domingo, 31 de janeiro de 2021

O perfume da francesa

1

Há quatro anos me atrevi meio como assim quem atira sem a esperança de acertar, e pedi a um vendedor de produtos da colônia que passa todos os sábados aqui na vizinha, se ele conhecia a uva “francesa”. Acho que não é nome da espécie, mas para minha surpresa ele disse que não só conhecia como tinha. Até insisti: “é uma uva diferente das outras – a casca é fininha e leve, quase não tem aqueles grãozinhos, e ainda por cima é a uva mais doce que já experimentei.

2

Ali depois de Três Arroios, uns 2 quilômetros, na estradinha que leva a Sede Dourado e depois a Aratiba, há muitos anos, minha avó, Maria Luíza, por parte de mãe – viúva, fez um parceiro e com ele passou a morar. Quando íamos com meus pais visitar a vó, nos janeiros, num momento ou noutro, nos víamos embaixo de um imenso parreiral. Ele ia da casa de madeira e se estendia até quase à estradinha. Era muito grande. E ali estava aquela tal de uva “francesa” que passei a, mais que gostar – admirar. Ela tinha um cheiro que se sentia de longe e se esparramava pelos ares do potreiro até um riozinho que compunha a tríade de Três Arroios.

3

Onde eu moro não há espaço para um parreiral. Nem sei por que pedi pela tal “francesa”. Um sábado de inverno depois de comprar bolachas, pão caseiro e pés de moleque; o agricultor a quem pedi sobre as uvas, puxou um feixe de ramos e me alcançou. “Aqui tão os ramos da ‘uva francesa’ que tu pediu”. Eu fiquei boquiaberto porque nem lembrava mais. “E como é que eu planto?”, perguntei. Ele simplificou o plantio pra lá de simplificado: “tu vê onde quer que o pé nasça e enfia na terra o ramo. Não precisa fazer buraco. Só empurra o ramo um palmo mais ou menos e pronto”. Beleza – pensei, engolindo que não podia ser tão simples assim.

4

Larguei o feixe de ramos nos fundos de casa – quem conhece sabe quase não há espaço – e fui fazer minhas coisas que quase nunca dão em alguma coisa. Continuei com meu mate vendo um treino de classificação da F-1. A mesma F-1 que depois da partida do Senna nunca mais foi a mesma, caiu em desgraça e, por vezes, até mais me dói em ver o espetáculo – porquanto sem o meu ídolo.

5

Passou-se aquele fim de semana e coisa e tal, e o feixe de ramos de “uva francesa” continuava no mesmo lugar. Ninguém mexera nele. Vez que outra, olhando para os ramos, me via sob o imenso parreiral da minha vó. Lembrei que nas Festas di Bacco, quando se vendia uvas no largo do Santuário de Fátima (hoje é ao lado da feira do produtor no centro), nunca tinha encontrado a “uva francesa”. Aí me ocorreu que houve um ano, onde um agricultor me disse que “a francesa é só no primeiro e no segundo dia, se tiver sorte. Porque tem pouca e sai logo”. Ah – então havia ainda exemplares da “francesa” na região e, aqueles ramos que o vendedor de produtos coloniais me trouxe, talvez fossem mesmo da espécie que fiquei sabendo - escassa na região. Mas era improvável, pensava.

6

Um dia andei dando uma olhada entre minha casa e a da minha vizinha. Tem um metro e meio de largura por uns cinco de comprimento. E... se eu tentasse plantar ali. Bem – podia tentar, mas colher uvas é que não iria. Aliás, meu interesse não era pra ver cachos, tirar e comer uva – digo sem mentir -, era só por prazer de ver folhas de parreira e, sentindo ainda o cheiro da “francesa” ali de Três Arroios, por que não tentar o impossível!

7

Depois que minha vó faleceu - com ela morreu também seu parreiral. Não lembro se o parceiro dela faleceu a seguir, mas o fato é que uma vez passando por lá, em direção a Sede Dourado, não vi mais o parreiral. O lugar agora era da soja. Não senti apenas um vazio. Senti dois. O vazio geográfico sem o parreiral e o vazio sentimental, o vazio da ausência, o vazio da saudade, o vazio do cheiro, o vazio de algo que me fora inesquecível e nunca mais haveria de se repor. O tempo não cabe numa fita que se pode rebobinar num gravador, ou no You Tube que se aciona, para, toca em frente, volta, etc. Não. O tempo não para nem volta. Apenas... evapora, se faz novo e noutro segundo, também já se foi.

8

Eu olhei o espaçozinho que tinha ao lado de casa e resolvi enfiar alguns ramos no chão, como recomendado, até mais ou menos um palmo. Quem sabe não “rebobinasse”, pelo menos a sensação, de que com um ramo enfiado na terra - as folhas, os cachos, as uvas, o cheiro, enfim, o resto, se refizesse no compartimento das lembranças inapagáveis que tenho na cabeça ou sei lá aonde. Era, como se diz, um “tiro na lua”. Uma vontade de reaver algo que o tempo me tomara, e eu, talvez embora nem fosse meu, não quisesse entregar. Falo do parreiral da minha vó. Agora – se ao menos eu pudesse ver nascer alguma coisa que eu mesmo havia plantado – “plantado?” e, quem sabe, por benevolência divina; viesse uma folha, sinceramente, eu já estaria realizado. E se fosse mesmo a “francesa”, meu Deus – nem é bom pensar. Por verdade verdadeira, nem pensava mesmo.

