Painel 12 set/2014
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30 de junho de 1971.
Nesse dia Erechim passa
a pensar em termos concretos na instalação de uma Faculdade.
A iniciativa é do
prefeito Irany Jaime Farina.
Ele começa a pensar em
termos objetivos para adquirir um imóvel para o Centro Universitário Alto
Uruguai.
Isto possibilitou a
concretização de um antigo e acalentado sonho de muitos anos da comunidade.
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Foi comprado o prédio da
Escola Normal Santo Agostinho. 200 metros de imóvel coberto e 42 mil metros de
área total.
Todos louvaram a
iniciativa do prefeito Farina.
Na ocasião o prefeito
não chorou e nem fez agradecimentos políticos: ‘somente foi possível porque
esta administração aplica seus recursos orçamentários com rigoroso critério de
economia’.
Disse mais: ‘esta
administração quer o desenvolvimento de Erechim e região, e isto só será
conseguido através dos caminhos da educação’, limitou-se.
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A garantia de avalistas
era exigência da Congregação Santo Agostinho para a venda da escola. Face a
esta situação e entendendo a necessidade urgente do prédio, o prefeito foi um
dos avalistas. Junto com ele os erechinenses Helly Luiz Parenti, Rovilio
Meneguzzo, Osvaldo Bez e Narciso Passuello. Quantos destes foram lembrados
semana passada quando do anúncio da Medicina? Ao que me consta – nenhum. Se foi
– meu reconhecimento.
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Sim porque foram essas
pessoas que não hesitaram em emprestar seus nomes, seus capitais e seu
prestígio para consagrar a criação do ensino superior em Erechim, pela URI e
que convive ao lado da FAE e da UFFS que também têm suas histórias de vida.
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Quatro anos depois, o
vice de Farina, professor Aristides Agostinho Zambonatto, dá prosseguimento ao
projeto. Compra mais dois imóveis e repasso-os para a recém-criada Fapes
autorizada através da Lei nº 1393 de 5 de maio de 1975. ‘Quando a Fapes começou
a funcionar estava dotada com um bom patrimônio. Nós nos preocupamos em
oferecer a estrutura material para que ela oferecesse todas as condições
necessárias aos seus alunos’ diria o prefeito Zambonatto.
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Com data de 19 de maio é
reconhecida pela Portaria nº 708, no Diário Oficial da União em 21 de maio de
1992, com sede em Erechim, a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e
das Missões – URI. Tem seis unidades. Tudo o que se passou depois é decorrência
natural, especialmente a criação de novos cursos, um dos fins de uma
instituição superior. Em 1992 o prefeito era Eloi João Zanella. Um feito não só
de Erechim, mas também para Erechim, para o Alto Uruguai e, garantindo de
quebra, que a reitoria da instituição aqui permanecesse. Houve desfile pela
cidade? – houve. Mas da instituição e, é evidente que os políticos daqueles
dias, regozijaram-se, mas de modo comedido, afinal Deus já havia criado o
universo.
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Agora, na última
quinta-feira, 4, anunciou-se de Brasília que Erechim é uma das quatro cidades
do RS que terão o curso de Medicina. No dia seguinte, com pompa e
circunstância, o prefeito Paulo Polis foi aplaudido e chorou no gabinete entre
10h e 11h reconhecido (meritoriamente) como o homem público que coordenou todo
o processo para que o município de Erechim assegurasse o seu curso de Medicina.
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Naquele início de noite
o prefeito voltou a ser o ‘Polis/trator’ que não teme ser confundido com um
governante latino/americano, se for o caso, e sai às ruas em cima de uma
caminhonete, de microfone em punho e secundado por dezenas de veículos em
buzinaço ‘a Medicina é nossa!’, grita sua excelência em êxtase ao lado da
vice-prefeita Ana Lúcia de Oliveira e do marido, o médico, João Elmar de Oliveira.
