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Sim eu sei.
A posse de
Joe Biden foi nos Estados Unidos.
Não aqui.
Mas o homem
mais poderoso do mundo,
hoje, é Joe
Biden.
E quem ele
substitui?
Eu sei que o
Brasil tem sua independência
política e
econômica.
Sua soberania.
Mas reforçar
- em dúvida,
mesmo que de
fininho,
não custa.
Tem mesmo?
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Joe Biden é
a antítese de seu antecessor
que governou
portando-se como se fosse
o “deus
redentor do mundo” sem provocar
grandes
conflitos sim
– mas com
uma pose de autoritário populista
poucas vezes
vista em termos norte-americanos.
Não por nada
que no apagar das luzes,
de seu
governo, conseguiu inflamar uma turba
que invadiu
o Parlamente do país
configurando
um incidente sem precedentes
e talvez
jamais um subseqüente naquele país.
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O novo
presidente norte-americano
anuncia um
país que voltará à mesa
de
negociações, vai privilegiar a ciência
e as
questões climáticas,
a volta do
Tratado de Paris,
derrubar os
muros imigratórios,
valorizar as
instituições da república e
– no mínimo
– neste momento,
andar de
máscara para como chefe da nação
dar o
exemplo.
Enfim – lá
nos EUA mais 81 milhões de eleitores
não
obrigados a votar - foram às urnas
para dizer
claramente que modelo
de
governante desejam.
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Haverá
problemas?
Claro que
sim
– mas a
questão central é que os americanos,
na sua
maioria, optaram por um governante
mais sereno,
moderado e moderno aos olhos
do mundo e,
principalmente que,
aparentemente,
não se deixará influenciar e reagir
por
lampejos.
Não se dobrará
à insensatez.
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Se este deve
ser o comportamento do governante
da nação
mais poderosa do mundo,
até prova em
contrário – porque temos a China
brigando por
essa posição, com outras armas,
mas ocupando
lugar de destaque na geopolítica -,
pois se este
deve ser o comportamento
não de
Biden, mas dos Estados Unidos da América
nos próximos
quatro anos – enquanto governo,
quem sai
perdendo?
O Brasil tem
sua soberania,
Mas
sobrevive só?
Como ficam
agora os aplaudidores
do
antecessor de Biden,
com suas extravagâncias de prepotência!?
Só pra
refletir: e se hoje o nosso
embaixador
nos EUA
fosse
conhecido por aqui
como 01 !?
Não seria
ilegal – mas e a imagem, as relações,
os
negócios... o futuro!
6
Ao que se
deduz a China que está à esquerda
do Brasil,
estaria atrasando a remessa de insumos
para mais
vacinas por conta de linguarudos levianos
de plantão,
sempre a atrapalhar o Brasil.
Ontem, a
imprensa questionava por que
a Índia preferiu
doar vacinas
(antes de
vender vacinas ao Brasil)
a países
como Ilhas Maldivas, Nepal, Sri Lanka,
Ilhas
Maurício, Afeganistão, Butão, Ilhas Sychelles.
Pode ser um
lance estratégico para se dar bem
com os vizinhos, mas se a diplomacia
brasileira é
considerada
de boa qualidade,
o que está
impedindo o avanço nas negociações!?
A propósito,
Narenda Modri, primeiro ministro indiano,
governante de direta e boas relações com
o ex-presidente
americano – foi um dos primeiros a
cumprimentar
Joe Biden.
Índia e
Brasil estão nos Brics
– mas
perseguem caminhos iguais?
Quem é hoje
melhor visto pelos donos do mundo
EUA e China: Brasil ou Índia?
E o trem da
vida não para.
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O mundo
nunca foi um só.
A não ser,
quando visto do espaço.
Então é
natural que haja divisões
em todas as
áreas humanas e,
muito
especialmente quando nos referimos
à ideologias
e à política, mas sempre chega o dia
onde a
racionalidade e o bom senso
voltam a dar
as cartas para salvação,
mesmo momentânea,
da
humanidade, sempre ameaçada,
graças a insensatez,
ou desfaçatez,
ou
ignorância de alguns destrambelhados
que aparecem
como cometas nos céus,
ou como
vulcões que entram em erupção,
de quando em
vez
– sempre
deixando rastros temerários.
Sejam os
cometas de direita,
ou os vulcões de esquerda.
8
Não aos
extremismos.
Não à
megalomania.
Não aos
apocalípticos.
Não aos
negacionistas da sensatez,
da ciência, da
fé e da esperança.
Não a todo e
qualquer tipo de populismo.
Se assim é a
coisa mais aconselhável,
conclui-se
que a velha e boa democracia
ainda é o
melhor caminho!
Pois é – aí depende.
A velha é boa democracia,
no papel, é
uma maravilha.
Mas e na
prática?
Eis aí o
outro “X” da questão quando
envolve
humanos e países.
9
Apenas para
reflexão
– peguemos o
artigo 5ª da nossa Constituição
que diz na
sua abertura: “Todos são iguais
perante a
lei, sem distinção....”., como lembrou
esses dias o
empresário Mattar.