9

Com o passar das semanas e meses esqueci os ramos enfiados na terra. Seria algo assim, como a torcida do Inter devia fazer agora: título do brasileirão? - nem pensar. Deixa quieto. Quando se começa a ter esperanças que sequer brotaram, e nada vir, a decepção de derrota tende a ser bem mais doída. Ademais, minha autoestima andava na segunda página da tabela do campeonato de parreiras.

10

Um dia levei um susto. A um palmo do chão, um dos ramos que enfiara na terra, tinha alguma coisa pendurada nele. Era como um grão de arroz. Levemente róseo envolvido por uma “seda” verdinha. Cheguei perto e quase caí de costas. Era um botãozinho de flor. Seria a francezinha que estava vindo me cumprimentar!? E assim, aquilo que eu só esperançava por achar bonito, ficaria magnífico. Um “flolharéu” de abas largas se fez com os meses. Eu haveria de me sentar confortavelmente perto daquele lugar só para apreciá-lo. Talvez o resto eu veria pelo You Tube da minha memória que guarda doces lembranças.

11

No janeiro seguinte, em 2018, acredita - deu dois cachinhos. Em 2019 – cinco. Em 2020, mais de 30. E neste janeiro de chuvas que não querem mais parar, numa tarde de aposentado e acorrentado pelas ameaças da pandemia – me peguei abrigado pelo escudo das encorpadas folhas verdes, sob meu parreiralzinho. Com uma pequena tesoura, cortava os últimos dos cerca de mais de 80 cachinhos deste ano, da mais leve, fina e doce “uva francesa” que já experimentei.

12

A “safra” foi de tal sorte que colhi outro prazer: destinei quase diariamente, cachinhos contados nos dedos, para familiares, meu netinho Benjamin, alguns queridos amigos, além da vizinha, dona Idilma. Fora a parte tomada de mim por passarinhos e abelhas. Pra ser bem verdadeiro comigo mesmo – fico em dúvida: o sabor da minha uva é igual ao da minha vó lá dos anos 1970/1980, mas o perfume embaixo da minha parreira de 1,5m/5m, talvez pelo aperto, é de uma legítima francesa. Só pode.

13

Dizem que todas as uvas, no fim das contas são iguais. Mas não é verdade. As italianas, por exemplo, nem se fala. Mas a “francesa”, essa que conheci com essa denominação – no meu paladar é insuperável. Mas não é só uma questão de gosto. É uma obra que vai além. Envolve arquitetura de cachos com grãos não sobrepostos, ramificação musculosa, folhas encorpadas. Tem a ver com raridade, charme e doçura. Enfim, só o perfume da “francesa” me bastaria.    

 

 

 

 

 

sábado, 30 de janeiro de 2021

Joelhos de respeito e de submissão!

 

1

“De acordo com o cardeal

Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI),

ajoelhar-se era algo

altamente desfavorável tanto para

a cultura grega

quanto a romana.

Ratzinger escreve

em seu livro Spirit of the Liturgy:

“Se olharmos para a história,

podemos ver que os gregos e romanos

rejeitavam se ajoelhar…

ajoelhar-se não era digno de

um homem livre,

era inadequado para a cultura

da Grécia”.

Ratzinger afirmou que “ajoelhar-se

não vem de nenhuma cultura

– vem da Bíblia e seu conhecimento

de Deus.” Em particular,

São Lucas nos diz que Jesus

orou de joelhos. E esta oração,

a oração pela qual Jesus entra

em sua paixão, é um exemplo

para nós.

Os católicos ajoelham

porque Jesus ajoelhou durante

sua oração.

Além disso, ajoelhar é tipicamente

visto nos Evangelhos como

uma forma de expressar súplica

e adoração. Muitas vezes,

no Novo Testamento,

ajoelhar-se é precedido por

um ato de fé:

“Eu creio, Senhor” e completado

por um ato de adoração

a Deus (cf. João 9, 35-38).

Em outras passagens, como

em muitas das narrativas de cura,

a pessoa é apresentada ajoelhada

em súplica, pedindo

para ser curada.

Por essas razões, o rito romano

instrui os fiéis a se ajoelharem,

na Missa, especialmente no

momento da consagração”.

 

2

 

Como meus joelhos doíam

na São Pedro!

Depois da comunhão – nada

de sentar.

Primeiro, ajoelhar-se e

concentrar-se. Rezar.

Corpo Cristo é comigo.

Depois – a gente sentava.

E ainda hoje é assim.

 

3

 

Um joelho matou um homem

nos EUA em maio de 2020.

Em junho um chefe de polícia

se comunicou com manifestantes:

“Ouçam, se eu me ajoelhar com

vocês, tenho vossa palavra de que

isto será pacífico?”. 

Um joelho – sufocou à morte um homem

em um supermercado em POA.

Então se ajoelha por Cristo,

por homens mortos,

por pedido para que dispersem.

Jogadores de futebol

e outros esportes - se ajoelham

em solidariedade a quem

desrespeitado por atos racistas.

Lewis Hamilton puxou a frente da F-1

de joelhos.

 

4

 

Antigamente, muito lá atrás

no tempo, professores colocavam alunos

de castigo – ajoelhados sobre milho,

é o que se contava.

Pedidos de casamento,

não raro, especialmente em filmes,

são feitos de joelhos.

Logo que Maradona faleceu

– vi uma imagem onde

o gênio argentino

ajoelhou-se diante de

um ex-futebolista gaúcho.

Este foi o “ajoelhar-se” mais

“surpreendente”

que vi, mas enfim

– a cabeça e os joelhos eram

do “Diez”.

 

5

 

Então temos que, ajoelhar-se

geralmente é um ato de reverência,

de respeito, de contrição, de amor.

