sábado, 26 de setembro de 2020

De bananas à Matriz Corporativa!?


 

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Assim que o Covid 19 mostrou de fato os seus dentes, escancarando seus males na saúde, na economia, no comportamento e na vida em sociedade – independente de qual andar cada um pode residir em termos financeiros, de status e prestigio -, o mundo incorporou uma expressão que de tanto usada já está velha: “o novo normal’.

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Qualquer coisa e lá se ouve, se lê ou se fala o “novo normal”. Nada mais será como antes! O velho mundo como nós o conhecemos “foi falecido” pela pandemia e pimba: Tudo será diferente. Absolutamente novo.

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Olhando assim de soslaio a nominata escalada por grupamentos também conhecidos como “partidos políticos”, até que dá para se deparar com algo que não represente, exatamente, a velha política de ontem. Mas tentando captar o que as pessoas mais observadores e exigentes comentam, conclui-se que ainda não chegamos ao “novo normal político de Erechim”.

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Quem não tem compromissos com nenhuma das candidaturas, mas apenas com a isenção jornalística ou com sua consciência cidadã; pode muito bem concluir que “o novo normal político de Erechim”, está muito mais para “o velho normal político”, muito provavelmente, semeado sabe-se lá por quem, em Campo Pequeno, quando por decreto estadual em 1918 ganhou sua certidão de nascimento, passando a assinar-se Paiol Grande.  

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Se não está fácil a ciência descobrir, testar, fabricar e distribuir uma vacina eficaz e definitiva contra o Covid 19, que esperanças podemos nós, erechinenses, ter nas pré-candidaturas ainda não oficializadas, como um remédio a ser distribuído como eficaz, aos quatro cantos da Província de Campo Pequeno para fazer dela a própria prosperidade coletiva em teoria e em concretude!?

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O primeiro fato concreto é que as quatro candidaturas (ainda não oficiais até onde se sabe), elencadas como prontas para registro eleitoral com vistas a administrar o município a partir de 2021, não se percebeu emoções maiores por parte da torcida. Não houve óóóóóóóhhhhhh - até que enfim. Seria por que os times estão tendo de jogar para estádios sem público ou seria por que o contingente de erechinenses exigentes tem aumentado e, calejados com o que os anos lhe mostraram, conclui-se que “novo normal?”, - só se for por causa da pandemia.

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Para não ser injusto e nem aparentemente cego, há sim pelo menos duas ou com boa vontade até três novidades, de nomes/pretendentes à prefeitura, considerando a contextualização dos últimos pleitos. No entanto, o que aqui se aborda não é bem novos nomes – mas como o processo foi conduzido.  Foi conduzido, até onde se sabe (depurando-se o que é plantado ou fake mesmo), exatamente do mesmo jeito que sempre foi.

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Mas há um segundo fato concreto que virá no seu devido tempo: uma das quatro pré-candidaturas sairá vencedora. Não sei se vitoriosa. A rigor parece a mesma coisa, mas não é. Mas é dela – da vencedora que dependerá, em boa parte, a nossa vida comunitária, para vitoriar, digamos, a comuna.

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O que seria “vitoriar” são outros quinhentos. E nesses quinhentos não está... cuidar mais da saúde, da educação, da geração emprego e renda ou das pessoas (a propósito - o que seria isso mesmo? - eis aí uma boa pergunta para ser destrinchada durante a campanha). Vitoriar a comunidade não tem nada com administrador o varejo da cidade.

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Erechim, como a capital do Alto Uruguai, precisa alçar-se a titulação mais alta de forma concreta, que como tal seja notada desde longe. Então haveremos de concluir que este processo não é obra para um governo municipal, só um governo municipal, que faz o dia a dia, o básico, o indispensável. Cortar a grama, varrer as ruas, recolher o lixo, trocar lâmpadas, etc... Isto será como trabalhar de dia para comer à noite. Pintar um muro, soldar um portão, trocar uma lâmpada – sempre acontece também aqui em casa. Mudar de status requer mais, muito mais, e, não querendo ser injusto, talvez, o próximo edil a assumir a prefeitura terá que se preocupar muito menos em mudar coisas, e muito mais em manter, porque aparentemente (e há informações concretas e apartidárias sobre isso) o próximo prefeito receberá uma municipalidade bem gerida.

