BV - 15 - 8 - 2014
O dito não é novo, mas é atual, cada vez
mais atual e, sobremodo, verdadeiro. Por isso é que registro neste espaço não
como um evento social, mas que pode servir de exemplo para quem tem humildade,
a formatura de Janaina Vieira e Felipe Hanauer.
Sim, porque além de ambos pertencerem a
famílias simples que sabem de onde vem o pão de cada dia, faço-o ainda por
Felipe ser filho do meu primo Nelvo – um dos maiores ouvintes de rádio que esta cidade tem – e, pela ‘Jana’ -, pois posso testemunhar sobre sua luta, um
exemplo que vi de perto.
Houve um tempo que optei por dar aulas de
redação – especificamente de redação -, no antigo ou já extinto, Núcleo de
Educação de Jovens e Adultos. As aulas não eram obrigatórias e tive alunos de 15 a 65 anos.
Mas – como tudo que não é obrigatório, aos
poucos, muitos foram encontrando outros compromissos e abandonaram as aulas, de
modo que houve um período onde tinha três, às vezes dois alunos.
Entre esses dois – a ‘Jana’ (Janaina
Vieira) era uma das que persistiu.
Um dia fiquei feliz por saber que ela era
filha da minha colega na reitoria da URI – Miriam Vieira. Incansável e
competente funcionária.
Outro dia fiquei mais feliz ainda por
saber que a ‘Jana’ tinha passado no vestibular de Contábeis da URI.
Depois soube que trabalhava no Escritório
do Mores – hoje presidente da Accie.
E fico ainda mais feliz ao saber que ela
se forma ao lado do namorado – Felipe -, e que ambos já estão estudando sobre
finanças no Instituto Federal de Educação. Formaram-se dia 2 e três dias depois
começaram novo curso.
Pois bem: alguém têm dúvidas que o sucesso
na vida profissional os aguarda?
E olha, quando a realidade nos aponta que
não temos uma entre as 200 maiores universidades do mundo, que cerca de 19% dos
jovens entre 18 e 24 anos chegam ao ensino superior (PNAD 2009) e cerca de 11%
sairiam formados -, é de saudar a conquista da ‘Jana’ e do Felipe.
Não sei quantas vezes a sombrinha da
‘Jana’ entortou ao vento sob chuva forte, ou frio intenso - para não perder uma
‘aula’ de redação com sua colega e amiga que não recordo o nome e nem onde
anda. Sei das expectativas da sua mãe Miriam e da própria ‘Jana’ que não só sabia
o que estava fazendo - como tinha certeza do que queria e como seria a
caminhada.
Este é um exemplo de superação, assim como
há outros por certo. Mas é um exemplo de como é possível superar o que parece
impossível.
‘Jana’ é filha de Miriam e João Vieira e
tem ainda a irmã Emily.
Felipe é filho de Neusa e Nelvo Hanauer e
tem a irmã Fernanda.
Estudam há anos.
Formaram ontem.
Já estão em novo curso.
Miram o mestrado na área de finanças.
Finanças
– onde sonhos e realidade do mundo se encontram, se estranham ou apaziguam. Mas
sempre, invariavelmente, que repousa silenciosamente no horizonte das pessoas,
das famílias, de grupos, de empresas e empresários, de trabalhadores, das
cidades e estados, nações e continentes.
Finanças
– sedução do mundo.
Um
dia, na URI, um velho e querido amigo do CPOR e executivo de sucesso de uma
grande empresa nacional, veio falar sobre dinheiro.
Lá
pelas tantas, ao focar sobre as dificuldades que muitos adolescentes têm para
decidir sobre que curso fazer no ensino superior ele ensinou: ‘se estiveram
realmente em dúvidas, façam Ciências Contábeis. Por que, certamente, saberão
lidar muito bem como o dinheiro que um dia vão ganhar. Seja ele pouco ou muito
– mas saberão como aproveitá-lo’.
Mas,
acima da conquista da ‘Jana’ e do Felipe, do caminho que ambos seguem e da
bandeirada final, o que conta em verdade é a caminhada, a luta, o desafio, a
decisão de enfrentar muitas coisas para obter um objetivo, alcançar uma
conquista, contemplar um sonho, e poder afirmar-se sobre uma base sólida que
pode levar a uma vida mais tranquila – tudo isto, graças ao incentivo da
família e a uma dedicação que somente os detalhes do dia por dia, da caminhada
inteira, podem finalizar com fidelidade o seu derradeiro e verdadeiro retrato.
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Celular na missa
1
Pelo
menos uma denominação religiosa já decidiu que é proibido entrar com celular no
templo. Pensando bem – acho que está certo.
2
Já
faz algumas semanas, fui à missa no Seminário de Fátima.
Tudo
corria normalmente, uns cuidando a roupa dos outros, um que outro cochichando
ao ouvindo de outro mais, outro ainda tossindo em acesso preocupante e, sabe-se
lá quantos, talvez quase todos – deixando o pensamento ao léu.
E
no meio disso o padre fazendo a homilia.
3
Lá
pelas tantas toca um celular.
E
como a variedade de toques é ‘sem-fim’ o ‘bicho véio’ chamou a atenção mais que
devia.
4
Imediatamente
o dono do telefone ambulante meteu a mão no bolso e, quando eu achei que o
considerado ia desligar o aparelho, não é que ele saiu pedindo licença e
atendeu!
E
se foi pelo corredor interno falando com seu interlocutor, enquanto o padre
continuava a homilia.
5
Do
jeito que a coisa vai, não estamos longe de chegarmos ao seguinte quadro.
Na
comunhão o padre:
–
Corpo de Cristo -,
e
o cristão
–
Amém.
E
assim por diante:
-
Corpo de Cristo.
-
Amém!
Corpo
de Cristo.
-
Amém!
-
Corpo de Cristo.
-
Alô!