Não obstante – colocar-se de joelhos

pode ter uma outra interpretação.

É como esses lances de bola

na mão que viram pênalti, e não são,

ou mão na bola que são pênalti,

mas não viram pênalti.

Ou seja – é tudo

ou muito;

uma questão

de interpretação.

 

6

 

O cara faz um gol – corre e se ajoelha.

E em torno dele, se ajoelham.

Em apelações de todas as ordens

em última instância, não raras vezes,

também sobram aos joelhos.

Muçulmanos se ajoelham e

se curvam para rezar cinco vezes

por dia.

De joelhos ao chão,

se paga promessas.

Quem já não viu em Fátima!

“Joelho ralado”

- que saudades do JB, do Mantovani

e da Baixada Rubra!

 

7

 

Transportando isso para a política,

como por exemplo, quando acontece

uma eleição no

Congresso (Câmara dos Deputados

e Senado),

o que não falta é gente de joelhos.

Uns pedindo.

Outros dando.

Dos dois lados – interessados

quanto ao desfecho da eleição

em ambas as Casas.

 

8

 

Afinal de contas quem acaba

mesmo de joelhos?

Nesta e em outras eleições dessas

Casas do Povo, quem acaba mesmo,

de joelhos, ao que se depura,

aparentemente - é o Executivo.

 

9

 

O povo que já estava “por aqui”

com deputados e senadores

afamados,

mudou a fotografia das

duas Casas em 2018: 50% dos nomes

na Câmara

e 85% no Senado.

Não suportava mais o comportamento

de parcela expressiva

de seus membros, bem esquecidos

dos interesses do país, do povo.

Mas – ao que aparenta -,

pelo que se lê,

nada mudou, ou pouco;

quanto prática e prioridade.

 

10

 

Assim que a eleição passar,

o Executivo se levantará de novo.

E, provavelmente, será a vez

de congressistas terem de se ajoelhar.

Mas nesse jogo de interesses

– ora pode o Legislativo

colocar o Executivo de joelhos,

ora pode o Executivo fazer o Legislativo

se ajoelhar.

Então - se um se ajoelhar, e outro depois,

isso quer dizer que ambos

em algum momento,

estarão de pé.

 

11

 

Ora - joelhos de respeito.

Ora - joelhos de submissão.

Os únicos que permanecem

de joelhos

eleição pós eleição,

governo pós governo, ano pós ano,

década pós década

 – somos nós,

o povo.

O país.   

 

12

 

Mas não nos escandalizemos.

Assim parece precisar ser

nas democracias.

Nas ditaduras ninguém pede nada.

Ninguém dá nada.

As decisões se concentram em mesmos.

E outros “mesmos” sempre de joelhos.

 

13

 

Abraham Lincoln,

para aprovar a 13ª Emenda nos EUA,

que aboliu a escravidão lá,

teve de “negociar”

através da oferta de empregos federais,

e outros que tais,

alguns votos de congressistas.

Se não me engano – 13 é o que

me lembro do filme de Steven Spielberg.

 

14

 

Mas não adianta dar murro em

ponta de faca: nas democracias

é assim.

Parece que chega uma hora que

assim tem que ser.

É feio, é.

É condenável, é.

É execrável, é.

É do jogo, é.

Na política generalista tem de tudo.

Ou quase tudo.

Uma coisa não tem: “anjo”.

O que vai na contramão é que

Jair Bolsonaro foi eleito falando

justamente em acabar

com essas práticas.

Ou entendi tudo errado?

Que pena.

Que decepção!

 

 

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Vacina para Pracinhas

 

Recebi e autorizado a publicar, eis aqui a opinião do meu amigo Feliciano Tavares Monteiro (Fifa), que fincou raízes na Bahia, sobre quem também, no entender dele, deveria estar na linha de frente para receber a vacina contra o Covid 19. Fala Fifa:

 

"Por falar em heróis, desejo registrar uma sugestão de prioridade zero para o recebimento de vacinas. A fila não deve começar pelos que se insinuam pedindo privilégios e bradam a toda hora a frase mais boçal do país: - “Você

sabe com quem está falando? Não mesmo  E como o Brasil ainda tem uma enorme dívida com seus pracinhas, e ainda existem alguns poucos idosos e vivendo esquecidos como se nunca houvessem existido, serão eles – se concordarem – que deverão encabeçar a fila de vacinação. Afinal, nunca cobraram prioridades, mas em suas veias palpita o sangue, heróico, de quem um dia arriscou a vida para nos defender, enquanto entoava com brio o refrão de uma canção que ainda reverbera nos momentos de grandes ameaças:- “Você sabe de onde eu venho?”

 

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Campanha e realidade

 

Ernani Mello: Divulgação

Na campanha política o candidato Paulo Polis dizia que já em janeiro a prefeitura estaria com as máquinas no Distrito Industrial Davi Zorzi. E parece que isso realmente aconteceu. Na leitura do discurso estava subliminarmente o entendimento, de quem ouvia, que “agora sim – distrito vai sair do papel e logo logo estará pronto”. E diga-se em tempo: nenhum candidato, até onde me recordo, levantou a voz para contestar a afirmação. Nem sequer quem em governo estava, e sabia da realidade e dos entraves, apresentou suas razões para explicar ou até justificar o porquê da obra um dia, quase no passado, ser anunciada e iniciada. Mas depois parou.

