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“De acordo com o cardeal
Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI),
ajoelhar-se era algo
altamente desfavorável tanto para
a cultura grega
quanto a romana.
Ratzinger escreve
em seu livro Spirit of the Liturgy:
“Se olharmos para a história,
podemos ver que os gregos e romanos
rejeitavam se ajoelhar…
ajoelhar-se não era digno de
um homem livre,
era inadequado para a cultura
da Grécia”.
Ratzinger afirmou que “ajoelhar-se
não vem de nenhuma cultura
– vem da Bíblia e seu conhecimento
de Deus.” Em particular,
São Lucas nos diz que Jesus
orou de joelhos. E esta oração,
a oração pela qual Jesus entra
em sua paixão, é um exemplo
para nós.
Os católicos ajoelham
porque Jesus ajoelhou durante
sua oração.
Além disso, ajoelhar é tipicamente
visto nos Evangelhos como
uma forma de expressar súplica
e adoração. Muitas vezes,
no Novo Testamento,
ajoelhar-se é precedido por
um ato de fé:
“Eu creio, Senhor” e completado
por um ato de adoração
a Deus (cf. João 9, 35-38).
Em outras passagens, como
em muitas das narrativas de cura,
a pessoa é apresentada ajoelhada
em súplica, pedindo
para ser curada.
Por essas razões, o rito romano
instrui os fiéis a se ajoelharem,
na Missa, especialmente no
momento da consagração”.
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Como meus joelhos doíam
na São Pedro!
Depois da comunhão – nada
de sentar.
Primeiro, ajoelhar-se e
concentrar-se. Rezar.
Corpo Cristo é comigo.
Depois – a gente sentava.
E ainda hoje é assim.
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Um joelho matou um homem
nos EUA em maio de 2020.
Em junho um chefe de polícia
se comunicou com manifestantes:
“Ouçam, se eu me ajoelhar com
vocês, tenho vossa palavra de que
isto será pacífico?”.
Um joelho – sufocou à morte um homem
em um supermercado em POA.
Então se ajoelha por Cristo,
por homens mortos,
por pedido para que dispersem.
Jogadores de futebol
e outros esportes - se ajoelham
em solidariedade a quem
desrespeitado por atos racistas.
Lewis Hamilton puxou a frente da F-1
de joelhos.
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Antigamente, muito lá atrás
no tempo, professores colocavam alunos
de castigo – ajoelhados sobre milho,
é o que se contava.
Pedidos de casamento,
não raro, especialmente em filmes,
são feitos de joelhos.
Logo que Maradona faleceu
– vi uma imagem onde
o gênio argentino
ajoelhou-se diante de
um ex-futebolista gaúcho.
Este foi o “ajoelhar-se” mais
“surpreendente”
que vi, mas enfim
– a cabeça e os joelhos eram
do “Diez”.
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Então temos que, ajoelhar-se
geralmente é um ato de reverência,
de respeito, de contrição, de amor.
Não obstante – colocar-se de joelhos
pode ter uma outra interpretação.
É como esses lances de bola
na mão que viram pênalti, e não são,
ou mão na bola que são pênalti,
mas não viram pênalti.
Ou seja – é tudo
ou muito;
uma questão
de interpretação.
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O cara faz um gol – corre e se ajoelha.
E em torno dele, se ajoelham.
Em apelações de todas as ordens
em última instância, não raras vezes,
também sobram aos joelhos.
Muçulmanos se ajoelham e
se curvam para rezar cinco vezes
por dia.
De joelhos ao chão,
se paga promessas.
Quem já não viu em Fátima!
“Joelho ralado”
- que saudades do JB, do Mantovani
e da Baixada Rubra!
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Transportando isso para a política,
como por exemplo, quando acontece
uma eleição no
Congresso (Câmara dos Deputados
e Senado),
o que não falta é gente de joelhos.
Uns pedindo.
Outros dando.
Dos dois lados – interessados
quanto ao desfecho da eleição
em ambas as Casas.
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Afinal de contas quem acaba
mesmo de joelhos?
Nesta e em outras eleições dessas
Casas do Povo, quem acaba mesmo,
de joelhos, ao que se depura,
aparentemente - é o Executivo.
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O povo que já estava “por aqui”
com deputados e senadores
afamados,
mudou a fotografia das
duas Casas em 2018: 50% dos nomes
na Câmara
e 85% no Senado.
Não suportava mais o comportamento
de parcela expressiva
de seus membros, bem esquecidos
dos interesses do país, do povo.
Mas – ao que aparenta -,
pelo que se lê,
nada mudou, ou pouco;
quanto prática e prioridade.
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Assim que a eleição passar,
o Executivo se levantará de novo.
E, provavelmente, será a vez
de congressistas terem de se ajoelhar.
Mas nesse jogo de interesses
– ora pode o Legislativo
colocar o Executivo de joelhos,
ora pode o Executivo fazer o Legislativo
se ajoelhar.
Então - se um se ajoelhar, e outro depois,
isso quer dizer que ambos
em algum momento,
estarão de pé.
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Ora - joelhos de respeito.
Ora - joelhos de submissão.
Os únicos que permanecem
de joelhos
eleição pós eleição,
governo pós governo, ano pós ano,
década pós década
– somos
nós,
o povo.