Peguemos o
que recebe um professor.
Peguemos o
que recebe um aposentado.
Peguemos o que
recebe um policial
civil ou
militar.
Peguemos os
92 impostos federais, estaduais
e
municipais, taxas e contribuições no Brasil.
Peguemos as
solturas, vergonhosas, de graúdos
que muito
dizem sobre nosso estágio democrático.
Peguemos o
não à 2ª instância e seus porquês.
Peguemos os
impostos incidentes sobre
produtos
essenciais como alimentos,
combustíveis,
medicina e
remédios,
veículos,
energia e água,
material
escolar,
itens de
casa, material de construção.
Peguemos os
privilégios de Legislativo e Judiciário.
Que
democracia é essa?
Peguemos o
voto obrigatório.
Peguemos o
sistema carcerário desumano.
Peguemos os
“crimes” nas estradas e acontece o quê?
Peguemos a
lista de corruptos que permanecem
atrás das
grades.
Peguemos 513
deputados federais para quê?
Peguemos nove
vereadores em municípios
até 15 mil
pessoas, para quê?
Peguemos
hoje, sim, hoje
– uma lista
e vamos a um supermercado.
Um absurdo.
Simplesmente
– um absurdo.
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Pois é.
Essa
democracia “a La Brezil” é de direita
ou de
esquerda?
Lula e
Dilma, de esquerda,
ficaram no
poder 14 anos
e a
“ditadura dos impostos” permaneceu.
Intocável.
Bolsonaro,
de direita (ou sei lá...!)
está no
poder desde 2019 e a ditadura
dos
impostos, intocável, permanece.
Neste meio,
Michel Temer de (sabe-se lá o quê? –
centro/direita
ou centro/esquerda ou centro/nada),
ficou de
2016 a 2019 e a ditadura dos impostos
passou a “lo
largo” do governo.
FHC, Itamar,
Collor e Sarney,
pode-se dizer
todos “em cima do muro”,
mas sempre,
sempre, sempre
– governando
para o “establischment”.
Para manter
tudo isso.
Assim foi.
Assim é. Assim será.
11
Mas o que é
preciso frisar é que no mundo
há
democracias onde certas coisas funcionam,
como
realmente está escrito.
Pegue-se o
Judiciário nos EUA por exemplo.
Vai lá e
afronte a lei por qualquer afronta.
O livre
arbítrio respira lá também.
Agora – se culpado
e apanhado
nem Dom Adimir te livra.
E é isto que
mais decepciona no nosso país.
Decepciona a
grande classe média que
Acreditava
em novos tempos com nosso JB.
É isso que
traz o desânimo.
É isso que
distorce o termo – “democracia avançada”.
Que o novo
presidente da nação
mais
poderosa do mundo
não se deixe
descambar para nenhum lado
e, que não
desconte nos brasileiros,
as paixões
de radicais por trumpistas.
Muito menos
que se encante
como Obama
por Lula,
mais com
cara de marketing do que de verdade.
A nossa
democracia ainda é juvenil, eu sei.
Um dia ainda
haveremos de ter alguém
com tais
princípios no seu cérebro
e na sua
alma – colocando em prática
a
conceituação: “do povo,
para o povo
e pelo povo”.
Como diria
Kafka. “Mas atenção,
também isso
pode ser mera ilusão!”.
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E o nosso
presidente mandou ontem uma carta a Joe.
Imagino a
cena: “esse não é aquele que tomou partido
na nossa
eleição interna;
esse não é
aquele que apoiou meu adversário;
esse não é
aquele que fez eco a Trump
que roubamos a
eleição?
Esse não é aquele
que levou quase 40 dias para
reconhecer minha
vitória;
esse não é
aquele que mencionou pólvora
- quando se
falou na Amazônia?
Esse não é
aquele que também fez eco à
invasão do
Capitólio?”.
Por tudo que
li e ouvi do presidente dos EUA
- e
principalmente por causa da Amazônia,
penso sim
que haverá diálogo.
A floresta é nosso cheque em branco.
Queira Deus
que os oráculos do
nosso
mandatário
o convençam
a deixar Trump no seu
resort
particular na Flórida e puxe
uma cadeira
- a cadeira
da qual não há como abrir mão
hoje, amanhã e jamais.
A cadeira do
diálogo.
Com o presidente dos EUA.
O resto é
sonho de verão, perfumaria,
ilusão de
quem acredita que pode viver
só por que
sua fé na vida eterna,
na terra,
está acima
de todos e de tudo.
Poderiam ainda informar ao ilustre
mandatário estadunidense:
“mas esse
também é aquele que
desde quando
assumiu
- não tem se
ouvido falar mais,
em
vazamentos nos canos por onde
corre
dinheiro federal,
na “casa que
ele comanda”.
Seria justo
também.
13
Por
enquanto,
olhando para o cenário que se abre
neste 20/21
de janeiro com suas realidades
me permito
parafrasear,
respeitosamente
a todos o nomes,
o primeiro
verso de Drummond com
seu poema –
José.
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
“Agora é
Joe – E agora Jair!”