Esta semana o secretário de Desenvolvimento Econômico do governo, Ernani Mello, explicou que existem ainda alguns entraves a serem superados, como negociações com a RGE e a Corsan para resolver questões essenciais de energia, água e saneamento no distrito. E isso está sendo negociado através de conversações do próprio secretário com as empresas. Outra coisa: falta ainda decidir qual será o preço do metro quadrado pelo que informou Mello. São 39 lotes com tamanhos que variam de 3,5 mil metros quadrados a 14 mil metros quadrados. De acordo com o secretário até o fim deste ano o Distrito Industrial Davi Zorzi deverá estar funcionando. Pelo que entendi a ocupação dos lotes se dará por sorteio, dado ao número de interessados.

Então, temos que campanha eleitoral é uma coisa e a realidade é bem outra. Como se ninguém soubesse disso. O então candidato Paulo Polis fez seu papel. E agora o prefeito Paulo Polis está fazendo o seu papel. Bem como é. Como sempre foi. Como sempre será. E ninguém em sã consciência deve se surpreender. Diria mais: se até o fim do ano o Distrito Industrial Davi Zorzi estiver, de fato, funcionando com toda a infraestrutura implantada e com empresas – será um excepcional ganho e avanço para a cidade. Ninguém poderá, e nem irá, condenar o governo.

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Nota dez

Acompanho as atividades do governo municipal de longe. A pandemia impôs mais que limitações. Por enquanto parece que tudo vai indo – bem. Não há surpresas negativas. E, ademais, ainda é cedo, muito cedo.

Não obstante isso não impede que faça uma observação que salta aos olhos: o trabalho nota dez da Assessoria de Comunicação da prefeitura.

Foi um dos pontos mais salientes e positivos do governo anterior de Paulo Polis, sob a responsabilidade do jornalista Salus Loch e, agora, outra vez – com um grupo de profissionais experiente, dedicado, competente, atilado, presente e tranquilo -, já está por merecer o reconhecimento desta página. Cumprimentos aos colegas e que mantenham esta área delicada e essencial de qualquer governo – operante e em alta. Sempre disponível não só ao governo a quem presta serviços, mas aos veículos de comunicação que contam muito com este setor da prefeitura.

 

 

 

 

domingo, 24 de janeiro de 2021

De geder.carraro@ceu para avz.ody@terra

 

Geder Carraro Fonte: Arquivo AVS

1

“Saudações meu prezado colega. Não chamo de amigo, porque na verdade amigos – amigos nunca tive aí. Ahahahahahahahahah. Mas que nada. Foi amigo sim. Tive alguns e a maioria mora comigo agora “Aqui Em Cima”. O Cláudio (Grasel), o Altair (Menegati), o Helly (Parenti), o Celso (Testa), o próprio Jayme (Lago), enfim, como pode atestar – tinha amigos tanto de esquerda quanto de direta. Uns entendem que por isso “Aqui Em Cima” é o paraíso porque ninguém fica estressado ou... deixa eu ser eu mesmo um pouco Ódyyy: “Aqui Em Cima” ninguém fica “enchendo o saco” de ninguém. Eu detesto. Apesar de na entrada o Dr. São Pedro já ter vacinado um por um contra vaidades, armadilhas e safadezas que dividíamos aí... Falando em vacina...! -, e todos, aparentemente estarem imunizados, essa história de cada um ser “irmão” do outro não é bem comigo. Acho que em mim a vacina não pegou. Fiz de conta que sim – mas só pra ti aí eu confesso: “assim que injetaram o líquido eu espremi tanto, que um pouco, um pouquinho, consegui expelir de volta. Acredite se quiser. Meti a mão no bolso e tomei três comprimidos de cloroquina. Não sei o que fez efeito no fim das contas. Se foi o que restou da vacina (eu já tomei a da Rússia misturada com a da China pra não deixar dúvidas sobre meu lado jornalístico), ou se foi a do nosso Trump com seus comprimidinhos (também pra mostrar o meu lado jornalístico). Ou seja – em termos de lado jornalístico, tu me conhece, eu saio do Brasil, passo pela África, vou pra Ásia, dou uma passada pela Rússia, Europa e EUA. Da Índia recebemos ontem. Quer dizer, não tenho reservas com ninguém: comigo era assim, é notícia? Dá-le pau. Acho que no fim das contas não pego mais o tal de Covid-19, mas de uma coisa estou convencido: as lombrigas, os vermes; esse bicharedo eu matei todo.

2

Ódyyy – meu colega e amigo de Caldeirão e Casarão, e meu quase inimigo de redação. Quantas vezes brigamos por causa de um termo! Te lembra quando escrevi 16 horas da tarde e tu começou a me encher o saco? Não aguentei. Não adianta. Ou era como eu queria ou “adeus tia Chica!”. Façam como quiserem. Eu saio da redação e deu. Naquele diz não se “peguemo” porque resolvi deixar o papel na máquina e fui embora largando fumaça pelas venta. Parei no Helly e nunca mais voltei pra redação ali ao lado do Banrisul, na época, Caixa Econômica Estadual. O Sebastião (Teixeira – gerente do Diário) ficou só olhando. Comigo não. Comigo não!”.

3

Mas Ódyyy – estamos vibrando “Aqui Em Cima desde terça-feira, dia 18. É que chegou a notícia de que a “A Voz da Serra” voltou a circular diariamente, ou seja, de terça a sábado. Chego me beliscar. São duas coisas ou duas em uma só: as duas – um sonho e uma loucura - e, as duas em uma só – um sonho louco. Mas como tu me conheces bem, e grande parte da turma “Aqui De Cima”, quando chegou essa notícia, ninguém respeitou a Lei da vereadora Sandra Picoli. Foi um foguetório só. Parecia que o Inter tinha voltado a ganhar Grenal.