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O fato concreto não é um
– mas dois: 1 – Todos os prefeitos de Irany Jaime Farina a Paulo Alfredo Polis
deram sua contribuição à saúde de Erechim. 2 – Não recordo de outro que tenha
desfilado em carro aberto propagandeando o próprio feito – o que não deixa de
ser um direito, uma estratégia, um jeito de ser. E cada um é como é!
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Agora, pegue-se casos em
específico: quando não havia nada, Farina compra um espaço e dá o pontapé
inicial do ensino superior em Campo Pequeno. Zambonato
secunda-o – e dá asas ao projeto. Zanella foi onde pode em apoio ao ensino
superior. Intercede a seu modo. Dexheimer, ah, Antonio Dexheimer, ‘faz a
loucura’ e compra o Hospital Santa Terezinha para o município’. Pense: sem isto
– neca-pau de leitos SUS, de condições para participar o certamente/Medicina
etc. etc. e etc. – como diriam Napoleão Bonaparte e Idylio Badalotti.
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Então
são óbvios os avanços consignados pela administração Paulo Polis/Ana Lúcia de
Oliveira com a garantia da Medicina para Erechim. Mas – quando o casal (Adão e
Eva) foi despejado do Paraíso (não por falta de pagamento, mas por mau
comportamento) há que se frisar por questão de justiça para com o Pai, que a
terra já tinha sido criada. Portanto, o planeta já exista quando da chegada do
casal 1.
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O que quero dizer
claramente é que, apesar de ser um direito, de consignar um gesto público de
gratidão – a politização da conquista (e ela este no gesto do prefeito) é
também a revelação de um modelo, de um jeito de governar, de um DNA, de um
espírito de gestão pública. Pessoas mais recatadas deixariam tais quitutes
retóricos fluírem como as águas do Dourado. Com naturalidade, dia e noite,
sábado e domingo, e, talvez, algum champagne, mas, em gabinete, para deleite
pessoal - ainda mais considerando que estamos em pleno processo eleitoral. E se
os outros partidos com seus candidatos, e que também fizeram muito pela saúde
local, de repente puxarem do bolso da oportunidade - seus feitos? Cairíamos na vala comum onde
todos que tem boca e contribuições gritariam inaudíveis e confusos, seus
feitos? Ora – mais maduros e deixemos tudo para 2016.
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Não
existe nenhuma dúvida de que o empenho político de sua excelência, prefeito
Paulo Alfredo Polis, foi sobremaneira elogiável neste episódio. Pode dormir em
paz, pois seu nome já está na história de Erechim e, também, por este evento.
Agora – ‘estadistas’ de nações, estados, municípios e comunas (todos podem ter
os seus em seus níveis) não cultivam o hábito de sair a trombetear os seus
feitos – embora ato legítimo. Estadista – com porte comum a eles -, faz o que
deve e pode, e depois deixa que os andares debaixo, o governo, a imprensa, a
população, o boca a boca, ou a história reconheça seu feito, como raramente
deixa de fazê-lo. De qualquer sorte, nesta questão da conquista do curso de
Medicina, o prefeito ombreou-se aos seus antecessores – saudavelmente.
Diferenciou-se, porém, quando subiu numa caminhonete e saiu a alardear aquilo
que a naturalidade do tempo faria. Bota acredita que o secretário de imprensa,
Salus Loch, tem uma missão digna de interpretação, convincente, sobre o que
mesmo, Kubrick quis dizer com ‘2001 – uma odisséia no espaço’.
LEITURA
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De 21 a 28 de setembro acontece
nas 30 cidades pertencentes à Diocese de Erexim, uma campanha de arrecadação de
livros literários, que se denomina # EM MISSÃO PELA LEITURA ,
‘um livro transformando história’. Os postos de arrecadação estão distribuídos
em escolas, paróquias e mercados.
LEITURA
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A campanha ganha adeptos
em todos os municípios, como o caso de Paulo Bento (PB) onde uma das
organizadoras – Andrea Paula Dacampo – afirma que caixas de arrecadação foram
distribuídas pela cidade e a comunidade está sendo instigada a doar um livro.