O país.
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Mas não nos escandalizemos.
Assim parece precisar ser
nas democracias.
Nas ditaduras ninguém pede nada.
Ninguém dá nada.
As decisões se concentram em mesmos.
E outros “mesmos” sempre de joelhos.
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Abraham Lincoln,
para aprovar a 13ª Emenda nos EUA,
que aboliu a escravidão lá,
teve de “negociar”
através da oferta de empregos federais,
e outros que tais,
alguns votos de congressistas.
Se não me engano – 13 é o que
me lembro do filme de Steven Spielberg.
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Mas não adianta dar murro em
ponta de faca: nas democracias
é assim.
Parece que chega uma hora que
assim tem que ser.
É feio, é.
É condenável, é.
É execrável, é.
É do jogo, é.
Na política generalista tem de tudo.
Ou quase tudo.
Uma coisa não tem: “anjo”.
O que vai na contramão é que
Jair Bolsonaro foi eleito falando
justamente em acabar
com essas práticas.
Ou entendi tudo errado?
Que pena.
Que decepção!
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Vacina para Pracinhas
Recebi e autorizado a publicar, eis aqui a
opinião do meu amigo Feliciano Tavares Monteiro (Fifa), que fincou raízes na
Bahia, sobre quem também, no entender dele, deveria estar na linha de frente
para receber a vacina contra o Covid 19. Fala Fifa:
"Por falar em heróis, desejo registrar uma sugestão de
prioridade zero para o recebimento de vacinas. A fila não deve começar pelos
que se insinuam pedindo privilégios e bradam a toda hora a frase mais boçal do
país: - “Você
sabe
com quem está falando? Não mesmo E como o Brasil ainda tem
uma enorme dívida com seus pracinhas, e ainda existem alguns poucos idosos e
vivendo esquecidos como se nunca houvessem existido, serão eles – se
concordarem – que deverão encabeçar a fila de vacinação. Afinal, nunca cobraram
prioridades, mas em suas veias palpita o sangue, heróico, de quem um dia
arriscou a vida para nos defender, enquanto entoava com brio o refrão de uma
canção que ainda reverbera nos momentos de grandes ameaças:- “Você sabe
de onde eu venho?”
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Campanha e realidade
Ernani Mello: Divulgação |
Na campanha
política o candidato Paulo Polis dizia que já em janeiro a prefeitura estaria
com as máquinas no Distrito Industrial Davi Zorzi. E parece que isso realmente
aconteceu. Na leitura do discurso estava subliminarmente o entendimento, de
quem ouvia, que “agora sim – distrito vai sair do papel e logo logo estará
pronto”. E diga-se em tempo: nenhum candidato, até onde me recordo, levantou a
voz para contestar a afirmação. Nem sequer quem em governo estava, e sabia da
realidade e dos entraves, apresentou suas razões para explicar ou até justificar
o porquê da obra um dia, quase no passado, ser anunciada e iniciada. Mas depois
parou.
Esta semana
o secretário de Desenvolvimento Econômico do governo, Ernani Mello, explicou
que existem ainda alguns entraves a serem superados, como negociações com a RGE
e a Corsan para resolver questões essenciais de energia, água e saneamento no
distrito. E isso está sendo negociado através de conversações do próprio
secretário com as empresas. Outra coisa: falta ainda decidir qual será o preço
do metro quadrado pelo que informou Mello. São 39 lotes com tamanhos que variam
de 3,5 mil metros quadrados a 14 mil metros quadrados. De acordo com o
secretário até o fim deste ano o Distrito Industrial Davi Zorzi deverá estar
funcionando. Pelo que entendi a ocupação dos lotes se dará por sorteio, dado ao
número de interessados.
Então, temos
que campanha eleitoral é uma coisa e a realidade é bem outra. Como se ninguém
soubesse disso. O então candidato Paulo Polis fez seu papel. E agora o prefeito
Paulo Polis está fazendo o seu papel. Bem como é. Como sempre foi. Como sempre
será. E ninguém em sã consciência deve se surpreender. Diria mais: se até o fim
do ano o Distrito Industrial Davi Zorzi estiver, de fato, funcionando com toda
a infraestrutura implantada e com empresas – será um excepcional ganho e avanço
para a cidade. Ninguém poderá, e nem irá, condenar o governo.
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Nota dez
Acompanho as
atividades do governo municipal de longe. A pandemia impôs mais que limitações.
Por enquanto parece que tudo vai indo – bem. Não há surpresas negativas. E,
ademais, ainda é cedo, muito cedo.
Não obstante
isso não impede que faça uma observação que salta aos olhos: o trabalho nota
dez da Assessoria de Comunicação da prefeitura.
Foi um dos
pontos mais salientes e positivos do governo anterior de Paulo Polis, sob a
responsabilidade do jornalista Salus Loch e, agora, outra vez – com um grupo de
profissionais experiente, dedicado, competente, atilado, presente e tranquilo
-, já está por merecer o reconhecimento desta página. Cumprimentos aos colegas
e que mantenham esta área delicada e essencial de qualquer governo – operante e
em alta. Sempre disponível não só ao governo a quem presta serviços, mas aos
veículos de comunicação que contam muito com este setor da prefeitura.