O pai “Seu Estevam” (fundador do jornal em 1929) colocou as duas mãos na cabeça. Já a mãe - dona Gelsomina, que entregou o monumento do jornaleiro de presente à cidade (aliás, é verdade que anda, de novo, atirado às traças e ali, bem no coração da cidade?), pois, o Gilson balançou a cabeça em lamento e a Romilda, que gostava do jornal na rua, não disse uma palavra – mas aparentemente aprovou ver o jornal circulando diariamente de novo. Mas claro, ela gostaria que a turma estivesse junto de novo, com a participação da Maria Lúcia. Aí a família estaria outra vez reunida – mas tu nos conhece né – aí já seria querer demais. A Matilde, o que que vou dizer... Mas no resto, desde o Ayres Pires (que assumiu como 1º Intendente do município 11 anos antes do jornal nascer) até o Farina, o Zambonatto e o Jayme (Lago), afora o seu Olimpio (Tormen) que chegou esses dias “Aqui”, o Nery Gasparin e o Helly que assumiram por alguns dias a prefeitura -, todos aplaudiram.

Neste sábado vai fechar a primeira semana e, eu nem acredito, saiu todos os dias e olha, com a minha neta, a Amanda administrando e o Ricardo e a Gilka dando seus palpites. Tomara que fique nas mãos da Amanda, por que a Gilka e Rica – meus filhos -, esses eu conheço. Não é nem de acreditar. O Cláudio (Grasel – o Castor e atuante ex-vereador) até me sussurrou no ouvido: “... de onde menos se espera, hein, hein, hein... ahahahahah!”. Eu ainda estou pagando pra ver até onde vai – mas parece que dessa vez o Rica, digo, a Amanda; está dando uma de ‘Seu Estevam’ e o jornal pode mesmo estar voltando para sua, sei lá, que número de vida. Mas quando eu penso no que nós passamos, e na importância da “Voz da Serra” para o desenvolvimento da cidade, e que a maioria da população de hoje, aí, não tem noção porque muitos nem eram nascidos, meus olhos se enchem de lágrimas. E tu sabe – eu sempre tive um temperamento meio... (deixa eu rir sozinho – meio!) explosivo. Sou muito emotivo. E em se tratando da “A Voz da Serra” então... Eu não me mixava pra prefeito nenhum. Se me enchessem o saco (desculpe o palavreado, mas eu era assim mesmo), aí é que o pau comia solto nas páginas do jornal. Comigo, vereador, deputado ou prefeito que tentasse pressionar – não se criava. Jornal não é pra bater palma! Falando nisso – a nossa imprensa se desenvolveu que nem os voos no aeroporto de Erechim. Tá tudo muito parecido com agência de publicidade ou assessoria de marketing. É o que eu tenho observado “Daqui De Cima”. Pra quem me conhece e sabia como eu fazia jornalismo – não poupo palavra: “hoje, em Erechim – alguns setores da imprensa estão uma vergonha! E isso vem desde muitos anos. A turma acha que ‘varrendo a sujeira pra debaixo do tapete’ está ajudando. Pensam que as pessoas não enxergam. O pessoal ao ‘se omitir’ está... é ajudando a enterrar o time. Ainda bem que não tô mais por aí. Comigo não violão. Me nego. Mas, cada um sabe o que faz. Tu me conhece. Comigo não tinha. Era notícia? – larga, interpreta e opina... e sem obrigação de acertar 100%. Esse é o nosso papel, mas... “Aqui De Cima” estamos vendo. Até tu tem falhado Óódyyy. Até tu. Tu já foi melhor, hein! Tá se acomodando também? Será que é a idade – ahahahah!

4

Mas - agora, terça-feira que vem, 26, se o jornal sair, aí sim vai se completar uma semana de circulação ininterrupta. Se isto se confirmar, já estão se mexendo para sexta-feira ou sábado da semana que vem promovermos uma comemoração. Será no CVEE (Clube Vida Eterna dos Erechinenses) no bairro Erechim, 99700000. É claro que não haverá lugar para todos. Os intendentes, prefeitos e vereadores que já residem “Aqui em Cima” - esses terão lugar certo e, antes deles, o pai, a mãe, o Gilson, a Romilda, a Matilde, o Júnior e a dona Maria (te manda um abração), esses estarão em lugar de destaque, além de todos os que escreveram na “A Voz da Serra” – entre eles o Antoninho (Pereira de Souza), o Atílio Pagliosa, o Américo Godoy Ilha, o Aldo Castro, o professor Mantovani, o Riopardense de Macedo, o Schubert, o Gladstone, o Zambonatto, o Flory, o Caruso, o Illa Font, o Costamilan, o Mário Corradi, o Fiorello Zanin, o Olympio Zanin, o professor Arpini, o Altair, o padre Busato, o Brasiliano, o Jacynto Godoy, o Souto Netto, o Osvaldinho, Tomazoni, Ricardo Kreische, Frederico Stein, a Irmã Consolata, o Irmão Leão Magno, o Goldschmidt, Albano Stumpf, Hugo Ramirez, Jan Kuchta, a Lia Webber, Rodrigo Magalhães, a Vera Sass, o Pedro Marçal Weimann, Romeu Paiva, a Carlinda (Poletto Farina)...