As caixas de arrecadação se encontram na Escola Raul Barbosa, Casa Paroquial e
Lotérica Paulo Bento.
LEITURA
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Até
o momento já foram recolhidos em torno de 70 livros de literatura, sendo que a
campanha será intensificada a partir do dia 21 de setembro na Semana da
Juventude. “A todo momento recebemos ligações de pessoas querendo
participar. Doe um livro você também”,
convoca Andrea.
LEITURA
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No dia 28 – jovens da
diocese distribuirão os livros arrecadados. A campanha conta coma participação
do Setor Juventude da Diocese de Erexim. Informações pelo site: http:/www.emmissaopelaleitura.com
LEITURA
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Segundo o último Pisa
(Programa Internacional de Avaliação de Alunos) em 2012 ficamos em 55º lugar
entre 65 países no quesito leitura. Perdemos, entre outros, para Chile,
Uruguai, Romênia e Tailândia. Quase metade dos alunos avaliados (49,2%) não
alcança o nível 2 num teto de 6.
FACULDADE
Não adianta. As
universidades e as instituições de ensino superior de Erechim ofertam cursos
nas mais diferentes áreas. Mas nada se compara em termos de prestígio para uma
cidade ter o seu curso de Medicina. Pode ser meio provinciano, mas não é. Creio
que a Medicina ainda é a faculdade das faculdades – quem tiver dúvidas que
tente estacionar o carro perto do ‘Santa’ ou no HC, e depois em outros pontos
de concentração de profissionais, incluindo a adulada (quando convém) e
difamada (quando não convém) imprensa.
VOLTAS
A vida dá voltas. Sempre
se defendeu que a casa tinha que ser construída de baixo para cima. Ou seja –
sempre se pensou que era preciso primeiro ter estradas para depois interligar
os municípios. Pois, agora com a Medicina em Erechim, não será o caso de quem
tem responsabilidade de preservar pelas estradas sair a campo e fazer a sua
parte?
ARQUITETO
A obtenção do curso de Medicina para Erechim
têm iniciais bem claras: Jackson Luis Arpini, presidente do Conselho Municipal
de Saúde de Erechim. Foi ele que arquitetou e coordenou o projeto. Costurou os
apoios (fundamentais) dos hospitais São Roque (Getúlio Vargas) e Hospital
Comunitário (Nonoai). Fez contatos, recebeu pessoas, mostrou detalhes, enfim,
juntou e proporcionou o encontro das pontas interessadas. A exigência era 250
leitos SUS. O Santa Terezinha contava com 179. No total fechou em 324 leitos –
SUS.
CORRENTEZA
Por certo há no seio da
sociedade pessoas contrárias a um curso de Medicina em Campo Pequeno. É
evidente – que a qualidade deverá ser o cartão de apresentação do novo curso
até para criar desde logo uma imagem positiva, de aceite, de indicação, de
menção qualitativa. No fim de junho, quando as chuvas vieram sem consultar
ninguém e a correnteza arrastou pontes, madeireiras, plantações, casas,
veículos, pedras, estradas, asfaltos, pinguelas, animais e até pessoas – não
encontrei um que fosse a favor do evento. Logo, há coisas sobre as quais, nossa
vontade conta pouco, para não dizer – nada. Ou seja: a vinda da Medicina contou
com gente que se empenhou muito e outros nem tanto. A nuvem se formara há
tempos. E um dia choveu. E a correnteza vai levar tudo. Neste caso,
especialmente, quem protestar contra. Melhor o melhor a ‘fazer é como fazem lá
em Vila Áurea!’ dizia meu pai há 50 anos. – E o que fazem lá, perguntava eu,
ingênuo: ‘Deixam chover!’. Hoje a ‘vila’ é o município ‘Capital Nacional dos
Poloneses no Brasil’.