui tão do Atlântico, que quando o meu Atlântico foi fechado, para dar luz a outros dois Atlânticos – me recolhi e na espreita dos Atlânticos novatos - tento ficar.

5
O que menos importa, neste ano, porém, são erros ou equívocos a serem depositados na mesa verde rubra.

6
Os clubes, como as famílias ou os partidos políticos, como os grupos de amigos ou as pessoas – tem a divergência, a desconfiança e a ambição no corpo. Quando ela não é notada não é sinal que não existe. Ela se finge ou é abafada. Mas é!

7
Durante os anos 1960 e 1970 vivi o Atlântico nas suas entranhas – e me atrevo, mais que dirigentes que sabiam do que corria nos gabinetes. Agora, nos vestiários, no gramado, no pavilhão, nos dias de física, ou coletivo duvido.
Quando atlantistas de salão que hoje erguem da bandeira do Galo, e nem se sabiam atlantistas, eu, limpava todos os fins de tarde as chuteiras dos meus ídolos.

8
Palitos de picolé, eram minha ferramenta predileta para destravar as travas barrentas
de verdadeiros pavilhões humanos desta história de glórias.

9
Meu método mais acertado de limpeza de chuteiras consistia em deixar o barro secar, e então, era só colocar o palito na ponta e, toc... a botina do Índio estava para pés de goleador. Para os pés do Pinhão.

10
 Vi em duas décadas e alguns anos picados na conta do tempo cheio, grandes jogadores de futebol na Baixada.
Hoje, quando na tela, peladeiros se constroem craques de vídeo, aí mesmo é que bate a saudade.

11
Sempre que tento escalar o meu melhor Atlântico, me sinto desconfortado, porque é uma tarefa que exige desprezar grandes jogadores. Impõe perdas, sacramenta injustiças, pois traz lembranças dos que não podiam ficar fora.

12
Como poderei escalar um time sem Miguel no gol? Mas o que direi a Popy, Paulinho e Valdir? E Waldemar – o Pantera?!

13
Meu lateral direito seria Frazão – mas e o Tiassa que jogou na melhor defesa do Galo?

14
Na zaga central, talvez uma das poucas dúvidas. É Garcia... mas e o Osmarino?

15
Na quarta-zaga o lugar é do insuperável Noronha, mas quem viu a regularidade de uma década de Glênio o que dirá? Deixar o capitão fora? E o Virgílio!?

16
Na esquerda, entre Fossatti, Odirlei e Deda, ficaria com Cláudio.

17
Zé Carlos é o centromédio, mas e o Mugica, o Odir, o Airton Samuel...!?

18
Na meia esquerda havia o Celmar, o Maneca, o Joãozinho, o Juarez, o Assis...!

19
Na ponta direita, não tenho dúvidas: em 20 anos ninguém foi igual Tomasi. O gringo entraria em qualquer uma das onze no meu time de ‘todos os Atlânticos’. O Da Silva que me perdoe.

20
Na meia direita, o Borjão, o Luiz Fernando, o Huga... o Salada, o Moacyr!

21
Na centroavância, ele, - o Índio.
O time começa por ele.
O Pinhão foi o Romário do Atlântico.
Matava a física na segunda, na quarta e sexta.
Se arrastava nos coletivos terça e quinta.
Só pensava nas partidas, das 4 às 6, nas tardes de domingo. Mas - nesse meio tempo era um inferno para os adversários.
Sempre o mesmo drible, sempre dentro da área, sempre quase parado, sempre no lugar certo, sempre o toque, o desvio, sempre a conclusão venenosa.
Sempre meio gol – quase sempre gol.
Sobraram Waldemar, Mariotti, Cardoso... mas eles sobraram - para um monstro.

22
Na ponta esquerda tinha o Carioca, o Djalma, o Amaro, o Luizinho, o Ernani.

23
É claro que astros sagrados como Borges (o maior craque da história do Atlântico) – e o monstruoso guarda-metas, Waldemar, (o maior goleiro do galo) são insubstituíveis – mas quase não os vi jogar, e por isto, não os escalo. Além destes deve haver uma constelação de craques – mas falo dos que vi.

24
Sendo assim, com uma ou outra improvisação, meu time derradeiro, o meu Atlântico de todos os Atlânticos vai de 3-5-2, para aproveitar melhor e é:
Valdir; Garcia, Osmarino e Glênio; Tomasi, Zé Carlos, Noronha, Assis e Maneca; Borjão e Índio.

25
O melhor técnico foi Pedro Ário Figueiró – o Pedrinho.

PS – Agradeço ao Ydilio Badalotti que auxiliou na identificação de alguns jogadores de uma das fotos. O Ydilio não me perdoa por deixar o Miguel de fora, mas vi muito pouco.



Em pé: Getúlio, Binha, Garcia, Miguel, Pimentel e Noronha.  Agachados: Doraci, Índio, Ieie, Moacir e Djalma




  
Índio, maior centroavante do Atlântico  da década de 1960 entrando para Atlanga de Veteranos promovido pela Aepi no Colosso da Lagoa nos anos 1990