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O Tacques, o Firmino, o Testa, o padre Benjamin, mais o Madelão, o Darcy (Pagliosa), o Frey, o Sidney Guerra, o Nicolini, o Altair, o Gollin, o Nery Reichmann, o Caleffi, e até o Coronel Attilano Machado, que foi intendente de Erechim quando surgiu a “A Voz da Serra” em 1929 com o nome de “O Boavistente”, estão propondo inclusive uma sessão solene – como se fosse um parlamento – para homenagear a “ressurreição” do jornal. Cá pra nós Óóódyyyy – “A Voz da Serra” ressuscitou mais vezes que Cristo, ahahahahahahahahhhhhh; “e-e-e-e-e-e-e.... não é mentira” sublinha aqui o Airton Matté, meu querido amigo que reencontrei “Aqui Em Cima”. Já estão até brigando, ou melhor, discutindo, ou melhor ainda – debatendo, por que “Aqui Em Cima” não se briga e nem se discute – quem seria o orador oficial: uns defendem o Dr. Godoy Ilha, outros o Dr. Gladstone, outros  o Dr. Romeu Paiva, por seu amor ao civismo, outros mais querem o Dr. João Caruso. Já se cogitou do Mariano Moro, do padre Benjamin, e outros mais o Dr. Wilson Watson Weber. O Cláudio (Grasel), que gostava de uma latinha como poucos; também se inscreveu argumentando “por que não eu!” e até emendou: “se não eu, voto no Biduca (Neuton Picoli), ou no Gasparin, ou no Frizzo!”. Não sei como vão resolver isso. O fato que interessa é que a volta diária da “A Voz da Serra” está mexendo com o pessoal “Daqui”. Dom João Hoffmann, Dom Girônimo e o Pastor Valério vão se reunir e, talvez, caberá a eles, tipo uma comissão suprapartidária decidir quem vai falar. Mas um nome eles já descartaram de cara, segundo conversas que vem da réplica do Café Grazziottin, onde a fofoca e a verdade rolam livres, o Café que também abriu sua nova matriz “Aqui Em Cima”: o padre Benjamin está descartado. Vai que lance mão do seu “Chito Tasso”! Aí acaba com o que é para ser uma festa. De qualquer sorte, além de pedir autorização pra São Pedro, já informaram ao Santo, que a maionese pode desandar e exigir que ele balance sue imenso molho de chaves não descartando nenhum couro cabeludo. Seja ele de intendente ou vereador, de prefeito ou médico, de empresário ou padre, de deputado ou jornalista. Que a paz e prosperidade se mantenha, caso o evento realmente saia.

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Na votação sobre o cardápio têm os “cola-fina” como eu costumava chamar “aí embaixo” os granfinos, não no sentido pejorativo, mas no sentido de... os mais escolarizados, os mais cultos, os mais/mais, como diria o nosso querido Eduardo Sampaio, que também agora mora num apê conosco aqui no bairro Erechim. Aliás, já faz um tempinho. Inclusive estaria pensando em reabilitar os eventos de “Os dez mais”, “As dez mais...!” – e ao que parece a repercussão tem sido boa. No fundo – tudo não passa de saudades, muitas saudades da terrinha, como o Eduardo gostava de se referir a Erechim.

Mas o que deve prevalecer mesmo é o velho e antigo churrasco. O Pinguinho e o Bacedão vão comandar a turma de assadores, porque nessa matéria são imbatíveis. A Carlinda e a Elisa Vacchi vão comandar o grupo de mulheres que fará a maionese e tomate com cebola, além da sobremesa. Aliás, essa, outra discussão, ou melhor, outro debate que não quer calar. Falam em pudim, em tortas, etc – mas no fim deve dar mesmo é creme com sagu, chico balanceado, mousse e ambrosia. Mas também já vazou a informação que alguns “cola-fina” vão trazer a sobremesa de casa mesmo - por conta própria. Esses não comem sagu! O mesmo se dá com os aperitivos. Vai de Johnnie Walker e Chivas a caipirinha ou purinha – “Lágrimas do Alto Uruguai” e graspa. Eu, tu sabe – só bebo “o que vem – morre!”. No almoço, vinho, cerveja, refri e água. Depois da sobremesa só Deus sabe: é como vinho de odres velhos ou cerveja quente. Ninguém viu, ninguém vê – tudo desce. Ainda bem que aqui também temos um Pronto Socorro que trabalha com todos os convênios. É só apresentar a carteirinha “Erechinense” e é atendido na hora. Nunca vi ninguém cogitando de ir pro bairro Passo Fundo, que fica aqui pertinho.  Ah, ia esquecendo, teremos ainda um desfile da Banda do seu Elírio Toldo e, música para todos os gostos: uns apreciarão o Kreische e o Schubert com a Lia Weber. Outros, os já mais “largados” – ficarão com o Osvaldinho, enquanto que a “Jovem Guarda” vai dançar twist com o Pedrinho Cunha e o Serginho Intkar.  Eu não sei – só sei que a volta da “A Voz da Serra” diária está provocando desfiles, concertos e festas de arromba “Aqui Em Cima”. Bah – me peguei sem cigarro. Júnior - vai no primeiro bar que acha aberto e me traz dois maços de cigarro. Qualquer um. – ufffgrrrrhhhhfffff. Vai logo – se não me afogo ainda!


