sábado, 16 de janeiro de 2021

Vai Ypiranga. Voa Canário!

 


Chegou a hora. É hoje. O Ypiranga foi postergando, postergando, mas não dá mais. É tempo suficiente de Série “C”. O dia da “B” é hoje.

No ano passado, deixou o cavalo passar encilhado em pleno Colosso. Numa partida de times muito parecidos, o Canarinho foi vitimado pelo “medo de subir”. Jogou tão de freio de mão puxado que conseguiu só igualar-se ao seu adversário. E precisava ganhar. E dava pra ganhar.

Querer trocar de Série requer coragem. Requer exposição a riscos. Requer superação e consciência que dá. Vai que dá. Requer, sobretudo, vontade de querer ganhar, se impor e vencer.

O Ypiranga acumulou ao longo de toda a Série “C” um componente que é decisivo para decisões – com o perdão intencional da redundância. Falo não apenas do bom futebol, de um time bem armado e com virtudes que podem lhe dar condições de sonhar. O Ypiranga acumulou, fundamentalmente, confiança.

O time que se mostrou ao longo da Série “C”, bastante regular – olhando-se toda a campanha -, leva para dentro de campo essa arma, esta virtude que geralmente confirma a vitória dos vitoriosos (confiança), além, é claro, um futebol sem afobação, de nervos no lugar, de coragem e intensidade. Jogar bem – e isto o Ypiranga já mostrou que pode porque tem um grupo que mostrou que pode.

Vou contar um coisa: há muitos e muitos anos, num sábado à tarde, nós tínhamos um time de meninos pertinho do Atlântico, aliás, lá é que jogávamos.

Pois naquele sábado à tarde, como hoje, pegamos a Cruzada (o maior time de Erechim naquela época – era apenas o time do Carpegiani e outros “monstros”). Eles tinham tudo mais que nós, ou quase tudo. Tínhamos dois ou três craques e entramos com mais determinação e vontade.

Ganhamos o jogo por 3 a 1. Para que não me peguem como se não fosse verdade, dou o nosso time: Toca; Paulo, Paulo Sonora, Facão (João Cláudio Fachini) e Zé Pirulito; eu, Zeca e Glênio Sebben; Sidney, Toninho Dal Prá e Paulinho Madalozzo. Quem tiver dúvida, pergunte ao Toninho Dal Prá, ele deve estar no Colosso da Lagoa hoje, porque é Antonio Luiz Dal Prá, vice-presidente da FGF. Faço apenas uma observação à justiça: naquele sábado, Carpegiani não jogou. Para nós! - ainda bem.  

 

Voltando ao Ypiranga.

Um recado aos jogadores.

Sim, tem o técnico.

Sim, tem o preparador físico.

Sim, têm auxiliares.

Sim, tem toda uma estrutura que faz parte.

Mas, dentro de campo, é com vocês.

Se vai acertar o passe é com vocês.

Se vai finalizar dentro do gol é com vocês.

Se vai subir mais que o adversário é com vocês.

Se vai ganhar aquela dividida é com vocês.

Se vai chegar antes é com vocês.

Sim, tem a carreira de vocês.

Sim, tem a família de vocês.

Sim, tem a qualidade de vocês, a garra de vocês, a gana de vocês, a competência de vocês, o futebol de vocês a bola no corpo de cada de vocês.

Ah - mais uma coisa: esqueçam o juiz. Joguem o que sabem e já jogaram. 

Não quero falar de sorte ou de azar – mas que os “deuses do futebol” não punam o onze Canarinho por conta de má sorte. Se o time fizer uma partida que mereça o sorriso da vitória – que este 16 de janeiro entre para a história do clube, como o grupo todo; registrando o dia em que o Ypiranga encontrou-se com a hora de trocar a “C” pela “B”. 

Vai Ypiranga.

Voa Canário.