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Talvez, deste trampolim possamos começar a caminhar em direção ao que de fato, todos os erechinenses, sonham: crescimento, desenvolvimento, mais oportunidades – uma terra promissora como o foi quando da debandada para Chapecó e adjacências, à época, dependente até de carregamentos de bananas saídos de Campo Pequeno – como me foi dito por um ilustre erechinense que assim o fez nos anos 1960. Era o nosso socorro aos nossos vizinhos do outro lado do rio.

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O que se questiona aqui é também a nossa representatividade junto ao governo do estado! A nossa localização geográfica, econômica, social e política, olhando-se de Brasília de onde se destinam as moedas de prata.

Então – devagar. Não nos iludamos.

Não há e nem haverá milagres. Até porque, para quem acompanha esta página desde junho, sabe que os discursos a rei de Campo Pequeno, praticamente se chocam, se repetem, se copiam, se confundem. Alguém precisa falar diferente e inovar – mas com os pés no chão.

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A vacina para o “nosso velho normal político”, que prioriza o “eumismo de poder” em detrimento de um modelo de “poder/coletivo”, revelou-se como sempre, no que diz respeito ao “modus operandi”, para a escolha de candidaturas à prefeitura de Erechim. Escolhas legítimas, mas que no fim das contas, aparentemente – em tese, levam a dedução de fatiar os superiores interesses municipais, feito uma pizza.

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Para ser mais explícito, honestamente observando – uma pizza que se oferece como de quatro sabores, mas que pelo cheiro, parece ser de um só. Ah – sei, seria uma de quatro queijos? - tendo como acompanhamento a custosa perda de uma nova oportunidade, por conta do nosso execrável mal de pele, o “velho normal de Campo Pequeno”. Bom apetite, então.

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Se alguém não entendeu ou entendeu transversalmente conforme seus interesses, explico de novo: ainda não tendo candidaturas oficiais até o momento da redação desta opinião, parece-me que o próximo prefeito pegará um município com a cidade bem cuidada no que diz respeito à sua vida interna e, com as contas em dia. Outros já a entregaram quase assim. Desta feita – haverá até dinheiro em caixa até onde sei.

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O prefeito Luiz Francisco Schmidt encaminha-se para um final de mandato deixando uma imagem irretocável, pelo menos sobre o varejo da cidade, ao deixar uma cidade limpa, funcional e, aparentemente pronta, para dar um passo bastante seguro rumo ao futuro.

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Caberá ao eleito manter o que aí está, melhorar o que considerar que precisa melhorar e, fazendo uso de novas tecnologias, de novos projetos e de novas inteligências - se não for assim, quem sabe, tirar um coelho da cartola -, para diminuir a distância orçamentária prevista para 2021 (Chapecó R$ 1,1 bilhão) – (Erechim – R$ 332,2 milhões), embora ambos os valores ainda sejam projeções a serem confirmadas – mas não ficará longe disso em nenhum dos casos.

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Em síntese: enquanto eles – os que moram no outro lado do rio -, não precisam mais dos nossos carregamentos de bananas, nós nos vemos supridos por eles, com cooperativa, cadeia de carnes, magazines, revenda de automóveis e supermercados, entre outras atividades econômicas. Será que ao longo dos anos não perdemos o espírito comunitário, o espírito da impessoalidade e, aqui permanecemos com o espírito familiar, com o espirito da pessoalidade, com o espírito essencialmente corporativista - e em vários setores da sociedade? Isto para não falar noutro espírito! Pode não ser bem isso – mas isso bem que pode ser.