Helly Parenti, Irany Jaime Farina e Geder Carraro. Fonte: Arquivo AVS



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Escuta Óóóódyyyy, é verdade que o prefeito Polis decretou o turno único ? Tu sabe que tem muita gente “Aqui Em Cima” que até aplaudiu a medida. A minha posição tu conhece né – mas como não estou mais exercendo a profissão, não digo nada. Me nego. Em termos de economia, como o prefeito falou, está certo – e ademais, quase 60% dos erechinenses votaram nele, então, aqui nem se debate esse assunto. Ele é o prefeito e pronto. A turma quis assim – que assim seja. Ah, se eu tivesse por aí... a cobra ia fumá. Pode tê certeza! Os empresários que forjaram a cidade, o Mandelão, o Farina e o Zambonatto, quando ficaram sabendo – ficaram que cabelo em pé. O Jayme (Lago) quando soube, ameaçou passar mal e mandou vir logo três carteiras de Charm. Largava fumaça pelas ventas. Mas – os tempos são outros. Olha só essa pandemia, a discussão sobre ciência, os que acham que não tem nada... Este é outro assunto que o Véio Pedro só dá risada. Vitimado por Covid ou não, Ele só vai abrindo as portas do céu com seu molho de chaves e, recebendo um por um, com imensa cordialidade. Nem pede do que que foi. Só pergunta de onde ta vindo – e dá o endereço do bairro. Afora isso tem toda essa discussão sobre o presidente e suas aparições públicas que sempre rendem. No meu entender, aí sou meio militar (ah meu tempo de CPOR, ah a minha espada que tu viu de perto), ele, o presidente, vem sendo perseguido desde o dia 1º de janeiro de 2019 . Mas, cá pra nós, também tem dado uma mãozinha. Me lembro de quando o Romário teria dito que o Pelé, calado, era um poeta. Já faz tempo que o presidente tem dado munição pros críticos, e até detratores dele - com algumas tiradas que deixam os conservadores e direitistas nossos “Aqui Em Cima”, se beliscando, se esquivando. Uns dão uma de avestruz, outros defendem o presidente e outros mais decidem seguir o conselho do Zanella: “melhor ir pescar”, como certa feita discursou. Esses dias encontrei o trio de Notários – o José Maria Amorim, o Zé Menezes e o Waldir Timm tomando um cafezinho. Falavam do atraso do Brasil à Revolução Farroupilha, de cinema a livros entre outras coisas. Esses caras conheceram muita gente e sempre tem assunto, aliás, leques de assuntos. O teu amigo do Cartório Timm, inclusive te mandou um abração e, eu não entendi, mas mandou te dizer “Odyyy - mete o saca-rolhas!”. Disse que tu sabia.... Ao ouvir isso, o Zé Menezes também aproveitou: “Bah – o Zé Ody? – bah tchê, manda meu quebra costela pra ele. Sempre me tratou com consideração!”.

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Bem meu caro Óóóódyyyyyy. Tá certo que “A Voz da Serra” está com os meus filhos e a minha neta, o  Ricardo, a Gilka e, no comando, a Amanda. Ainda bem que é a Amanda, se não... Mas também não posso ocupar todo o espaço, só eu. Tem que deixar um espaço pras notícias e, principalmente, pros anúncios. Se não tiver anúncio – “adeus tia Chica”. Eu disse – anúncio, e não outra coisa, como “propaganda, marketing, relações públicas...”. Mas antes de terminar tenho ainda duas manifestações que julgo oportunas. Uma é da Carlinda, que foi vereadora, presidente da Câmara, ambientalista de front quando ninguém falava disso na Colenda, fundadora do Movimento da Mulher Camponesa e, que depois, o PT tentou tirar essa badeira dela fundando algo que já existia e só trocaram de nome – que era o Movimento das Trabalhadoras Rurais. Enfim, a Carlinda que pelas mulheres camponesas, rurais ou do campo, seja como for é tudo a mesma coisa – tanto lutou para que conquistassem sua merecida aposentadoria. Afora isso, foi Coordenadora da 15ª Delegacia de Educação, hoje 15ª CRE. Ela ficou de cabelo em pé quando soube que a prefeitura pode colocar crianças no prédio do Barão – ou ex-Barão. Ela só fala “e a segurança gente. E a segurança? Meu Deus! Quase não tem pátio. Tem grama? E o movimento de carros, talvez o maior da cidade na hora do pico, pela localização do prédio. Que os “colegas vereadores” analisem bem isso. Para ela é louvável a preocupação do prefeito Polis com a educação infantil e, isso, com nem um mês de governo! Mas ela defende um lugar mais calmo, mais tranquilo pra educação infantil. Aonde? – é que ninguém sabe. “Meu Deus – Geder. Geder de Deus! Não acredito - acabei de receber a notícia. Vai ser no Barão mesmo. Parece que até já assinaram o contrato de aluguel. R$ 33 mil por mês. Nem seria tanto – mas Meu Deus, mas eu falo é do lugar! O que é isso geeennnnnnte. Aonde estão os vereadores!? Ah – se a presidente, minha amiga, a Ana, Aninnnnha querida, parabéns pela grande votação, merecida, veja se conseguem outro lugar pras crianças...! Mas, enfim, se... nem eu acertei tudo. Cada um sabe o que faz!”. Como tu vê Ódyyy, a Carlinda veio morar “Aqui Em Cima” mas trouxe suas botas e a faca. Pobre da Carlinda – sempre, sempre preocupada com a educação em Erechim, com o meio ambiente, com tudo e, não interessa, se estava no MDB, no PMDB, no PFL... Essa sim – não tinha partido, pelo menos, acima dos interesses da cidade.   

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Por fim meu caro Ódyyy – comunico que o velho Helly, o meu querido amigo Helly, ao mesmo tempo em que ri sem parar, não para de derramar lágrimas. “Geder, ô Geder – não é que o João Francisco, o Fifo, o meu netinho, o filho do meu filho Albino, o Bino – pois não é que ele, além de se eleger vereador com 1010 votos, agora foi escolhido, designado como líder do governo na Câmara, na nossa Colenda! Olha só: 1010 votos. Um 10 só era pouco pra ele. Tinha que ser dois 10. Minha nossa – 1010 votos. Será que uma parte não era por causa do vô? Do “senadinho” tinha que sair mais um político. E saiu – logo, o meu “netinho” que já anda barbudo...! É o que eu sempre digo: “o fruto não cai longe do pé!”. Minha nossa – como passa o tempo Geder. Chama o Altair. Vamos cevar um mate.  

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No mais Ódyyy – saudações a todos daí. Que não tenham pressa, mas se quiserem vir, serão bem-vindos. Aqui no bairro Erechim, bem diferente da Erechim daí – os terrenos, as casas e os apartamentos não custam tanto, não arrancam os olhos da cara. Não sei se é pela oferta – mas que todos sosseguem. O lugar de cada um está guardado. Não precisa nem avisar. É só bater na porta do céu que o Velho Pedro abre as portas e, alguém de nós, estará lá para receber o recém-chegado. Agora o Buja, que chegou já faz um tempinho, começou de novo com a história de querer batizar a “Nossa Erechim Daqui De Cima” de Capital da Amizade. O Jayme e o Olympio (que politicamente estão como Grêmio e Inter), mas, sobre esta matéria parece que estão pensando igual. Até já externaram que talvez este assunto ficasse para logo ali mais adiante, quem sabe para daqui uns três mil anos – já que “Aqui” o tempo é pra sempre. O porquê disso não faço a menor ideia, ahahahahahahahah – grrroooooogggrrrffffffff. O Buja não liga e dá risada. Mas que cigarro tu comprou ô Júnior!? Ou melhor, sei sim – mas opinar agora, aqui ó! Me nego. Se “A Voz da Serra” não parar mesmo de circular, e engrenar no ritmo do “Seu Estevam” saindo todos os dias e semanas, eu mando notícias sobre como foi a comemoração “Aqui em Cima”. Para esses erechinenses, “A Voz da Serra” que noticiou toda 2ª Guerra Mundial na capa recebendo teletipos da UPI (poucos sabem disso!), pois para esses Bota-amarelas, o jornal que comandei por muitos anos e dando-le pau sempre que precisava, (e até quando nem precisava – é que eu gostava, ahahahahah), afinal, a cidade não podia abrir mão de ter imprensa de verdade – pois para muita gente “Daqui De Cima”, “A Voz da Serra” continua sendo o jornal oficial, o mais acreditado da cidade. Vou falar baixinho Ódyyy e só pra você: “já foi mais, tu sabe – mas nunca é tarde para refrescar suas raízes antes que morram”. Só espero que o festão que estão preparando para o Clube Vida Eterna dos Erechinenses não termine como o primeiro Atlanga. Mas “Aqui em Cima” não. “Aqui” é tudo John Lennon. E o Ypiranga - hein? Remou, remou e no fim, o remo levou o Canário até a praia. Nunca ouviram falar no Adão Peru do meu tempo!? Eu só ouvi falar – mas nunca soube quem era. Dizem que viajava muito, sempre com uma malinha e que levava sempre a mesma “roupa”. Fiquei sabendo que o Toninho Dal Prá cantou a pedra pro presidente – mas preferiram acreditar que o paraíso é aí, e não, “Aqui Em Cima”. Momentinho Ódyyyy, que estão batendo na porta do céu e dizem que é gente que vem pro bairro. Meu Deus – não acredito. O meu amigo João. O Picoli.  Seja bem-vindo Joãããooo. Todo o nosso pessoal do Sindicato Rural está vindo pra receber você. Me dá um abraço João! Fica tranquilo!! E o pessoal daí debaixo também. Aqui o João tá em casa. Ele que foi teu colega na primeira turma da Administração no Cese/Fapes, lembra Ódyyy. Pedimos “Daqui De Cima”, desculpas por já falar no João, mas, ele chegou! Que os familiares dele entendam este momento. Eu sei que ainda é cedo – mas ele está bem. Dar logo a notícia - coisa de jornalista. Aliás, todos vocês, um dia, estarão também na sua nova morada “Aqui Em Cima”. Sabe Ódy - não sei, já estou em dúvida... não sei se não foi “Aqui” a nossa primeira casa – antes mesmo de Paiol Grande a Erechim. Olha só – o Véio Pedro ouviu, e só deu uma risadinha. Tô desconfiado. Acho que no fim nós partimos foi “Daqui” e o tal de outro lado é aí. Nossa! Tá chegando o Idylio da Difusão, o Nico (Tramontini), o Dary, o Chitollina, o Miro, o Delcy, o Doninelli e o Jovino e o Jerônimo Nunes, que também chegou esses dias... todos eles mandam lembranças aos parentes e reafirmam que fiquem tranquilos. Estão em casa. Todos te mandam um abração.  Ódyyyy – no mais e ainda com essa pandemia - te cuida que tão pegando, ahahahahahahahahahahahahah!

Que ninguém se ofenda. É que eu sempre fui assim – direto e às vezes destrambelhado, mas se aí embaixo eu era assim, imagina eu “Aqui De Cima” agora vendo tudo...! O pessoal do barzinho tá chamando. Vamo aproveitá o domingo. Bah – hoje é domingo? Acho que nos passamos um pouco ontem no copo. Abraço Óóóódyyyyyyyyy. Agora sim – Ô Cláudio, chama aí alguém que sabe como se manda esse treco. Não me dou com essa, como se diz, essas mídias... vai ver que é por isso que a imprensa tem mudado tanto. Eu não abro da minha Remington. Esses modernismos! Tem é que dá-le pau. Só querem enfeitezinho...

 

Saudades eternas,

Geder!